MGF1 - Saúde Materna (terminado) Flashcards

1
Q

Programa nacional da gravidez de baixo risco - sequência de fases

A

Pré-conceção - Gravidez - Parto - Puérpera e RN

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2
Q

Morte materna - definição

A

Define-se como a morte de uma mulher enquanto grávida ou até 42 dias após o termo da gravidez, independentemente da duração ou da localização da gravidez, que seja devida a causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, mas não devida a causas acidentais ou fortuitas

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3
Q

Rácio de mortalidade materna - definição

A

É o número de mortes maternas durante um período de tempo, dividido por 100 000 nados-vivos no mesmo período

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4
Q

Taxa de mortalidade materna - definição

A

É o número de mortes maternas durante um determinado período de tempo, dividido por 100 000 mulheres em idade reprodutiva durante o mesmo período

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5
Q

Consulta pré-concecional - 4 objetivos

A

Contribui para o sucesso da gravidez através da identificação precoce de fatores de risco modificáveis e
promoção da sua correção

Momento no qual o risco de anomalia reprodutiva pode ser estabelecido, propondo ao casal medidas que levem à sua minimização ou eliminação

Identificação dos indivíduos ou famílias de risco genético e sua referenciação para aconselhamento especializado

Promoção da participação ativa de ambos os elementos do casal nas questões de saúde sexual e reprodutiva

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6
Q

Consulta pré-concecional - boletim

A

Boletim de saúde reprodutiva/ planeamento familiar

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7
Q

Consulta pré-concecional - intervenções

A

Determinar/efetuar:

  • história clínica: determinar estado geral de saúde da mulher/ casal e respetivos antecedentes pessoais e familiares
  • avaliação física: peso e altura/ índice de massa corporal/ pressão arterial/ exame mamário/ exame ginecológico (atenção è genitália externa para deteção de situações de mutilação genital feminina)
  • avaliação laboratorial: determinar grupo sanguíneo e fator RhD/ hemograma/ glicemia em jejum/ rastreio das hemoglobinopatias/ rastreio da sífilis, hepatite B (vacinação, se aplicável), VIH/ serologias da rubéola (com respetiva vacinação, se aplicável), toxoplasmose e citomegalovírus (se aplicável)
  • rastreio do cancro do colo do útero, se o anterior foi efetuado há mais de 3 anos, após 2 exames anuais negativos
  • avaliação do estado vacinal e atualização do PNV (prioridade na vacinação contra o tétano, a difteria, a rubéola e o sarampo)
  • avaliação do estado nutricional, peso adequado e distúrbios do comportamento alimentar
  • avaliação do consumo de tabaco, álcool e outras SPA
  • avaliação de fatores de risco social, tais como pobreza, imigração, desemprego, refugiados, condições habitacionais precárias
  • rastreio da violência nas relações de intimidade através de perguntas tipo, como “existem conflitos familiares que a estejam a preocupar? tem tido problemas de relacionamento com o seu companheiro? sente-se segura na sua relação?”
  • avaliação de fatores de risco familiares/ contextos de vida
  • preenchimento do BSR/PF (avaliação pré-concecional)
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8
Q

Consulta pré-concecional - informações

A

Informar/validar/requisitar:

  • Riscos inerentes a qualquer consumo de álcool ou outras SPA durante a pré-conceção
    e nos primeiros momentos da gravidez;
  • Riscos do consumo de tabaco durante a gravidez;
  • Risco de infeções de transmissão sexual e adoção de comportamentos seguros;
  • Estado nutricional, peso adequado, hábitos alimentares e estilos de vida saudável;
  • Aspetos psicológicos, familiares, sociais e financeiros relacionados com a preparação da gravidez e da parentalidade;
  • Vantagens de um início precoce e continuado da vigilância pré-natal;
  • Recomendar o registo da data das menstruações;
  • Recomendar a vacinação contra a gripe;
  • Prevenção de toxinfeções;
  • Boletim Saúde Reprodutiva / Planeamento Familiar;
  • Suplemento de ácido fólico e iodo (a iniciar antes de parar a contraceção);
  • Ponderar referenciação para consulta de cessação tabágica;
  • Ponderar referenciação para consulta especializada as mulheres que não são capazes de abandonar os consumos de álcool ou outras SPA;
  • Ponderar referenciação para consulta de psicologia, consulta com assistente social ou para Unidade de Cuidados na Comunidade;
  • Ponderar referenciação para HAP ou HAPD (de acordo com protocolo de cada UCF);
  • Ponderar referenciação para as Equipas para a Prevenção da Violência em Adultos (EPVA) e Núcleos de Apoio às Crianças e Jovens em Risco
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9
Q

Cuidados pré-natais - esquema de vigilância

A

O esquema de vigilância e conduta durante a gravidez dependem da existência ou não de patologia

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10
Q

3 componentes da vigilância da gravidez de baixo risco

A

Educação para a saúde

Cuidados pré-natais

Preparação para o parto e parentalidade

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11
Q

Cuidados pré-natais – esquema de consultas

A

Esquema preconizado pela DGS:
- Realizar a 1ª consulta o mais precocemente possível e até às 12 semanas de gravidez
- Consultas de vigilância pré-natal após a 1a consulta
. A cada 4-6 semanas até às 30 semanas
. A cada 2-3 semanas entre as 30 e as 36 semanas
. A cada 1-2 semanas após as 36 semanas até ao parto

Todas as grávidas, entre as 36 e as 40 semanas, devem ter acesso a uma consulta hospitalar no local onde se
prevê̂ que venha a ocorrer o parto

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12
Q

Cuidados pré-natais - boletim

A

Boletim de saúde da grávida

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13
Q

Considera-se gravidez de baixo risco…

A

Considera-se gravidez de baixo risco aquela em que não é possível iden:ficar, após avaliação clínica de acordo
com a avaliação do risco pré́
-natal baseada na escala de Goodwin modificada, nenhum fator acrescido de morbilidade materna, fetal ou neonatal

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14
Q

A identificação do risco é realizada …

A

A identificação do risco é realizada pela avaliação clínica, laboratorial e imagiológica, e pode alterar a qualquer momento durante a gravidez

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15
Q

Escala de Goodwin Modificada - 4 parâmetros a avaliar

A

História reprodutiva

História obstétrica anterior

Patologia associada

Gravidez atual

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16
Q

Escala de Goodwin Modificada - história reprodutiva

A

Idade
- inferior ou igual a 17 anos ou superior a 40 anos: 3 pontos
- 18 a 29 anos: 0 pontos
- 30 a 39 anos: 1 ponto

Paridade
- 0: 1 ponto
- 1 a 4: 0 pontos
- 5 ou mais: 3 pontos

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17
Q

Escala de Goodwin Modificada - história obstétrica anterior

A

Aborto habitual (3 ou mais consecutivos) - 1 ponto

Infertilidade - 1 ponto

Hemorragia pós-parto/ dequitadura manual - 1 ponto

RN >= 4000 g - 1 ponto

Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia - 1 ponto

Cesariana anterior - 2 pontos

Feto morto/ morte neonatal - 3 pontos

Trabalho de parto prolongado ou difícil - 1 ponto

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18
Q

Escala de Goodwin Modificada - patologia associada

A

Cirurgia ginecológica anterior - 1 ponto

Doença renal crónica - 2 pontos

Diabetes gestacional - 1 ponto

Diabetes mellitus - 3 pontos

Doença cardíaca - 3 pontos

Outras (bronquite crónica, lúpus), índice de acordo com a gravidade - 1 a 3 pontos

