MGF1 - Urgência Pediátrica Flashcards

1
Q

Amigdalite aguda - epidemiologia

A

Muito frequente na idade pediátrica

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Q

Amigdalite aguda - etiologia

A

Maioria é de etiologia vírica → episódios benignos e autolimitados.

Quando bacteriana → Streptococcus do grupo A (SGA) é o agente mais frequente:
* ++ em idade escolar; rara < 3 anos;
* Pico de incidência no final do Outono, Inverno e início da Primavera;
* 12% portadores assintomáticos

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3
Q

Amigdalite aguda vírica - clínica

A

Conjuntivite

Coriza

Tosse

Rinorreia

Rouquidão

Úlceras orais

Exantemas ou enantemas característicos

Diarreia

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4
Q

Amigdalite aguda provocada por Streptococcus do grupo A - clínica

A

Odinofagia de início súbito

Idade compreendida entre os 5 – 15 anos

Febre

Cefaleia

Náusea, vómitos, dor abdominal

Inflamação faringoamigdalina

Exsudados amigdalinos

Petéquias no palato e faringe posterior

Adenite cervical anterior (dolorosa)

Inverno ou início da Primavera

História de exposição a AA por SGA

Exantema escarlatiniforme

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5
Q

Complicações da amigdalite aguda por SGA - supurativas

A

Abcesso periamigdalino / para e retrofaríngeo

Linfadenite cervical

Otite média aguda

Otomastoidite

Sinusite

Bacteriémia

Endocardite

Meningite

Pneumonia

Fasceíte necrotizante

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6
Q

Complicações da amigdalite aguda por SGA - não supurativas

A

Febre reumática aguda

Glomerulonefrite pós-estreptocócica

Coreia de Sydenham

Artrite reativa pós-estreptocócica

PANDAS (distúrbio neuropsiquiátrico autoimune
pediátrico relacionado com infeção pelo SGA)

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7
Q

Amigdalite aguda - diagnóstico etiologia

A

O diagnóstico etiológico da amigdalite aguda (AA), na idade pediátrica não pode ser baseado exclusivamente na epidemiologia e manifestações clínicas, exceto na presença de clínica fortemente sugestiva de AA de etiologia vírica ou na presença de exantema típico de escarlatina, indicando
etiologia estreptocócica

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8
Q

Amigdalite aguda - confirmação microbiológica

A

Teste diagnóstico antigénico rápido (TDAR) e/ou cultura da orofaringe do SGA

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9
Q

Amigdalite aguda - diagnóstico: TDAR quando realizar

A

Deve ser realizado:
* Crianças e adolescentes com epidemiologia e sinais/sintomas sugestivos de AA por SGA

Não recomendado:
* Crianças e adolescentes com AA com epidemiologia e manifestações clínicas fortemente sugestivas de infeção vírica (rinorreia, tosse, rouquidão, ulceras orais ou diarreia)
* Crianças com AA com idade < 3 anos, exceto no subgrupo de crianças com contacto próximo com infeção confirmada por SGA

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10
Q

Amigdalite aguda - diagnóstico: TDAR (resultado)

A

POSITIVO:
* É considerado diagnóstico de AA por SGA nas crianças e/ou adolescentes sintomáticos
* Não precisa ser confirmado por cultura da orofaringe

NEGATIVO:
* Permite excluir o diagnóstico de AA por SGA, caso o teste apresente elevada sensibilidade (>90%)

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11
Q

Amigdalite aguda - diagnóstico: cultura da orofaringe para o SGA (indicações para realizar)

A
  • TDAR não disponível
  • TDAR negativo e baixa sensibilidade do teste confirmada na prática clínica
  • TDAR negativo e coabitante com infeção confirmada por SGA
  • TDAR negativo e história pessoal ou familiar de febre reumática aguda (FRA) ou glomerulonefrite pós-estreptocócica (GNPE)
  • Doente com hipersensibilidade tipo I aos β-lactâmicos, de forma a permitir a realização do
    antibiograma
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12
Q

