MGF1 - Registos em MGF (terminado) Flashcards

1
Q

Classificação ICPC-2

A

Classificação internacional de cuidados de saúde primários - 2ª edição

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Classificação ICPC-2: estrutura simples, assente em dois eixos

A

Estrutura simples, assente em dois eixos:
o 17 capítulos, cada um com um código alfa;
o 7 componentes idênticos com rubricas numeradas com códigos de dois dígitos:
- as rubricas dos componentes 1 e 7 surgem por extenso em cada capítulo;
- as rubricas dos componentes 2 a 6 são uniformes para todos os capítulos sendo mencionadas apenas
uma vez

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Classificação ICPC-2 - a cada rubrica é atribuído:

A

A cada rubrica é atribuído:
o número de três dígitos;
o título pequeno;
o códigos das respetivas rubricas da CID-10

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Classificação ICPC-2 - rubricas residuais

A

Rubricas residuais:
o no fim de cada secção e subsecção;
o cuja descrição inclui a palavra “outros”;
o “Não especificado de outra forma” (NE) refere-se a todos os termos destas rubricas

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Classificação ICPC-2 - caraterística

A

Característica mnemónica, facilmente usada pelo médico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Classificação ICPC-2 - maioria das rubricas

A

Maioria das rubricas:
o “Inclui”, “Exclui”, “Critérios”, “A considerar” e “Códigos CID10”
o Referências cruzadas
❖ Além dos critérios de inclusão, cada rubrica pode incluir a seguinte informação:
* Inclui: uma lista de sinónimos e de descrições alternativas incluídas na rubrica;
* Exclui: uma lista de condições semelhantes que deverão ser codificadas sob outra rubrica, com o
respetivo código;
* Considerar: uma lista de rubricas com os respetivos códigos, geralmente menos específicos, que
poderão ser consideradas se a condição do doente não satisfizer os critérios de inclusão

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Classificação ICPC-2 - K74

A

Doença cardíaca isquémica com angina

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Classificação ICPC-2 - K74: doença cardíaca isquémica com angina

A

Inclui: angina provocada pelo esforço; angina de peito; angina com espasmo; dor torácica isquémica; angina instável

Exclui: doença cardíaca isquémica sem angina K76

Critérios: história e demonstração por ECG ou imagiológica de enfarte do miocárdio; ou demonstração de isquemia do miocárdio no ECG em repouso ou de esforço; ou deteção por investigação de estreitamento de artéria coronária ou aneurisma ventricular

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

A estrutura da ICPC-2

A

7 componentes, cada um com 17 capítulos

Componentes: 1 a 7

Capítulos: A, B, D, F, H, K, L, N, P, R, S, T, U, W, X, Y, Z

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

ICPC-2 - capítulos: A

A

Geral e inespecífico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

ICPC-2 - capítulos: B

A

Sangue, órgãos hematopoiéticos e linfáticos (baço, medula óssea)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

