MGF1 - Urgência cirúrgica (terminado) Flashcards
Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: epidemiologia
Corresponde a 4% do trauma na Europa
o Arma branca ou de fogo
o Entrada de objetos no corpo
Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: as consequências clínicas…
Consequências clínicas dependem da energia transferida e local da lesão
Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: transferência de alta energia
Transferência de alta energia (projétil) – tecidos circundantes são afastados do trajeto → CAVITAÇÃO
o Destruição mecânica e funcional dos tecidos
o Leva pedações de roupa e outros materiais para a profundidade da ferida
o Orifício de saída é geralmente maior que o da entrada
Abordagem ao Politraumatizado - trauma fechado: epidemiologia
55% são acidentes de viação
▪ Impacto frontal
▪ Impacto traseiro
▪ Impacto lateral
▪ Impacto rotacional
▪ Capotamento
(apesar de cada um destes padrões ter variações, a
identificação precisa do tipo de impacto ocorrido fornece informação essencial para poder identificar eventuais lesões resultantes do evento
traumático)
17% são quedas
22% diversos (acidentes desportivos)
6% são agressões
Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para cima e sobre
Padrão “olho de boi” no para-brisas
A coluna pode ser comprimida ao longo do seu eixo ou angulada em hiperextensão ou hiperflexão
Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para cima e sobre: corpo projetado contra o volante
Pneumotórax! na sequência do fenómeno denominado “efeito saco de papel”, numa colisão à vítima, instintivamente inspira profundamente e sustem a respiração imediatamente antes do impacto
Isto conduz ao encerramento da glote e a uma selagem dos pulmões
Na sequência da compressão resultante do impacto, os pulmões podem literalmente romper como um saco de papel cheio de ar, que é subitamente apertado
Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para baixo e sob
A separação da articulação fémuro-tibial pode provocar lesão da artéria poplítea
Fémur como ponto de impacto e possíveis padrões de lesão
Abordagem ao politraumatizado - trauma: impacto frontal (mecanismo de lesão e potenciais lesões)
Impacto frontal:
* Volante danificado
* Marcas dos joelhos no tablier
* Fratura do pára-brisa
(“Olho de boi”)
Potenciais lesões:
* Lesão vertebro medular: cervical
* Lesões faciais
* Fratura da grelha costal anterior
* Vollet Costal: fratura de duas ou mais costelas contiguas em dois ou mais pontos
* Contusão Pulmonar (compressão do tecido pulmonar)
* Contusão do miocárdio (disrritmias)
* Pneumotórax
* Aneurisma/Disseção da Aorta: em especial na junção entre a porção móvel (aorta ascendente e arco aórtico) e a porção fixa (aorta descendente)
* Hemorragia intra-abdominal
* Lesão mesentérica (laceração e arrancamento dos pediculos dos órgãos
abdominais)
* Compressão e esmagamento de órgãos sólidos (fígado, baço, rins ou pâncreas)
* Rotura diafragmática e rotura de órgãos ocos (cólon), relacionadas com o aumento da pressão intra-abdominal.
