Anafilaxia (terminado) Flashcards

1
Q

Definição

A

Reação de hipersensibilidade sistémica, com apresentação clínica e gravidade variáveis, de início rápido, potencialmente fatal, com aRngimento simultâneo de dois ou mais órgãos/sistemas, incluindo pele, vias aéreas superiores e/ou inferiores, sistema cardiovascular ou gastrointestinal

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2
Q

Epidemiologia

A

A prevalência de anafilaxia durante a vida é de 0,05 a 2%, verificando-se um aumento da prevalência ao longo do tempo, sobretudo em idade pediátrica

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3
Q

2 principais causas de anafilaxia

A

Os alimentos são a causa de anafilaxia mais frequentemente implicada nas crianças, sendo os fármacos os principais
desencadeantes de anafilaxia na idade adulta

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4
Q

Fisiopatologia da anafilaxia

A

Resulta de uma libertação súbita de mediadores pelos mastócitos e/ou basófilos, após a exposição a um alergénio

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5
Q

Formas de ocorrência

A

Pode ocorrer por ingestão, injeção, inalação ou contacto direto com o agente desencadeante

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6
Q

2 tipos

A

Pode ser classificada como alérgica (na maioria mediada por IgE) ou não alérgica

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7
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia:

A
  • Alimentos: os mais frequentemente implicados na Europa são o leite, o ovo, o amendoim, os frutos secos, o
    peixe, os crustáceos, a soja, o pêssego e o sésamo;
  • Picada de inseto: em Portugal, salientam-se os himenópteros (abelhas e vespas);
  • Fármacos: mais frequentemente os anRbióRcos betalactâmicos e os AINE. Outros: antibióticos, antivíricos,
    antifúngicos, meios de contraste iodado, alguns fármacos usados em quimioterapia, relaxantes musculares usados em anestesia, anestésicos, expansores do plasma e agentes biológicos;
  • Látex;
  • Fatores físicos: o exercício, por vezes associado à ingestão de um alimento específico, o calor, o frio e a exposição solar;
  • Mais raramente: ingestão de etanol, exposição ao sémen e a exposição a aeroalergénios (faneras de animais ou pólenes);
  • Anafilaxia idiopática
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8
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia: alimentos

A

Os mais frequentemente implicados na Europa são o leite, o ovo, o amendoim, os frutos secos, o peixe, os crustáceos, a soja, o pêssego e o sésamo

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9
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia: picada de inseto

A

Em Portugal, salientam-se os himenópteros (abelhas e vespas)

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10
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia: fármacos

A

Mais frequentemente os antibióticos betalactâmicos e os AINE

Outros: antibióticos, antivíricos, anRfúngicos, meios de contraste iodado, alguns fármacos usados em quimioterapia, relaxantes musculares usados em anestesia, anestésicos, expansores do plasma e agentes biológicos

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11
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia: fatores físicos

A

O exercício, por vezes associado à ingestão de um alimento específico, o calor, o frio e a
exposição solar

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12
Q

Principais desencadeantes de anafilaxia: mais raramente

A

Ingestão de etanol, exposição ao sémen e a exposição a aeroalergénios (faneras de animais ou pólenes)

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13
Q

3 tipos de anafilaxia

A

Imunológica
- mediada por IgE: alimentos, fármacos, venenos
- não mediada por IgE: dextranos, meios de radiocontraste, fármacos

Idiopática

Não-imunológica
- física: frio, calor, radiação UV, exercício
- outros: fármacos, etanol

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14
Q

Diagnóstico

A

O diagnóstico é clínico, na presença de pelo menos um dos 3 critérios seguintes:

1 - início súbito (minutos a poucas horas) de: envolvimento da pele ou mucosas e pele menos um dos seguintes:
- compromisso respiratório ou hipotensão/sintomas associados

(nota:
- sintomas da pele ou mucosas: urticária, edema ou prurido generalizado; edema dos lábios, da língua ou da úvula;
- sintomas respiratórios: dispneia, pieira, broncospasmo, estridor, hipoxemia;
- hipotensão ou sintomas associados: hipotonia (colapso), síncope, incontinência de esfíncteres)

OU

2 - início rápido após exposição a um alergénio provável para o doente (minutos a poucas horas) de 2 ou mais dos seguintes:
- sintomas da pele ou mucosas (urticária, eritema ou prurido generalizado; edema dos lábios, da língua ou da úvula)
- sintomas respiratórios (dispneia, pieira, broncospasmo, estridor, hipoxemia)
- hipotensão ou sintomas associados (hipotonia (colapso), síncope, incontinência de esfíncteres)
- sintomas gastrointestinais súbitos e persistentes (cólicas abdominais, vómitos)

