MGF1 - Urgência cirúrgica (terminado) Flashcards

1
Q

Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: epidemiologia

A

Corresponde a 4% do trauma na Europa
o Arma branca ou de fogo
o Entrada de objetos no corpo

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2
Q

Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: as consequências clínicas…

A

Consequências clínicas dependem da energia transferida e local da lesão

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3
Q

Abordagem ao politraumatizado - trauma penetrante: transferência de alta energia

A

Transferência de alta energia (projétil) – tecidos circundantes são afastados do trajeto → CAVITAÇÃO
o Destruição mecânica e funcional dos tecidos
o Leva pedações de roupa e outros materiais para a profundidade da ferida
o Orifício de saída é geralmente maior que o da entrada

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4
Q

Abordagem ao Politraumatizado - trauma fechado: epidemiologia

A

55% são acidentes de viação
▪ Impacto frontal
▪ Impacto traseiro
▪ Impacto lateral
▪ Impacto rotacional
▪ Capotamento
(apesar de cada um destes padrões ter variações, a
identificação precisa do tipo de impacto ocorrido fornece informação essencial para poder identificar eventuais lesões resultantes do evento
traumático)

17% são quedas

22% diversos (acidentes desportivos)

6% são agressões

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5
Q

Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para cima e sobre

A

Padrão “olho de boi” no para-brisas

A coluna pode ser comprimida ao longo do seu eixo ou angulada em hiperextensão ou hiperflexão

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6
Q

Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para cima e sobre: corpo projetado contra o volante

A

Pneumotórax! na sequência do fenómeno denominado “efeito saco de papel”, numa colisão à vítima, instintivamente inspira profundamente e sustem a respiração imediatamente antes do impacto

Isto conduz ao encerramento da glote e a uma selagem dos pulmões

Na sequência da compressão resultante do impacto, os pulmões podem literalmente romper como um saco de papel cheio de ar, que é subitamente apertado

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7
Q

Abordagem ao politraumatizado: Impacto frontal - para baixo e sob

A

A separação da articulação fémuro-tibial pode provocar lesão da artéria poplítea

Fémur como ponto de impacto e possíveis padrões de lesão

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8
Q

Abordagem ao politraumatizado - trauma: impacto frontal (mecanismo de lesão e potenciais lesões)

A

Impacto frontal:
* Volante danificado
* Marcas dos joelhos no tablier
* Fratura do pára-brisa
(“Olho de boi”)

Potenciais lesões:
* Lesão vertebro medular: cervical
* Lesões faciais
* Fratura da grelha costal anterior
* Vollet Costal: fratura de duas ou mais costelas contiguas em dois ou mais pontos
* Contusão Pulmonar (compressão do tecido pulmonar)
* Contusão do miocárdio (disrritmias)
* Pneumotórax
* Aneurisma/Disseção da Aorta: em especial na junção entre a porção móvel (aorta ascendente e arco aórtico) e a porção fixa (aorta descendente)
* Hemorragia intra-abdominal
* Lesão mesentérica (laceração e arrancamento dos pediculos dos órgãos
abdominais)
* Compressão e esmagamento de órgãos sólidos (fígado, baço, rins ou pâncreas)
* Rotura diafragmática e rotura de órgãos ocos (cólon), relacionadas com o aumento da pressão intra-abdominal.
* Laceração dos rins, fígado e baço (devido à desaceleração súbita). No caso do fígado o ligamento redondo pode literalmente seccionar o lobo esquerdo, condicionando hemorragia grave
* Fratura/Luxação do Joelho/Bacia

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9
Q

Abordagem ao politraumatizado - trauma: impacto traseiro (automóvel) - 2 exemplos de lesão

A

Lesão vertebro-medular - cervical

Lesão dos tecidos moles do pescoço

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10
Q

Abordagem ao politraumatizado: trauma - impacto lateral (possíveis lesões)

A
  • Fraturas da clavícula
  • Fratura de costelas
  • Contusão pulmonar
  • Compressão de órgãos sólidos (pneumotórax, laceração aorta)
  • Fratura da bacia
  • Lesões do baço ( ++ condutor)
  • Lesões do fígado (++ passageiro)
  • Fratura e luxações vertebrais
    (e/ou medulares)
  • Lesões Crânio
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11
Q

Abordagem ao Politraumatizado – lesão oculta

A

A lesão oculta, que pode não ser óbvia em termos de exame primário, deve ser procurada baseando-se no
mecanismo de trauma e/ou a história associada fortemente sugestiva

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12
Q

Abordagem ao Politraumatizado – população com alto risco para lesão oculta

A

Abuso de álcool

Abuso de drogas

População idosa

Vítimas sob terapêutica anti-coagulante ou coagulopatia

Défices neurológicos ou doença psiquiátrica

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13
Q

Abordagem ao Politraumatizado - a abordagem inicial da vítima pressupõe

A
  1. Preparação (a caminho do local de ocorrência –após o acionamento do meio de emergência do CODU)
  2. Avaliação do local e segurança
    - 1ª preocupação: segurança da vítima, da equipa e/ou terceiros
    - Vítima de doença súbita ou vítima de trauma
    ▪ Ex. carro parado na estrada, sinais de trauma; vítima com hipoglicemia)
  3. Avaliação Primária
  4. Avaliação Secundária
  5. Transporte
    o O mais precocemente possível
    o Reavaliar a vítima, regularmente, seguindo o esquema ABCDE
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14
Q

Diferenças entre abordagem da vítima em situações do foro médico ou em situações de trauma

A

Considera-se que as situações médicas requerem 80% de inquérito e 20% de exame objetivo enquanto que em situações de trauma serão necessários 20% de inquérito e 80% de exame objetivo

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15
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: passos

A

Airway
- Via aérea com controlo cervical

Breathing
- Ventilação e oxigenação

Circulation
- Circulação com controlo da hemorragia externa

Disability
- Estado neurológico

Exposure
- Exposição com controlo da temperatura

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16
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: para classificação da vítima em…

A

Vítima crítica ou não crítica

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17
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: a avaliação inicial deve demorar…

A

Apenas 60 a 90 segundos

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18
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: abordagem

A

Qualquer condição com risco de vida deve ser imediatamente abordada e, se possível, resolvida antes de continuar o processo de avaliação (avaliação vertical)

Não deverá avançar para o passe seguinte sem antes resolver a condição que põe em risco a vida
- EXCEÇÃO: hemorragia exsanguinante → A prioridade é o controlo imediato através da compressão manual direta ou com uso de garrote, caso a primeira se revele ineficaz

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19
Q

Em TRAUMA, a decisão de categorizar a vítima como crítica…

A

Em TRAUMA, a decisão de categorizar a vítima como crítica deverá ter por base não só a avaliação ABCDE, mas também o mecanismo de lesão

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20
Q

Os seguintes mecanismos podem potenciar e/ou aconselhar a que a vítima seja abordada como crítica: (6)

A

Impacto violento na cabeça, pescoço, tronco ou pélvis

Incidente de aceleração e/ou desaceleração súbita (colisões, explosões e outros, sobretudo se resultante desse incidente existir alguma vítima cadáver)

Queda superior a 3x a altura da vítima

Queda que envolva impacto com a cabeça

Projeção ou queda de qualquer meio de transporte motorizado ou a propulsão

Acidentes de mergulho em águas rasas

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21
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: A (airway)

A

Assegurar permeabilidade da Via aérea

o Imobilização cervical
▪ Colar cervical – alinhamento anatómico, tração e
imobilização da coluna cervical após exame da região.

o Subluxação da mandíbula (se suspeita de lesão medular)

o Aspiração da orofaringe, extração de corpos estranhos

o Tubo de Guedel (orofaríngeo)/Tubo endotraqueal
▪ Sem colar mas com imobilização manual da cabeça e pescoço;
▪ CI: intubação nasotraqueal (fratura da base do crânio)

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22
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: B (breathing)

A
  • VOS – ver, ouvir, sentir (se inconsciente)
  • Manutenção da oxigenação adequada
    o Garantir SatO2> 95% (no doente crítico, aceita-se >92%)
    o Se grávida, SatO2>97%
  • Avaliação seriada
    o Inspeção
    o Auscultação
    o Percussão
    o Palpação (dor, enfisema SC)
  • Avaliação para excluir situações potencialmente fatais:
  • obstrução da via aérea, pneumotórax, hemotórax, retalho costal, lesão diafragmática com herniação
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23
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: C (circulation)

A
  • Avaliação
    o Pulso
    ▪ taquicardia como sinal precoce de hipovolemia
    o Temperatura e coloração da pele
    ▪ hipotermia, sudorese e palidez
    o Preenchimento capilar
    ▪ leito ungueal
    o Pressão Arterial
    o Estado de consciência
    ▪ Agitação como sinal de hipovolemia
  • Pesquisar hemorragias + controlo hemorragia
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24
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: D (disability)

A
  • Escala Coma Glasgow
  • Exame pupilar
    o Tamanho
    o Simetria
    o Reatividade à luz
  • Função motora (lateralização da resposta)
  • Se trauma vertebro-medular → avaliar nível de lesão
  • Imobilização
    o Colar cervical (retirar SÓ quando chegar à sala de
    Radiologia)
    o Imobilizadores laterais da cabeça
    o Plano duro
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25
Q

Escala de coma de Glasgow

A

Abertura ocular
- espontânea: 4
- à voz: 3
- à dor: 2
- nenhuma: 1

Resposta verbal
- orientada: 5
- confusa: 4
- palavras inapropriadas: 3
- palavras incompreensíveis: 2
- nenhuma: 1