* Laceração dos rins, fígado e baço (devido à desaceleração súbita). No caso do fígado o ligamento redondo pode literalmente seccionar o lobo esquerdo, condicionando hemorragia grave
* Fratura/Luxação do Joelho/Bacia
Abordagem ao politraumatizado - trauma: impacto traseiro (automóvel) - 2 exemplos de lesão
Lesão vertebro-medular - cervical
Lesão dos tecidos moles do pescoço
Abordagem ao politraumatizado: trauma - impacto lateral (possíveis lesões)
- Fraturas da clavícula
- Fratura de costelas
- Contusão pulmonar
- Compressão de órgãos sólidos (pneumotórax, laceração aorta)
- Fratura da bacia
- Lesões do baço ( ++ condutor)
- Lesões do fígado (++ passageiro)
- Fratura e luxações vertebrais
(e/ou medulares) - Lesões Crânio
Abordagem ao Politraumatizado – lesão oculta
A lesão oculta, que pode não ser óbvia em termos de exame primário, deve ser procurada baseando-se no
mecanismo de trauma e/ou a história associada fortemente sugestiva
Abordagem ao Politraumatizado – população com alto risco para lesão oculta
Abuso de álcool
Abuso de drogas
População idosa
Vítimas sob terapêutica anti-coagulante ou coagulopatia
Défices neurológicos ou doença psiquiátrica
Abordagem ao Politraumatizado - a abordagem inicial da vítima pressupõe
- Preparação (a caminho do local de ocorrência –após o acionamento do meio de emergência do CODU)
- Avaliação do local e segurança
- 1ª preocupação: segurança da vítima, da equipa e/ou terceiros
- Vítima de doença súbita ou vítima de trauma
▪ Ex. carro parado na estrada, sinais de trauma; vítima com hipoglicemia) - Avaliação Primária
- Avaliação Secundária
- Transporte
o O mais precocemente possível
o Reavaliar a vítima, regularmente, seguindo o esquema ABCDE
Diferenças entre abordagem da vítima em situações do foro médico ou em situações de trauma
Considera-se que as situações médicas requerem 80% de inquérito e 20% de exame objetivo enquanto que em situações de trauma serão necessários 20% de inquérito e 80% de exame objetivo
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: passos
Airway
- Via aérea com controlo cervical
Breathing
- Ventilação e oxigenação
Circulation
- Circulação com controlo da hemorragia externa
Disability
- Estado neurológico
Exposure
- Exposição com controlo da temperatura
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: para classificação da vítima em…
Vítima crítica ou não crítica
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: a avaliação inicial deve demorar…
Apenas 60 a 90 segundos
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: abordagem
Qualquer condição com risco de vida deve ser imediatamente abordada e, se possível, resolvida antes de continuar o processo de avaliação (avaliação vertical)
Não deverá avançar para o passe seguinte sem antes resolver a condição que põe em risco a vida
- EXCEÇÃO: hemorragia exsanguinante → A prioridade é o controlo imediato através da compressão manual direta ou com uso de garrote, caso a primeira se revele ineficaz
Em TRAUMA, a decisão de categorizar a vítima como crítica…
Em TRAUMA, a decisão de categorizar a vítima como crítica deverá ter por base não só a avaliação ABCDE, mas também o mecanismo de lesão
Os seguintes mecanismos podem potenciar e/ou aconselhar a que a vítima seja abordada como crítica: (6)
Impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pélvis
Incidente de aceleração e/ou desaceleração súbita (colisões, explosões e outros, sobretudo se resultante desse incidente existir alguma vítima cadáver)
Queda superior a 3x a altura da vítima
Queda que envolva impacto com a cabeça
Projeção ou queda de qualquer meio de transporte motorizado ou a propulsão
Acidentes de mergulho em águas rasas
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: A (airway)
Assegurar permeabilidade da Via aérea
o Imobilização cervical
▪ Colar cervical – alinhamento anatómico, tração e
imobilização da coluna cervical após exame da região.
