Dioscope - Saúde materna Flashcards
Programa Nacional da Gravidez de Baixo Risco - visão global
Gravidez
-
Parto
-
Puérpera e RN
Definição de morte materna (MM)
Morte de uma mulher enquanto grávida ou até 42 dias após o
termo da gravidez, independentemente da duração ou da localização da gravidez, que seja devida a causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, mas não devida a causas acidentais ou fortuitas
Definição de rácio de mortalidade materna (RMM)
É o número de mortes maternas durante um período de tempo, dividido por 100 000 nados-vivos no mesmo período
Definição de taxa de mortalidade materna (TMM)
É o número de mortes maternas durante um determinado período de tempo, dividido por 100 000 mulheres em idade reprodutiva durante o mesmo período
Consulta pré-concecional - eficácia
Os cuidados pré-concecionais contribuem para a redução da mortalidade e morbilidade
materna, neonatal e infantil e promovem a saúde de mães e crianças
3 objetivos da consulta pré-concecional
- Contribuir para o sucesso da gravidez através da identificação precoce de fatores de risco
modificáveis e promoção da sua correção - Estabelecer o risco de anomalia reprodutiva, e propor medidas tendentes à sua
minimização ou eliminação. Se necessário referenciar para aconselhamento especializado - Promover a participação ativa de ambos os elementos do casal nas questões de saúde sexual e reprodutiva
Consulta pré-concecional: história clínica
- Estado geral de saúde da mulher/casal e respetivos antecedentes pessoais e familiares
- Avaliação do consumo de tabaco, álcool
Consulta pré-concecional: exame objetivo
- Peso, altura, IMC
- Pressão arterial
- Exame mamário
- Exame ginecológico
Consulta pré-concecional: MCDTs
- Grupo sanguíneo e fator RhD
- Hemograma; glicémia jejum
- Rastreio das hemoglobinopatias
- DSTs: Sífilis, hepatite B (vacinação, se aplicável), VIH
- Serologias da Rubéola (com respetiva vacinação, se aplicável), Toxoplamose e Citomegalovirus
- Rastreio do cancro do colo do útero
Consulta pré-concecional: vacinação
- Avaliação do estado vacinal e atualização do PNV (Td, VASPR)
- VASPR ≥4 semanas antes de engravidar (recomendado 3M)
- Recomendar a vacinação contra a gripe
Consulta pré-concecional: terapêutica
- Ácido fólico 400µg/ dia
- Risco acrescido de vir a ter uma criança com defeito do tubo neural -> dose diária 5mg/dia
- Aporte diário de iodo de 150 µg/dia
Consulta pré-concecional - determinar/ efetuar
História clínica: determinar o estado geral de saúde da mulher/casal e respetivos antecedentes pessoais e familiares
Avaliação física: peso e altura (índice de massa corporal)/ pressão arterial/ exame mamário/ exame ginecológico (atenção à genitália externa para deteção de situações de mutilação genital feminina)
Avaliação laboratorial: determinar grupo sanguíneo e fator RhD/ hemograma/ glicemia em jejum/ rastreio das hemoglobinopatias/ rastreio da sífilis, hepatite B (vacinação, se aplicável), HIV/ serologias da rubéola (com respetiva vacinação, se aplicável), toxoplasmose e citomegalovírus (se aplicável)
Rastreio do cancro do colo do útero, se não foi efetuado há menos de 3 anos
Avaliação do estado vacinal e atualização do PNV (prioridade na vacinação contra o tétano, a difteria, a rubéola e o sarampo)
Avaliação do estado nutricional, peso adequado e distúrbios do comportamento alimentar
Avaliação do consumo de tabaco, álcool e outras SPA
Avaliação de fatores de risco social, tais como pobreza, imigração, desemprego, refugiados, condições habitacionais precárias
Rastreio da violência nas relações de intimidade através de perguntas tipo, como: “existem conflitos familiares que a estejam a preocupar? tem tido problemas de relacionamento com o seu companheiro? sente-se segura na sua relação?”