ICPC-2 - capítulos: D

A

Aparelho digestivo

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

ICPC-2 - capítulos: F

A

Olhos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

ICPC-2 - capítulos: H

A

Ouvidos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

ICPC-2 - capítulos: K

A

Aparelho circulatório

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

ICPC-2 - capítulos: L

A

Sistema musculo-esquelético

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

ICPC-2 - capítulos: N

A

Sistema nervoso

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

ICPC-2 - capítulos: P

A

Psicológico

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

ICPC-2 - capítulos: R

A

Aparelho respiratório

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

ICPC-2 - capítulos: S

A

Pele

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

ICPC-2 - capítulos: T

A

Endócrino, metabólico e nutricional

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

ICPC-2 - capítulos: U

A

Aparelho urinário

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

ICPC-2 - capítulos: W

A

Gravidez e planeamento familiar

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

ICPC-2 - capítulos: X

A

Aparelho genital feminino (incluindo mama)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
ICPC-2 - capítulos: Y
Aparelho genital masculino
26
ICPC-2 - capítulos: Z
Problemas sociais
27
ICPC-2 - componentes: 1
Componente de sinais e sintomas
28
ICPC-2 - componentes: 2
Componente de procedimentos diagnósticos e preventivos
29
ICPC-2 - componentes: 3
Componente de medicações, tratamentos e procedimentos terapêuticos
30
ICPC-2 - componentes: 4
Componente de resultados de exames
31
ICPC-2 - componentes: 5
Componente administrativo
32
ICPC-2 - componentes: 6
Componente de seguimento e outros motivos de consulta
33
ICPC-2 - componentes: 7
Componente de diagnósticos e doenças, incluindo: - doenças infeciosas - neoplasias - lesões - anomalias congénitas - outras doenças específicas
34
ICPC-2: procedimentos - 30
Exame médico/ avaliação de saúde completo
35
ICPC-2: procedimentos - 31
Exame médico/ avaliação de saúde parcial
36
ICPC-2: procedimentos - 34
Análise de sangue
37
ICPC-2: procedimentos - 35
Análise de urina
38
ICPC-2: procedimentos - 36
Análise de fezes
39
ICPC-2: procedimentos - 40
Endoscopia diagnóstica
40
ICPC-2: procedimentos - 41
Radiologia/ imagiologia diagnóstica
41
ICPC-2: procedimentos - 42
Traçados elétricos
42
ICPC-2: procedimentos - 43
Outros procedimentos diagnósticos
43
ICPC-2: procedimentos - 45
Observação/ educação para a saúde/ aconselhamento/ dieta
44
ICPC-2: procedimentos - 50
Medicação/ prescrição/ renovação/ injeção
45
ICPC-2: procedimentos - 57
Medicina física/ reabilitação
46
ICPC-2: procedimentos - 58
Aconselhamento/ escuta terapêutica
47
ICPC-2: procedimentos - 60
Resultados análises/ procedimentos
48
ICPC-2: procedimentos - 61
Resultados de exames/ teste/ carta de outro prestador
49
ICPC-2: procedimentos - 62
Procedimento administrativo
50
ICPC-2: procedimentos - 66
Referenciação out. prestador/ enf/ assistente social/ terap.
51
ICPC-2: procedimentos - 67
Referenciação médico/ especialista/ clínica/ hospital
52
ICPC-2: B80
Anemia por deficiência de ferro
53
ICPC-2: procedimentos - B81
Anemia por deficiência de vitamina B12/ folatos
54
ICPC-2: procedimentos - B82
Outra anemia/ não especificada
55
ICPC-2: procedimentos - B90
Infeção VIH/ SIDA
56
ICPC-2: 28
Limitação funcional/ incapacidade
57
ICPC-2: F70
Conjuntivite infeciosa
58
ICPC-2: F71
Conjuntivite alérgica
59
ICPC-2: F91
Erro de refração
60
ICPC-2: F92
Catarata
61
ICPC-2: F93
Glaucoma
62
ICPC-2: F94
Cegueira
63
ICPC-2: F95
Estrabismo
64
ICPC-2: H70
Otite externa
65
ICPC-2: H71
Otite média aguda/ miringite
66
ICPC-2: K95
Veias varicosas da perna
67
ICPC-2: K96
Hemorróidas
68
ICPC-2: L03
Queixas da região lombar
69
ICPC-2: L01
Queixa do pescoço
70
ICPC-2: L18
Dor muscular
71
ICPC-2: L84
Síndrome da coluna sem irradiação de dor
72
ICPC-2: L86
Síndrome da coluna com irradiação de dor
73
ICPC-2: L88
Artrite reumatoide/ seropositiva
74
ICPC-2: L89
Osteoartrose da anca
75
ICPC-2: L90
Osteoartrose do joelho
76
ICPC-2: L91
Osteoartrose, outra
77
ICPC-2: L92
Síndrome do ombro doloroso
78
ICPC-2: L93
Cotovelo de tenista
79
ICPC-2: L95
Osteoporose
80
ICPC-2: limitações
As rubricas dos componentes 2 a 6, referentes ao processo de cuidados, são muito generalizadas e inespecíficas; Uma classificação de terapêuticas e medicamentos, descrita no relatório do estudo europeu, não foi ainda formalmente incluída; Não inclui quaisquer resultados objetivos de exames físicos ou investigação
81
ICPC-2: episódio de cuidados
Um conceito central da medicina geral e familiar (MGF) Unidade de avaliação apropriada → definição da WONCA de médico de família (MF) Começa desde o momento em que o problema de saúde ou a doença são apresentados ao agente de saúde, e termina aquando do fim da última consulta para o mesmo problema de saúde ou doença
82
ICPC-2: episódio de cuidados (início do episódio)
Problema de saúde -> necessidade de cuidados sentida -> motivo de consulta -> problema de saúde sentido -> intervenção, procedimentos