o Subluxação da mandíbula (se suspeita de lesão medular)
o Aspiração da orofaringe, extração de corpos estranhos
o Tubo de Guedel (orofaríngeo)/Tubo endotraqueal
▪ Sem colar mas com imobilização manual da cabeça e pescoço;
▪ CI: intubação nasotraqueal (fratura da base do crânio)
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: B (breathing)
- VOS – ver, ouvir, sentir (se inconsciente)
- Manutenção da oxigenação adequada
o Garantir SatO2> 95% (no doente crítico, aceita-se >92%)
o Se grávida, SatO2>97% - Avaliação seriada
o Inspeção
o Auscultação
o Percussão
o Palpação (dor, enfisema SC) - Avaliação para excluir situações potencialmente fatais:
- obstrução da via aérea, pneumotórax, hemotórax, retalho costal, lesão diafragmática com herniação
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: C (circulation)
- Avaliação
o Pulso
▪ taquicardia como sinal precoce de hipovolemia
o Temperatura e coloração da pele
▪ hipotermia, sudorese e palidez
o Preenchimento capilar
▪ leito ungueal
o Pressão Arterial
o Estado de consciência
▪ Agitação como sinal de hipovolemia - Pesquisar hemorragias + controlo hemorragia
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: D (disability)
- Escala Coma Glasgow
- Exame pupilar
o Tamanho
o Simetria
o Reatividade à luz - Função motora (lateralização da resposta)
- Se trauma vertebro-medular → avaliar nível de lesão
- Imobilização
o Colar cervical (retirar SÓ quando chegar à sala de
Radiologia)
o Imobilizadores laterais da cabeça
o Plano duro
Escala de coma de Glasgow
Abertura ocular
- espontânea: 4
- à voz: 3
- à dor: 2
- nenhuma: 1
Resposta verbal
- orientada: 5
- confusa: 4
- palavras inapropriadas: 3
- palavras incompreensíveis: 2
- nenhuma: 1
Resposta motora
- obedece comandos: 6
- localiza dor: 5
- movimento de retirada: 4
- flexão anormal: 3
- extensão anormal: 2
- nenhuma: 1
Total máximo: 15
Total mínimo: 3
Intubação: 8
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: E (exposure)
- Expor a totalidade da superfície corporal, sem esquecer a dignidade do doentes
- Procurar lesões que tenham passado despercebidas
- Evitar hipotermia
Algoritmo de avaliação primária, no adulto
se sim:
Consciente, orientado e colaborante: iniciar questionário dirigido
(CHAMU)
-
AIRWAY: Permeabilizar a VA com controlo da coluna cervical
. (SE TRAUMA) Estabilidade Cervical - Pesquisar: cavidade oral; sinais de obstrução da via aérea
. Permeabilizar a VA: Remover corpos estranhos, Aspirar, Posicionamento (subluxação da mandíbula no trauma; extensão da cabeça e elevação do mento), uso de adjuvantes básicos da VA (Nasofaríngeo, Guedel)
Se OVA: Algoritmo de desobstrução da VA (SBV)
Se vítima crítica informar CODU
-
BREATHING Ventilação e Oxigenação
. Pesquisar: Ventilação e Ruidos Respiratórios (VOS)?
Inspecionar e Palpar Tórax: Avaliar a qualidade da respiração (FR, amplitude, ritmo), movimentos simétricos da parede torácica? Estabilidade da parede
torácica? Deformidades e/ou Crepitações? Uso de músculos acessórios? (adejo nasal, uso excessivo de músculos abdominais, Tiragem das cavidades supra-esternais, espaços intercostais, supra-claviculares e área subcostal?
Monitorizar (se disponível): SpO2
. Oxigenoterapia (garantir SpO2
≥ 95%, se grávida SpO2
≥97%, se DPOC SpO2 entre 88-92%),
Ventilação assistida (8cr/min < FR > 35cr/min),
Suspeitar de situações com risco de vida; Se vítima crítica informar CODU
-
CIRCULATION Assegurar a circulação com controlo da hemorragia
. Pesquisar: identificar Hemorragias Externas, suspeitar de hemorragia oculta (abdómen, pélvis, fémur, úmero), Tempo preenchimento capilar, Pulsos palpável (central e periférico)
Observar: Pele (temperatura, humidade e coloração)
Monitorizar (se disponível): FC, PA
. Posicionamento da vitima (Dorsal, semi-sentada, sentada; Se grávida: decúbito lateral ou lateralizar plano 30º para a esquerda ou deslocar manualmente o útero); Controlar hemorragia, Iniciar estabilização de fraturas
Se vítima crítica informar CODU
- DISABILITY Disfunção neurológica
. Avaliar: Pupilas (tamanho e reatividade), escala AVDS, deficits sensório motores?