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19
Q

Escala de Goodwin Modificada - gravidez atual (1ª visita e 36ª semana)

A

Hemorragias <= 20 semanas - 1 ponto

Hemorragias > 20 semanas - 3 pontos

Anemia (<= 10 g) - 1 ponto

Gravidez prolongada >= 42 semanas - 1 ponto

Hipertensão - 2 pontos

Rotura prematura de membranas - 2 pontos

Hidrâmnios - 2 pontos

ACIU (atraso de crescimento intrauterino) - 3 pontos

Apresentação pélvica - 3 pontos

Isoimunização Rh - 3 pontos

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20
Q

Escala de Goodwin Modificada - classificação da gravidade

A

Baixo risco 0 – 2

Médio risco 3 – 6

Alto risco ≥ 7

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21
Q

Cuidados pré-natais - objetivos (6)

A

Avaliar o bem-estar materno e fetal através da história clínica e dos dados dos exames complementares de
diagnóstico

Detetar precocemente situações desviantes do normal curso da gravidez que possam afetar a evolução da
gravidez e o bem-estar materno e fetal, estabelecendo a sua orientação

Identificar fatores de risco que possam vir a interferir no curso normal da gravidez, na saúde da mulher e do
feto

Promover a educação para a saúde, integrando o aconselhamento e o apoio psicossocial ao longo da vigilância periódica da gravidez

Preparar para o parto e parentalidade

Informar sobre os deveres e direitos parentais

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22
Q

Cuidados pré-natais – definição da idade gestacional: idade gestacional cronológica

A

Idade gestacional cronológica → definida a partir da data da última menstruação

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23
Q

Cuidados pré-natais – definição da idade gestacional: idade gestacional definitiva

A

Idade gestacional definitiva → definida pelo comprimento crânio-caudal, na ecografia das 11-13 semanas e seis
dias

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24
Q

Cuidados pré-natais – definição da idade gestacional: PMA

A

Quando a gravidez resulta de técnicas de Procriação Medicamente Assistidas, a idade gestacional deve ser
calculada utilizando a idade do embrião no dia da transferência e a data da transferência intrauterina

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25
Q

Cuidados pré-natais: suplementação (3)

A

Ácido fólico

Iodo

Ferro

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26
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - ácido fólico

A

Deve ser iniciada o mais precocemente possível a toma de 400ug/ dia

As grávidas com filho anterior com defeito do tubo neural ou com história familiar desta situação devem realizar diariamente uma dose superior (5 mg/dia) ; esta dose está também indicada em mulheres com doenças ou sob terapêutica associadas a diminuição da biodisponibilidade de ácido fólico

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27
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - iodo

A

Deve ser iniciada o mais precocemente possível a toma de iodeto de potássio - 150 a 200 ug/dia (desde que não existam contraindicações para o fazer)

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28
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - ferro

A

Deve ser iniciada a suplementação com 30-60 mg/dia de ferro elementar (na ausência de contraindicações para o fazer)

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29
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - ácido fólico (descrição)

A

Ácido fólico → 400 μg/dia de ácido fólico da preconceção até à 12ª semana de gestação; 5 mg/dia durante toda a gravidez se história familiar ou filho prévio com defeito do tubo neural ou doença/ terapêutica associada a
diminuição biodisponibilidade de ácido fólico

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30
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - iodo (descrição)

A

Iodo → nas mulheres com patologia da tiroide o iodo pode estar contraindicado, devendo a decisão médica ser
tomada caso a caso

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31
Q

Cuidados pré-natais: suplementação - ferro (descrição)

A

Ferro → início de suplementação na dose de 30-60 mg/dia na primeira consulta pré-natal; em grávidas com valores elevados de hemoglobina e/ou fatores de risco para pré-eclâmpsia, a suplementação com ferro pode relacionar-se com outcomes obstétricos negativos e não deve ser aconselhada; se houver diagnóstico de anemia durante a gravidez, esta deve ser tratada com a administração de ferro oral na dose de 150 a 200 mg, 1 a 3 vezes por dia

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32
Q

Cuidados pré-natais – rastreios analíticos: 1º trimestre

A

1º trimestre (< 13 semanas)

Citologia cervical - conforme rastreio

Tipagem ABO e fator RhD

Pesquisa de aglutininas irregulares (teste de Coombs indireto)

Hemograma completo

Glicemia em jejum

VDRL

Serologia rubérola - IgG e IgM (se desconhecido ou não imune em consulta pré-concecional)

Serologia toxoplasmose - IgG e IgM (se desconhecido ou não imune em consulta pré-concecional)

Ac HIV 1 e 2

AgHBs

Urocultura com eventual TSA

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33
Q

Cuidados pré-natais – rastreios analíticos: 2º trimestre

A

18-20 semanas:
- serologia rubéola - IgG e IgM, nas mulheres não imunes

24-28 semanas:
- hemograma completo
- PTGO com 75 gr (colheita às 0h, 1h e 2 horas)
- serologia toxoplasmose: IgG e IgM (nas mulheres não imunes)
- pesquisa de aglutininas irregulares (teste de Coombs indireto)

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34
Q

Cuidados pré-natais – rastreios analíticos: 3º trimestre

A

32-34 semanas
- hemograma completo
- VDRL
- serologia toxoplasmose - IgG e IgM (nas mulheres não imunes)
- Ac. VIH 1 e 2
- AgHBs (nas grávidas não vacinadas e cujo rastreio foi negativo no 1º trimestre)

35-37 semanas
- colheita (1/3 externo da vagina e ano-retal) para pesquisa de streptococcus beta hemolítico do grupo B

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35
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 1º trimestre

A

entre as 11 e as 13 semanas+6 dias

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36
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 2º trimestre

A

entre as 20 e as 22 semanas+6 dias

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37
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 3º trimestre

A

entre as 30 e as 32 semanas+6 dias

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38
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 1º trimestre (objetivos)

A

Confirmar a viabilidade fetal

Determinar o número de fetos e corionicidade

Datar corretamente a gravidez através do comprimento crânio-caudal

Diagnosticar malformações major e contribuir para a avaliação do risco de aneuploidias

Quantificar o risco de trissomia 21 (combinação da medida da translucência da nuca, idade materna e
determinação da fração livre da gonadotrofina coriónica humana e da proteína A plasmática associada à
gravidez – rastreio combinado)

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39
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 2º trimestre (objetivos)

A

Identificar malformações fetais

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40
Q

Cuidados pré-natais – rastreios ecográficos: ecografia do 3º trimestre (objetivos)

A

Avaliar o desenvolvimento fetal

Identificar anomalias tardias

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41
Q

Cuidados pré-natais – progressão ponderal: se baixo peso (IMC < 18,5) antes de engravidar

A

Ganho de peso total: 12,5 - 18 kg

Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres: cerca de 0,5 kg por semana