Amigdalite aguda - diagnóstico: outros MCDTs

A
  • Títulos de anticorpos antiestreptocócicos
  • Hemograma e marcadores inflamatórios (PCR, VS)

Nota: não recomendados por rotina no diagnóstico da AA por SGA

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13
Q

Amigdalite aguda - tratamento independentemente da etiologia

A

Paracetamol ou ibuprofeno → recomendados no alívio da dor e/ou febre, nas crianças e adolescentes sintomáticos com AA independentemente da etiologia e do uso de antibióticos
(é analgésico e anti-inflamatório)

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14
Q

Amigdalite aguda - paracetamol

A

Via: oral/retal

Dose: 10-15 mg/kg/dose (máx 500 mg/dose)

Número de tomas: 6/6h (máx 5 doses/24h)

Duração: de acordo com a clínica

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15
Q

Amigdalite aguda - ibuprofeno

A

Via: oral/retal

Dose: 5-10 mg/kg/dose (máx 400 mg/dose)

Número de tomas: 8/8h

Duração: de acordo com a clínica

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16
Q

Amigdalite aguda - tratamento: antibioterapia obrigatória

A

Obrigatória em todas as crianças ou adolescentes sintomáticos com AA por SGA confirmada por TDAR e/ou cultura

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17
Q

Amigdalite aguda - tratamento: antibioterapia não indicada…

A

Não indicada nos portadores crónicas de SGA assintomáticos, exceto se:

  • Surtos de FRA, GNPE ou doença invasiva por SGA;
  • Antecedentes pessoais ou história familiar de FRA ou GNPE;
  • Múltiplos episódios sintomáticos de faringite por SGA comprovada ocorrendo na mesma família apesar de terapêutica adequada;
  • Surto de AA por SGA numa comunidade fechada
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18
Q

Amigdalite aguda - tratamento: 1ª linha

A

Amoxicilina, via oral

Dose: 50 mg/kg/dia (máx 1 g/dia)

nº de tomas 12/12h

duração 10 dias

19
Q

Amigdalite aguda - tratamento: alternativa 1ª linha

A

Penicilina G benzatínica, via I.M.

se peso < 27 kg = dose 600.000 U
se peso ≥27 kg = dose 1.200.000 U

Dose única

20
Q

Amigdalite aguda - tratamento: alergia à penicilina, hipersensibilidade de tipo 1

A

Claritromicina oral
- dose: 15 mg/kg/dia
(máx 1 g/dia)
- nº de tomas 12/12h
- duração: 10 dias

Eritromicina via oral
- dose: 50 mg/kg/dia
(máx 2 g/dia)
- nº de tomas: 6/6h ou 8/8h
- duração: 10 dias

Azitromicina via oral
- dose: 12 mg/kg/dia
(máx 500mg/dia)
- nº de tomas: 24h/24h
- duração: 5 dias

Clindamicina via oral
- dose 20 mg/Kg/dia
(máx. 1,8 g/dia)
- nº de tomas 8/8 h
- duração 10 dias

21
Q

Amigdalite aguda - tratamento: alergia à penicilina, hipersensibilidade não tipo 1

A

Cefadroxil via oral
- dose 30 mg/kg/dia
(máx 1 g/dia)
- nº de tomas 24h/24h
- duração 10 dias

Cefeprozil via oral
- dose: 30 mg/kg/dia
(máx. 2 g/dia)
- nº de tomas 12/12 h
- duração 10 dias

Cefuroxime-axetil via oral
- dose: 20 a 30 mg/kg/dia
(máx 1 g/dia)
- nº de tomas 12/12 h
- duração: 10 dias

22
Q

Amigdalite aguda - tratamento: portadores crónicos

A

Rifampicina (associação
com penicilina) via oral
- dose: 20 mg/kg/dia
(máx 600 mg/dia)
- nº de tomas 12/12 h
- duração: nos últimos 4 dias