Resposta motora
- obedece comandos: 6
- localiza dor: 5
- movimento de retirada: 4
- flexão anormal: 3
- extensão anormal: 2
- nenhuma: 1

Total máximo: 15

Total mínimo: 3

Intubação: 8

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26
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Primária: E (exposure)

A
  • Expor a totalidade da superfície corporal, sem esquecer a dignidade do doentes
  • Procurar lesões que tenham passado despercebidas
  • Evitar hipotermia
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27
Q

Algoritmo de avaliação primária, no adulto

A

se sim:
Consciente, orientado e colaborante: iniciar questionário dirigido
(CHAMU)
-
AIRWAY: Permeabilizar a VA com controlo da coluna cervical
. (SE TRAUMA) Estabilidade Cervical - Pesquisar: cavidade oral; sinais de obstrução da via aérea
. Permeabilizar a VA: Remover corpos estranhos, Aspirar, Posicionamento (subluxação da mandíbula no trauma; extensão da cabeça e elevação do mento), uso de adjuvantes básicos da VA (Nasofaríngeo, Guedel)
Se OVA: Algoritmo de desobstrução da VA (SBV)
Se vítima crítica informar CODU
-
BREATHING Ventilação e Oxigenação
. Pesquisar: Ventilação e Ruidos Respiratórios (VOS)?
Inspecionar e Palpar Tórax: Avaliar a qualidade da respiração (FR, amplitude, ritmo), movimentos simétricos da parede torácica? Estabilidade da parede
torácica? Deformidades e/ou Crepitações? Uso de músculos acessórios? (adejo nasal, uso excessivo de músculos abdominais, Tiragem das cavidades supra-esternais, espaços intercostais, supra-claviculares e área subcostal?
Monitorizar (se disponível): SpO2
. Oxigenoterapia (garantir SpO2
≥ 95%, se grávida SpO2
≥97%, se DPOC SpO2 entre 88-92%),
Ventilação assistida (8cr/min < FR > 35cr/min),
Suspeitar de situações com risco de vida; Se vítima crítica informar CODU
-
CIRCULATION Assegurar a circulação com controlo da hemorragia
. Pesquisar: identificar Hemorragias Externas, suspeitar de hemorragia oculta (abdómen, pélvis, fémur, úmero), Tempo preenchimento capilar, Pulsos palpável (central e periférico)
Observar: Pele (temperatura, humidade e coloração)
Monitorizar (se disponível): FC, PA
. Posicionamento da vitima (Dorsal, semi-sentada, sentada; Se grávida: decúbito lateral ou lateralizar plano 30º para a esquerda ou deslocar manualmente o útero); Controlar hemorragia, Iniciar estabilização de fraturas
Se vítima crítica informar CODU
- DISABILITY Disfunção neurológica
. Avaliar: Pupilas (tamanho e reatividade), escala AVDS, deficits sensório motores?
Pesquisar ativamente critérios de inclusão na VVAVC
Avaliar Glicemia capilar
. Corrigir situações de hipoglicemia
Se AVDS=D ou S Vigiar permeabilidade da VA
Se vítima crítica informar CODU
-
EXPOSURE Exposição com controlo da temperatura
. Controlo da Temperatura e Privacidade da vitima
Pesquisar: outras lesões
Marca o inicio da avaliação secundária
. Remover roupa, prevenir hipotermia, Imobilizações e Tratamento de feridas
Se vítima crítica informar CODU

Avaliação secundária - não - vítima crítica? identificar até 90 segundos - sim: solicitar apoio diferenciado CODU, se possível após completar ABC

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28
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: quando iniciar?

A

A avaliação secundária só deve iniciar-se após conclusão da avaliação primária, em vítimas estáveis demonstrando normalização de sinais vitais (quando alterações de ventilação e hipovolemia controladas)

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29
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: inclui

A

Parâmetros vitais

Recolha de informação - CHAMU
o C- Circunstâncias do acidente
o H- Hx anterior de doenças e/ou gravidez
o A – Alergias
o M – Medicação habitual
o U – Última refeição

Observação geral e sistematizada
▪ Cabeça e pescoço
▪ Tórax
▪ Abdómen
▪ Bacia e períneo
▪ Membros superiores e inferiores
▪ Dorso e superfícies posteriores

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30
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: grávida

A

No caso da grávida, evitar o síndrome de hipotensão supina (compressão aorto-cava) através do seu posicionamento em decúbito lateral, elevando a anca direita ou realizando rotação manual do útero

Se em plano duro rotação de 15º-30º para a esquerda

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31
Q

Abordagem ao Politraumatizado – Avaliação Secundária: vítima de trauma penetrante

A

Na vítima de trauma penetrante (ex. tiro), a região posterior deve ser precocemente avaliada (ainda durante a avaliação primária), com o objetivo de identificar eventuais lesões que colocam em risco a vida

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32
Q

Avaliação secundária - resumo

A
  • Quantificar parâmetros vitais: PA, FR, FC, oximetria, (Re) Avaliar Dor
  • Concluir recolha de informação: CHAMU
  • Exame físico sistematizado
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33
Q

Avaliação secundária - crânio, face e pescoço

A

Palpar: contusões, lacerações, depressões, abrasões, hematomas, equimoses, edemas, eritema, enfisema subcutâneo, crepitações

Inspecionar: simetria da face, pupilas (tamanho e reatividade à luz), distensão das jugulares, estabilidade/ desvio da traqueia

Trauma:
- Palpar/Pesquisar: Crânio, Face (nariz, boca, região interna e posterior das orelhas, órbitas), região
cervical posterior;
- Inspecionar: perda de liquido pelo nariz/olhos/ouvidos, instabilidade dos ossos da face, Hematomas
retro-auriculares e peri-orbitais, rouquidão da voz

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34
Q

Avaliação secundária - tórax

A

Inspecionar e Palpar: Enfisema, Crepitações, Expansão torácica e simetria, Cicatrizes, medicação transdérmica, dispositivos médicos implantados (pacemaker definitivo, CDI e outros)

Trauma:
- Inspecionar e Palpar: Clavículas e Tórax (Instabilidade Torácica? Fratura de Esterno? Instabilidade da
grelha costal (movimentos paradoxais da parede torácica)? Feridas abertas?

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35
Q

Avaliação secundária - abdómen

A

Inspecionar e Palpar: cicatrizes, distensão abdominal (mulher grávida?), descoloração, palpar quadrantes
abdominais (rigidez? mole/depressível? dor?), sinais de lesão interna (contusões, abrasões e outros)?

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36
Q

Avaliação secundária - bacia e períneo

A

Inspecionar e Palpar: abrasões, lacerações , contusões, incontinência intestinal e vesical, Períneo
(hemorragia rectal ou genital)

Trauma:
- Inspecionar e Palpar: Dor? Crepitações? instabilidade da cintura pélvica? Períneo (Priapismo? Hematomas?)

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37
Q

Avaliação secundária - extremidades

A

Inspecionar e Palpar: evidências de trauma (crepitações, dor, movimentos anormais dos ossos e articulações), equimose, eritema (não usual), coloração função sensório-motor e pulso distal de cada membro (comparando bilateralmente). Avaliar: Mobilidade, Força e Sensibilidade bilateralmente

Trauma:
- Inspecionar e Palpar cada membro desde a sua raiz à extremidade: Encurtamento de membro? Exposição de topos ósseos? Dor? Rotação (externa/interna)?

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38
Q

Avaliação secundária - dorso e superfícies posteriores

A

(ROLAMENTO) Inspecionar e Palpar: dor, contusões, hematomas, feridas, abrasões, Coluna
(deformidades, crepitação)

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39
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): as lesões que podem estar presentes nos TCE são: (6)

A

As lesões que podem estar presentes nos TCE são:
o Hematomas do couro cabeludo
o Feridas no couro cabeludo
o Fraturas do crânio com ou sem afundamento
o Perfurações intracranianas
o Hemorragias intracranianas
o Edema cerebral

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40
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): quando suspeitar?

A

A presença de traumatismos associados, nomeadamente acima da clavícula, deve fazer suspeita de TCE!