Pesquisar ativamente critérios de inclusão na VVAVC
Avaliar Glicemia capilar
. Corrigir situações de hipoglicemia
Se AVDS=D ou S Vigiar permeabilidade da VA
Se vítima crítica informar CODU
-
EXPOSURE Exposição com controlo da temperatura
. Controlo da Temperatura e Privacidade da vitima
Pesquisar: outras lesões
Marca o inicio da avaliação secundária
. Remover roupa, prevenir hipotermia, Imobilizações e Tratamento de feridas
Se vítima crítica informar CODU
Avaliação secundária - não - vítima crítica? identificar até 90 segundos - sim: solicitar apoio diferenciado CODU, se possível após completar ABC
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: quando iniciar?
A avaliação secundária só deve iniciar-se após conclusão da avaliação primária, em vítimas estáveis demonstrando normalização de sinais vitais (quando alterações de ventilação e hipovolemia controladas)
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: inclui
Parâmetros vitais
Recolha de informação - CHAMU
o C- Circunstâncias do acidente
o H- Hx anterior de doenças e/ou gravidez
o A – Alergias
o M – Medicação habitual
o U – Última refeição
Observação geral e sistematizada
▪ Cabeça e pescoço
▪ Tórax
▪ Abdómen
▪ Bacia e períneo
▪ Membros superiores e inferiores
▪ Dorso e superfícies posteriores
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: grávida
No caso da grávida, evitar o síndrome de hipotensão supina (compressão aorto-cava) através do seu posicionamento em decúbito lateral, elevando a anca direita ou realizando rotação manual do útero
Se em plano duro rotação de 15º-30º para a esquerda
Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: vítima de trauma penetrante
Na vítima de trauma penetrante (ex. tiro), a região posterior deve ser precocemente avaliada (ainda durante a avaliação primária), com o objetivo de identificar eventuais lesões que colocam em risco a vida
Avaliação secundária - resumo
- Quantificar parâmetros vitais: PA, FR, FC, oximetria, (Re) Avaliar Dor
- Concluir recolha de informação: CHAMU
- Exame físico sistematizado
Avaliação secundária - crânio, face e pescoço
Palpar: contusões, lacerações, depressões, abrasões, hematomas, equimoses, edemas, eritema, enfisema subcutâneo, crepitações
Inspecionar: simetria da face, pupilas (tamanho e reatividade à luz), distensão das jugulares, estabilidade/ desvio da traqueia
Trauma:
- Palpar/Pesquisar: Crânio, Face (nariz, boca, região interna e posterior das orelhas, órbitas), região
cervical posterior;
- Inspecionar: perda de liquido pelo nariz/olhos/ouvidos, instabilidade dos ossos da face, Hematomas
retro-auriculares e peri-orbitais, rouquidão da voz
Avaliação secundária - tórax
Inspecionar e Palpar: Enfisema, Crepitações, Expansão torácica e simetria, Cicatrizes, medicação transdérmica, dispositivos médicos implantados (pacemaker definitivo, CDI e outros)
Trauma:
- Inspecionar e Palpar: Clavículas e Tórax (Instabilidade Torácica? Fratura de Esterno? Instabilidade da
grelha costal (movimentos paradoxais da parede torácica)? Feridas abertas?
Avaliação secundária - abdómen
Inspecionar e Palpar: cicatrizes, distensão abdominal (mulher grávida?), descoloração, palpar quadrantes
abdominais (rigidez? mole/depressível? dor?), sinais de lesão interna (contusões, abrasões e outros)?
Avaliação secundária - bacia e períneo
Inspecionar e Palpar: abrasões, lacerações , contusões, incontinência intestinal e vesical, Períneo
(hemorragia rectal ou genital)
Trauma:
- Inspecionar e Palpar: Dor? Crepitações? instabilidade da cintura pélvica? Períneo (Priapismo? Hematomas?)