23
Q

Amigdalite aguda - tratamento: TDAR

A

TDAR e/ou da cultura da orofaringe após o tratamento → não recomendados por rotina

24
Q

Amigdalite aguda - tratamento: rastreio de coabitantes

A

Exames de diagnóstico e tratamento empírico dos coabitantes assintomáticos dos doentes com AA por
SGA → não recomendados

25
Q

Amigdalite aguda - benefícios da antibioterapia na AA por SGA

A
  • Se iniciado nos primeiros 3 dias de doença → ↓ duração da sintomatologia em 16h e erradica o SGA da orofaringe em 24h
  • Atraso do início da terapêutica até aos 9 dias de doença → não aumenta o risco de FRA, de falência terapêutica ou de recidiva; nos casos duvidosos pode-se adotar uma atitude expectante até se saber o resultado do estudo microbiológico
  • ↓ incidência de FRA;
  • ↓ complicações supurativas (otite, sinusite aguda, abcessos peri-amigdalinos);
  • ↓ transmissão da doença → após 24h de terapêutica é praticamente nula;
  • Papel não claro na ↓ das outras complicações não supurativas (GNPE, PANDAS)
26
Q

Amigdalite aguda - algoritmo

A

Idade inferior a 3 anos: tratamento sintomático, exceto se coabitante com AA por SGA

Idade superior ou igual a 3 anos
- se epidemiologia e clínica sugestivas de amigdalite aguda por SGA: TDAR
. se TDAR positivo: ATB e tratamento sintomático
. se TDAR negativo: se tiver indicações para cultura e for positiva, ATB e tratamento sintomático; se cultura negativa ou não tiver indicações para cultura, fazer tratamento sintomático, exceto se coabitante com AA por SGA
- se epidemiologia e clínica sugestivas de AA vírica: tratamento sintomático, exceto se coabitante com AA por SGA

27
Q

Bronquiolite aguda - etiologia

A
  • VSR (vírus sincicial respiratório) → 75% dos casos
  • Outros: rinovírus, metapneumovírus, parainfluenza, adenovírus, influenza A e B, coronavírus e
    bocavírus
  • Co-infeção é frequente
28
Q

Bronquiolite aguda - sazonalidade

A
  • Novembro a abril
  • É possível a reinfeção na mesma época sazonal
29
Q

Bronquiolite aguda - clínica

A

Crianças < 23 meses com:
o Quadro inicial de coriza/sintomas nasais;
o Passadas 48-72 h: tosse seca, ↑ FR e SDR (tiragem) ou insuflação torácica; auscultação pulmonar com sibilos e/ou fervores;
o Ao 5º-6º dia: melhoria do quadro, sem complicações

Duração média: 3 – 7 dias

Sintomas respiratórios como tosse podem persistir até às 3 semanas (25% dos doentes)

30
Q

Bronquiolite aguda - clínica: fatores de risco

A

Idade < 6-12 semanas;

Prematuridade (< 37 semanas);

Doença cardíaca congénita, doença pulmonar crónica do lactente (displasia broncopulmonar, fibrose quística, doença pulmonar difusa ou congénita), doença neuromuscular ou neurológica grave, imunodeficiência ou síndrome de Down;

Exposição ao fumo do tabaco

31
Q

Bronquiolite aguda: avaliar a gravidade

A

o Pico de gravidade: 3º-5º dia

o Frequência respiratória (FR)

o Impacto na alimentação e grau de hidratação

o Presença de apneia (baseada na observação ou história sugestiva, sobretudo se idade < 6 semanas)

o Hipoxemia determinada por oxímetro de pulso

o Frequência cardíaca (FC)

o Estado de consciência

o Grau de dificuldade respiratória avaliada por tiragem, incapacidade para vocalização ou gemido
e grau de ventilação apreciado pela excursão torácica e auscultação pulmonar

32
Q

Bronquiolite aguda: avaliar a gravidade - ligeira

A

FR ≤ 50 cpm (se < 6M)
≤ 40 cpm (se ≥ 6M)