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41
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): oxigenoterapia

A

Nos TCE, a administração de O2 é MANDATÓRIA (risco de hipoxia)

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42
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): 5 sinais sugestivos

A

Anisocoria

Equimose peri-orbitária

Deformidade do crânio

Sangue/LCR/ massa encefálica nos ouvidos ou no nariz

Equimose retro-auricular

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43
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): abordagem da vítima

A

Abordar a vítima, imobilizando a cabeça em posição neutra e assumindo sempre a possibilidade de coexistir TVM (traumatismo vertebro-medular)

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44
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): verificar rapidamente

A

No caso particular do TCE, deve ser rapidamente verificada a existência de feriadas cranianas, hematomas peri-orbitários
e perdas de líquor (LCR), massa encefálica ou hemorragias pelos ouvidos ou nariz

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45
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): sinais de hipertensão intracraniana

A

Sinais de Hipertensão Intra-Craniana:
* alterações do estado de consciência, cefaleia, náusea, vómito, ventilação irregular, bradicardia, HTA

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46
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): convulsões

A

Estar preparado para a ocorrência de convulsões

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47
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): exposição de massa encefálica

A

Exposição de massa encefálica: cobrir suavemente (sem comprimir) com compressas secas. Os objetos empalados não
devem ser removidos

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48
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): fraturas com afundamento e hemorragia associada

A

Fraturas com afundamento e hemorragia associada: NÃO EXERCER pressão na zona do afundamento

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49
Q

Avaliação Secundária – Trauma Crânio-encefálico (TCE): abordagem cervical

A

Permeabilizar a via aérea com estabilização cervical (através da subluxação ou elevação do maxilar inferior na vítima
inconsciente)

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50
Q

Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): a maioria resulta de…

A

Maioria resulta de acidentes de viação (~50%)
o Quedas, lesões penetrantes (arma branca), lesões desportivas

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51
Q

Todas as vítimas inconscientes após acidente…

A

Todas as vítimas inconscientes após acidente deverão ser tratadas como traumatizados vertebro-medulares

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52
Q

Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): paragem respiratória

A

Em lesões cervicais, pode ocorrer paragem respiratória, mesmo algum tempo após o acidente, porque o edema, que se vai instalando progressivamente, pode afetar zonas mais altas que as atingidas diretamente pelo traumatismo

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53
Q

Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): objetivo principal

A

Impedir que a vítima se mova, mantendo um perfeito alinhamento da coluna (segundo o eixo nariz, umbigo e pés)

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54
Q

Avaliação Secundária – Trauma Vertebro-Medular (TVM): garantir…

A

Garantir estabilização, alinhamento e imobilização!! → COLAR CERVICAL é fundamental!!!

o Estas vítimas nunca devem ser mobilizadas sem que estejam totalmente imobilizadas (colete de extração, plano duro com imobilizadores laterais da cabeça), exceto se houver perigo de vida no local onde se encontram, ou se
houver necessidade de iniciar manobras de suporte de vida

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55
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: as fraturas das últimas costelas ou indícios de traumatismo na base do tórax devem levantar a suspeita de…

A

As fraturas das últimas costelas ou indícios de traumatismo na base do tórax devem levantar a suspeita de existência de lesões intra-abdominais, particularmente a nível do baço e fígado

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56
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: 2 principais tipos de traumatismo

A

Aberto
e
Fechado - 85%

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57
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: trauma aberto

A

Armas de fogo
- orifício de entrada
- orifício de saída (maior)

Objeto empalado
- nunca tentar a remoção

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58
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: trauma fechado

A

Marcas

Equimoses

Abrasões

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59
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: 5 situações potencialmente fatais

A

(crucial identificar)

Pneumotórax aberto

Pneumotórax hipertensivo

Hemotórax maciço

Tamponamento cardíaco

Vollet costal (retalho costal móvel)

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60
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: pneumotórax aberto

A

Na inspeção: constata-se ferida que produz um ruído característico (aspiração) que acompanha os movimentos
respiratórios

Selar imediatamente a ferida com penso estéril que impeça a passagem de ar.

Introduzir dreno torácico ipsilateral, mas noutro espaço intercostal

Em poucos minutos pode evoluir para pneumotórax hipertensivo

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61
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: pneumotórax hipertensivo

A

Diagnóstico clínico e impõe ação imediata

▪ Dispneia + desvio da traqueia + choque + distensão das veias do pescoço + cianose que evoluem rapidamente

▪ Descompressão imediata com agulha14 ou 16G, montada em seringa, inserida na perpendicular à parede
torácica ao nível do 2º EIC na linha médio-clavicular

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62
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: hemotórax maciço

A

Tratamento inicial: reposição de volume e descompressão da cavidade torácica com introdução de um dreno
pleural no 5º EIC entre a linha axilar anterior e média

Toracotomia

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63
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: tamponamento cardíaco

A

Resulta mais frequentemente de ferida penetrante no pré-córdio

Tratamento inicial deve ser a toracotomia

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64
Q

Avaliação Secundária – Trauma torácico: vollet costal (retalho costal móvel)

A

Fratura de > 1 costela em > 1 ponto (segmento não têm continuidade óssea com o resto da caixa torácica)

Movimento paradoxal: para dentro durante a inspiração e para fora na expiração, patognomónico desta lesão.

A gravidade desta situação geralmente não resulta deste movimento paradoxal mas sim da contusão pulmonar
subjacente, que condiciona hipóxia.

Estabilizar o retalho costal: posicionar a vítima em decúbito lateral sobre o lado afetado, caso seja possível;
também pode ser tentada a imobilização com a aplicacão de pressão manual firme e constante

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65
Q

Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: controlo da hemorragia

A

Dificuldade em controlar hemorragia em contexto pré-hospitalar

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66
Q

Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: o mais importante é…

A

O mais importante é estabilizar sinais vitais e transporte rápido para o hospital

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67
Q

Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: 2 tipos de trauma

A

Fechado

Aberto

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68
Q

Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: trauma fechado

A

Contusões e equimoses na base do tronco a esq, especialmente se hipotensão → Pensar em rutura do baço

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69
Q

Avaliação Secundária – Trauma Abdominal: trauma aberto

A

Objetos empalados
▪ Nunca devem ser retirados

Evisceração
▪ Tentar manter a vitima calma de forma a evitar o aumento da pressão abdominal
▪ Aplicar sobre o conteúdo eviscerado compressas esterilizadas humedecidas, preferencialmente com
soro aquecido
▪ Não tentar reintroduzir as vísceras na cavidade abdominal

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70
Q

Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: gravidade

A

Fraturas da bacia podem ser graves devido às elevadas perdas hemorrágicas→ pode haver choque hipovolémico
sem foco externo de hemorragia

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71
Q

Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: imobilização

A

A imobilização destas fraturas deve ser feita em maca de vácuo e o transporte até ao hospital deve ser o mais suave possível

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72
Q

Avaliação Secundária – Trauma da Bacia: técnica de levantamento

A

Técnicas de levantamento em plano duro e não rolamento

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73
Q

Avaliação Secundária – Hemorragias: medidas

A

Em todas as hemorragias devem ser tomadas medidas decisivas e rápidas

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74
Q

Avaliação Secundária – Hemorragias: métodos para controlar hemorragias

A

Pressão direta (no local da hemorragia)
▪ Não aplicar em zonas de fratura ou se objetos empalados na zona da hemorragia
▪ Nunca retirar as primeiras compressas → colocar mais por cima

Garrote (tratamento de 2ª linha: sem pressão direta não funciona – garrotar);

Métodos de 3ª linha (caso os anteriores não estejam a resolver a situação):
▪ Elevação do membro (contraindicado, se trauma associado)
▪ Pressão indireta (compressão à distância)

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75
Q

Avaliação Secundária – Fraturas: associadamente

A

Identificar e controlar hemorragias associadas

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76
Q

Avaliação Secundária – Fraturas: estimativa de perdas de sangue

A

Efetuar uma estimativa aproximada das perdas de sangue associadas a fraturas fechadas
o Úmero: - 0,5 a 1L
o Ossos da perna: 0,5 a 1L
o Fémur: 1 a 2,5L
o Bacia até 5L

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77
Q

Avaliação Secundária – Fraturas: imobilização do membro

A

Imobilizar membro com fratura (s):
o Na sequência:
▪ 1ª tracionar
▪ 2º alinhar
▪ 3ª imobilizar
o Se fratura exposta: lavar ferida abundantemente com soro fisiológico antes de imobilizar fratura

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78
Q

Avaliação Secundária – Fraturas: avaliação da perfusão

A

Avaliar repetidamente a perfusão do membro imobilizado

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79
Q

Avaliação Secundária – Trauma ocular

A

Se o corpo estranho se aloja no globo ocular, NÃO SE DEVE tentar retirar o objeto.

Deve-se evitar que o penso faça compressão no globo ocular

Tapar também o outro olho (mais cómodo; mantém os dois olhos em repouso)

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80
Q

Fios de sutura - características: quanto à natureza

A

Orgânicos
e
Sintéticos

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81
Q

Fios de sutura - características: quanto a propriedades inerentes

A

Configuração:
* Monofilamentos
* Multifilamentos

Reação tecidual

Força de tensão

Manuseabilidae
* Memória
* Elasticidade
* Tensão de nós

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82
Q

Fios de sutura - características: quanto à reabsorbilidade

A
  • Reabsorvível
  • Não reabsorvível
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83
Q

Fios de sutura - características: configuração

A

É uma propriedade inerente

A configuração refere-se ao número de camadas que compõem o fio
- monofilamentos
- multifilamentos

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84
Q

Fios de sutura - características: configuração (monofilamentos)

A

Menor risco de infeção

Menor traumatismo tecidular

Manuseamento e nós devem ser realizados com cuidado → danificação do fio pode conduzir a falência da sutura

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85
Q

Fios de sutura - características: configuração (multifilamentos)

A

Maior força tênsil

Mais flexíveis

Mais fáceis de manusear

Maior capacidade → Risco de infeção aumentado

Frequentemente revestidos para diminuir risco de infeção e traumatismo tecidular

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86
Q

Fios de sutura - características: não reabsorvível

A

Mantém a sai força de tensão após os primeiros 60 dias

Reação tecidular de encapsulamento do fio por fibroblastos → se encerramento da pele, pontos devem ser retirados antes da re-epitelização da pele (7-10 dias)
▪ Caso não sejam removidos atempadamente, cosmética da ferida será inferior

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87
Q

Fios de sutura - características: reabsorvível

A

Perde a maioria da sua força de tensão nos primeiros 60 dias → providenciam suporte temporário até a
ferida conseguir suportar o stress normal

Hidrólise (fios sintéticos) ou proteólise (fios orgânicos)