Avaliação de fatores de risco familiares/contexto de vida
Preenchimento do BSR/PF (avaliação pré-concecional)
Consulta pré-concecional: informar/ validar/ requisitar
Riscos inerentes a qualquer consumo de álcool ou outras SPA durante a pré-conceção e nos primeiros momentos da gravidez
Riscos do consumo de tabaco durante a gravidez
Risco de infeções de transmissão sexual e adoção de comportamento seguros
Estado nutricional, peso adequado, hábitos alimentares e estilos de vida saudável
Aspetos psicológicos, familiares, sociais e financeiros relacionados com a preparação da gravidez e da parentalidaed
Vantagens de um início precoce e continuado da vigilância pré-natal
Recomendar o registo da data das menstruações
Recomendar a vacinação contra a gripe
Prevenção de toxinfeções
Boletim de Saúde Reprodutiva/ Planeamento familair
Suplemento de ácido fólico e iodo (a iniciar antes de parar a contraceção)
Ponderar referenciação para consulta de cessação tabágica
Ponderar referenciação para consulta especializada as mulheres que não são capazes de abandonar os consumos de álcool ou outras SPA
Ponderar referenciação para consulta de psicologia, consulta com assistente social ou para Unidade de Cuidados na Comunidae
Ponderar referenciação para HAp ou HAPD (de acordo com protocolo de cada UCF)
Ponderar referenciação para as Equipas para a Prevenção da Violência em Adultos (EPVA) e Núcleos de Apoio às Crianças e Jovens em Risco
Cuidados pré-natais: O esquema de vigilância e conduta durante a gravidez dependem
O esquema de vigilância e conduta durante a gravidez dependem da existência ou não de patologia
Cuidados pré-natais: Avaliação do risco pré-natal
Escala de Goodwin modificada
Cuidados pré-natais: Avaliar o bem-estar materno e fetal através
Avaliar o bem-estar materno e fetal através da história clínica e dos dados dos exames
complementares de diagnóstico
Cuidados pré-natais: detetar precocemente
Detetar precocemente situações desviantes do normal curso da gravidez ou fatores de risco que
possam afetar a evolução da gravidez e o bem-estar materno e fetal, estabelecendo a sua
orientação
Cuidados pré-natais: promover
Promover a educação para a saúde, integrando o aconselhamento e o apoio psicossocial ao longo da
vigilância periódica da gravidez
Cuidados pré-natais: preparar
Preparar para o parto e parentalidade
Escala de Goodwin Modificada - 4 parâmetros a avaliar
História reprodutiva
História obstétrica anterior
Patologia associada
Gravidez atual
Escala de Goodwin Modificada - história reprodutiva
Idade
- inferior ou igual a 17 anos ou superior a 40 anos: 3 pontos
- 18 a 29 anos: 0 pontos
- 30 a 39 anos: 1 ponto
Paridade
- 0: 1 ponto
- 1 a 4: 0 pontos
- 5 ou mais: 3 pontos
Escala de Goodwin Modificada - história obstétrica anterior
Aborto habitual (3 ou mais consecutivos) - 1 ponto
Infertilidade - 1 ponto
Hemorragia pós-parto/ dequitadura manual - 1 ponto
RN >= 4000 g - 1 ponto
Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia - 1 ponto
Cesariana anterior - 2 pontos
Feto morto/ morte neonatal - 3 pontos
Trabalho de parto prolongado ou difícil - 1 ponto
Escala de Goodwin Modificada - patologia associada
Cirurgia ginecológica anterior - 1 ponto
Doença renal crónica - 2 pontos
Diabetes gestacional - 1 ponto
Diabetes mellitus - 3 pontos
Doença cardíaca - 3 pontos
Outras (bronquite crónica, lúpus), índice de acordo com a gravidade - 1 a 3 pontos
Escala de Goodwin Modificada - gravidez atual (1ª visita e 36ª semana)
Hemorragias <= 20 semanas - 1 ponto
Hemorragias > 20 semanas - 3 pontos
Anemia (<= 10 g) - 1 ponto
Gravidez prolongada >= 42 semanas - 1 ponto
Hipertensão - 2 pontos
Rotura prematura de membranas - 2 pontos
Hidrâmnios - 2 pontos
ACIU (atraso de crescimento intrauterino) - 3 pontos
Apresentação pélvica - 3 pontos
Isoimunização Rh - 3 pontos
Escala de Goodwin Modificada - classificação da gravidade
Baixo risco 0 – 2
Médio risco 3 – 6