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42
Q

Cuidados pré-natais – progressão ponderal: se peso normal (18,5 <= IMC <= 24,9) antes de engravidar

A

Ganho de peso total: 11,5 - 16 kg

Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres: cerca de 0,4 kg por semana

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43
Q

Cuidados pré-natais – progressão ponderal: se excesso de peso (25 <= IMC <= 29,9) antes de engravidar

A

Ganho de peso total: 7 kg - 11,5 kg

Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres: cerca de 0,3 kg por semana

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44
Q

Cuidados pré-natais – progressão ponderal: se obesidade (IMC >= 30) antes de engravidar

A

Ganho de peso total: 5 kg - 9 kg

Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres: cerca de 0,2 kg por semana

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45
Q

Cuidados pré-natais – vacinação

A

As vacinas a administrar durante a gravidez são inativadas e a vacinação deve ocorrer, se possível, no 2º e 3º trimestres, a fim de evitar a associação temporal entre as vacinas e algum eventual problema com o feto

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46
Q

Cuidados pré-natais – vacinação: tosse convulsa

A

Tosse convulsa → uma dose de vacina combinada contra a tosse convulsa, o tétano e a diqeria (Tdpa) entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas

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47
Q

Cuidados pré-natais – vacinação: gripe

A

Gripe → recomendação segue as diretrizes atualizadas anualmente pela DGS; para proteção de evolução grave da gripe durante a gravidez e para proteção do recém-nascido durante os primeiros meses de vida

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48
Q

Cuidados pré-natais – vacinação: vacinas vivas

A

Vacinas vivas estão contraindicadas!

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49
Q

Cuidados pré-natais – rastreios: RCCU

A

Rastreio da neoplasia do colo do útero, se aplicável

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50
Q

Cuidados pré-natais – rastreios: violência

A

Realizar o rastreio de violência doméstica na primeira consulta pré-natal e em todas as consultas subsequentes

Detetar sinais e sintomas sugestivos da existência de violência

Intervir e acompanhar a vítima de violência doméstica durante a gravidez

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51
Q

Cuidados pré-natais – rastreios: mutilação genital feminina

A

Rastreio de grávidas com mutilação genital feminina
- Especial atenção a comunidades e pessoas imigrantes de países que segundo a OMS apresentam prevalências elevadas desta prá:ca: Costa do Marfim, Egipto, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné Conacri, Nigéria, Senegal

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52
Q

Cuidados pré-natais – alimentação

A

Recomenda-se 5 a 6 refeições diárias, para que a grávida não esteja mais de 3 horas sem comer → roda dos alimentos

As grávidas estão mais vulneráveis a toxinfeções alimentares devido às alterações do sistema imunitário

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53
Q

Cuidados pré-natais – alimentação: toxoplasmose

A

Especial cuidado de higiene das mãos e utensílios de cozinha depois de manusear carne crua

Consumir fruta e vegetais crus só depois de bem lavados; não consumir carne mal passada

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54
Q

Cuidados pré-natais – alimentação: listeriose

A

Alimentos infetados frequentemente: leite e produtos lácteos não pasteurizados; peixe e carne crus e mal cozinhadas; refeições pré-preparadas; frutas e vegetais crus, não lavados ou não cozinhados

Especial cuidado de higiene das mãos, utensílios e frigorífico

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55
Q

Cuidados pré-natais – alimentação: salmonelose

A

Comum em aves e ovos, sendo transmitida pela ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais, por isso a importância de cozinhar muito bem os alimentos

Evitar pratos com ovos que não sejam cozinhados - maionese, mousses, etc. Cozinhar muito bem as aves e os ovos de maneira a que a gema e a clara fiquem sólidos

56
Q

Cuidados pré-natais – alimentação: brucelose

A

Contaminação por ingestão de carne mal cozinhada ou pelo consumo de produtos lácteos não pasteurizados tais como o leite, queijo e gelado

57
Q

Cuidados pré-natais – atividade física

A

Natação, caminhadas, yoga e exercícios de aeróbica de baixo impacto são a:vidades recomendadas desde que a grávida não se encontre em risco de parto pré-termo, placenta prévia, hemorragia vaginal ou rotura prematura de membranas

Quando a grávida já́ pra:cava algum desporto poderá́ mantê-lo com moderação, desde que não seja um desporto de contacto ssico, ou que envolva o risco de trauma abdominal

58
Q

Cuidados pré-natais – saúde oral: problemas

A

Aparecimento ou agravamento de problemas orais
- Inflamação das gengivas
- Dor e sangramento gengival durante a escovagem
(devido a alterações hormonais)

59
Q

Cuidados pré-natais – saúde oral: cheque dentista

A

Cheque den:sta
- Estão disponíveis 3 cheques-dentista por gravidez até 60 dias após o parto

60
Q

Cuidados pré-natais – sexualidade

A

Esclarecer sobre a sexualidade durante a gravidez

Quando não existem contraindicações, manter relações sexuais na gravidez não está associado a qualquer resultado adverso

61
Q

Cuidados pré-natais – 10 sinais de alerta

A
  • Hemorragia vaginal
  • Perda de líquido pela vagina
  • Corrimento vaginal com prurido/ardor
  • Dores abdominais/pélvicas
  • Arrepios ou febre
  • Dor/ardor quando urina
  • Vómitos persistentes
  • Dores de cabeça fortes ou contínuas
  • Perturbações da visão
  • Diminuição dos movimentos fetais
62
Q

Cuidados pré-natais – tabagismo, álcool e substâncias psicoativas

A

Inquirir todas as grávidas rela:vamente ao consumo de tabaco, álcool e outras substâncias psicoativas, o mais
cedo possível na gravidez e em cada consulta

Informar e aconselhar as grávidas sobre os riscos do consumo de tabaco, álcool e outras substâncias psicoativas

Disponibilizar intervenções psicossociais para a cessação do consumo de tabaco, álcool e outras substâncias
psicoa:vas e referenciar para ajuda especializada caso seja necessário

63
Q

Cuidados pré-natais – segurança rodoviária

A

Todas as grávidas devem usar o cinto de segurança, tendo o cuidado de não deixar que o mesmo exerça pressão sobre o abdómen

No último trimestre da gravidez, a mulher deve evitar usar os lugares com airbag frontal

Pode ser desaconselhável conduzir no final da gravidez, devido à proximidade do airbag

64
Q

Cuidados pré-natais – preparação para o parto

A

Cursos de preparação para o parto e parentalidade constituem uma modalidade de intervenção a que todas as grávidas/casais devem ter acesso no decorrer da gravidez

Preparação para o aleitamento materno

65
Q

1ª CONSULTA – Antes das 12 semanas: determinar/ efetuar

A
  • Dados da consulta pré-concecional;
  • Elementos da história clínica;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Avaliação de fatores de risco social, tais como pobreza, imigração, desemprego,
    refugiados, condições habitacionais precárias;
  • Cálculo da IG e DPP;
  • Avaliação do bem-estar materno (peso e altura – antes da gravidez e atual / índice
    de massa corporal / pressão arterial (PA) / análise sumária à urina – bacteriúria e
    proteinúria / pesquisa de edemas / pesquisa de sinais de anemia (coloração da
    pele, das extremidades e da mucosa oral);
  • Avaliação da motivação e adaptação pessoal e familiar para o estado de gravidez
    (desejada/planeada/não aceite);
  • Exame físico e ginecológico (atenção à genitália externa para deteção de situações
    de mutilação genital feminina);
  • Rastreio da violência nas relações de intimidade através de perguntas tipo, como:
    “Existem conflitos familiares que a estejam a preocupar? Tem tido problemas de
    relacionamento com o seu companheiro? Sente-se segura na sua relação?”;
  • Preenchimento do BSG;
  • Avaliação do histórico vacinal
66
Q