Avaliação secundária - extremidades
Inspecionar e Palpar: evidências de trauma (crepitações, dor, movimentos anormais dos ossos e articulações), equimose, eritema (não usual), coloração função sensório-motor e pulso distal de cada membro (comparando bilateralmente). Avaliar: Mobilidade, Força e Sensibilidade bilateralmente
Trauma:
- Inspecionar e Palpar cada membro desde a sua raiz à extremidade: Encurtamento de membro? Exposição de topos ósseos? Dor? Rotação (externa/interna)?
Avaliação secundária - dorso e superfícies posteriores
(ROLAMENTO) Inspecionar e Palpar: dor, contusões, hematomas, feridas, abrasões, Coluna
(deformidades, crepitação)
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): as lesões que podem estar presentes nos TCE são: (6)
As lesões que podem estar presentes nos TCE são:
o Hematomas do couro cabeludo
o Feridas no couro cabeludo
o Fraturas do crânio com ou sem afundamento
o Perfurações intracranianas
o Hemorragias intracranianas
o Edema cerebral
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): quando suspeitar?
A presença de traumatismos associados, nomeadamente acima da clavícula, deve fazer suspeita de TCE!
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): oxigenoterapia
Nos TCE, a administração de O2 é MANDATÓRIA (risco de hipoxia)
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): 5 sinais sugestivos
Anisocoria
Equimose peri-orbitária
Deformidade do crânio
Sangue/LCR/ massa encefálica nos ouvidos ou no nariz
Equimose retro-auricular
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): abordagem da vítima
Abordar a vítima, imobilizando a cabeça em posição neutra e assumindo sempre a possibilidade de coexistir TVM (traumatismo vertebro-medular)
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): verificar rapidamente
No caso particular do TCE, deve ser rapidamente verificada a existência de feriadas cranianas, hematomas peri-orbitários
e perdas de líquor (LCR), massa encefálica ou hemorragias pelos ouvidos ou nariz
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): sinais de hipertensão intracraniana
Sinais de Hipertensão Intra-Craniana:
* alterações do estado de consciência, cefaleia, náusea, vómito, ventilação irregular, bradicardia, HTA
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): convulsões
Estar preparado para a ocorrência de convulsões
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): exposição de massa encefálica
Exposição de massa encefálica: cobrir suavemente (sem comprimir) com compressas secas. Os objetos empalados não
devem ser removidos
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): fraturas com afundamento e hemorragia associada
Fraturas com afundamento e hemorragia associada: NÃO EXERCER pressão na zona do afundamento
Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): abordagem cervical
Permeabilizar a via aérea com estabilização cervical (através da subluxação ou elevação do maxilar inferior na vítima
inconsciente)
Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): a maioria resulta de…
Maioria resulta de acidentes de viação (~50%)
o Quedas, lesões penetrantes (arma branca), lesões desportivas
Todas as vítimas inconscientes após acidente…
Todas as vítimas inconscientes após acidente deverão ser tratadas como traumatizados vertebro-medulares
Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): paragem respiratória
Em lesões cervicais, pode ocorrer paragem respiratória, mesmo algum tempo após o acidente, porque o edema, que se vai instalando progressivamente, pode afetar zonas mais altas que as atingidas diretamente pelo traumatismo
Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): objetivo principal
Impedir que a vítima se mova, mantendo um perfeito alinhamento da coluna (segundo o eixo nariz, umbigo e pés)
Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): garantir…
Garantir estabilização, alinhamento e imobilização!! → COLAR CERVICAL é fundamental!!!