Taxa de reabsorção ≠ Perda de força de tensão

Revestimentos químicos (ex.: sais crómio) podem diminuir a taxa de reabsorção

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88
Q

Fios de sutura - características: reabsorvível ou não, qual o ideal

A

Reabsorvível, parece ser o ideal:
▪ Baixa reatividade tecidular
▪ Alta força de tensão
▪ Baixa taxa de reabsorção
▪ Tensão de nó confiável

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89
Q

Fios de sutura reabsorvíveis - material: poliplecaprona 25 (monocryl)

A

Natureza/configuração - sintético monofilamentar

Força tensão previsível - 21 a 28 dias

Memória - baixa

Reação tecidular - baixa

Duração média (dias) - 90 a 120

Utilização - encerramento subcuticular, tecidos profundos contaminados

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90
Q

Fios de sutura reabsorvíveis - material: polidiaxanona (PDS II)

A

Natureza/configuração - sintético monofilamentar

Força tensão previsível - 60 a 90 dias

Memória - baixa

Reação tecidular - baixa

Duração média (dias) - até 180

Utilização - tecidos moles (profundos)

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91
Q

Fios de sutura reabsorvíveis - material: poliglactina 910 (vycril)

A

Natureza/configuração - sintético multifilamentar

Força tensão previsível - 28 a 35 dias

Memória - baixa

Reação tecidular - baixa

Duração média (dias) - 56 a 70

Utilização - tecidos moles profundos, laqueações de vasos, leito ungueal, cavidade oral

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92
Q

3 tipos de fios reabsorvíveis

A

Poliglecaprona 25 (Monocryl)

Polidiaxanona (PDS II)

Poliglactina 910 (Vycril)

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93
Q

2 tipos de fios não reabsorvíveis monofilamentares

A

Nylon (Ethilon, Dermalon)

Polipropileno (Prolene, Surgilene)

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94
Q

Fios de sutura não reabsorvíveis monofilamentares - material: nylon (ethilon, dermalon)

A

Natureza e configuração - sintéticos, monofilamentares

Força tensão previsível - elevada

Memória - elevada

Elasticidade - alta

Reação tecidular - baixa

Utilização - pele

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95
Q

Fios de sutura não reabsorvíveis monofilamentares - material: polipropileno (prolene, surgilene)

A

Natureza e configuração - sintéticos, monofilamentares

Força tensão previsível - elevada

Memória - elevada

Elasticidade - elevada

Reação tecidular - baixa

Utilização - pele, feridas contaminadas/ infetadas, minimiza extrusão da sutura

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96
Q

Fio para a maioria das feridas ligeiras que possam surgir no centro de saúde

A

Prolene - útil para a maior parte das feridas ligeiras que
possam surgir no Centro de Saúde

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97
Q

2 tipos de fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares

A

Seda (seda, mersilk)

Poliester revestido com polibutilato (ethibond)

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98
Q

Fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares - material: seda (seda, mersilk)

A

Natureza e configuração - orgânicos, multifilamentares

Força de tensão previsível - baixa, pouco previsível

Memória baixa

Reação tecidular - elevada

Utilização - pouco usada, melhor manuseabilidade

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99
Q

Fios de sutura não reabsorvíveis multifilamentares - material: poliéster revestido com polibutilato (ethibond)

A

Natureza e configuração - sintéticos, multifilamentares

Força de tensão previsível - superior

Reação tecidular - baixa

Utilização - anastomose de vasos, colocação de material protésico

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100
Q

Fios de sutura – calibre do fio

A

Quantos mais zeros, menor o diâmetro do fio!

De maior para menor diâmetro:
3 - 2 - 1 - 0 - 2.0 - 3.0 - 4.0 - 5.0 - 6.0 - 7.0 - 8.0 - 9.0 - 10.0 - 11.0 - 12.0

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101
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: na face

A

Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 4-5/0; 5-6/0

Retirar pontos: 5 dias

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102
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no couro cabeludo

A

Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 3-4/0

Retirar pontos: 7 a 14 dias

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103
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no tronco

A

Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 3-4/0

Retirar pontos: 10 a 14 dias

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104
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no membro superior

A

Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 3-4/0

Retirar pontos: 7 dias

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105
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: na mão

A

Fio: monofilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 4-6/0

Retirar pontos: rever em 5-7 dias

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106
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no membro inferior

A

Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 3-4/0

Retirar pontos: 8-10 dias

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107
Q

Fios de sutura – fio/ calibre/ retirar pontos: no abdómen

A

Fio: monofilamento / multifilamento absorvível/ não absorsível

Calibre: 2-4/0

Retirar pontos: 10-14 dias

108
Q

Alternativas a fios de sutura: agrafos

A

Vantagens:
✓ Não esmagam os tecidos (microcirculação)
✓ Encerramento da derme – economia de tempo + boa força de tensão
✓ Reação tecidular mínima
✓ Baixo risco infecioso

Desvantagens
x Encerramento menos preciso – eversão dos bordos
x Mais dispendiosos

109
Q

Alternativas a fios de sutura: fitas

A

FITAS (Steri-strips®, Proxi-strip®) - Fitas adesivas cirúrgicas com microporos reforçadas

Vantagens:
✓ Suporte extra para feridas lineares
✓ Podem ser colocadas sobre as suturas após a sua remoção (diminuir diâmetro da cicatriz)
✓ Usadas com conjunto com colas

Desvantagens:
x Descolam facilmente – apenas feridas de baixa tensão
x Raramente usadas no encerramento primário de feridas

110
Q

Alternativas a fios de sutura: colas

A

o Contém acrilatos (mais usado: 2-octilcianoacrilato, Dermobond®)
o Utilizados no encerramento de feridas pediátricas (sem sutura), colheita de veias safenas para bypass
coronário e bleferoplastia
o Uso pela dermatologia – em estudo

Vantagens:
✓ Encerramento rápido de feridas superficiais – evita hemorragia e promove coaptação dos bordos
✓ Efeito bacteriostático
✓ Aplicação fácil e indolor
✓ Ausência de marcas de sutura
✓ Não necessitam de remoção

Desvantagens:
x Menos força de tensão que a sutura
x Mais dispendiosos

111
Q

4 caraterísticas das agulhas

A

o Força (resistência à deformação)

o Ductilidade (resistência à quebra)

o Aguçamento (capacidade de penetrar tecidos)

o Clamping moment (estabilidade da agulha no porta-agulhas)

112
Q

2 principais tipos de suturas

A

Interrompidos/ pontos separados

Contínua

113
Q

Tipos de sutura: interrompidos/ pontos separados

A

o Ponto simples

o Ponto invertido

o Donatti (ponto em U vertical)

o Wolff (ponto em U horizontal)

o Ponto em X horizontal

114
Q

Tipos de sutura: contínua

A

o Contínua simples (Kurshner)

o Sutura de Lembert (sutura de inversão - intra-abdominal)

o Sutura de Cushing (sutura de inversão - intra-abdominal)

o Sutura de Connell

o Intradérmica

o Circular/ “bolsa de tabaco”

115
Q

Tipos de sutura - suturas interrompidas: ponto simples

A

Mais comum, mais usado, mais versátil

Pode ajustar-se diferentes tensões mediante necessidade da ferida

Bordos podem ser ajustados mediante necessidade → se bordos invertidos, maior dificuldade técnica

116
Q

Tipos de sutura - suturas interrompidas: ponto Donatti (em U vertical)

A

Feridas sob tensão, cm bordos com tendência a inverter

Encerramento profundo e superficial em simultâneo

A largura do ponto deve ser proporcional à tensão da ferida

117
Q

Tipos de sutura - suturas interrompidas: pontos invertidos (derme)

A

Utilizados em feridas profundas quando o encerramento da pele deixaria espaço morto (risco de formação de abcesso ou hematoma) OU quando a aproximação da derme diminui o nível de tensão da
pele

Aproxima a derme na junção dermo-epidérmica – melhor resultado estético

Usar fio absorvível!!

118
Q

Anestesia local para suturas

A

Lidocaína é o anestésico local mais utilizado

Associação Lidocaína + Adrenalina
▪ Efeito vasoconstritor
▪ Deve ser evitado nas extremidades (mãos, pés, nariz, orelhas, pénis)
▪ Mais usado para exérese de lesões

A aplicação da lidocaína deve ser subcutânea, se ferida não muito profunda

Dose Máxima de lidocaína: 4,5 mg/Kg (max. 300mg)
▪ Volume máximo de lidocaína depende da concentração
▪ Ex: lidocaína a 1%, doente com 10 kg → 45/10mg/mL → 4,5mL

119
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento perfurante

A

Lesão perfurante

Instrumentos típicos: prego, alfinete, picador de gelo, garfo ou caneta

120
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento cortante

A

Lesão incisa ou cortante

Instrumentos típicos: navalha, bisturi, lâminas

121
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento contundente

A

Lesão contusa

Instrumentos típicos: martelo, bastão, pedra, socos e pontapés

122
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento cortocontundente

A

Lesão cortocontusa

Instrumentos típicos: machado, foice, dentes e unhas

123
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento perfurocontundente

A

Lesão perfucontusa

Instrumentos típicos: projétil de arma de fogo, setas

124
Q

Tipos de ferida - quanto ao mecanismo lesional: instrumento perfurocortantes

A

Lesão perfurocortante

Instrumentos típicos: faca, espada

125
Q

Mordeduras de cão ou gato - cuidados gerais

A

Remover corpos estranhos

Irrigar abundantemente a alta pressão com NaCl a 0,9% ou iodopovidona

Deixar ferida aberta (cicatrização por 2ª intenção), nos seguintes casos:
▪ Lesões por esmagamento
▪ Lesões punctiformes
▪ Mordedura de gato (exceto se na face)
▪ Feridas envolvendo mãos e pés
▪ Feridas com ≥12 horas (com ≥24 horas, se face)
▪ Feridas em imunocomprometidos (incluindo Diabéticos)
▪ Feridas em doentes com estase venosa