1ª CONSULTA – Antes das 12 semanas: validar/informar

A
  • Importância e periodicidade da vigilância
    da gravidez;
  • Caráter adaptativo das transformações
    psicológicas que ocorrem na gravidez;
  • Estilos de vida saudável (alimentação /
    aumento ponderal desejável / trabalho
    / atividade física / repouso / cuidados
    de higiene / sexualidade / segurança
    rodoviária / consumo de tabaco, álcool,
    substâncias psicoativas);
  • Sinais de alerta e de aborto;
  • Fisiologia e desconfortos da gravidez no
    1º T;
  • Prevenção de infeções;
  • Desenvolvimento embrionário/fetal;
  • Programa Nacional de Promoção da
    Saúde Oral;
  • PNV (prevenção do tétano neonatal,
    gripe sazonal, gripe pandémica, quando
    aplicável);
  • Suplementação com ácido fólico (400 µg/
    dia) até à 12ª semana de gravidez e iodo
    (150-200 µg/dia) durante toda a gravidez
67
Q

1ª CONSULTA – Antes das 12 semanas: verificar/ requisitar

A
  • Boletim Individual de Saúde;
  • Boletim de Saúde Reprodutiva/
    Planeamento Familiar;
  • Ecografia obstétrica do 1ºT;
  • Análises laboratoriais do 1ºT;
  • Suplemento de ácido fólico e iodo;
  • Ponderar “cheque dentista”;
  • Ponderar referenciação para consulta
    de cessação tabágica, consulta de
    psicologia, consulta com assistente
    social ou para Unidade de Cuidados
    na Comunidade;
  • Ponderar referenciação para HAP ou
    HAPD (de acordo com protocolo de
    cada UCF).
  • Ponderar referenciação para as
    Equipas para a Prevenção da
    Violência em Adultos (EPVA) e
    Núcleos de Apoio às Crianças e
    Jovens em Risco
68
Q

2ª CONSULTA – Entre as 14 e as 16 semanas e 6 dias: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação dos exames pedidos;
  • Reavaliação da IG e corrigir DPP, se aplicável;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso / pressão arterial (PA) / altura uterina
    (AU) / análise sumária à urina / edemas / batimentos cardio-fetais);
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Avaliação de sinais de ansiedade (ambivalência, insegurança) e do risco de
    depressão na gravidez (sinais de alerta a valorizar: tristeza invasiva / desespero /
    crises de choro / Ideação suicida)
69
Q

2ª CONSULTA – Entre as 14 e as 16 semanas e 6 dias: validar/ informar

A
  • Estilos de vida saudável;
  • Sinais de alerta e de aborto;
  • Fisiologia da gravidez e desconfortos do
    2ºT;
  • Crescimento e movimentos fetais /
    vestuário / profilaxia da insuficiência
    venosa / cuidados à pele;
  • Legislação na gravidez (atividade laboral
    / direitos / abono de família pré-natal);
  • Diagnóstico Pré-natal, se aplicável;
  • Suplementação com ferro elementar
    (30-60mg/dia)
70
Q

2ª CONSULTA – Entre as 14 e as 16 semanas e 6 dias: verificar/ requisitar

A
  • Ecografia obstétrica do 2ºT (entre as
    20-22s);
  • Serologia para rubéola (se não
    imune entre as 18-20 s);
  • Rastreio hemoglobinopatias (se hg
    alterada);
  • Modelo de certificação do tempo de
    gravidez para efeitos do pagamento
    do abono pré-natal;
  • Ponderar referenciação para HAP ou
    HAPD; (de acordo com protocolo de
    cada UCF);
  • Ponderar referenciação para consulta
    de psicologia
71
Q

3ª CONSULTA – Antes das 24 semanas: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação dos exames pedidos;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso / PA / análise sumária à urina / edemas / altura uterina (AU) / batimentos cardio-fetais / movimentos fetais);
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Vacinação contra o tétano e difteria (atualizar se necessário)
72
Q

3ª CONSULTA – Antes das 24 semanas: validar e informar

A
  • Estilos de vida saudável;
  • Sinais de alerta e de parto pré-termo;
  • Abordar Profilaxia da isoimunização RhD,
    se aplicável;
  • Calendário e inscrição em curso de
    preparação para o parto e parentalidade
73
Q

3ª CONSULTA – Antes das 24 semanas: verificar e requisitar

A
  • Análises laboratoriais do 2º T (entre
    as 24-28 s);
  • Programar administração de
    Imunoglobulina anti-D, se aplicável;
  • Ponderar referenciação para HAP ou
    HAPD (de acordo com protocolo de
    cada UCF).
74
Q

4ª CONSULTA – Entre as 27-30 Semanas e 6 dias: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação dos exames pedidos;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso / PA / análise sumária à urina / edemas / altura uterina (AU) / batimentos cardio-fetais / movimentos fetais);
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Realizar profilaxia da isoimunização RhD, se aplicável;
  • Avaliação da capacidade de antecipar e de integrar uma nova pessoa na família
75
Q

4ª CONSULTA – Entre as 27-30 Semanas e 6 dias: validar/ informar

A
  • Estilos de vida saudável;
  • Sinais de alerta e de parto pré-termo;
  • Promoção do aleitamento materno;
  • Importância da comunicação intrauterina
    (falar com o feto, acariciar o abdómen,
    estimular pensamentos sobre o bebé,
    etc)
76
Q

4ª CONSULTA – Entre as 27-30 Semanas e 6 dias: verificar/ requisitar

A
  • Análises laboratoriais do 3ºT (> 32s);
  • Ecografia obstétrica (3ºT) – (30-32 s);
  • Ponderar referenciação para HAP ou
    HAPD (de acordo com protocolo de
    cada UCF)
77
Q

5ª CONSULTA – Entre as 34-35 Semanas e 6 dias: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação dos exames;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso / PA / análise sumária à urina / edemas / altura uterina (AU) e perímetro abdominal / batimentos cardio-fetais / movimentos fetais);
  • Vacinação contra o tétano e difteria (2ª dose, se aplicável);
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal;
  • Avaliação da capacidade de antecipar e de integrar uma nova pessoa na família
78
Q

5ª CONSULTA – Entre as 34-35 Semanas e 6 dias: validar/ informar

A
  • Estilos de vida saudável;
  • Sinais de alerta e de parto pré-termo;
    contagem dos movimentos fetais (pela
    mãe);
  • Fisiologia e desconfortos da gravidez no
    3ºT;
  • Registo de movimentos fetais no BSG
    /“Mala” para a maternidade;
  • Importância da sintonia entre as emoções
    da mãe e as reações do feto;
  • Preparação do quarto e do enxoval do
    bebé
79
Q

