MGF1 - Urgência Ortopédica (terminado) Flashcards
Fratura de Colles - epidemiologia
As fraturas da extremidade distal do antebraço correspondem a 1/6 de todas as fraturas do corpo
▪ Dessas 90% são fraturas de Colles
Fratura de Colles - idades e sexo
São mais frequentes em 3 picos de idade (mas mais frequente nas mulheres)
▪ Entre os 5-14 anos
▪ Em homens <50 anos (acidentes de viação, laborais ou desportivos) → Intraarticulares
▪ Em mulheres >40 anos (Osteoporose – baixa energia; FOOSH (fall on an outstretched hand) → extraarticulares
Fratura de Colles - fatores de risco
Osteoporose (aconselhável realizar DEXA após #Colles)
Fratura de Colles - 3 lesões associadas
o Lesões da articulação radio-cubital
o Fraturas da estiloide radial
o Lesões de tecidos moles (ligamentos; mais frequente rotura do tendão do longo extensor do polegar)
Existem várias classificações para as # distais do rádio - classificação por epónimos
Fratura de Colles: deslocamento dorsal e encurtamento radial
Fratura de Colles - clínica
o Normalmente, história de queda com a mão estendida – FOOSH
o Dor e edema do punho
o Deformidade do punho
Fratura de Colles - exame físico
o Inspeção
▪ Equimose e edema
▪ Dor difusa no punho
▪ Deformidade visível, se desvio
o Mobilidade → limitada por dor
Fratura de Colles - MCDTs
o Raio-X do punho (incidências AP, lateral e oblíqua)
o TC punho: se suspeita de fratura intraarticular ou para planeamento cirúrgico
Fratura de Colles - tratamento
o Não cirúrgico
▪ Redução fechada com imobilização com tala/gesso, durante 3-6 semanas (depende da gravidade/idade)
▪ Extra-articular
▪ <5mm de encurtamento
▪ Angulação dorsal <5º ou dentro de 20º do radio distal contralateral
▪ Desvio articular <2mm
o Cirúrgico
Fratura de Colles - tratamento não cirúrgico
Redução fechada com imobilização com tala/gesso, durante 3-6 semanas (depende da gravidade/idade)
▪ Extra-articular
▪ <5mm de encurtamento
▪ Angulação dorsal <5º ou dentro de 20º do radio distal contralateral
▪ Desvio articular <2mm
Nota: necessidade de Rx precoce
dentro de 1-2 semanas, para
avaliar se não perde redução; se perder, pode haver necessidade de cirurgia
Fratura de Colles - 5 complicações
o Neuropatia do nervo mediano – complicação neurológica mais frequente
o Neuropatia do nervo cubital
o Roturas ligamentares
o Artrose radio-cárpica
o Síndrome de compartimento
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - epidemiologia
o Problema com grande impacto social e económico
o Prevê-se que a incidência global vá aumentando com o envelhecimento da população
o Mais frequente em mulheres (relação mulher/homem 4:1)
o Mortalidade: 30% mortalidade ao ano (5% intra-hospitalar)
o Morbilidade
▪ Cerca de 50% não recuperam a capacidade funcional prévia à fratura
▪ Aumento das comorbilidades associadas (descompensação de patologias de base)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - classificação
(a mais importante do ponto de vista da terapêutica e prognóstico)
- intracapsulares
- extracapsulares
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur intracapsulares
▪ Afetam o colo femoral anatómico
▪ O principal problema é biológico (fratura interrompe a vascularização da cabeça femoral)
▪ O mais importante é decidir se estão alinhadas ou não
▪ Responsáveis por 50% das fraturas da anca
▪ Acontecem 3-10 anos antes das extracapsulares → associadas a OP pós-menopausica
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur extracapsulares
▪ Afetam os maciços trocantéricos
▪ O principal problema é mecânico (submetidos a grandes forças musculares que tendem a desalinhar os fragmentos)
▪ O mais importante é decidir se são estáveis ou não
▪ Associadas a OP senil
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - clínica
Fraturas de stress e impactadas (intracapsulares)
▪ Dor ligeira na virilha ou dor referida à região medial da coxa e joelho
▪ Por vezes, claudicação da marcha
▪ Mais relacionadas com adulto desportista (dor repetitiva)
Nota: as fraturas de stress e impactadas (intracapsulares) são menos frequentes e podem passar despercebidas (fraturas ocultas)
Fraturas desviada (intra ou extracapsulares)
▪ Dor intensa em toda a região da anca; incapacidade funcional
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - exame objetivo
Fraturas de stress e impactadas
▪ Sem deformidade clínica óbvia
▪ Desconforto ligeiro com mobilidade passiva ou ativa da anca; espasmo muscular nos extremos do movimento
▪ Dor com percussão do grande trocanter
Fraturas desviada
▪ Perna com rotação externa e abdução com encurtamento (mais marcado nas extracapsulares)
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur - MCDTs
Fraturas de stress e impactadas
▪ Rx bacia AP + perfil da anca (para ver algumas intracapsulares +
caracterização das extracapsulares)
▪ Podem não ser vistas no Rx → Repetir Rx em 10-15 dias
▪ RMN é o gold-standard (para as fraturas de stress)
Fraturas deslocadas
▪ Rx faz o diagnóstico!