o Estas vítimas nunca devem ser mobilizadas sem que estejam totalmente imobilizadas (colete de extração, plano duro com imobilizadores laterais da cabeça), exceto se houver perigo de vida no local onde se encontram, ou se
houver necessidade de iniciar manobras de suporte de vida
Avaliação Secundária – Trauma torácico: as fraturas das últimas costelas ou indícios de traumatismo na base do tórax devem levantar a suspeita de…
As fraturas das últimas costelas ou indícios de traumatismo na base do tórax devem levantar a suspeita de existência de lesões intra-abdominais, particularmente a nível do baço e fígado
Avaliação Secundária – Trauma torácico: 2 principais tipos de traumatismo
Aberto
e
Fechado - 85%
Avaliação Secundária – Trauma torácico: trauma aberto
Armas de fogo
- orifício de entrada
- orifício de saída (maior)
Objeto empalado
- nunca tentar a remoção
Avaliação Secundária – Trauma torácico: trauma fechado
Marcas
Equimoses
Abrasões
Avaliação Secundária – Trauma torácico: 5 situações potencialmente fatais
(crucial identificar)
Pneumotórax aberto
Pneumotórax hipertensivo
Hemotórax maciço
Tamponamento cardíaco
Vollet costal (retalho costal móvel)
Avaliação Secundária – Trauma torácico: pneumotórax aberto
Na inspeção: constata-se ferida que produz um ruído característico (aspiração) que acompanha os movimentos
respiratórios
Selar imediatamente a ferida com penso estéril que impeça a passagem de ar.
Introduzir dreno torácico ipsilateral, mas noutro espaço intercostal
Em poucos minutos pode evoluir para pneumotórax hipertensivo
Avaliação Secundária – Trauma torácico: pneumotórax hipertensivo
Diagnóstico clínico e impõe ação imediata
▪ Dispneia + desvio da traqueia + choque + distensão das veias do pescoço + cianose que evoluem rapidamente
▪ Descompressão imediata com agulha14 ou 16G, montada em seringa, inserida na perpendicular à parede
torácica ao nível do 2º EIC na linha médio-clavicular
Avaliação Secundária – Trauma torácico: hemotórax maciço
Tratamento inicial: reposição de volume e descompressão da cavidade torácica com introdução de um dreno
pleural no 5º EIC entre a linha axilar anterior e média
Toracotomia
Avaliação Secundária – Trauma torácico: tamponamento cardíaco
Resulta mais frequentemente de ferida penetrante no pré-córdio
Tratamento inicial deve ser a toracotomia
Avaliação Secundária – Trauma torácico: vollet costal (retalho costal móvel)
Fratura de > 1 costela em > 1 ponto (segmento não têm continuidade óssea com o resto da caixa torácica)
Movimento paradoxal: para dentro durante a inspiração e para fora na expiração, patognomónico desta lesão.
A gravidade desta situação geralmente não resulta deste movimento paradoxal mas sim da contusão pulmonar
subjacente, que condiciona hipóxia.