5ª CONSULTA – Entre as 34-35 Semanas e 6 dias: verificar/ requisitar

A
  • Análise laboratorial: pesquisa de
    estreptococos β hemolítico de grupo
    B no terço externo da vagina e anoretal (35-37 s)
  • Ponderar referenciação para HAP ou
    HAPD (de acordo com protocolo de
    cada UCF)
80
Q

6ª CONSULTA – Entre as 36-38 Semanas e 6 dias: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação dos exames;
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso |PA / análise sumária à urina / edemas / altura uterina / perímetro abdominal / apresentação fetal / batimentos cardio-fetais / movimentos fetais);
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal
81
Q

6ª CONSULTA – Entre as 36-38 Semanas e 6 dias: validar/ informar

A
  • Estilos de vida saudável;
  • Sinais de alerta de início de trabalho de
    parto e/ou risco;
  • Fisiologia do trabalho de parto / sinais
    de parto / plano de parto / estratégias de
    alívio da dor no trabalho de parto;
  • Promoção do aleitamento materno;
  • Cuidados ao RN / vigilância de saúde
    infantil / alta segura;
  • Recursos na comunidade
    (rede de cantinhos de amamentação)
    / linhas telefónicas e sites de apoio /
    recuperação no pós-parto);
  • Alterações fisiológicas no puerpério /
    revisão de parto / contraceção
82
Q

6ª CONSULTA – Entre as 36-38 Semanas e 6 dias: verificar/ requisitar

A
  • Registo integral de dados no BSG;
  • Referenciar para HAP ou HAPD (de
    acordo com protocolo de cada UCF)
83
Q

7ª CONSULTA – Após as 40 Semanas: determinar/ efetuar

A
  • Avaliação do bem-estar materno-fetal (peso |PA / análise sumária à urina / edemas / altura uterina / perímetro abdominal / apresentação fetal / batimentos cardio-fetais / movimentos fetais);
  • Avaliação do índice de Bishop;
  • Avaliação de fatores de risco pré-natal
84
Q

7ª CONSULTA – Após as 40 Semanas: validar / informar

A
  • Sinais de alerta de início de trabalho de
    parto e/ou risco;
  • Fisiologia do trabalho de parto / sinais
    de parto / plano de parto / estratégias de
    alívio da dor no trabalho de parto;
  • Indicação para indução do trabalho de
    parto
85
Q

7ª CONSULTA – Após as 40 Semanas: verificar/ requisitar

A

Cardiotocografia, se aplicável

86
Q

Definição de puerpério

A

Puerpério → período de recuperação ssica e psicológica da mãe que começa imediatamente a seguir ao nascimento do recém-nascido e se prolonga por 6 semanas pós-parto

87
Q

Consulta do puerpério

A

Nesta fase é importante avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido bem como a adaptação da díade/tríade ao seu novo papel

A visita domiciliária durante o período do puerpério constitui um instrumento de trabalho, sendo particularmente importante nas famílias ou situações identificadas como de risco

88
Q

Consulta do puerpério - objetivos

A

Avaliar o bem-estar físico, emocional e social da mulher/criança/família

Corrigir/tratar situações de dificuldade ou desvio da normalidade durante o puerpério

Identificar situações de luto perinatal ou de internamento do recém-nascido para que recebam intervenção
específica

Importância dos registos!

89
Q

Consulta do puerpério - considerações

A

Uma consulta a realizar entre a 4ª e a 6ª semanas após o parto

Deve ser consagrada uma consulta no puerpério precoce (até ao 15º dia pós-parto) em puérperas com determinadas situações:
- extremos da idade reprodutiva
- necessitem de avaliação de ferida cirúrgica e eventual remoção de material de sturua
- dificuldades no estabelecimento e manutenção do aleitamento materno
- sinalizadas pelo hospital e/ou âmbito dos protocolos da UCF

90
Q

Consulta do puerpério – saúde mental: blues pós-parto

A

Blues pós-parto → humor depressivo, crises repe:das de choro e ansiedade; prevalência entre 40% a 60%;
devem estar ultrapassados ao fim de 10 a 14 dias; tendem a desaparecer espontaneamente; não devem ser desvalorizados

91
Q

Consulta do puerpério – saúde mental: depressão pós-parto

A

Depressão pós-parto → sintomas dos blues pós-parto prolongados no tempo e acrescidos de confusão,
perturbações do sono e apetite; prevalência de 10% a 15%; pode originar perturbações emocionais e cognitivas quer na mãe quer na criança quando não é detetada e tratada precocemente

92
Q

Consulta do puerpério – saúde mental: psicose pós-parto

A

Psicose pós-parto → caracteriza-se por alucinações, delírios e angús:as paranoides; prevalência de 2-4/1000;
surge nas duas primeiras semanas após o parto; patologia grave que requer tratamento intensivo em consulta de Psiquiatria e por vezes de internamento

93
Q

Depressão pós-parto – diagnóstico

A

Fundamental detetar as situações de risco o mais precocemente possível

Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo

94
Q

Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo

A

Nos últimos 7 dias:

  1. Tenho sido capaz de me rir e ver o lado divertido das coisas
  2. Tenho tido esperança no futuro
  3. Tenho-me culpado sem necessidade quando as coisas correm mal
  4. Tenho estado ansiosa ou preocupada sem motivo
  5. Tenho-me sentido com medo ou muito assustada, sem motivo
  6. Tenho sentido que são coisas demais para mim
  7. Tenho-me sentido tão infeliz que durmo mal
  8. Tenho-me sentido triste ou muito infeliz
  9. Tenho-me sentido tão infeliz que choro
  10. Tive ideias de fazer mal a mim mesma
95
Q