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur (intracapsulares + extracapsulares) - tratamento
Tratamento cirúrgico (nas primeiras 24-48horas)
▪ Intracapsulares
- Osteossíntese: doentes jovens, fraturas agudas e não desviadas;
- Artroplastia: restantes
▪ Extracapsulares:
- Osteossíntese
Fraturas da Extremidade Superior do Fémur (intracapsulares + extracapsulares) - tratamento: complicações
▪ Mortalidade (14-63% em 1 ano)
▪ Tromboembolismo (40%)
▪ Infeção
▪ Desorientação/delirium
Fraturas do Tornozelo - 2 tipos
Existem dois grandes grupos, segundo o mecanismo lesional:
o Torsão: Fraturas maleolares ou lesões ligamentares por rotação do astrágalo dentro da art. Tibio-peroneal
o Compressão axial: fraturas do pilão tibial
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: mecanismo da lesão
Rotação do corpo sobre o pé fixo no chão
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: classificação
Classificação AO/ASIF (Danis-Weber)
▪ É a mais utilizada atualmente
Descreve a localização do traço de fratura no peróneo relativamente à sindesmose.
A. Infrasindesmótica (estáveis)
B. Transsindesmóticas (50% são estáveis)
C. Suprasindesmótica (100% instáveis)
▪ Fratura simples
▪ Fratura completa
▪ Fratura de Maissoneuve (mais proximal)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: epidemiologia
Representam ~10% de todas as fraturas e é a2ª mais comum do MI (a seguir à anca)
Dois picos de incidência:
▪ homens jovens (desporto); mulheres mais velhas (quedas de baixa energia)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: MCDTs
REGRAS DE OTTAWA:
- Dita necessidade de estudo Radiográfico
Raio x do tornozelo se:
▪ Dor na região maleolar +
o Dor à palpação do bordo posterior ou
porção distal do maléolo lateral ou
o Incapacidade de apoio do pé
Raio x do pé se:
▪ Dor no zona do médio-pé +
o Dor à palpação da base do 5º metatarso ou
o Dor à palpação do osso navicular ou
o Incapacidade de apoio do pé
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: MCDTs (tipos de MCDTs)
▪ Radiografia do tornozelo (AP, lateral, de stress)
▪ TC: indicado em fratura articulares ou planeamento pré-op
▪ RMN: diagnóstico de lesões duvidosas da sindesmose e lesões osteocondrais)
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: tratamento
▪ O tratamento mais usado é cirúrgico – deve ser realizado de forma urgente (antes das 6-8horas)
▪ Sem carga até às 6-8semanas
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: 5 complicações
▪ Pseudoartrose
▪ Consolidação viciosa
▪ Necrose do bordo da ferida cirúrgica
▪ Infeção
▪ Artrose
Fraturas do Tornozelo - fratura maleolar: diabéticos
Aumento do risco de infeção, osteoporose, pseudoartrose, desenvolvimento de neuropatias!
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: 2 caraterísticas
Fratura grave, que exige técnica apurada
Alto risco de sequelas e maus resultados
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: tipo de lesão
Lesão traumática do extremo distal da tíbia que afeta a epífise e metáfise
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: mecanismo
Mecanismo: carga axial (mais frequente); dorsiflexão forçada
▪ Quedas (> 2 metros); acidentes de viação ou desportivos
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: epidemiologia
▪ Representam ~7-10% de todas as fraturas da tíbia e ~1% das fraturas da extremidade inferior
▪ Predomínio em homens <50anos e mulheres >50 anos
▪ Bilateral em 5-10% dos casos; fratura aberta em 20-25%
Fraturas do tornozelo - diferenças entre faturas maleolares e do pilão tibial
Fraturas maleolares:
- mecanismo: rotação
- velocidade de sobrecarga: lenta
- traumatismo: baixa energia
- rotação do astrágalo: lateral
- cominuição: pouca
- lesão de partes moles: escassa
Fraturas do pilão tibial:
- mecanismo: sobrecarga axial
- velocidade de sobrecarga: rápida
- traumatismo: alta energia
- rotação do astrágalo: proximal
- cominuição: muita (articular e metafisária)
- lesão de partes moles: escassa (importante)
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: clínica
Realizar avaliação sistematizada:
▪ Pesquisar lesões associadas, que são muito frequentes (atingimento contralateral, ráquis)
▪ Partes moles: edema; feridas
▪ Hiperpressão e necrose cutânea (#fechadas)
▪ Abrasões, contusões,hematomas
▪ Flictenas: claras (epidérmicas superficias) – surgem >12h; hemáticas (toda a espessura da derme) – antes das 12h
▪ Estado neurovascular (pulsos)
▪ Síndrome compartimental (mais frequente em # com extensão diafisária)
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: MCDTs
▪ RX simples: AP, lateral + contralateral
▪ TC: planeamento da cirurgia
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: tratamento
Cirúrgico
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: clínica (síndrome compartimental)
Síndrome compartimental → EMERGÊNCIA CIRÚRGICA!!!