Tiragem ligeira

SpO2 ≥ 94%

Hidratação adequada

Sem dificuldade alimentar

33
Q

Bronquiolite aguda: avaliar a gravidade - moderada

A

FR 50-70 cpm (se < 6M)
40-50 cpm (se ≥ 6M)

Tiragem ligeira a moderada
Adejo nasal/Gemido
Apneia

SpO2 89-92%

Dificuldade alimentar

34
Q

Bronquiolite aguda: avaliar a gravidade - grave

A

FR > 70 cpm (se < 6M)
> 50 cpm (se ≥ 6M)

Tiragem global
Adejo nasal/Gemido
Apneia

SpO2 ≤ 88%

Desidratação

Letargia

Má perfusão periférica

35
Q

Bronquiolite aguda - algoritmo sobre gravidade

A

Ligeira, sem fatores de risco - domicílio

Ligeira, com fatores de risco; moderada ou grave - referenciação hospitalar

36
Q

Bronquiolite aguda - fatores que são indicação para internamento

A

Avaliar individualmente:
- Idade < 6 semanas;
- SpO2 ≤ 92%;
- Dificuldade respiratória moderada a grave ou em
agravamento e hipoxemia;
- Fatores de risco para maior gravidade;
- Dificuldade alimentar (<50%);
- Incapacidade dos familiares para prestação de cuidados e vigilância adequados ou dificuldade no acesso aos serviços de saúde

37
Q

Bronquiolite aguda - domicílio

A

Medidas de suporte:
- Desobstrução nasal (utilização de soro fisiológico nasal);
- Elevação da cabeceira da
cama/berço;
- Hidratação

Prevenção:
- Higienização das mãos;
- Limpeza das superfícies;
- Promover aleitamento materno

Oferecer folheto DGS

38
Q

Bronquiolite aguda - no internamento, quando dar O2?

A

Oxigénio:
- Se SpO2 ≤ 92%.
- Óculos/cânulas nasais ou máscara facial

39
Q

Bronquiolite aguda - no internamento, critérios para transferência para UCIP?

A
  • Incapacidade de manter SpO2 >90% ou pH ≤7,3
    em gasometria arterial ou capilar arterializada,
    com aportes crescentes de oxigénio;
  • Deterioração do estado clínico geral ou do
    estado de consciência (sinais crescentes de
    dificuldade/esforço respiratórios ou exaustão;
  • Apneias recorrentes ou bradicardia
40
Q

Bronquiolite aguda - tratamento não recomendado

A

o Broncodilatadores, incluindo salbutamol, adrenalina e brometo de ipratrópio;

o Soro salino hipertónico nebulizado;

o Corticoides (inalados ou sistémicos);

o Antibióticos;

o Fisioterapia respiratória;

o Humidificadores;

o Antitússicos, expetorantes, descongestionantes ou vasoconstritores sistémicos, antihistamínicos;

o Vasoconstritores nasais.

o Vapores e outras terapêuticas alternativas como a homeopatia;

o Heliox;

o Antileucotrienos

41
Q

Bronquiolite aguda - diagnóstico: não recomendado

A

o Radiografia de tórax, sem critérios de gravidade ou evidência de complicações;

o Gasometria, sem critérios de transferência para UCIP;

o Testes virulógicos com valor diagnóstico e prognóstico, imprecisos e sem um propósito
epidemiológico ou de controlo da infeção associada aos cuidados de saúde;

o Estudos laboratoriais (hemograma e PCR) ou bacteriológicos (cultura de secreções brônquicas,
hemocultura e urocultura), sem critérios de gravidade ou evidência de complicações

42
Q

Pneumonia adquirida na comunidade - definição

A

Infeção aguda do trato respiratório inferior

Adquirida fora do ambiente hospitalar: sem internamento nos 7 dias prévios ao diagnóstico ou
internamento há menos de 48h

43
Q
A