Consulta do puerpério (entre a 4ª e 6ª semana pós-parto) - determinar/ efetuar

A
  • História clínica – Intercorrências na gravidez, dados do parto e eventuais complicações;
  • Exame físico e do estado geral da mulher – Observação da pele e mucosas, edemas, sutura/cicatriz, (episiorrafia, laceração ou cesariana) e altura do fundo uterino; pressão arterial,
    temperatura, peso;
  • Observação das mamas – Validar aleitamento materno ou supressão láctea;
  • Identificação precoce de sinais e sintomas das patologias mais frequentes – Anemia,
    cefaleias, sinais de bloqueio de ducto, ingurgitamento mamário ou lesões do mamilo que dificultem a amamentação, má involução uterina e/ou hemorragia vaginal, incontinência
    urinária/fecal, infeções urinárias, ginecológicas e/ou da sutura, hemorroidas;
  • Avaliação de histórico vacinal – Administração de vacinas contra o sarampo, papeira e rubéola (VASPR) e contra o tétano e difteria (Td) se puérpera não vacinada ou com esquema
    em atraso;
  • Exame ginecológico – Realização de citologia cervico-vaginal se aplicável;
  • Avaliação do pavimento pélvico – Queixas urinárias, sexuais e/ou pélvicas;
  • Avaliação de conhecimentos sobre o retorno à fertilidade no pós-parto – Informação e
    fornecimento de método contracetivo escolhido, se aplicável;
  • Avaliação do suporte social / fatores de risco familiares – Pessoas e/ou instituições de
    apoio e resposta às necessidades básicas da tríade mãe/bebé/pai. Avaliação de fatores de
    risco social, tais como pobreza, migração, desemprego, refugiados, condições habitacionais
    precárias. Avaliação de contextos de vida, tais como situações de luto, nascimento de um recém-nascido com malformações;
  • Avaliação do estado emocional da puérpera através da:
  • Avaliação clínica – questionar: “Durante o último mês, sentiu-se muitas vezes incomodada por estar “em baixo”, deprimida ou desanimada?”; “Durante o último mês, sentiu-se
    muitas vezes incomodada por ter pouco interesse ou prazer em fazer algo?”; Considere
    colocar uma terceira questão se alguma das duas anteriores teve uma resposta positiva, por exemplo, “Esta situação fá-la sentir que quer ou precisa de ajuda?”
  • Escala de Edimburgo para a depressão pós-parto, caso sinais de blues pós-parto persistam ao fim de 10 a 14 dias; com referenciação para consulta de psicologia sempre que score≥ 12 ou 10º item assinalado positivamente
  • Avaliação da dinâmica familiar – Dedicar especial atenção à relação emocional mãe/pai-bebé, à qualidade da vinculação, à deteção de sinais e sintomas de maus-tratos, de negligência, de violência doméstica, ou dos relacionados com o risco de mutilação genital nas
    crianças do sexo feminino;
  • Avaliação de hábitos alimentares
  • Preenchimento do BSG, BSR / PF
96
Q

Consulta do puerpério - informar/ validar/ requisitar

A
  • Estilos de vida saudável – alimentação / atividade física / sono e repouso / higiene (cuidados na
    zona perineal) / segurança rodoviária / consumo de tabaco, álcool, e outras SPA (risco de recaída);
  • Aleitamento materno – Frequência das mamadas (diurna e noturna), sinais de boa pega e de
    satisfação do recém-nascido, condições das mamas, extração e conservação do leite materno, resolução de problemas;
  • Aleitamento artificial – Higienização e esterilização de biberons e tetinas, preparação de fórmula
    para lactente quando, por impossibilidade ou opção materna, a mulher não amamenta; deverá
    igualmente ser assegurado o apoio específico na supressão láctea;
  • Fortalecimento do pavimento pélvico – Recuperação pós-parto incluindo, entre outros, exercícios de Kegel e reeducação períneo esfincteriana quando indicada. Devem ser realizadas questões que incluam a globalidade das funções:
  • Tem perda de urina ao esforço? Sente vontade urgente de urinar ou evacuar? Tem perda de “gases” involuntariamente? Sente dor nas relações sexuais? Sente falta de sensibilidade e/ou
    de tónus muscular? Tem “ sensação de peso a nível pélvico” ?;
  • Queixas – Dor, fluxo vaginal (sangue, leucorreia), queixas urinárias, febre. A persistência de hemorragia 6 semanas após o parto deve ser investigada;
  • Planeamento familiar:
  • Desejo de ter outros filhos;
  • Método contracetivo escolhido pelo casal – Informação sobre o uso adequado, gestão de intercorrências ou eventuais efeitos adversos e instruções para a sua continuação;
  • Reinício da atividade sexual e eventuais dificuldades sexuais – Desconforto, sensação de ardor/picada no local da episiorrafia / perineorrafia no primeiro ano, diminuição da lubrificação vaginal;
  • Transformações emocionais – Informação sobre o seu caráter adaptativo (adequado) nesta fase;
  • Apoio ao pai na adaptação ao seu novo papel e responsabilidades dentro da unidade familiar;
  • Recuperação em grupo pós-parto – Calendário e inscrição;
  • Verificar/Atualizar o PNV
  • Suplementação com iodo e ferro (se aplicável).
  • Estado nutricional, peso adequado, hábitos alimentares e estilos de vida saudável
97
Q

Profilaxia da isoimunização Rh - doença hemolítica perinatal (DHPN)

A

Ocorre pela destruição dos eritrócitos fetais e do recém-nascido por anticorpos maternos dirigidos especificamente contra os antigénios de membrana dessas células
- Este processo inicia-se a partir da 6ª semana de gestação, quando o feto Rh+ começa a ter o antigénio
Rh em circulação
- Quando os eritrócitos fetais entram na circulação materna de grávidas Rh- são reconhecidas como
células estranhas e o sistema imune da mãe produz anticorpos anti-D

Causa morbilidade e mortalidade perinatal significativas

Incompatibilidade do sistema Rh, entre mãe e feto, é responsável por 95% dos casos

98
Q

Profilaxia da isoimunização Rh - grávidas Rh-

A

15% das grávidas serão Rh-
- 2% vão sensibilizar para o Rh antes do parto (sem profilaxia!)
- 16% sensibilizam durante o parto (sem profilaxia!)

99
Q

Profilaxia da isoimunização Rh - administração de Imunoglobulina anti-D

A

A administração de Imunoglobulina anti-D às 28 semanas de gestação a mulheres Rh- é uma intervenção eficaz na prevenção da DHPN:
- Reduz o risco de isoimunização de 2 para 0,1%

Apresenta uma relação custo-beneficio positiva

100
Q

Profilaxia da isoimunização Rh - diretrizes da DGS

A

A imunoglobulina an:-D, na dose de 300 mcg, deve ser disponibilizada às 28 semanas de gestação a todas as
grávidas RH- não sensibilizadas

Farmácias hospitalares e das ARS devem organizar-se de modo a poder responder às necessidades das grávidas seguidas nos serviços públicos de saúde da sua área de influência

O impresso modelo nº 1804 da Imprensa Nacional, referente à administração de produtos hemoderivados, tem
que ser sempre preenchido

É obrigatório o registo datado da administração da imunoglobulina anti-D no Boletim de Saúde da Grávida

A administração da imunoglobulina anti-D é condicionada pelo prévio consentimento livre e esclarecido por
parte da grávida

101
Q

Profilaxia da isoimunização Rh: após a administração de Imunoglobulina anti-D

A

Após a administração de imunoglobulina an:-D às 28 semanas, o teste de Coombs indireto será́ sempre
positivo

Quando a imunoglobulina é administrada previamente – após amniocentese ou metrorragia:
- Repetir a profilaxia 12 semanas após a primeira administração
- Mas, não é necessário repetir antes das 28 semanas de gestação

102
Q

Outras indicações para administração de Imunoglobulina anti-D

A

Pós-parto com recém-nascido do grupo Rh+, preferencialmente antes das 72 horas

Abortos:
- Interrupção médica da gravidez por métodos cirúrgicos ou médicos, independentemente da idade gestacional
- Aborto espontâneo completo ou qualquer tipo de aborto necessitando de curetagem uterina, após as 6 semanas de gestação
- Gravidez ectópica ou gravidez molar
- Ameaça de aborto com metrorragia:
. Após as 12 semanas
. No caso de metrorragia intermitente, repetir anti-D de 6-6 semanas

Hemorragia da 2ª metade da gravidez (por exemplo descolamento da placenta ou placenta prévia)

Técnicas invasivas de diagnóstico / terapêutica fetal:
- Amniocentese, cordocentese, biópsia das vilosidade, inserção de drenos ou redução embrionária