▪ Aumento da pressão no compartimento por edema das partes moles
▪ Dor (desproporcional ao trauma)
▪ Edema (equimose e flictenas podem estar presentes)
▪ Parestesia
▪ Palidez
▪ Ausência de pulso
Fraturas do Tornozelo - fratura do pilão tibial: complicação emergente
Síndrome compartimental
Doença reumática é uma doença de tipo…
Inflamatório
Características clínicas das doenças reumáticas vs mecânicas
Doença Inflamatória (reumática)
- rigidez matinal: >30min
- fadiga: +++
- atividade: diminui dor
- repouso: aumenta dor
- tumefação: + (derrame e hipertrofia sinovial)
- crepitações: finas
Doença mecânica
- rigidez matinal: <30min
- fadiga: não
- atividade: aumenta dor
- repouso: diminui dor
- tumefação: + (óssea)
- crepitações: grosseiras
Caracterização do ritmo da dor articular - ritmo inflamatório (doença reumática)
Dor mais intensa de manhã, diminuindo ao longo do dia, mas agravando-se ao meio da tarde
Durante a noite, dor exacerba – acorda o doente
Caracterização do ritmo da dor articular - ritmo mecânico
A dor intensifica-se durante o dia e com a realização de atividades de sobrecarga articular
Melhora com o repouso
Constituição da coifa dos rotadores
Coifa composta por 4 músculos:
▪ Supraespinhoso
▪ Infraespinhoso
▪ Redondo menor
▪ Subescapular
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - músculo mais afetado
Supraespinhoso
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - fisiopatologia
A maioria das lesões são consequência de um trauma ou de um processo degenerativo por overuse
▪ Existe também relação entre patologia da coifa e conflito subacromial
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - 3 patologias mais frequentes
▪ Roturas parciais ou totais
▪ Tendinopatia simples
▪ Tendinopatia calcificante (deposição de cristais de fosfato de cálcio)
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - evolução
Tendinopatia pode evoluir para rotura completa
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - pode ser precipitada por…
▪ Atividades desportivas (natação, ténis, basebol, remo e levantamento de pesos)
▪ Profissões que impliquem movimentos repetidos do membro superior, particularmente acima do
nível da cabeça (pintores, carpinteiros, costureiras)
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tendinite
“Tendinite” -> inflamação aguda do tendão -> tendinopatia aguda
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tendinose
“Tendinose” -> cronicidade (degeneração do tendão) -> tendinopatia crónica
Tendinopatia do ombro (da coifa dos rotadores) - clínica
▪ Tipicamente, idade >40 anos
▪ Dor de ritmo mecânico, inflamatório ou misto
▪ Dor pode surgir apenas associada ao esforço ou mesmo em repouso, com agravamento noturno (++ em decúbito homolateral)
▪ Dor referida à região lateral do braço, podendo irradiar para o cotovelo
▪ Dor mais evidente com a elevação lateral
Rotura da coifa dos rotadores - quadro clínico: pode ocorrer de 2 formas
▪ De forma repentina, associada a um trauma ou movimento brusco → dor intensa e défice de força muscular imediata
▪ De forma insidiosa, na sequência de fenómenos degenerativos → surgem pequenas lacerações
que geram queixas semelhantes às tendinopatias ou bursites (ocorrendo muitas vezes esses
diagnósticos, simultaneamente)
Rotura da coifa dos rotadores - quadro clínico: podem ser de 2 tipos
▪ Completas → dão mais diminuição da força muscular. Muitas ruturas completas são assintomáticas!!
▪ Parciais/tendinopatia → dão mais dor!!
Rotura da coifa dos rotadores - quadro clínico: agudas
- Geralmente pós-traumáticas
- Dor intensa
- ↓ súbita da força muscular
- Amplitudes passivas intactas
- Amplitudes ativas diminuídas
Rotura da coifa dos rotadores - quadro clínico: crónicas
- > 50 anos
- Sem história de trauma
- Dor intermitente, difusa, aumento
progressivo - Deterioração tendinosa progressiva
- Amplitudes passivas e ativas
normalmente diminuídas - Atrofia muscular (Fossa SE e IE)
- Diminuição progressiva da força
muscular
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - exame objetivo
Inspeção
o Postura
o Atrofias musculares
o Omoplata alada
Palpação
o Troquiter
o Art. Acromio-clavicular
o Bursa subacromial
o Longa porção do bicípite
Avaliação das Amplitudes PASSIVAS e ATIVAS → SIMETRIA!!!
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores
▪ Testes desenhados para avaliar roturas, portanto dizem-se positivos se o utente não for capaz de
realizar o movimento de contra-resistência
▪ Testes da coifa descritos como álgicos → utente realiza o movimento, mas refere dor → pensar em conflito subacromial ou em tendinopatia inflamatória sem rotura
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: 4 testes principais
▪ Teste de Jobe
▪ Teste de Patte
▪ Teste de Lift-off
▪ Drop Arm Test
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: teste de Jobe
Teste de Jobe → Supraespinhoso
o Elevação do ombro a 90º + angulação a 30º no plano frontal + rotação medial do ombro +
polegar a apontar para baixo; contra-resistência
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: teste de Patte
Teste de Patte→ Rotadores externos (Infra-espinhoso; redondo menor)
▪ MS elevado a 90º + flexão do cotovelo a 90º
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: teste de Lift-Off
Teste de Lift-Off→ Subescapular
▪ Colocar mão atrás das costas com o dorso para a frente → afastar a mão das costas → contra-resistência
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: Drop Arm Test
Drop Arm Test→ sugestivo de rotura completa da coifa
Exame objetivo - testes específicos para a coifa dos rotadores: Palm-Up Test (Speed test)
Palm-Up Test (Speed test) → Longa porção do bicípite (embora não seja específico para a coifa!!!)
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - MCDTs
Estudo radiológico simples
▪ Face e em Y de Lamy (calcificações dos músculos supra ou infraespinhoso)
▪ Lesões agudas: fraturas e luxações
▪ Lesões crónicas (sinais indiretos de patologia da coifa): esclerose subcondral da cabeça umeral;
formação de geodes; esclerose acromial; osteófitos
Ecografia
▪ Calcificações e microcalcificações do supra-espinhoso.