Alto risco ≥ 7
Idade gestacional cronológica
A partir da data da última menstruação
Deve ser revista com os dados da ecografia do 1º Trimestre
Idade gestacional definitiva
Definida pelo comprimento crânio-caudal, na ecografia das
11-13 semanas e seis dias
Idade gestacional - PMA
Quando a gravidez resulta de técnicas de Procriação Medicamente Assistidas, a idade
gestacional deve ser calculada utilizando a idade do embrião no dia da transferência e a data
da transferência intrauterina
Esquema de consultas
Realizar a 1ª consulta, o mais precocemente possível e até às 12 semanas de gravidez (1º trimestre de gravidez)
Realizar as consultas de vigilância pré-natal, após a 1ª consulta:
- a cada 4-6 semanas até às 30 semanas
- a cada 2-3 semanas entre as 30 e as 36 semanas
- a cada 1-2 semanas após as 36 semanas até ao parto
Todas as grávidas, entre as 36 e as 40 semanas, devem ter acesso a uma consulta no hospital onde se prevê que venha a ocorrer a parto, programada de acordo com as especificidades estabelecidas em cada Unidade Coordenadora Funcional (UCF)
Suplementação
Ácido fólico
Iodo
Ferro
Suplementação - ácido fólico
Deve ser iniciada o mais precocemente possível a toma de 400 ug por dia
As grávidas com filho anterior com defeito do tubo neural ou com história familiar desta situação devem realizar diariamente uma dose superior (5 mg/dia)
Esta dose também está indicada em mulheres com doenças ou sob terapêutica associadas a diminuição da biodisponibilidade de ácido fólico
Suplementação - iodo
Deve ser iniciada o mais precocemente possível a toma de iodeto de potássio - 150-200 ug/dia (desde que não existam contraindicações para o fazer)
Suplementação - ferro
Deve ser iniciada a suplementação com 30-60 mg/dia de ferro elementar (na ausência de CIs para o fazer)
Rastreios analíticos - 1º trimestre (11)
Inferior a 13 semanas
- citologia cervical - conforme recomendações do Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas 2007-2010 para as mulheres não grávidas
- tipagem ABO e fator Rh D
- pesquisa de aglutininas irregulares (teste de Coombs indireto)
- hemograma completo
- glicemia em jejum
- VDRL
- serologia rubéola - IgG e IgM (se desconhecido ou não imune em consulta pré-concecional)
- serologia toxoplasmose - IgG e IgM (se desconhecido ou não imune em consulta pré-concecional)
- Ac VIH 1 e 2
- AgHBs
- urocultura com eventual TSA
Rastreios analíticos - 2º trimestre (5)
18-20 semanas:
- serologia da rubéola: IgG e IgM, nas mulheres não imunes
24-28 semanas:
- hemograma completo
- PTGO com 75 gramas (colheita às 0h, 1h e 2 horas)
- serologia toxoplasmose - IgG e IgM (nas mulheres não imunes)
- pesquisa de aglutininas irregulares (teste de Coombs indireto)
Rastreios analíticos - 3º trimestre (6)
32-34 semanas:
- hemograma completo
- VDRL
- serologia toxoplasmose: IgG e IgM (nas mulheres não imunes)
- Ac VIH 1 e 2
- AgHBs (nas grávidas não vacinadas e cujo rastreio foi negativo no 1º trimestre)
35-37 semanas:
- colheita (1/3 externo da vagina e ano-retal) para pesquisa de streptococcus beta hemolítico do grupo B
Ecografias obstétricas
1º trimestre: entre as 11 e 13 semanas e 6 dias
2º trimestre: entre as 20 e 22 semanas e 6 dias
3º trimestre: entre as 30 e as 32 semanas e 6 dias
Ecografia do 1º trimestre - 5 objetivos
Confirmar a viabilidade fetal
Determinar o número de fetos e corionicidade
Datar a gravidez
Diagnosticar malformações major e contribuir para a avaliação do risco de
aneuploidias
Rastreio combinado do 1ºT - Quantificar risco de trissomias (medida da translucência da nuca + idade materna + determinação da fração livre da
gonadotrofina coriónica humana (ß-hCG) + proteína A plasmática associada à
gravidez (PAPP-A))
Ecografia do 2º trimestre - objetivo
Identificação de malformações fetais
Ecografia do 3º trimestre - 2 objetivos
Avaliar o desenvolvimento fetal e o diagnóstico de anomalias tardias