Cirurgia / trauma abdominal (inclui versão externa)

Morte fetal

103
Q

Administração de Imunoglobulina anti-D: consultas das 22 semanas

A

Pedido de consentimento informado

Requisitar a imunoglobulina anti-D → preencher o impresso modelo nº 1804

Pedir teste de Coombs indireto para a grávida efetuar entre as 24 e 26 semanas

104
Q

Administração de Imunoglobulina anti-D: consultas das 28 semanas

A

Se teste de Coombs indireto for negativo → proceder à administração da imunoglobulina anti-D

Preencher e devolver o impresso à farmácia de origem

Registar o procedimento no Boletim de Saúde da Grávida

105
Q

Profilaxia da isoimunização Rh - algoritmo

A

Mulher Rh neg - consulta pré-concecional/ 1ª consulta pré-natal

Teste de Coombs indireto pos : hospital

Teste de Coombs indireto neg : consentimento livre e esclarecido (sempre que for administrada a imunoglobulina)
- se gravidez não evolutiva: gravidez ectópica, mola hidatiforme, morte fetal, aborto espontâneo/ interrupção da gravidez superior ou igual a 6 semanas - imunoglobulina anti-D
- se gravidez evolutiva:
. e ameaça de aborto, hemorragia da 2ª metade, traumatismo abdominal superior ou igual a 20 semanas, técnicas invasivas de DPN (amniocentese, cordocentese, cirurgia fetal), versão externa: imunoglobulina anti-D
. 24 a 26 semanas: teste de Coombs indireto - se positivo hospital; se negativo - profilaxia sistemática às 28 semanas (imunoglobulina anti-D, não repete teste Coombs) - pós-parto com recém-nascido Rh+; imunoglobulina anti-D

106
Q

Constituição da hemoglobina

A

A hemoglobina é constituída por 4 cadeias de globina:
- 2 do tipo alfa
- 2 do tipo não alfa

107
Q

Tipos de hemoglobina nos adultos

A

A principal (97%) hemoglobina presente nos adultos saudáveis é a HbA1 → constituída por 2 cadeias α e 2 cadeias β2
- HbA2 (2%) → constituída por 2 cadeias α e 2 cadeias δ
- HbF (<1%) → constituída por 2 cadeias α e 2 cadeias γ

108
Q

Definição de hemoglobinopatias

A

Hemoglobinopatias resultam de mutações que afetam os genes responsáveis pela síntese das cadeias de globina da hemoglobina

109
Q

Tipo de hereditariedade das hemoglobinopatias

A

Doenças hereditárias de transmissão autossómica recessiva

110
Q

3 tipos de hemoglobinopatias

A

α-Talassémia

β-Talassémia

Doença de células falciformes (Drepanocitose)

111
Q

α-Talassémia

A

α-Talassémia → hemoglobinopatia hereditária caracterizada por síntese diminuída das cadeias de α
globina que levam a um quadro clinico variável, dependendo do número de alelos mutados

112
Q

β-Talassémia

A

β-Talassémia → marcada pela deficiência ou ausência da síntese da cadeia de β globulina da proteína hemoglobina, sendo a gravidade do quadro clínico dependente do grau de diminuição da síntese desta
cadeia

113
Q

Doença de células falciformes (Drepanocitose)

A

Doença de células falciformes (Drepanocitose) → denominar um grupo de doenças caracterizadas pela presença da hemoglobina S, na ausência de formação de HbA1

114
Q

2 hemoglobinopatias mais comuns em Portugal

A

Drepanocitose

β Talassemia major e intermédia

115
Q

Pesquisa de hemoglobinopatia

A

Deve ser solicitado hemograma a todas as mulheres em idade reprodutiva, em particular nas consultas de planeamento familiar, pré́-conceção ou, com carácter de urgência, na 1ª consulta da gravidez, para pesquisar a presença de hemoglobinopatia

116
Q

Quando suspeitar de hemoglobinopatia?

A

Presença de anemia e/ou microcitose e/ou hipocromia, após exclusão de sideropenia

Hemoglobina elevada (acima dos parâmetros normais para a idade, sexo e estado de gravidez) sem história de
patologia associada ou hábitos tabágicos acentuados

Parâmetros hematológicos normais, mas família da mulher (ou parceiro) é oriunda dos distritos com maior
prevalência de hemoglobinopatias (Beja, Faro, Santarém e Setúbal) – ou de comunidades de imigrantes (países africanos, subcon:nente indiano, Timor, Brasil, Europa de Leste e Ásia)
- pedir o estudo das hemoglobinas → eletroforese de hemoglobinas com quantificação de HbA2 e F

Se se tratar de uma grávida, não se deve aguardar pela investigação de sideropenia, mas sim solicitar de
imediato a pesquisa de hemoglobinopatias nos dois membros do casal

117
Q

Pesquisa de hemoglobinopatias - análise dos resultados: alterações dos parâmetros eritrocitários com estudo das hemoglobinas normal

A

Não exclui a hipótese de se tratar de uma hemoglobinopatia

Se houver hemoglobinopatia no outro elemento do casal, está indicado o estudo molecular dos genes globínicos para a pesquisa de α-Talassemia ou de β-Talassemia com HbA2 normal

118
Q

Pesquisa de hemoglobinopatias - análise dos resultados: alterações no resultado do estudo de hemoglobinas fora da gravidez

A

Se algum dos parâmetros for anormal, efetuar o aconselhamento genético e propor ao companheiro o estudo das hemoglobinas

Sempre que for detetado um portador, deve ser proposto e incentivado o estudo dos familiares em idade
fértil

119
Q

Pesquisa de hemoglobinopatias - análise dos resultados: alterações no resultado do estudo de hemoglobinas em ambos os membros do casal - gravidez em curso

A

Propor a realização do estudo do feto

Contactar o Centro/Unidade de Diagnóstico Pré́-Natal que disponha de apoio de Geneticista Clínico e enviar o casal com urgência

120
Q

Pesquisa de hemoglobinopatias - análise dos resultados: alterações no resultado do estudo de hemoglobinas em ambos os membros do casal - sem gravidez em curso

A

Enviar o casal a uma consulta de Genética Médica

Informar o casal dos riscos para a descendência e da possibilidade de realização de Diagnóstico Pré́-Natal em eventual gravidez futura

121
Q

Prevenção de hemoglobinopatias - consentimento informado

A

O estudo das hemoglobinas e os testes moleculares para a identificação do estado de portador saudável são
considerados exames preditivos e deverão ser realizados de acordo com as normas nacionais e internacionais e Convenção de Oviedo:
- Deve ser previamente prestada informação adequada quanto ao objetivo e à natureza do rastreio, bem como às suas consequências, e a pessoa em causa deve dar o seu consentimento livre e esclarecido

Os resultados de todos os estudos devem ser facultados à utente

122
Q

Prevenção de hemoglobinopatias - algoritmo

A

Hemograma

Se no hemograma:
- anemia e/ou microcitose VGM<80 fL e/ou hipocromia HGM<27 pg, após exclusão de sideropenia
- hemoglobina elevada acima do normal para a idade, sexo e estado de gravidez, sem patologia associada ou hábitos tabágicos
- parâmetros hematológicos normais, mas a família da mulher ou do companheiro é dos distritos de Beja, Faro, Santarém e Setúbal ou das comunidades de imigrantes
FAZER ESTUDO DE HEMOGLOBINOPATIAS