▪ Diagnostica corretamente roturas completas; menos útil para roturas parciais - subjetividade
RMN
▪ Exame Gold-standard para avaliar a coifa
▪ Interesse particular na avaliação do infra-espinhoso (tendinopatias evoluem rapidamente com
dor e limitação da rotação lateral → amiotrofia grave → rotura maciça da coifa
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - MCDTs: estudo radiológico simples
▪ Face e em Y de Lamy (calcificações dos músculos supra ou infraespinhoso)
▪ Lesões agudas: fraturas e luxações
▪ Lesões crónicas (sinais indiretos de patologia da coifa): esclerose subcondral da cabeça umeral;
formação de geodes; esclerose acromial; osteófitos
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - MCDTs: ecografia
▪ Calcificações e microcalcificações do supra-espinhoso
▪ Diagnostica corretamente roturas completas; menos útil para roturas parciais - subjetividade
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - MCDTs: RMN
▪ Exame Gold-standard para avaliar a coifa
▪ Interesse particular na avaliação do infra-espinhoso (tendinopatias evoluem rapidamente com dor e limitação da rotação lateral → amiotrofia grave → rotura maciça da coifa
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento
Tratamento conservador: é a 1ª opção na maioria dos casos
▪ Promove alívio da sintomatologia em ~2/3 dos casos
▪ Se não se obter melhoria (período de tratamento muito variável entre autores) → ponderar cirurgia
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento conservador
Controlo da Dor (é fundamental)
Tratamentos de Medicina Física e de Reabilitação
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento conservador: controlo da dor
▪ AINE’s; analgésicos; corticoides orais
▪ AINE’s locais: gel; emplastros transdérmicos
▪ Infiltração subacromial de corticoides e/ou anestésico
▪ Agentes físicos: gelo; calor húmido no início e gelo no final
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento conservador: controlo da dor (AINE’s orais)
Escolha do AINE mais adequado
Se risco CV baixo e risco GI baixo: anti-inflamatório clássico
Se risco CV baixo e risco GI alto ou aparecimento de sintomas GI após introdução do AINE:
- 1ª opção AINE clássico associado a gastro-proteção
ou
- 2ª opção inibidor seletivo da COX-2
Se risco CV alto ou prevenção secundária e risco GI baixo: naproxeno
Se risco CV alto ou prevenção secundária e risco GI alto ou aparecimento de sintomas GI após introdução do AINE:
- deve ser evitado qualquer AINE (clássico ou inibidor da COX-2)
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento conservador: controlo da dor (AINE’s orais) - definição de alto risco CV
Doentes com doença vascular estabelecida
- aqueles que tiverem indicação para antiagregação com ácido acetilsalicílico em dose baixa, deverão mantê-la
6 fatores de alto risco cardiovascular:
- antecedentes pessoais de acidente vascular cerebral
- antecedentes pessoais de acidente isquémico transitório
- antecedentes pessoais de síndrome coronário agudo
- angina estável
- antecedentes pessoais de revascularização arterial
- doença arterial periférica
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento conservador: controlo da dor (AINE’s orais) - 6 fatores de alto risco para hemorragia gastrointestinal
Doentes idosos
Antecedentes pessoais de úlcera péptica
Utilização de corticosteroides sistémicos
Utilização de anticoagulantes (varfarina ou outros)
Utilização concomitante de ácido acetilsalicílico
Infeção por Helicobacter pylori
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento cirúrgico: 3 indicações
Quando há insucesso do tratamento conservador (período de tempo variável)
Roturas agudas:
▪ Sobretudo jovens (20-30 anos) → avulsão aguda e maciça
▪ Idosos → limitação funcional severa
Atletas de alta competição com atividade profissional exigente
Tendinopatia/Rotura da Coifa dos Rotadores - tratamento cirúrgico: 3 objetivos
- Diminuir a dor
- Aumentar amplitudes
- Recuperar a funcionalidade
Patologia da longa porção do bicípite - tendinopatia: fisiopatologia
▪ Na maioria dos casos secundária a instabilidade e rotura parcial ou total dos músculos da coifa
▪ É o distúrbio mais comum da longa porção do bicípite
▪ Das causas mais frequentes de dor ao nível do ombro em adultos e idosos
Patologia da longa porção do bicípite - rotura: fisiopatologia
▪ Na maioria dos casos, resulta de processo degenerativo associado a instabilidade do tendão ou
conflito subacromial
▪ Pode resultar de evento traumático, geralmente durante o desporto, em indivíduos mais jovens
Patologia da longa porção do bicípite - tendinopatia: quadro clínico
▪ Dor vaga na face anterior do ombro, +++ intensa com a flexão do ombro
▪ Geralmente, surge em indivíduos mais velhos (pelo uso excessivo do tendão)
Patologia da longa porção do bicípite - rotura: quadro clínico
▪ Rotura parcial: dor e disfunção do ombro
▪ Rotura completa: dor pode ser quase inexistente, mas com retração do bicípite → deformidade de Popeye
Patologia da longa porção do bicípite - instabilidade do bicípite: quadro clínico
Varia entre subluxação e luxação
Muito associada a patologia da coifa dos rotadores (em especial o subescapular)
▪ Subluxação → +++ dor
▪ Luxação → “paralisia” do ombro, embora possam conseguir fazer movimentos por compensação
(uso do deltóide)
Patologia da longa porção do bicípite - exame objetivo
O exame objetivo não é específico e não faz diagnóstico, na maioria das vezes!