Reavaliar diariamente: irrigação copiosa + avaliar sinais de infeção

126
Q

Mordeduras de cão ou gato - encerramento com sutura

A
  • Mordedura de cão na face,
    tronco, braços ou pernas
  • Mordedura de gato na face
127
Q

Mordeduras de cão ou gato - profilaxia

A

Vacina tétano, se <3doses ou desconhecida (de acordo com PNV)

Vacina VHB e Ig → agressor AgHbs ou AgHbe +

Profilaxia VIH, se mordedor exposto ao sangue de uma vítima VIH + (articular com Infeciologia)
▪ Necessidade de avaliar se risco alto de exposição a VIH*

Vacina e Ig Raiva, se epidemiologia sugestiva (articular com Infeciologia/Saúde Pública)

Profilaxia com amox/clav (875/125mg 2x/dia), 3-5 dias
▪ TODAS as feridas com encerramento com sutura
▪ Feridas na face, mãos ou região genital
▪ Feridas próximas de osso ou articulações (incluindo próteses articulares)
▪ Feridas em áreas com compromisso vascular ou linfático
▪ Imunocomprometidos (incluindo DM)
▪ Feridas punctiformes profundas ou lacerações
▪ Feridas associadas a esmagamento

128
Q

Tratamento das Mordeduras Animais e/ou Humanas Infetadas

A

5 a 14 dias

ATB: Amoxicilina/ ac. Clavulânico
- adultos: 875/125mg;
12/12horas
- crianças: 20 mg/kg/dose
(amox, até máx. 875mg); 12/12 horas (aumentar dose para 45 mg/kg se sinais
infeciosos exuberantes)

Se alergia à penicilina:
- adulto: doxiciclina 100mg 2x/dia OU TMO-SMX OU ciprofloxacina 500 12/12H/
levofloxacina 750mg/dia
MAIS metronidazol (500mg 3x/dia)
- criança: TMO-SMX 4-6mg/kg (trimetropim) 2x/dia (máx 160mg/dose) OU cefalosporina (cefuroxime: 10 to 15 mg/kg 2x/dia (max 500mg/dose) MAIS clindamicina 7.5 to 10 mg/kg 3x/dia (max 600mg/Dose)

129
Q

Abdómen agudo - Fisiopatologia: componente visceral

A

Inervação pelo sistema nervoso autónomo

Inervação bilateral

Dor visceral vaga e mediana (relacionada com a origem embriogénica)

Dor “surda”, profunda, mal localizada, estabelecimento lento, região central do abdómen

Fibras C viscerais aferentes localizadas na parede das vísceras ocas e nas cápsulas dos órgãos sólidos

130
Q

Abdómen agudo - Fisiopatologia: componente parietal/ somática

A

Inervação pelos nervos somáticos que suprem a parede abdominal

Inervação unilateral via nervos somáticos espinhais

Dor mais localizada e intensa; dor aguda e súbita

Fibras C e A delta

Irritação direta do peritoneu parietal (pús; bilis; sangue; urina; conteúdo gastro-intestinal→ sinais de irritação
peritoneal)

131
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor

A

Dor sentida numa localização distante do órgão que é responsável pela origem da dor

Tem origem numa estrutura visceral profunda mas é percebida superficialmente

Confluência no mesmo corno posterior da medula de fibras nervosas aferentes provenientes de diferentes áreas

132
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor : ombro direito

A

Cólica biliar

Colecistite aguda

133
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor : ombro esquerdo

A

Rutura do baço

134
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor : flanco para a região supra-púbica

A

Cólica ureteral/ renal

135
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor : em barra nos quadrantes superiores

A

Pancreatite aguda

136
Q

Abdómen agudo: dor referida/ irradiação da dor : epigástrica que irradia para a região lombar esquerda

A

Rutura de aneurisma

137
Q

Abdómen agudo: dor migratória

A

Migra de uma localização para outra ao longo da evolução do quadro clínico

Por norma, o local da dor inicial é diferente do local da dor à apresentação

138
Q

Abdómen agudo: dor migratória - apendicite

A

Região periumbilical para a fossa inguinal direita

139
Q

Abdómen agudo: dor migratória - úlcera perfurada

A

Dor abdominal generalizada

Migração da dor da região inguinal direita para a região testicular nos homens

140
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor

A

o Início (súbito, gradual) / Tempo de evolução da dor

o Fatores de alívio e fatores agravantes

o Qualidade da dor (cólica; afiada; paroxismos)

o Irradiação

o Localização da dor (quadrante específico ou difusa)

o Sintomas associados à dor

141
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (início e tempo de evolução da dor)

A

▪ Dor com mais de 6h de evolução, de intensidade moderada e com agravamento progressivo →
probabilidade de necessitar de tratamento cirúrgico

▪ Dor que diminui após algumas horas→ diminui probabilidade de necessitar de tx cirúrgico

142
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (fatores de alívio e fatores agravantes: úlcera duodenal)

A

Úlcera duodenal: dor alivia com ingestão de alimentos/anti-ácidos

143
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (fatores de alívio e fatores agravantes: cólica biliar)

A

Cólica biliar: agrava após as refeições

144
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (fatores de alívio e fatores agravantes: peritonite)

A

Peritonite: agrava com mobilização, tosse, movimentos respiratórios

145
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (fatores de alívio e fatores agravantes: pancreatite )

A

Pancreatite: agrava com decúbito dorsal vs alivia com prece maometana

146
Q

Abdómen agudo – Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor (qualidade da dor)

A

▪ Dor em queimor → associada a úlcera

▪ Dor dilacerante → dissecção da aorta

▪ Dor em cólica → distensão de tubo oco (cólica renal em ureter)

▪ Dor afiada → desenvolve-se quando há inflamação/estímulo nocivo (sangue, ácido gástrico, conteúdo intestinal) contacta com peritoneu parietal

147
Q

Caraterização da dor abdominal - localização da dor: causas de dor difusa

A

Gastroenterite

Isquemia mesentérica

Metabólica (cetoacidose diabética, porfiria)

Malária

Febre Mediterrânica Familiar

Obstrução intestinal

Peritonite

Síndrome do intestino irritável

148
Q

Caraterização da dor abdominal - localização da dor: causas de dor periumbilical

A

Apendicite precoce

Gastroenterite

Obstrução intestinal

Rutura de aneurisma da aorta

149
Q

Caraterização da dor abdominal - localização da dor: causas de dor epigástrica

A

Doença ulcerosa péptica

Doença de refluxo gastroesofágico

Gastrite

Pancreatite

Enfarte do miocárdio

Pericardite

Rutura de aneurisma da aorta

150
Q

Dor abdominal localizada no quadrante superior direito

A

Hepatite

Colecistite

Colangite

Cólica biliar

Pancreatite

Síndrome de Budd-Chiari

Pneumonia/ pleurisia de empiema

Abcesso subdiafragmático

151
Q

Dor abdominal localizada no quadrante superior esquerdo

A

Abcesso esplénico

Enfarte esplénico

Gastrite

Úlcera gástrica

Pancreatite

152
Q

Dor abdominal localizada no quadrante inferior direito

A

Apendicite

Salpingite

Gravidez ectópica

Hérnia inguinal

Nefrolitíase

Doença inflamatória intestinal

Adenite mesentérica

153
Q

Dor abdominal localizada no quadrante inferior esquerdo

A

Diverticulite

Salpingite

Gravidez ectópica

Hérnia inguinal

Nefrolitíase

Síndrome do intestino irritável

Doença inflamatória intestinal

154
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados

A

Sintomas associados à dor → ajudam a estreitar o diagnóstico, especialmente se causas extra-abdominais

155
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados (vómitos e náuseas)

A

Pouco específicos, mas a ordem de apresentação dos sintomas pode ajudar
▪ Vómitos surgem após o início da dor → Abdómen agudo (ex: obstrução intestinal)
▪ Vómitos antes da dor → processo “mais médico”
▪ Vómitos auto-limitados → causa mais benigna

Tipos de vómitos
▪ Biliar → obstrução distal ao duodeno
▪ Borra de café ou hematémese → ulcera péptica; varizes

156
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados (diarreia)

A

▪ Aquosa e copiosa → GEA

▪ Sanguinolenta → DII; colite isquémica, disenteria

▪ Obstrução intestinal incompleta; obstrução cólica

157
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados (paragem da emissão de gases e fezes)

A

Obstrução mecânica; Ileus paralítico

158
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados (sintomas génito-urinários)

A

▪ Hemorragia vaginal ou corrimento; Alterações recentes na menstruação

▪ Corrimento peniano; edema ou dor escrotal

▪ Disúria, polaquiúria, retenção urinária

159
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - sintomas associados (colúria, icterícia, acolia)

A

Causas de hiperbilirrubinemia conjugada/não conjugada

160
Q

Abordagem da dor abdominal: caraterização da dor - idosos

A

A apresentação e características da dor
abdominal pode ser MUITO diferente nos idosos

161
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - idade

A

▪ Idosos com doença grave podem apresentar sintomas atípicos

▪ Risco de certas doenças aumentado quando >50 anos (rutura AAA; EAM atípico; cancro colo-retal)