Estabilizar o retalho costal: posicionar a vítima em decúbito lateral sobre o lado afetado, caso seja possível;
também pode ser tentada a imobilização com a aplicacão de pressão manual firme e constante
Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: controlo da hemorragia
Dificuldade em controlar hemorragia em contexto pré-hospitalar
Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: o mais importante é…
O mais importante é estabilizar sinais vitais e transporte rápido para o hospital
Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: 2 tipos de trauma
Fechado
Aberto
Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: trauma fechado
Contusões e equimoses na base do tronco a esq, especialmente se hipotensão → Pensar em rutura do baço
Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: trauma aberto
Objetos empalados
▪ Nunca devem ser retirados
Evisceração
▪ Tentar manter a vitima calma de forma a evitar o aumento da pressão abdominal
▪ Aplicar sobre o conteúdo eviscerado compressas esterilizadas humedecidas, preferencialmente com
soro aquecido
▪ Não tentar reintroduzir as vísceras na cavidade abdominal
Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: gravidade
Fraturas da bacia podem ser graves devido às elevadas perdas hemorrágicas→ pode haver choque hipovolémico
sem foco externo de hemorragia
Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: imobilização
A imobilização destas fraturas deve ser feita em maca de vácuo e o transporte até ao hospital deve ser o mais suave possível
Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: técnica de levantamento
Técnicas de levantamento em plano duro e não rolamento
Avaliação Secundária – Hemorragias: medidas
Em todas as hemorragias devem ser tomadas medidas decisivas e rápidas
Avaliação Secundária – Hemorragias: métodos para controlar hemorragias
Pressão direta (no local da hemorragia)
▪ Não aplicar em zonas de fratura ou se objetos empalados na zona da hemorragia
▪ Nunca retirar as primeiras compressas → colocar mais por cima
Garrote (tratamento de 2ª linha: sem pressão direta não funciona – garrotar);
Métodos de 3ª linha (caso os anteriores não estejam a resolver a situação):
▪ Elevação do membro (contraindicado, se trauma associado)
▪ Pressão indireta (compressão à distância)
Avaliação Secundária – Fraturas: associadamente
Identificar e controlar hemorragias associadas
Avaliação Secundária – Fraturas: estimativa de perdas de sangue
Efetuar uma estimativa aproximada das perdas de sangue associadas a fraturas fechadas
o Úmero: - 0,5 a 1L
o Ossos da perna: 0,5 a 1L
o Fémur: 1 a 2,5L
o Bacia até 5L
Avaliação Secundária – Fraturas: imobilização do membro
Imobilizar membro com fratura (s):
o Na sequência:
▪ 1ª tracionar
▪ 2º alinhar
▪ 3ª imobilizar
o Se fratura exposta: lavar ferida abundantemente com soro fisiológico antes de imobilizar fratura
Avaliação Secundária – Fraturas: avaliação da perfusão
Avaliar repetidamente a perfusão do membro imobilizado
Avaliação Secundária – Trauma ocular
Se o corpo estranho se aloja no globo ocular, NÃO SE DEVE tentar retirar o objeto.
Deve-se evitar que o penso faça compressão no globo ocular
Tapar também o outro olho (mais cómodo; mantém os dois olhos em repouso)
Fios de sutura - características: quanto à natureza
Orgânicos
e
Sintéticos
Fios de sutura - características: quanto a propriedades inerentes
Configuração:
* Monofilamentos
* Multifilamentos
Reação tecidual
Força de tensão
Manuseabilidae
* Memória
* Elasticidade
* Tensão de nós
Fios de sutura - características: quanto à reabsorbilidade
- Reabsorvível
- Não reabsorvível
Fios de sutura - características: configuração
É uma propriedade inerente
A configuração refere-se ao número de camadas que compõem o fio
- monofilamentos
- multifilamentos
Fios de sutura - características: configuração (monofilamentos)
Menor risco de infeção
Menor traumatismo tecidular
Manuseamento e nós devem ser realizados com cuidado → danificação do fio pode conduzir a falência da sutura
Fios de sutura - características: configuração (multifilamentos)
Maior força tênsil
Mais flexíveis
Mais fáceis de manusear
Maior capacidade → Risco de infeção aumentado
Frequentemente revestidos para diminuir risco de infeção e traumatismo tecidular
Fios de sutura - características: não reabsorvível
Mantém a sai força de tensão após os primeiros 60 dias
Reação tecidular de encapsulamento do fio por fibroblastos → se encerramento da pele, pontos devem ser retirados antes da re-epitelização da pele (7-10 dias)