OU

3 - hipotensão após exposição a alergénio conhecido para o doente (minutos a poucas horas)
- pressão sistólica < 90 mmHg* ou queda > 30% em relação ao seu basal
(* nas crianças < 1 ano de idade - inferior a 70 mmHg; 1-10 anos - inferior a 70 mmHg + 2x idade)

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15
Q

2 sintomas súbitos muito sugestivos de quadro inicial de anafilaxia

A

O aparecimento súbito de
prurido palmar e/ou plantar e a referência a um “sabor metálico” são muito sugestivos de quadro inicial de anafilaxia

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16
Q

Tipo de diagnóstico da anafilaxia

A

O diagnóstico de anafilaxia é
essencialmente clínico, no
entanto, pode ser apoiado
pelo doseamento da triptase sérica (até um máximo de 6 horas após o início dos sintomas)

A não verificação deste
aumento não exclui o
diagnóstico

17
Q

Tratamento - 1º passo

A

(executar simultaneamente)

Avaliar: vias aéreas (airways), respiração (breathing), circulação (circulation), estado de consciência (disability) e pele (exposure)

Adrenalina IM
- mesmo na ausência de hipotensão ou choque
- dose: 0,01 mg/kg (máx: 0,5 mg/ dose)
- solução aquosa: 1:1000 (1 mg/ml)
- na face anterolateral da coxa

Medidas gerais:
- posicionar o doente: decúbito dorsal com membros inferiores elevados; semi-sentado se dispneia; posição lateral de segurança se vómitos ou perda de consciência; decúbito lateral esquerdo se grávida
- monitorizar o doente: frequência cardíaca, pressão arterial, frequência respiratória, saturação de O2
- se possível remover o alergénio conhecido ou provável
- administrar O2 suplementar (10-15 L/min; FiO2 40-80%)
- considerar colocação de acesso venoso periférico

Colheita de sangue para triptase (primeiros 30 min a 90 min ou até 6 horas após início dos sintomas)

18
Q

CIs para adrenalina

A

Não existem contraindicações absolutas para o uso de adrenalina numa situação hiperaguda de anafilaxia

19
Q

Tratamento - 2º passo (executar concomitantemente ou em sequência)

A

Administrar anti-histamínico: preferencialmente oral e não sedativo (até 4 vezes a dose diária)
- se necessário EV ou IM: clemastina 0,025 mg/kg/dose (máx: 2 mg) ou hidroxizina 1 mg/kg/dose (máx: 100 mg)

Administrar corticóide: preferencialmente oral - metilprednisolona ou prednisolona 1-2 mg/kg/dose
- se necessário EV: metilprednisolona 1-2 mg/kg/dose lento (máx: 250 mg) ou hidrocortisona 4 mg/kg/dose (máx: 200 mg)

Repetir adrenalina IM
- se necessário repetir adrenalina IM (de 5 em 5 minutos até 3 administrações); dose: 0,01 mg/kg (máx: 0,5 mg/dose); solução aquosa 1:1000 (1 mg/ml); face anterolateral da coxa

Considerar acrescentar:
- se broncospasmo: salbutamol inalado (pMDI com câmara expansora, 50 ug/kg/dose (máx: 1000ug); nebulização com 0,03 ml/kg/dose (máx: 1ml)
- se hipotensão: fluidoterapia EV - soro fisiológico ou solução cristalóide 20 ml/kg (máx: 1000 ml) em infusão rápida (10 a 20 minutos); repetir se necessário
- se sob beta-bloqueador ou hipotensão persistente: glucagon EV 30 ug/kg/dose (máx: 1 mg)
- anti-histamínico H2: ranitidina EV 1 mg/kg/dose (máx: 50 mg)

20
Q

Tratamento - se sem melhoria após os 2 passos e se todos os fármacos utilizados e em doses máximas

A

Rever diagnóstico

Rever tratamento e medidas gerais

Rever remoção do alergénio

Considerar adrenalina EV
- solução diluída (1:10.000) em perfusão lenta (0,1ug/kg/min)

Sala de emergência ou cuidados intensivos

21
Q

2 considerações, em qualquer altura

A

Se dificuldade respiratória/ insuficiência respiratória refratária ou edema da glote: entubação orotraqueal ou nasotraqueal

Se paragem cardiorrespiratória: suporte avançado de vida

22
Q

Após resolução dos sintomas

A

VIGIAR pelo menos 8 a 24 horas (de acordo com gravidade do quadro)

Check-list para ALTA:
- prescrever anti-histamínico oral não sedativo e corticóide oral
- considerar prescrição de dispositivo auto-injetor de adrenalina (e seu treino)
- referenciar para consulta de imunoalergologia
- registar no CPARA (Catálogo Português de Alergias e outras Reações Adversas)

23
Q
A