162
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - sexo

A

Na mulher em idade fértil → gravidez deve sempre ser excluída

163
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - cirurgias prévias

A

Cirurgias prévias (bridas, aderências)

164
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - antecedentes médicos

A

▪ Doença CV → aumenta risco de isquemia mesentérica ou de AAA

▪ IC ou FA → aumenta risco de isquemia mesentérica por embolo

▪ VIH → maior risco de pancreatite ou cólica renal

▪ Uso de AINE’s → úlcera péptica

▪ Uso frequente de antibioterapia → Colite por C. difficile

165
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - medicação habitual

A

Corticoides (podem mascarar sintomas)

166
Q

Abordagem da dor abdominal: história clínica sumária - consumo de álcool

A

Consumo de álcool → pancreatite; hepatite; cirrose; PBE

167
Q

Abordagem da dor abdominal: sinais vitais - temperatura

A

Febre baixa/moderada
▪ Diverticulite aguda
▪ Apendicite Aguda
▪ Colecistite Aguda

Febre elevada
▪ Pneumonia
▪ Pielonefrite
▪ Colangite
▪ Peritonite avançada

Hipotermia
▪ Choque

168
Q

Abordagem da dor abdominal: sinais vitais - febre baixa/moderada

A

▪ Diverticulite aguda
▪ Apendicite Aguda
▪ Colecistite Aguda

169
Q

Abordagem da dor abdominal: sinais vitais - febre elevada

A

▪ Pneumonia
▪ Pielonefrite
▪ Colangite
▪ Peritonite avançada

170
Q

Abordagem da dor abdominal: sinais vitais - hipotermia

A

Choque

171
Q

Abordagem da dor abdominal: sinais vitais - Tensão Arterial/ Frequência Cardíaca

A

Pensar em doença avançada com peritonite generalizada → REFERENCIAR AO SU

172
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: inspeção

A

▪ Doente agitado, enrolado → cólica

▪ Doente deitado na cama com joelhos fletidos; doente imóvel; marcha cuidadosa → ponderar peritonite

▪ Sinais de cirurgias prévias; massas pulsáteis; sinais de doença sistémica

173
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: auscultação

A

Ouvir ruídos intestinais durante ~2 minutos (N: 2-12 borborigmos médios por minuto)
▪ Ausência de ruídos → pensar em peritonite ; ileus
▪ Hiperatividade de ruídos → inflamação no trato GI – GEA
▪ Timbre metálico → obstrução mecânica

174
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: inspeção (sinal de Cullen)

A

Sinal de Cullen:
Equimose na região peri-umbilical →
Hemorragia retroperitoneal (pancreatite aguda grave; rutura de gravidez ectópica)

175
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: inspeção (sinal de Grey-Turner)

A

Sinal de Grey-Turner
Equimose nos flancos→ Pancreatite aguda grave (demora 24-48h a aparecer; taxa de mortalidade considerável)

176
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: percussão

A

Ressonância ou Timpanismo
▪ Distensão gasosa – gástrica ou intestinal
▪ Sinal de Jobert – perfuração de víscera oca (desaparecimento da macicez hepática por hipertimpanismo)

Macicez nos flancos/mudança na área de macicez
▪ Líquido livre intra-abdominal

Se desperta dor → sinal de irritação peritoneal

177
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: palpação

A

▪ Doente em decúbito dorsal, com joelhos fletidos

▪ Deve ser feita no sentido dos ponteiros do relógio

▪ Superficial

▪ Profunda

▪ Pesquisa de defesa ou rigidez → quando um área com dor é localizada, realizar manobras para esclarecer a origem

▪ Dor à descompressão

178
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: 4 sinais específicos da apendicite aguda

A

Sinal de Blumberg: dor piora à descompressão do ponto de McBurney

Sinal de Rovsing: palpação do QIE → causa dor no QID

Sinal do Psoas: dor à extensão passiva da coxa direita, enquanto o observador aplica contraresistência na anca
* Apendicite retrocecal
* Abcesso em contacto com o músculo psoas

Sinal do obturador: rotação interna e passiva da coxa direita fletida
* Apendicite pélvico
* Abcesso pélvico

179
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: sinal específico da colecistite aguda

A

Murphy Vesicular
- quando doente para subitamente a inspiração profunda durante a palpação do QSD

180
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: sinal específico (Murphy renal)

A

Murphy renal
- Dor à percussão da região dorso-lombar

Sugestivo de:
▪ Litíase renal
▪ Litiase ureteral
▪ Pielonefrite aguda

181
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: pesquisa de orifícios herniários

A

Pesquisa de orifícios herniários
▪ Anéis inguinais e femorais devem ser pesquisados em ambos os sexos

182
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: exame retal

A

Inspeção
▪ Fissuras; abcessos; corrimentos; sinais de hemorragia

Palpação
▪ Massa retal → neoplasia
▪ Fecalomas

Dedo da luva
▪ Sangue, melenas

Sensibilidade dolorosa

183
Q

Abordagem da dor abdominal - exame físico: exame ginecológico/ avaliação testicular

A

-

184
Q

9 causas de dor abdominal emergente

A

Aneurisma da Aorta abdominal

Isquemia Mesentérica (50% por embolia arterial)

Perfuração do Trato GI

Obstrução intestinal aguda

Vólvulo

Gravidez ectópica

Placenta abrupta

EAM
o Apresentação atípica de EAM muito comum mulheres >65 anos, diabéticos
o Dor abdominal presente em 1/3 dos casos dos EAM atípicos

Rutura Esplénica (ex: secundário a EBV; leucemia; trauma)

185
Q

Causas de dor abdominal emergente: aneurisma da aorta abdominal

A

Rutura: causa hemorragia profusa, hipotensão instável;
Hemorragia pode ser no retroperitoneu → doente pode permanecer normotenso, inicialmente

Pode apresentar-se com dor lombar e hematúria e confundir-se com nefrolitíase

186
Q

Causas de dor abdominal emergente: isquemia Mesentérica (50% por embolia arterial)

A

Associada a alta mortalidade

Início agudo de dor periumbilical severa, com aumento progressivo, sem fatores de alívio;

Dor desproporcional aos achados do EO

Naúseas e vómitos são comuns; sudorese; retorragias

Fatores de risco: FRCV; DRC; FA

187
Q

Causas de dor abdominal emergente: perfuração do Trato GI

A

Doença ulcerosa é a causa mais comum! (outras: apendicite, diverticulite, isquemia intestinal, ca. Colon)

Dor inicial de acordo com origem da perfuração → progressão para dor generalizada, intensa, sem fatores de
alívio

Naúseas/vómitos; sudorese; febre

Taquicardia; aumento da PA; febre; abdómen com sinais de ventre agudo

Fatores de risco: história de úlcera péptica; abuso de AINE’s

188
Q

Causas de dor abdominal emergente: obstrução intestinal aguda

A

A maioria das obstruções intestinais envolvem o intestino delgado

Causas mais frequentes: aderências (50-70%); hérnias encarceradas (15%); neoplasias (15%); Doença de Chron
muitas vezes apresenta-se com quadros obstrutivos

Mortalidade depende da rapidez da cirurgia (varia de 8% se cx antes das 36h a 25% se cx após as 36h)

189
Q

Causas de dor abdominal emergente: obstrução intestinal aguda - obstrução alta

A

▪ Dor insidiosa, generalizada

▪ Nauseas/vómitos, diminuição do trânsito intestinal

▪ Antec: cirurgias prévias; úlcera péptica; hérnias

▪ EO: abdómen distendido, doloroso, com RHA metálicos; pesquisar hérnias!

190
Q

Causas de dor abdominal emergente: obstrução intestinal aguda - obstrução baixa

A

▪ Dor insidiosa, aumento progressivo

▪ Distensão abdominal, nauseas e vómitos (fecaloides), diminuição do transito intestinal

▪ Antec: cirurgias prévias; hérnias

▪ EO: abdómen distendido, timpanizado, doloroso; RHA metálicos; FAZER toque retal; Pesquisar hérnias

191
Q

Causas de dor abdominal emergente: obstrução intestinal aguda - obstrução alta (MCDTs)

A

Rx abdominal: distensão de ansas do delgado; SEM ansas do colon visíveis; níveis HA

192
Q

Causas de dor abdominal emergente: obstrução intestinal aguda - obstrução baixa (MCDTs)

A

Rx abdominal: distensão de ansas do
delgado E do colon visíveis; níveis HÁ

193
Q

Causas de dor abdominal emergente: vólvulo - definição

A

Vólvulo (torção de víscera oca em torno do seu ponto de inserção)

194
Q

Causas de dor abdominal emergente: vólvulo

A

Vólvulo sigmoide é o mais frequente.

Dor abdominal intensa, contínua;

Náusea; obstipação; Vómitos é pouco frequente!!