▪ Caso não sejam removidos atempadamente, cosmética da ferida será inferior
Fios de sutura - características: reabsorvível
Perde a maioria da sua força de tensão nos primeiros 60 dias → providenciam suporte temporário até a
ferida conseguir suportar o stress normal
Hidrólise (fios sintéticos) ou proteólise (fios orgânicos)
Taxa de reabsorção ≠ Perda de força de tensão
Revestimentos químicos (ex.: sais crómio) podem diminuir a taxa de reabsorção
Fios de sutura - características: reabsorvível ou não, qual o ideal
Reabsorvível, parece ser o ideal:
▪ Baixa reatividade tecidular
▪ Alta força de tensão
▪ Baixa taxa de reabsorção
▪ Tensão de nó confiável
Fios de sutura reabsorvíveis - material: poliplecaprona 25 (monocryl)
Natureza/configuração - sintético monofilamentar
Força tensão previsível - 21 a 28 dias
Memória - baixa
Reação tecidular - baixa
Duração média (dias) - 90 a 120
Utilização - encerramento subcuticular, tecidos profundos contaminados
Fios de sutura reabsorvíveis - material: polidiaxanona (PDS II)
Natureza/configuração - sintético monofilamentar
Força tensão previsível - 60 a 90 dias
Memória - baixa
Reação tecidular - baixa
Duração média (dias) - até 180
Utilização - tecidos moles (profundos)
Fios de sutura reabsorvíveis - material: poliglactina 910 (vycril)
Natureza/configuração - sintético multifilamentar
Força tensão previsível - 28 a 35 dias
Memória - baixa
Reação tecidular - baixa
Duração média (dias) - 56 a 70
Utilização - tecidos moles profundos, laqueações de vasos, leito ungueal, cavidade oral
3 tipos de fios reabsorvíveis
Poliglecaprona 25 (Monocryl)
Polidiaxanona (PDS II)
Poliglactina 910 (Vycril)
2 tipos de fios não reabsorvíveis monofilamentares
Nylon (Ethilon, Dermalon)
Polipropileno (Prolene, Surgilene)
Fios de sutura não reabsorvíveis monofilamentares - material: nylon (ethilon, dermalon)
Natureza e configuração - sintéticos, monofilamentares
Força tensão previsível - elevada
Memória - elevada
Elasticidade - alta
Reação tecidular - baixa
Utilização - pele
Fios de sutura não reabsorvíveis monofilamentares - material: polipropileno (prolene, surgilene)
Natureza e configuração - sintéticos, monofilamentares
Força tensão previsível - elevada
Memória - elevada
Elasticidade - elevada
Reação tecidular - baixa
Utilização - pele, feridas contaminadas/ infetadas, minimiza extrusão da sutura
Fio para a maioria das feridas ligeiras que possam surgir no centro de saúde
Prolene - útil para a maior parte das feridas ligeiras que
possam surgir no Centro de Saúde
2 tipos de fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares
Seda (seda, mersilk)
Poliester revestido com polibutilato (ethibond)
Fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares - material: seda (seda, mersilk)
Natureza e configuração - orgânicos, multifilamentares
Força de tensão previsível - baixa, pouco previsível
Memória baixa
Reação tecidular - elevada
Utilização - pouco usada, melhor manuseabilidade
Fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares - material: poliéster revestido com polibutilato (ethibond)
Natureza e configuração - sintéticos, multifilamentares
Força de tensão previsível - superior
Reação tecidular - baixa
Utilização - anastomose de vasos, colocação de material protésico
Fios de sutura – calibre do fio
Quantos mais zeros, menor o diâmetro do fio!
De maior para menor diâmetro:
3 - 2 - 1 - 0 - 2.0 - 3.0 - 4.0 - 5.0 - 6.0 - 7.0 - 8.0 - 9.0 - 10.0 - 11.0 - 12.0
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: na face
Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 4-5/0; 5-6/0
Retirar pontos: 5 dias
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no couro cabeludo
Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 3-4/0
Retirar pontos: 7 a 14 dias
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no tronco
Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 3-4/0
Retirar pontos: 10 a 14 dias
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no membro superior
Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 3-4/0
Retirar pontos: 7 dias
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: na mão
Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 4-6/0
Retirar pontos: rever em 5-7 dias
Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no membro inferior
Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível
Calibre: 3-4/0
Retirar pontos: 8-10 dias