Apresentação fetal, perímetro cefálico e abdominal; comprimento do fémur;
estimativa ponderal e parâmetros biofísicos de avaliação do bem-estar fetal
Vacina contra a Tosse Convulsa
Entre as 20-36 semanas, idealmente até às 32 semanas
Vacinas CIs na gravidez
Vacinas vivas
4 vacinas que podem ser administradas, se necessário, na gravidez
- Tétano e difteria (Td)
- Hepatite B (VHB)
- Vacina contra a gripe sazonal
- Vacina contra Covid19
3 rastreios na gravidez
Rastreio da neoplasia do colo do útero
Rastreio da violência doméstica
* Abordar na primeira consulta de vigilância pré-natal e nas consultas subsequentes,
sempre que julgado oportuno
Rastreio de grávidas com mutilação genital feminina
* Prevalências desta prática: Costa do Marfim, Egipto, Gâmbia, Guiné–Bissau, Guiné
Conacri, Nigéria, Senegal, …
Violência por parceiro íntimo durante a gravidez
Desenlace fatal:
- homicídio
- suicídio
Impacto negativo na saúde:
- comportamentos prejudiciais à saúde
- saúde reprodutiva
- saúde física e mental
Violência por parceiro íntimo durante a gravidez: comportamentos prejudiciais à saúde
Maior consumo de álcool e drogas
Maior consumo de tabaco
Maior atraso e/ou insuficiência na vigilância da gravidez
Violência por parceiro íntimo durante a gravidez: saúde reprodutiva
Baixo peso ao nascer
Parto pré-termo
Insuficiente ganho de peso
Aborto espontâneo
Interrupção da gravidez
Violência por parceiro íntimo durante a gravidez: saúde física e mental
Traumatismos e lesões
Incapacidades físicas
Sintomas físicos
Depressão
Dificuldade ou ausência de vinculação ao recém-nascido
Efeitos na criança
Progressão ponderal - IMC antes de engravidar: baixo peso (IMC < 18,5)
Ganho de peso total: 12,5 - 18 kg
Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres - cerca de 0,5 kg por semana
Progressão ponderal - IMC antes de engravidar: peso normal (18,5 <= IMC >= 24,9)
Ganho de peso total: 11,5 - 16 kg
Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres - cerca de 0,4 kg por semana
Progressão ponderal - IMC antes de engravidar: excesso de peso (25 <= IMC >= 29,9)
Ganho de peso total: 7 - 11,5 kg
Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres - cerca de 0,3 kg por semana
Progressão ponderal - IMC antes de engravidar: obesidade (IMC >= 30)
Ganho de peso total: 5 - 9 kg
Ganho de peso médio por semana para o 2º e 3º trimestres - cerca de 0,2 kg por semana
Alimentação na gravidez - 3 conselhos gerais
- Realizar entre 5 a 6 refeições diárias, para que a grávida não esteja mais do que 3 horas
sem comer - Devem existir duas a três refeições principais e dois a três lanches
- Ingestão de pelo menos litro e meio de água por dia
Alimentação na gravidez - dietas vegan
Especial atenção a carências nutricionais, nomeadamente de ferro e vit. B12
Toxinfeções alimentares
As grávidas estão mais vulneráveis a toxinfeções alimentares devido às alterações do sistema imunitário
Toxoplasmose - recomendações
Especial cuidado de higiene das mãos e utensílios de cozinha depois de manusear carne crua
Consumir fruta e vegetais crus só depois de bem lavados; não consumir carne mal passada
Listeriose - recomendações
Alimentos infetados frequentemente: leite e produtos lácteos não pasteurizados; peixe e carne crus e mal cozinhados; refeições pré-preparadas; frutas e vegetais crus, não lavados ou não cozinhados
Especial cuidado de higiene das mãos, utensílios e frigorífico
Salmonelose - recomendações
Comum em aves e ovos, sendo transmitida pela ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais, por isso, a importância de cozinhar muito bem os alimentos
Evitar pratos com ovos que não sejam cozinhados - maionese, mousses, … Cozinhar muito bem as aves e os ovos de maneira a que a gema e a clara fiquem sólidos
Brucelose - recomendações
Contaminação por ingestão de carne mal cozinhada ou pelo consumo de produtos lácteos não pasteurizados tais como o leite, queijo e gelado