Fatores de risco: uso excessivo de laxantes; tranquilizantes; anti-colinérgicos; anti-parkinsónicos

RX: sinal de U invertido; sinal de Grão de café

195
Q

Causas de dor abdominal emergente: gravidez ectópica

A

Sintomas clássicos: dor abdominal + amenorreia + hemorragia vaginal
▪ >30% dos casos sem hemorragia vaginal

Exame ginecológico não é diagnóstico → Necessidade de eco ginecológica + beta-HCG

Fatores de risco: DIP; gravidez tubar prévia; cirurgia tubar prévia; endometriose, uso de DIU

196
Q

Causas de dor abdominal emergente: placenta abruta

A

Hemorragia vaginal + dor abdominal ou dor lombar + contrações uterinas

Quantidade de hemorragia não correlacionada com grau de separação da placenta

TODAS as mulheres com contrações uterinas + dor abdominal → SU Obstetricia

197
Q

Abdómen agudo – Causas mais comuns: gastrointestinais

A

Apendicite

Colecistite/doença biliar

Doença ulcerosa péptica

Pancreatite

Doença diverticular

Hérnia encarcerada

GEA

Origem alimentar

Dça Inflamatória intestinal

Hepatite

PBE

Síndrome intestino irritável

198
Q

Abdómen agudo – Causas mais comuns: genito-urinárias

A

ITU/pielonefrite

Nefrolitíase

Torsão anexial

Rutura quisto ovárico

Pré-eclampsia

DIP

Abcesso tubo-ovárico

Endometriose

Torsão testicular

Torsão anexial

199
Q

Abdómen agudo – Causas mais comuns: trauma

A

Rutura esplénica

Lesão diafragmática

  • Lesões de trauma podem não manifestar-se durante dias a semanas após o trauma!!
  • Importância de questionar antec. de trauma;
  • TC abdominal importante no trauma!!
200
Q

Abdómen agudo – Causas mais comuns: extra-abdominal

A

Cetoacidose diabética

Cetoacidose alcoólica

Pneumonia

TEP

Herpes zoster

201
Q

Abdómen agudo – Causas mais comuns: outras

A

Fármacos

Drogas

Neoplasias

Porfiria

Angioedema

LES

Feocromocitoma

202
Q

Apendicite - 3 considerações

A

Emergência cirúrgica mais comum no mundo

Mais frequente e homens

A causa mais comum é a obstrução por um apendicolito, mas também por tumores, linfadenite mesentérica,
parasitas e sementes

203
Q

Apendicite - clínica

A

Sintomas inespecíficos são a apresentação inicial (mal-estar; alterações dos hábitos intestinais)

Anorexia (muito comum) seguida de DOR
▪ Inicialmente peri-umbilical vaga e cólica moderadamente severa e que MIGRA para o ponto de Mcburney em 4-6horas (torna-se mais aguda e localizada)

Manobras específicas: sinal de Blumberg; Sinal de Rovsing; sinal de psoas; sinal do obturador

Febre baixa e taquicardia

Vómitos (náuseas e vómitos seguem-se à dor abdominal→ permite o dx diferencial de GEA)

204
Q

Apendicite - MCDTs

A

Estudo analítico (são uteis no diagnóstico diferencial)
▪ Leucocitose + PCR elevada

Ecografia abdominal
▪ Muito útil em mulheres e crianças (sem radiação)
▪ Revela achados sugestivos MAS operador dependente

TC abdominal
▪ Muito útil quando diagnóstico está em dúvida

205
Q

Apendicite - diagnóstico

A

Dor umbilical que migra para QID
+
Sinais de irritação peritoneal
+
Leucocitose com neutrofilia, PCR elevada

206
Q

Colecistite - considerações

A

60-70% relatam crises precedentes que resolveram espontaneamente

Cólica Biliar (1-5horas) -> agravamento progressivo -> Colecistite

207
Q

Colecistite - cólica biliar

A

Vários locais de dor máxima + irradiação (ombro ou escápula direitos; região interescapular)

208
Q

Colecistite aguda - clínica

A

Dor constante no QSD (mais intensa que cólica) – também pode ter irradiação

Febre baixa (arrepios são comuns)

Anorexia, náuseas/vómitos

Murphy vesicular positivo → acuidade aumenta com ecografia

209
Q

Colecistite aguda - MCDTs

A

▪ Estudo analítico (aumento dos Parâmetros inflamatórios + aumento ligeiro das transaminases)

Ecografia
▪ Deteta cálculos em 90% dos casos

210
Q

Colecistite aguda - diagnóstico

A

Hipersensibilidade no QDS + Febre + Leucocitose

211
Q

Colecistite Enfisematosa

A

Rara; Começa por colecistite aguda → isquemia e gangrena → infeção por bactérias produtoras de gás

Mais comum em homens idosos e diabéticos!!

212
Q

Doença ulcerosa péptica - clínica

A

Dor epigástrica intermitente que agrava com as refeições

Sintomas de refluxo (pirose, regurgitação); náuseas; anorexia

EO pode ser norma

213
Q

Doença ulcerosa péptica - MCDTs

A

EDA (avaliação endoscópica com biópsias + pesquisa H.pylori)

214
Q

Doença ulcerosa péptica - tratamento

A

Importância de evitar alimentos ácidos

Evitar AINE’s

Tratar infeção por H.pylori

215
Q

Doença ulcerosa péptica - tratamento da infeção por H. pylori

A

Pylera® 10 dias - 1ª escolha (associar omeprazol 20 2id, 10 dias)
- Bismuto 140mg
- Metronidazol 125mg
- Tetraciclina 125mg
3cp 4x/dia

Terapêutica quadrupla concomitante (14 dias)
▪ IBP dose standard, 2 id + Amoxicilina 1g 2id + claritromicina 500 2id + metronidazol 500 2id

216
Q

Pancreatite - clínica

A

Dor intensa nos quadrantes superiores do abdómen (++QSD) com irradiação dorsal, em barra, contínua;
agrava com as refeições

Náuseas/vómitos; anorexia

Antec: alcoolismo; litíase vesicular; hipertrigliceridemia

EO: Abdómen doloroso no HD e no epigastro

217
Q

Pancreatite - MCDTs

A

Estudo analítico: aumento PCR; leucocitose; aumento da lípase e amílase

Ecografia abdominal

218
Q

Pancreatite - tratamento

A

Internamento: pausa alimentar + fluidoterapia

219
Q

Colangite aguda - causas

A

Cálculos (Nos doentes com cálculos biliares, 6-12% tem coledocolitíase)

Estenoses (tumores – via biliar, vesícula biliar, duodeno, pâncreas)

Pós-CPRE; pós-cirúrgica

220
Q

Colangite aguda - clínica

A

▪ Varia de ligeira a auto-limitada a fulminante/fatal

▪ 2/3 dos doentes têm TRÍADA DE CHARCOT: febre (arrepios) + dor no QSD + icterícia

▪ PENTADA DE REYNOLDS: tríade de charcot + alteração do estado mental + hipotensão → doença grave

221
Q

Colangite aguda - MCDTs

A

▪ Estudo analítico: leucocitose + FA aumentada + Bilirrubina aumentada ; ligeiro aumento de TGO, TGP e GGT

▪ CPRE: faz o diagnóstico definitivo

222
Q

Colangite aguda - tratamento

A

Internamento: antibioterapia, CPRE; cirurgia, quando necessário

223
Q

Diverticulite - clínica

A

▪ Dor constante (mais no QIE), de agravamento progressivo;

▪ Mutos doentes com episódios prévios semelhantes

▪ Naúseas, anorexia, diarreia, febre

▪ EO: dor no QIE, com defesa; febre

▪ Antec. De colonoscopia com divertículos

224
Q

Diverticulite - MCDTs

A

▪ Estudo analítico: leucocitose + PCR aumentada

▪ Ecografia: espessamento da gordura + líquido

▪ TC abdominal: é o gold-standard

▪ Colonoscopia: não urgente

225
Q

Patologia Ano-retal aguda - 4 exemplos

A
  • Doença Hemorroidária
  • Fissura Anal
  • Fístula Anal
  • Abcesso perianal
226
Q

Hemorroidas - considerações

A

As hemorróidas são estruturas normais do canal anal. São “almofadas” fribromusculares submucosas

Responsáveis pelo mecanismo de continência; proteção dos esfíncteres anais

227
Q

Hemorroidas - divisão

A

Dividem-se
o Internas: acima da linha pectínea
o Externas: abaixo da linha pectínea

228
Q

Doença Hemorroidária - localização habitual

A

3, 7 e 11 horas do relógio

229
Q

Doença Hemorroidária - epidemiologia

A

o Cerca de 5% da população apresenta pelo menos um episódio de DH durante a vida

o Incidência similar entre géneros; pico entre 45-65 anos

230
Q

Doença Hemorroidária - clínica

A

Avaliar duração e gravidade de:
▪ Retorragias
▪ Prolapso
▪ Prurido anal (dor, por vezes)

Hábitos intestinais (obstipação; uso de opioides)

História alimentar (obesidade, ingestão de fibras e água)

História familiar de adenoma, cancro coloretal ou DII

231
Q

Doença Hemorroidária - exame físico

A

▪ Numa avaliação inicial, o doente deve ser observado simulando o esforço defecatório
▪ Inspeção ano-perineal
▪ Toque retal
▪ Anuscopia /retoscopia (Para a Cirurgia Geral)

Nota: posição decúbito lateral esq –
altamente recomendável

232
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: etiologia

A

Esforço defecatório → ingurgitamento hemorroidário!

233
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: classificação

A

A de Galigher é a mais usada:

o Grau 1 → prolapso apenas demonstrado na retoscopia

o Grau 2 → prolapso com o esforço e redução espontânea

o Grau 3 → o prolapso com o esforço necessita de redução manual

o Grau 4 → prolapso permanente e irredutível

234
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: como estudar?