Dor na goteira bicipital é agravada pela flexão anterior
Dor à palpação da região anterior do ombro (inserção do tendão da longa porção do bicípite)
Testes específicos (não é necessário fazer os dois):
o Palm-up test (Speed test)
o Teste de Yergason (++clássico; não tão útil)
Patologia da longa porção do bicípite - MCDTs
Ecografia:
▪ Tendinopatia (halo de edema ou líquido característico de tecido inflamatório)
▪ Avalia roturas completas/parciais
RMN:
▪ Mais eficaz na deteção de roturas parciais
Patologia da longa porção do bicípite - MCDTs: ecografia
▪ Tendinopatia (halo de edema ou líquido característico de tecido inflamatório)
▪ Avalia roturas completas/parciais
Patologia da longa porção do bicípite - MCDTs: RMN
Mais eficaz na deteção de roturas parciais
Patologia da longa porção do bicípite - tratamento
Tratamento conservador: é a 1ª opção na maioria dos casos
▪ Lesões da longa porção do bicípite isoladas são raras
▪ Reforço muscular peri-articular (estabilizadores da cintura escapular)
Tratamento cirúrgico:
▪ Quando falha o tratamento conservador
▪ Idade e nível de atividade → fatores determinantes para definir procedimento mais apropriado!
Patologia da longa porção do bicípite - tratamento conservador
Tratamento conservador: é a 1ª opção na maioria dos casos
▪ Lesões da longa porção do bicípite isoladas são raras.
▪ Reforço muscular peri-articular (estabilizadores da cintura escapular)
Controlo da Dor (é fundamental)
&
Tratamentos de Medicina Física e de Reabilitação
Patologia da longa porção do bicípite - tratamento conservador: controlo da dor
▪ AINE’s; analgésicos; corticoides orais
▪ AINE’s locais: gel; emplastros transdérmicos
▪ Infiltração subacromial de coerticoiedes e/ou antesésico
▪ Agentes físicos: gelo; calor húmido no ínicio e gelo no final
Patologia da longa porção do bicípite - tratamento cirúrgico
▪ Quando falha o tratamento conservador
▪ Idade e nível de atividade → fatores determinantes para definir procedimento mais apropriado!!
Capsulite Adesiva - fisiopatologia
“Ombro congelado”
Situação muito incapacitante → pode deixar sequelas importantes
Processo inflamatório e fibrosante que atinge a cápsula articular → limita a sua mobilidade
Capsulite Adesiva - 4 principais fatores de risco
▪ Sexo feminino
▪ Idade entre os 40-65 anos
▪ Depressão
▪ Diabetes mellitus
Capsulite Adesiva - situações associadas a capsulite adesiva
▪ Hipotiroidismo; doença de Parkinson; EAM
▪ Causas de imobilização prolongada do ombro (ex: pós-cirurgias)
Capsulite Adesiva - 3 fases da doença
Classicamente, estão descritas 3 fases da doença:
Fase dolorosa (3-6meses)
▪ Período de maior inflamação da articulação
▪ Predomina a dor e há redução progressiva da mobilidade
▪ Diagnóstico difícil de estabelecer
Fase congelada (adesiva) (3-18 meses)
▪ Diminui a dor, mas a mobilidade fica comprometida; diminuição das amplitudes em todos os planos
▪ Limitação funcional
▪ Fácil estabelecer o diagnóstico
Fase de resolução (“descongelamento”) (3-6 meses)
▪ Recuperação lenta das amplitudes e resolução da dor
Capsulite Adesiva - fase dolorosa
Fase dolorosa (3-6meses)
▪ Período de maior inflamação da articulação
▪ Predomina a dor e há redução progressiva da mobilidade
▪ Diagnóstico difícil de estabelecer
Capsulite Adesiva - fase congelada (adesiva)
Fase congelada (adesiva) (3-18 meses)
▪ Diminui a dor, mas a mobilidade fica comprometida; diminuição das amplitudes em todos os planos
▪ Limitação funcional
▪ Fácil estabelecer o diagnóstico
Capsulite Adesiva - fase de resolução (“descongelamento”)
Fase de resolução (“descongelamento”) (3-6 meses)
▪ Recuperação lenta das amplitudes e resolução da dor
Capsulite Adesiva - quadro clínico
Início insidioso de dor e limitação da mobilidade ativa e passiva do ombro
A maioria dos doentes encontra-se na fase dolorosa
Limitação marcada das mobilidades ativas e passivas
Grande impacto nas atividades diárias
Capsulite Adesiva - exame objetivo
Limitação significativa das mobilidades passiva e ativa
Perda da rotação externa passiva é muito sugestiva
Capsulite Adesiva - MCDTs
Rx ombro – normal
Ecografia
▪ Útil para excluir outras patologias
Capsulite Adesiva - tratamento: objetivos
Objetivos: diminuição da dor e evitar imobilização!!
▪ Ensinos imediatos de mobilização (pendulares de Codman e Wall-walking)
Capsulite Adesiva - tratamento
Tratamento conservador
▪ Analgesia: AINE’s, analgésicos, corticoides
▪ Tratamento de Medicina Física e de Reabilitação
- É fundamental!!