Em caso de gravidez, propor de imediato o estudo do companheiro

No estudo de hemoglobinas, alteração nos parâmetros eritrocitários e/ou estudo de Hbs
- aconselhamento genético: propor e incentivar o estudo de outros membros adultos das famílias
- propor ao companheiro que faça: hemograma e estudo de Hbs

Se companheiro com alteração nos parâmetros eritrocitários e/ou no estudo de Hbs: casal em risco
- fora da gravidez: enviar à consulta de Genética Médica; propor DPN em futura gravidez
- gravidez em curso: aconselhamento genético, propor a realização do estudo do feto; contactar de imediato o centro/unidade de diagnóstico pré-natal com geneticista clínico

123
Q

Definição de diabetes gestacional

A

Qualquer grau de intolerância aos hidratos de carbono detetado, pela primeira vez, no decurso da gravidez

Existe uma relação linear entre os valores da glicemia materna e a morbilidade materna, fetal e neonatal

124
Q

Impacto do diagnóstico da diabetes gestacional

A

O controlo da glicemia durante a gravidez diminui as complicações maternas e a morbimortalidade
perinatal
- Este beneficio é tanto maior quanto mais precocemente for realizado o diagnóstico e iniciado o controlo metabólico

Permite e identificação de mulheres com risco acrescido de vir a desenvolver diabetes no futuro
- Intervenções para modificação de comportamentos alimentares incorretos, prática regular de exercício físico e redução do peso, quando justificado

125
Q

Diagnóstico da diabetes gestacional - 2 fases temporais distintas

A

Glicemia em jejum na primeira consulta de vigilância pré́
-natal

PTGO com 75 g de glicose às 24-28 semanas de gestação

126
Q

Diagnóstico da diabetes gestacional - glicemia em jejum na primeira consulta de vigilância pré-natal

A

Glicemia em jejum na primeira consulta de vigilância pré́
-natal:
- glicemia plasmática em jejum <92 mg/dl → realização, entre as 24-28 semanas de gestação, de PTGO com sobrecarga de 75 g de glicose
- 92 mg/dl ≤ glicemia plasmática em jejum <126 mg/dl → diabetes gestacional
- glicemia plasmática em jejum ≥126 mg/dl → diabetes provavelmente anterior à gravidez, diagnosticada
pela primeira vez na gestação em curso

127
Q

Diagnóstico da diabetes gestacional - valores da glicemia plasmática em jejum

A

< 92 mg/dl (5,1 mmol/L): normal

> = 92 mg/dl (5,1 mmol/L) e < 126 mg/dl (7 mmol/L): diabetes gestacional

> = 126 mg/dl (7 mmol/L) ou < 200 mg/dl (11,1 mmol/L) ocasional ou HbA1c >= 6,5% : tratar como provável diabetes prévia

A HbA1c não se inclui nos exames que se realizam na vigilância da gravidez

128
Q

Diagnóstico da diabetes gestacional - PTGO com 75 g de glicose às 24-28 semanas de gestação

A

A PTGO é realizada com sobrecarga de 75 g de glicose diluída em 300 ml de água e com determinações da
glicemia às 0, 1 e 2 horas

O diagnóstico de diabetes gestacional faz-se quando um ou mais valores forem iguais ou superiores a:
- Jejum → 92 mg/dl
- 1 hora → 180 mg/dl
- 2 horas → 153 mg/dl

129
Q

Referenciação e vigilância da grávida com diabetes gestacional

A

Quando este diagnóstico é feito no primeiro trimestre ou entre as 24 e 28 semanas de gestação, a grávida deve
ser referenciada a uma consulta hospitalar de Medicina Materno-Fetal para a Diabetes

Deve ser prestada a informação dos riscos maternos e perinatais e conselhos sobre modificações no estilo de
vida, de uma forma individualizada e culturalmente sensível

130
Q

Diabetes gestacional - reclassificação no pós-parto

A

Todas as mulheres a quem foi diagnosticada diabetes gestacional devem, entre as 6 a 8 semanas após o parto,
realizar uma PTGO com sobrecarga de 75 g de glicose com duas determinações (0 e 2 horas):
- normal: jejum - < 110 mg/dl (6,1 mmol/L) E 2 horas após < 140 mg/dl (7,8 mmol/L)
- anomalia da glicemia de jejum: >= 110 mg/dl (6,1 mmol/L) e < 126 mg/dl (7 mmol/L) E Se avaliada 2 horas após < 140 mg/dl (7,8 mmol/L)
- tolerância diminuída à glicose: < 126 mg/dl (7 mmol/L) E 2 horas após >= 140 mg/dl (7,8 mmol/L) e < 200 mg/dl (11,1 mmol/L)
- diabetes mellitus: >= 126 mg/dl (7 mmol/L) OU 2 horas após >= 200 mg/dl (11,1 mmol/L)

131
Q

Diabetes gestacional - avaliação futura

A

Estas mulheres deverão fazer determinações anuais da glicemia plasmática em jejum porque têm um risco
aumentado para desenvolverem Diabetes Mellitus

132
Q

Diabetes prévia com diagnóstico durante o parto - follow-up

A

As mulheres classificadas durante a gravidez com provável diabetes prévia são também reavaliadas 6 a 8
semanas após o parto; a confirmação do diagnóstico segue a definição de diabetes na população em geral

133
Q

Diabetes gestacional - cuidados pré-concecionais

A

Nas mulheres com antecedentes de diabetes gestacional deve reforçar-se a importância da consulta pré́-concecional dado que a probabilidade de recorrência desta doença varia entre 30 e 50%

As mulheres com antecedentes de diabetes gestacional devem efetuar uma glicemia em jejum antes da conceção
- Se este valor for ≥ a 110 mg/dl deve realizar uma PTGO, com sobrecarga de 75 g de glicose

134
Q

Algoritmo da diabetes gestacional

A

Todas as grávidas - 1ª consulta: glicemia plasmática em jejum
- negativo: < 92 mg/dl: 24-28 semanas - PTGO 75 gr com 3 medições
. se negativo: não repete mais
. se alterado (1 ou mais valores: >= 92 mg/dl - 0h; >= 180 mg/dl - 1h; >= 153 mg/dl - 2h): referenciação hospital
- alterada (>= 92 e < 126 - diabetes gestacional; >= 126 mg/dl ou > 200 mg/dl - tratar como diabetes prévia): referenciação hospital

Todas as puérperas com:
- provável diabetes prévia à gravidez: 6-8 semanas pós-parto (glicemia plasmática em jejum)
. alterado: >= 126 mg/dl - vigilância da doença
. negativo < 126 mg/dl - abordagem igual à inferiormente descrita
- diabetes gestacional: 6-8 semanas pós-parto (PTGO 75 gr com 2 determinações)
. alterado: vigilância da doença
. negativo: <110 mg/dl - 0h; < 140 mg/dl - 2h: avaliação anual da glicemia plasmática em jejum

135
Q
A