Atividade física - 4 práticas recomendadas
- Natação
- Caminhadas
- Yoga
- Exercícios de aeróbica de baixo impacto
Atividade física - 2 práticas não recomendadas
- Desporto de contacto físico ou com risco de trauma abdominal
- Se risco de parto pré-termo, placenta prévia, hemorragia vaginal ou rutura prematura de membranas
Benefícios da atividade física
Melhora o tónus muscular, a força, a resistência e a postura
Ajuda a reduzir os edemas, a aliviar as lombalgias e a obstipação
Saúde oral - cheque dentista
3 cheques-dentista por gravidez até 60 dias após o parto
Saúde oral - 2 recomendações
- Escovagem dos dentes deve-se efetuar diariamente (duas ou mais vezes), sendo uma
delas antes de dormir e usando um dentífrico com flúor - O uso do fio dentário e/ou do escovilhão é suficiente uma vez por dia, de preferência
antes da escovagem da noite
Sexualidade
Quando não existem contraindicações, manter relações sexuais na gravidez não está associado a
qualquer resultado adverso
Se sangramento vaginal, rutura prematura de membranas ou risco de parto pré-termo, deve ser desaconselhado
10 sinais de alerta
Hemorragia vaginal
Perda de líquido pela vagina
Corrimento vaginal com prurido/ardor
Dores abdominais/ pélvicas
Arrepios ou febre
Dor/ardor quando urina
Vómitos persistentes
Dores de cabeça fortes ou contínuas
Perturbações da visão
Diminuição dos movimentos fetais
Consumo de tabaco, álcool e substâncias psicoativas (SPA)
- Inquirir todas as grávidas relativamente ao consumo de tabaco, álcool e substancias
psicoativas e à exposição ao fumo ambiental, o mais cedo possível na gravidez e em cada
consulta - Disponibilizar intervenções psicossociais para a cessação do consumo de tabaco, álcool e SPA e referenciar para ajuda especializada, caso necessário
Segurança Rodoviária
- Todas as grávidas devem usar o cinto de segurança
- Não deixar que o cinto de segurança exerça pressão sobre o abdómen -> faixa transversal do cinto de segurança será colocada sobre os ossos da bacia, de modo a ficar apoiada em baixo, e a faixa longitudinal, sobre o ombro, passando pelo esterno
- No ultimo trimestre da gravidez, a grávida deve evitar usar os lugares com airbag frontal
- Pode ser desaconselhável conduzir no final da gravidez, devido à proximidade do airbag
Preparação para o parto
- Cursos de Preparação para o Parto, constituem uma modalidade de intervenção a que todas as grávidas/casais devem ter acesso no decorrer da gravidez
- Abordagem teórica e pratica
- Permite às mulheres/casais a partilha, a expressão e o esclarecimento de medos, dúvidas e angústias decorrentes destas fases, num ambiente de grupo e de suporte mútuo
Total de consultas
1ª consulta – antes das 12 semanas
2ª consulta – entre as 14 e as 16 semanas + 6 dias
3ª consulta – antes das 24 semanas
4ª consulta – entre as 27 e as 30 semanas + 6 dias
5ª consulta – entre as 34 e as 35 semanas + 6 dias
6ª consulta – entre as 36 e as 38 semanas + 6 dias
7ª consulta – Após as 40 semanas
Profilaxia da isoimunização Rh
- Administração de imunoglobulina Anti-D (300 mcg)
- Indicado em todas as grávidas RhD negativo e com Coombs indirecto negativo
- Realizada às 28 semanas
- Resultado negativo de teste de Coombs realizado entre as 24-26 semanas
Doença Hemolítica Perinatal (DHPN)
A partir da 6ª semana de gravidez, o feto Rh + começa a ter antigénio Rh em circulação
- sem profilaxia:
Passagem placentária de eritrócitos fetais para a circulação materna, portadores de
antigénios de superfície diferentes dos maternos
-
Destruição dos eritrócitos fetais e do recém-nascido por anticorpos maternos dirigidos especificamente contra os antigénios de membrana dessas células
Profilaxia da isoimunização Rh - outras indicações
Pós parto com recém nascido do grupo Rh +, preferencialmente antes das 72h
Abortos:
* Interrupção médica da gravidez por métodos cirúrgicos, independentemente da idade
gestacional