- Promover o aumento das amplitudes articulares
- Controlo da dor
Nota: tratamento prolongado; raramente é necessária cirurgia
Luxação Acromio-Clavicular - fisiopatologia
É das lesões mais frequentes no ombro do desportista (cerca de 40-50%)
▪ Mais nos desportos de combate, ciclismo e futebol
Mais frequente no sexo masculino
Luxação Acromio-Clavicular - mecanismo de lesão
O mecanismo de lesão é geralmente um trauma direto sobre a região supero-lateral do ombro com o braço junto ao corpo
- Menos frequente: trauma indireto
▪ Traumas ascendentes (queda sobre a mão com cotovelo em extensão)
▪ Traumas descendentes (força de tração violenta ao longo do eixo do MS ou queda de um objeto sobre o
ombro
Luxação Acromio-Clavicular - classificação
▪ TIPO I → rotura parcial dos lig. acromioclaviculares (os coracoclaviculares estão intactos); há estabilidade
▪ TIPO II → rotura completa dos lig. Acromioclaviculares, com rotura parcial dos lig. Coracoclaviculares)
▪ TIPO III → rotura completa de ambos os complexos ligamentares;
Instabilidade vertical e horizontal com deslocamento superior da clavícula
▪ TIPO IV → luxação posterior através do musc.trapézio
▪ TIPO V→ idêntico ao tipo III, mas com aumento do espaço
coracoclavicular entre 100-300%
▪ Tipo VI → muito rara; luxação inferior da clavícula sob o acrómio ou coracoide
Luxação Acromio-Clavicular de tipo I
TIPO I → rotura parcial dos lig. acromioclaviculares (os coracoclaviculares estão intactos); há estabilidade
Luxação Acromio-Clavicular de tipo II
TIPO II → rotura completa dos lig. Acromioclaviculares, com rotura parcial dos lig. Coracoclaviculares)
Luxação Acromio-Clavicular de tipo III
TIPO III → rotura completa de ambos os complexos ligamentares;
Instabilidade vertical e horizontal com deslocamento superior da clavícula
Luxação Acromio-Clavicular de tipo IV
TIPO IV → luxação posterior através do musc.trapézio
Luxação Acromio-Clavicular de tipo V
TIPO V→ idêntico ao tipo III, mas com aumento do espaço
coracoclavicular entre 100-300%
Luxação Acromio-Clavicular de tipo VI
Tipo VI → muito rara; luxação inferior da clavícula sob o acrómio ou coracoide
Luxação Acromio-Clavicular - exame objetivo na luxação de tipo III
A ascensão da clavícula em relação ao acrómio é redutível por simples pressão de cima para baixo, reaparecendo ao deixar de fazer pressão → MOBILIDADE EM TECLA DE PIANO
Luxação Acromio-Clavicular - exame físico
O exame físico é variável segundo o tipo de lesão:
▪ Deformidade discreta (nas lesões tipo I e II)
▪ Deformidade acentuada (nas lesões tipo III-V)
▪ Deformação marcada e característica (lesão tipo VI)
Dor
▪ Palpação local
▪ À mobilização, especialmente na abdução
Cross-arm test
▪ Pode ajudar a distinguir das lesões da gleno-umeral
Luxação Acromio-Clavicular - exame objetivo: teste de Cross Arm
Teste Cross Arm: positivo
▪ Cotovelo em extensão → faz-se adução do ombro a 90º de elevação
▪ Dor exatamente no local da art. Acromioclavicular
Luxação Acromio-Clavicular - MCDTs
Raio-X da art. Acromio-clavicular em AP e transaxilar
RMN: útil para avaliar com detalhe as lesões ligamentares
Luxação Acromio-Clavicular - tratamento
Conservador (tx sintomático + suspensão braquial 2-12semanas)
▪ Tipo I e II
Cirúrgico
▪ Tipo III, IV, V e VI
Causa mais frequente de dor no cotovelo
Epicondilite
Epicondilite - fisiopatologia
Representa uma tendinopatia da junção miotendinosa, por falência de uma cicatrização correta da
unidade músculo-tendão, com fibrodisplasia resultante
Habitualmente, não consiste num processo inflamatório agudo
Epicôndilo lateral - músculos
Epicôndilo lateral → tem origem os músculos extensores do punho
Epicôndilo medial/tróclea - músculos
Epicôndilo medial/tróclea → tem origem os músculos flexores do punho
Epicondilite mais prevalente
Epicondilite lateral
Epicondilite - causas
Relacionadas com stress repetitivo
▪ Gestos laborais (doença profissional!!)/ atividades de vida diária
▪ Movimentos repetitivos de prono-supinação, durante pelo menos 2horas/dia
▪ Manusear cargas físicas com mais de 20kg
Também relacionadas com overuse ou má técnica em desportos.
o Ténis → epicondilite lateral (cotovelo de tenista)
o Golfe → epicondilite medial /epitrocleite (cotovelo de golfista)
Epicondilite - 3 outros fatores de risco
▪ Tabagismo
▪ Obesidade
▪ 45-54 anos
Epicondilite - diagnóstico
Diagnóstico clínico
Epicondilite - quadro clínico
Dor de ritmo mecânico ou misto na área imediatamente distal ao epicôndilo (lateral ou medial)
Irradiação proximal ou distal
A dor surge com:
▪ Aperto de mãos; rodar a maçaneta; transportar mala de mão; segurar num livro; manusear teclado ou rato do computador
Epicondilite - exame objetivo
Dor intensa à palpação das inserções musculares dos respetivos epicôndilos + estiramento + contração resistida
- A ausência de aumento de dor no EO não exclui o diagnóstico!!!