A

A avaliação completa do colon (por colonoscopia) deve ser considerada em:
▪ >50 anos, sem estudo cólico prévio
▪ >40 anos ou 10 anos antes do caso índice de:
▪ Um familiar em 1ºgrau com CCR ou adenoma avançado em idade >60anos
▪ 2 familiares de 1ºgrau ou adenoma avançado
▪ PSOF positiva
▪ Pesquisa de DNA fecal positiva (teste imunoquímico)
▪ Suspeita clínica de neoplasia ou DII

SE <50anos, com os critérios anteriores:
▪ Realizar retossigmoidoscopia flexível (para excluir formações polípodes, colites)

235
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento

A

Medidas higiéno-dietéticas:

▪ Prevenir obstipação → aumentar aporte hídrico + dieta rica em fibras

Tratamento médico:

▪ Medicamentos Flebotónicos
- Efeito benéfico (estatisticamente signif.) nos sintomas de prurido, retorragias, escorrência
- Ex: Daflon 1000®

▪ Medicamentos analgésicos + AINE’s
- Indicados se trombose hemorroidária, principalmente se edema associado

▪ Tópicos
- Anestésicos locais, corticoides, bismuto, agentes vasoconstritores
- Podem ser úteis no alívio sintomático de desconforto e da dor; sem qualquer ação sobre o prolapso ou retorragias
- Uso prolongado é desaconselhado → dermite tóxica

236
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento (daflon)

A

Daflon 1000 na crise hemorroidária:
- 3 cps dia 4 dias
- 2 cps dia 3 dias

Daflon 1000 como posologia de manutenção:
- 1 comprimido dia

237
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroidas Internas: tratamento tópico (exemplos)

A

▪ Nupercainal® (cloridrato de cinchocaína)

▪ Serti-Preparação H® (extrato de células de levedura + óleo de fígado de tubarão)

▪ Proctolog®

▪ Faktu® (policresuleno + cinchocaina)

▪ Scheriproct® (prednisolona + cinchocaína)

▪ Emoflon®

▪ Procto-Glyvenol® (lidocaína)

238
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: tratamento não cirúrgico (tratamento instrumental)

A

▪ Escleroterapia
▪ Fotocoagulação por Infra-vermelhos
▪ Laqueação elástica
▪ Crioterapia

239
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: tratamento não cirúrgico (tratamento instrumental) - CIs

A

Contra-indicações:
* Hemorroides circulares grau III
* Hemorroides grau IV
* Hemorroides com trombose
* Associação a fissura anal, processos
supurativos, dor anal ou proctopatia rádica

240
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Internas: tratamento cirúrgico

A

▪ Hemorroides grau III/IV

▪ Doentes em que o tratamento médico conservador e/ou instrumental não determinaram resultados adequados

241
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: clínica

A

Assintomáticas, por norma
▪ Trombose: dor intensa nas primeiras 48-72 horas

242
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: etiologia

A

Esforço defecatório, atividade física violenta

243
Q

Doença Hemorroidária – Hemorroides Externas: tratamento

A

o Até 72 horas → excisão em gomo

o Após 72 horas → tratamento conservador

244
Q

Fissura Anal - 4 considerações

A

Ulceração linear da anoderme do canal anal que se estende da linha pectínea à margem do ânus

Patologia benigna, MAS poderá ter um percurso arrastado, com atraso da cicatrização, múltiplas tentativas
terapêuticas e recorrências

É a causa mais comum de DOR anal; um dos motivos de consulta mais frequentes em Proctologia

Mais habitual em adultos jovens; afeta de igual modo os sexos

245
Q

Fissura anal - localização

A

As fissuras anais típicas localizam-se na linha média do canal anal (90% na comissura posterior; 10% na anterior)

Atípicas (1%): apresentação múltipla ou localização lateral → são suspeitas
▪ Excluir: doença de Chron; colite ulcerosa; neoplasia; VIH; DST’s; tuberculose

246
Q

Fissura anal - classificação de acordo com a evolução temporal

A

o AGUDAS → evolução até 6-8semanas; laceração linear simples que cicatriza com medidas simples em até 60% dos casos

o CRÓNICAS → evolução > 6-8 semanas; leito escavado, exposição das fibras do esfíncter anal interno, fibrose, edema e bordos elevados ; pode apresentar também uma marisca cutânea sentinela

247
Q

Fissura anal - etiologia

A

o Trauma da anoderme (obstipação, diarreia, pós-parto, penetração anal)

o Hipertonicidade do esfíncter anal interno

o Hipoperfusão das comissuras anterior e posterior

248
Q

Fissura anal - clínica

A

Dor associada à defecação, tipo corte ou rasgar, muito intensa (~90% dos doentes)

Retorragias, pequena quantidade (sangue vermelho vivo na sanita ou no papel higiénico)

249
Q

Fissura anal - diagnóstico

A

O diagnóstico é clínico, confirma-se através de exame proctológico:
o Com inspeção perianal e anal + Toque retal (nem sempre necessário)

250
Q

Fissura Anal - tratamento médico não específico

A

Tratamento médico não específico reduzir trauma local + amolecimento das fezes

▪ Aumentar ingestão hídrica

▪ Dieta rica em fibras

▪ Laxantes: podem ser usados, MAS usar com cautela para evitar diarreia

▪ Banhos de assento: alívio sintomático; água norma durante 5-10 minutos, 2x/Dia e após cada dejeção

▪ Anestésicos locais com lidocaína, vitaminas ou corticoides (Hemofissural®; Scheriproct®…)

▪ Não mostraram ser superiores ao placebo na cicatrização da fissura

▪ Podem ser considerados para alivio sintomático: Máx, 7 dias (para evitar sensibilização cutânea)

251
Q

Fissura Anal - tratamento médico específico

A

Tratamento médico específico: objetivo é o relaxamento do EAI

2ª linha no tx da fissura anal aguda; 1ª linha no tx da fissura anal crónica
▪ Alguns autores defendem esta tx 1ª linha na fissura anal aguda como

Aplicação tópica de:
▪ Nitroglicerina 0,1% ou 0,2%: 2-3x/dia, durante 8 semanas (Retogesic®)
▪ Bloq. Canais de cálcio (diltiazem e nifedipina): 2-3x/dia, durante 8 semanas (Anotrit®)
▪ Toxina Botulínica

252
Q

Fissura anal - tratamento cirúrgico

A

▪ Fissura anal aguda incapacitante e com intratabilidade clínica
▪ Fissura anal complicada
▪ Fissural anal atípica
▪ Fissura anal crónica refratária ao tx médico

253
Q

Fissura anal - recorrência

A

Recorrência elevada!!

254
Q

Abcesso anoretal - etiologia

A

Infeção com origem nas glândulas que rodeiam o canal anal e se abrem nas criptas anais na linha pectínea

Obstrução dos ductos por trauma ou fezes → infeção

255
Q

Abcesso anoretal - clínica

A

Dor perianal intensa

Febre; mal-estar

256
Q

Abcesso anoretal - exame objetivo

A

Abcesso perianal ou isquioretal
▪ Área perianal eritematosa e flutuante

Abcesso interesfinteriana ou supraelevado
▪ Sem alterações externas
▪ Massa palpável ao toque retal

Os de localização perianal são os mais comuns

257
Q

Abcesso anoretal - tratamento

A

Drenagem adequada é o tratamento recomendado!
▪ A maioria pode ser drenado no SU sob anestesia local
▪ Indicação para drenagem no bloco
▪ Abcessos complexos ou recidivados
▪ Imunodeprimidos
▪ Interesfinteriano ou supraelevador

Se drenagem adequada → sem indicação para antibiótico

Analgesia, laxantes, banhos de assento

258
Q

Abcesso anoretal - 3 coisas podem acontecer

A
  1. Cicatrização completa sem recorrência de sintomas
  2. O abcesso pode recidivar no futuro mas sem fístula
  3. Fístula perianal
259
Q

Fístula Anal - definição

A

Trajeto anómalo que estabelece comunicação entre o reto/canal anal e um orifício externo na região perianal

260
Q

Fístula Anal - 2 considerações

A

As fístulas perianais originam-se após drenagem espontânea ou cirúrgica dos abcessos perianais

90% tem origem criptoglandular
* Abcesso → Fístula (35-50%)
* Outras causas (10%): DII; sífilis; tuberculose; neoplasia; trauma

261
Q

Fístula Anal - clínica

A

Apresentação insidiosa; podem ter drenagem parcial e intermitente

Dor, tumefação, hemorragia e diarreia

Abcessos recorrentes ao nível da pele da região perianal

262
Q

Fístula Anal - exame objetivo

A

Procurar identificar e caracterizar:
▪ Orifício interno e externo da fístula
▪ Trajeto fistuloso
▪ Deformidades do ânus secundárias a cicatrizes de doença supurativa perianal ou cirurgias anteriores

Avaliar tonicidade esfincteriana e grau de continência esfincteriana

263
Q

Fístula Anal - MCDTs

A

RMN: Gold-standard

Colonoscopia, manometria anoretal, ecoendoscopia (consoante suspeita diagnóstica)

264
Q

Fístula Anal - classificação

A

CLASSIFICAÇÃO de Parks: (importante para decidir o seu tratamento cirúrgico)

4 tipos de fístulas de acordo com a relação do trajeto primário com o aparelho esfincteriano
▪ Fístulas interesfinterianas (45%)
▪ Fístulas transesfinterianas (30%)
▪ Fístulas supraesfinterianas (20%)
▪ Fístulas extraesfinterianas (5%)

265
Q

Fístula Anal - tratamento

A

Cirúrgico

266
Q

Abcesso anoretal - classificação

A

Supraelevador

Inter-esfincteriana

Isquiorretal

Perianal

267
Q
A