* Aborto espontâneo completo ou qualquer tipo de aborto que necessite de curetagem uterina
após as 6 semanas de gestação
* Gravidez ectópica ou gravidez molar
* Ameaça de aborto com metrorragia
* Após as 12 semanas
* No caso de metrorragia intermitente, repetir anti-D de 6 em 6 semanas
Hemorragia da 2ª metade da gravidez (descolamento da placenta, placenta prévia)
Técnicas invasivas de diagnostico/terapêutica fetal
Cirurgia/trauma abdominal (inclui a versão externa)
Morte fetal
Profilaxia da isoimunização Rh - se administração prévia
Profilaxia deve ser repetida 12 semanas após a primeira administração
MAS, não é necessário repetir antes das 28 semanas de gestação
Profilaxia da isoimunização Rh - 2 condições sem indicação
Abortos anteriores às 6 semanas
Ameaça de aborto antes das 12 semanas
Profilaxia da isoimunização Rh - 5 considerações
A imunoglobulina (Ig) anti-D (300mcg) deve ser disponibilizada, às 28 semanas de gestação, a todas as grávidas Rh – não sensibilizadas
As farmácias da ARS deve organizar-se de modo a poder responder às necessidades das grávidas seguidas nos serviços públicos de saúde da sua área de residência
Impresso modelo nº1804 deve ser sempre preenchido
É obrigatório o registo datado da administração da Ig anti-D no Boletim de Saúde da
Grávida
A administração é condicionada pelo prévio consentimento livre e esclarecido por
parte da grávida
Profilaxia da isoimunização Rh - consulta das 22 semanas
- Pedido do consentimento informado
- Requisição da Ig anti-D à ARS
- Preenchimento do impresso modelo nº1804
- Pedido de teste de Coombs indirecto
Profilaxia da isoimunização Rh - consulta das 28 semanas
- Se Coombs negativo -> administração de Ig Anti-D
- Preenchimento e devolução do impresso à farmácia
- Registo no Boletim de Saúde da Grávida
Hemoglobinopatias - exemplos
α e β Talassemias, Drepanocitose e outras variantes de hemoglobina
Hemoglobinopatias - definição
São doenças hereditárias graves que apresentam maior prevalência em todo o mundo
Hemoglobinopatias - epidemiologia
Zonas de maior prevalência em Portugal: Centro e Sul do País – Distritos de Beja, Évora,
Faro, Leiria, Lisboa, Santarém e Setúbal
Incidências mais elevadas na população de origem mediterrânica, africana e oriental
Hemoglobinopatias - pesquisa
Pesquisa de Hemoglobinopatias a todas as mulheres em idade reprodutiva
Deteção de portadores de hemoglobinopatias
* Hemograma
* Estudo de hemoglobinas: eletroforese de
Hbs e a quantificação de HbA2 e F
Solicitar Hemograma
Hemoglobinopatias - quando suspeitar?
- Anemia e/ou microcitose e/ou hipocromia, após exclusão de sideropenia
OU - Hemoglobina elevada
OU - Parâmetros hematológicos normais mas a família da mulher ou do parceiro, oriunda dos distritos com maior prevalência de Hb S
-> Pedir estudo das hemoglobinas (electroforese de Hbs com quantificação de HbA2 e F)
Quando suspeitar de hemoglobinopatias, na grávida…
Na grávida, não aguardar pela investigação de sideropenia,
solicitar, de imediato, a pesquisa de hemoglobinopatias nos dois
membros do casal
Hemoglobinopatias - análise do resultado
Alteração da Hb e/ou VGM e/ou HGM com valores de HbA2, Hb F e eletroforese da
hemoglobina normais
o Não exclui hemoglobinopatia
o Se Hemoglobinopatia no outro elemento do casal -> indicado estudo molecular
Alterações no resultado do estudo de Hbs em ambos os membros do casal
- Gravidez em curso:
o Propor a realização do estudo do feto
o Contactar, de imediato, um Centro/Unidade de diagnóstico Pré-Natal, que
disponha de apoio em Geneticista Clínico e enviar o casal com urgência
Hemoglobinopatias - consentimento informado
O estudo de hemoglobinas e testes moleculares são considerados exames preditivos
Deve ser previamente prestada informação adequada:
o Objetivo do rastreio
o Natureza do rastreio
o Consequências
Consentimento livre e esclarecido
Não deve ser realizado às crianças, salvo em situações clínicas que o justifiquem