Mobilidades ativa e passivas não se encontram afetadas
Epicondilite lateral: Teste de Cozen e teste de Mill podem ajudar no diagnóstico
Epicondilite medial/epitrocleíte: Teste de Cozen invertido
Epicondilite - exame objetivo: testes na epicondilite lateral
Epicondilite lateral: Teste de Cozen e teste de Mill podem ajudar no diagnóstico
Epicondilite - exame objetivo: teste na epicondilite medial/epitrocleíte
Teste de Cozen invertido
Epicondilite - 2 MCDTs
Radiografia do cotovelo
Ecografia do cotovelo
Epicondilite - MCDTs: objetivo
Úteis para excluir causas de epicondilite recalcitrante (sintomas que persistem mais de 6-12meses)
Importante excluir:
* lesão de ligamentos colaterais
* fratura oculta
* osteoartrose
* corpos livres osteocondrais
Epicondilite - tratamento conservador
▪ Repouso + Gelo (durante 6 semanas)
▪ Modificação da atividade do cotovelo e antebraço (durante 6 semanas)
▪ AINE’s + analgésicos + transdérmicos → durante 10-21 dias
▪ Ortótese epicondiliana, não articular, colocada no antebraço (na fase inicial, ++ na lateral)
▪ Fortalecimento em excêntrico (ex: garrafa de água)
▪ Fisiatria
- Se em 6 semanas não obtiver melhoria, após reavaliação de EO + exclusão de outras patologias
Epicondilite - tratamento: infiltração com corticoide
Em casos mais graves
Epicondilite - tratamento: acupuntura
Benefícios a curto prazo
Epicondilite - tratamento cirúrgico
Descompressão tendinosa
Sintomas graves, que não respondem a tx fisiátrico ao fim de ~6 meses
Bursite Olecraniana - fisiopatologia
A bursa olecraniana situa-se no tecido subcutâneo
Funciona como plano de deslizamento e amortecedor entre a pele e o olecrâneo
Se inflamação ou degeneração em efusão da bursa → bursite
Bursite Olecraniana - causas mais prováveis
▪ Trauma agudo
▪ Lesão bursal por movimentos repetitivos (pequenos traumas repetitivos)
▪ Doenças infeciosas (~20% dos casos)
- Origem em pequenas soluções de continuidade transcutâneas
- Staphylococcus aureus é o agente mais frequente
- Maioria apresenta periodicidade sazonal (++ no verão)
▪ Doenças sistémicas
- Artrite Reumatóide; gota; condrocalcinose; Hemodiálise (7%)
▪ Idiopática (~25%)
Bursite Olecraniana - atividades de risco
Mecânico; jardineiros; canalizadores; ginastas; posicionamentos prolongados
Bursite Olecraniana - quadro clínico
Dor durante o movimento e em repouso
Tumefação sobre o olecrâneo
Nas bursites crónicas:
▪ A dor e sinais inflamatórios podem estar ausentes
Se dor intensa + calor + rubor + febre + mal-estar → Bursite sética ou por deposição de cristais
Bursite Olecraniana - diagnóstico
Na maior parte dos casos, a história clínica + exame objetivo fazem o diagnóstico!!
Bursite Olecraniana - exame objetivo
Palpação de massa indolor flutuante sobre o olecrâneo
Desconforto ou dor na flexão acima dos 90º
Bursites crónicas
- Massa não é flutuante (bursa espessada)
- Crepitações na mobilização
Bursite Olecraniana - MCDTs
Aspiração de fluído bursal com respetiva avaliação laboratorial
- Nos casos de suspeita de bursite inflamatória ou infeciosa
Bursite Olecranianas Traumáticas Não-inflamatórias e Não-infeciosas - tratamento
Educação do doente
▪ Repouso da articulação e reconhecimento dos fatores de agravamento
▪ Evitar qualquer tipo de trauma
Proteção e compressão com cotoveleira elástica
Uso de AINE’s
▪ Indometacina 75mg 2x/Dia; naproxeno 500 2x/dia
Aspiração do conteúdo líquido nas bursites traumáticas e volumosas
Bursite Olecranianas crónica e persistente - tratamento
Considerar intervenção cirúrgica com exérese da bursa olecraniana
Bursite infeciosa - tratamento
Aspiração do conteúdo da bursa e respetiva avaliação laboratorial com teste de sensibilidade aos antibióticos
Caso não haja flutuação
▪ Iniciar antibioterapia com cefalosporinas, durante 10 dias, pelo menos
▪ O estado geral do doente determina a via de administração (oral ou ev)
Imobilizar em 60º de flexão sem pressão no olecrâneo
Analgesia + AINE’s
Bursite Olecraniana - tratamento: infiltração com corticóides
Infiltração com corticoides não está recomendada!
(risco de infeção, atrofia da pele, dor local crónica)
Bursite Olecraniana - tratamento: tratamento de eleição
O tratamento conservador é o de eleição!
A reabsorção é lenta (cerca de 6-12meses)
Bursite Olecraniana - tratamento: tratamento fisiátrico
Tratamento fisiátrico destina-se apenas aos casos em que existe limitação após um período de imobilização
Síndrome do Túnel Cárpico - prevalência
É a neuropatia compressiva mais comum!
Síndrome do Túnel Cárpico - fisiopatologia
Compressão do nervo mediano na passagem pelo retináculo flexor do punho
Síndrome do Túnel Cárpico - epidemiologia
> 3/4 dos doentes são do sexo feminino
Idade 40-60 anos
Síndrome do Túnel Cárpico - mão afetada
Pode cursar bilateralmente, mais comum na mão dominante
Síndrome do Túnel Cárpico - 5 causas
▪ Idiopáticos (maioria)
▪ Associação a: DM, hipotiroidismo, obesidade; gravidez
▪ Trauma (fraturas distais do rádio)
▪ Quistos ganglionares
▪ Artrose/artropatias inflamatórias
Síndrome do Túnel Cárpico - quadro clínico
Queixas de queimadura, formigueiro, picadas, choques e perda de sensibilidade no território do mediano.
Inicialmente, pior à noite.
Nos casos mais graves, a dor pode irradiar para o antebraço
Sintomas agravam com a mobilização do punho
Nos casos graves: pode haver fraqueza e amiotrofia dos músculos da eminência tenar
Síndrome do Túnel Cárpico - exame objetivo
Pesquisar sensibilidade palmar dos 1º,2º, 3º e metade lateral do 4º dedos.
Avaliar força muscular
Testes específicos:
▪ Teste de Tinel
▪ Teste de Phalen / Teste de Phalen invertido (útil nos idosos, “pôr a rezar”)
▪ Teste de Durkan
Síndrome do Túnel Cárpico - testes específicos
▪ Teste de Tinel
▪ Teste de Phalen / Teste de Phalen invertido (útil nos idosos, “pôr a rezar”)
▪ Teste de Durkan
Síndrome do Túnel Cárpico - MCDTs
Electromiografia dos MS’s → exame gold-standard
Síndrome do Túnel Cárpico - tratamento
Cirurgia → tratamento de 1ª linha, ++ mais quando há défice motor
Tratamento MFR + analgesia devem ser considerados
▪ Infiltração ecoguiada
▪ Neuromodeladores (gabapentina, pregabalina)
▪ Anti-depressivos tricíclicos (Amitriptilina)
▪ Patchs de lidocaína
Tenossinovite de Quervain - fisiopatologia
Tenossinovite estenosante do primeiro compartimento dorsal, que inclui 2 tendões:
▪ Longo abdutor do polegar
▪ Curto extensor do polegar
Tenossinovite de Quervain - epidemiologia
Afeta mais sexo feminino, idade 30-50 anos
Atinge mais o punho dominante
Tenossinovite de Quervain - 4 FRs
▪ Uso excessivo dos constituintes do compartimento
▪ Trauma local
▪ Gravidez
▪ AR
Tenossinovite de Quervain - quadro clínico
Início insidioso de dor localizada no lado radial do punho (sintoma dominante)
Dor agrava com movimentos tipo apanhar e elevar objetos
Tenossinovite de Quervain - exame objetivo
Inspeção: edema do 1º compartimento dorsal ao nível da estiloide radial
Sem limitação da mobilidade do punho
Testes específicos:
▪ Teste de Finkelstein: examinador agarra o polegar do doente → movimento repentino de desvio
cubital do punho e mão
▪ Teste de Eichoff: doente fecha o polegar num punho cerrado e seguidamente é realizado movimento
súbito de desvio cubital do punho e mão
Tenossinovite de Quervain - testes específicos
▪ Teste de Finkelstein: examinador agarra o polegar do doente → movimento repentino de desvio
cubital do punho e mão
▪ Teste de Eichoff: doente fecha o polegar num punho cerrado e seguidamente é realizado movimento
súbito de desvio cubital do punho e mão
Tenossinovite de Quervain - tratamento conservador
▪ AINE’s
▪ Repouso
▪ Imobilização com ortótese
▪ Infiltração com corticoide (em casos refratários)
▪ MFR
Tenossinovite de Quervain - tratamento: cirurgia
▪ Refratário a tratamento conservador após 6 meses
▪ Sintomatologia severa que interfira com as AVD’s
2 principais queixas da coluna
- Cervicalgia
- Lombalgia
Patologia da coluna - 3 FRs não modificáveis
▪ Idade
▪ Género
▪ Genética
Patologia da coluna - 5 FRs modificáveis
▪ Tabagismo
▪ Sedentarismo
▪ Erros posturais
▪ Perturbações depressivas ou ansiosas
▪ Episódios prévios de raquialgia
Patologia da coluna - 5 fatores de risco associados a atividade laboral
Trabalho exigente
Pouco suporte social
Insegurança e insatisfação laboral
Má postura no local de trabalho em termos
ergonómicos
Trabalho sedentário/repetitivo
Radiculopatia vs Mielopatia
Radiculopatia:
- Compressão de raiz nervosa (doença 2º neurónio)
Mielopatia:
- Compressão da medula (doença de 1º neurónio)
Radiculopatia - 4 caraterísticas
Compressão de raiz nervosa (doença 2º neurónio)
Clínica:
▪ Dor irradiada unilateral
▪ Défices sensitivos e/ou motores unilaterais
RM mais útil para avaliação imagiológica
Tratamento de MFR pode resolver a sintomatologia
Mielopatia - caraterísticas
Compressão da medula (doença de 1º neurónio)
Causa degenerativa, principalmente
Clínica:
▪ Dor não é o sintoma principal
▪ Parestesias nas extremidades
▪ Instabilidade da marcha
▪ Espasticidade
TC pode ser útil para avaliação da etiologia
RM
Cervicalgia - anamnese
Excluir causas secundárias
Caraterização da dor