83
ICPC-2: episódio de cuidados (segunda consulta do mesmo episódio)
Motivo de consulta -> Problema de saúde sentido -> Intervenção, procedimentos
84
ICPC-2: base de um episódio de cuidados
Base de um episódio de cuidados: - motivos de consulta; - os problemas de saúde / diagnósticos; - os procedimentos de cuidados / intervenções
85
ICPC-2: episódio de cuidados refere-se a...
Episódio de cuidados refere-se a todo o tipo de cuidados prestados a um determinado doente que apresente um ligeiro problema de saúde ou uma doença
86
ICPC-2: uso para registar o motivo da consulta: motivo de consulta
Motivo de consulta (MC): o deverá ser identificado e clarificado tal como foi expresso pelo doente; o sem quaisquer juízos de valor relativamente à correção e à exatidão desse motivo
87
ICPC-2: uso para registar o motivo da consulta: 3 princípios orientam este uso
Três princípios orientam este uso da ICPC: o o MC deverá ficar claro entre o doente e o médico; o a rubrica IPCP escolhida deverá ser tão próxima quanto possível das palavras originais utilizadas pelo doente para apresentar o motivo; o a lista de critérios das rubricas para registo de problemas de saúde / diagnósticos NÃO deverão ser usadas: ❖ o MC deve ser registado a partir do ponto de vista do doente, e totalmente baseado na descrição do motivo feita pelo mesmo; ❖ a forma como um doente exprime os seus motivos de consulta determina o capítulo e a componente a usar; ❖ toda a classificação é aplicável: doente pode descrever os seus MC sob a forma de sintomas ou queixas, de pedidos de certos serviços ou de problemas de saúde
88
ICPC-2: uso para registar o motivo da consulta: para codificar o motivo da consulta
Para codificar o MC: * escolher o sistema anatómico ou o capítulo corretos; * atribuir-lhe o código alfa certo; * atribuir o código numérico de dois dígitos da componente em causa, como um sintoma ou sinal, um diagnóstico ou um procedimento O índice alfabético deverá ser utilizado quando houver dúvidas quanto ao capítulo ou à componente em que a consulta deve ser inserida
89
ICPC-2: uso para registar o motivo da consulta: capítulo A
O capítulo A é usado para consultas relacionadas com sistemas anatómicos múltiplos ou inespecíficos
90
ICPC-2: uso para registar o motivo da consulta: 4 regras para o uso dos capítulos
Aplicam-se quatro regras para o uso dos capítulos * Regra 1: o o MC deve ser codificado tão especificamente quanto possível e poderá exigir algum esclarecimento por parte do médico; * Regra 2: o Quando o doente for bastante específico, use a sua terminologia; * Regra 3: o Quando o doente não é capaz de descrever a sua queixa, a razão apresentada pela pessoa que o acompanha pode ser aceite como se do doente se tratasse (por exemplo a mãe da criança ou o familiar que acompanha um doente inconsciente); * Regra 4: o Qualquer problema apresentado pelo doente deve ser registado como motivo da consulta; o Se o doente apresentar mais de uma razão impõe-se uma codificação múltipla; o Todas as razões devem ser codificadas, independentemente do momento da consulta em que surgem
91
ICPC-2 - uso para registar problemas de saúde: se não for doença
Muitos problemas de saúde tratados nos cuidados primários podem não ser denominados como doenças: sinais e sintomas, que se encontram enumerados no Componente 1
92
ICPC-2 - uso para registar problemas de saúde: quando não há qualquer problema de saúde envolvido...
Quando não há qualquer problema de saúde envolvido num episódio de cuidados (um pedido de vacina, uma citologia ou um conselho) → registo como A97 (Sem doença) ou A98 (Medicina preventiva / de manutenção da saúde)
93
ICPC-2 - uso para registar problemas de saúde: códigos CID-10
Nos Componentes 1 e 7 os correspondentes nos códigos CID-10 estão listados para cada rubrica Por vezes verifica-se uma correspondência exata de um para um, mas geralmente há vários códigos CID para uma rubrica ICPC-2, e outras vezes vários códigos ICPC-2 para uma só rubrica CID-10
94
ICPC-2 - uso para registar problemas de saúde: critérios de inclusão
De forma a garantir a fiabilidade da codificação de problemas de saúde através da ICPC-2, muitas das rubricas do Componente 7 especificam os critérios de inclusão
95
ICPC-2 - uso para registar problemas de saúde: informação adicional
As rubricas das Componentes 1 e 7 vêm muitas vezes acompanhadas de informação adicional que funciona como uma espécie de guia para o uso: o listas de sinónimos e descrições alternativas como termos de inclusão; o listas de estados semelhantes que devem ser codificados noutro local como termos de exclusão; o listas de códigos menos específicos que podem ser usados quando o estado do doente não satisfaz os critérios de inclusão
96
ICPC-2: regras gerais para codificar os problemas de saúde
* registar em cada encontro o leque completo dos problemas de saúde: problemas de ordem orgânica, psicológica e social * o registo deve ser feito com o máximo de precisão diagnóstica por parte do utilizador e com uma satisfação total dos critérios de inclusão de cada rubrica
97
ICPC-2: regras específicas para codificar os problemas de saúde
* A codificação do diagnóstico deve ser a mais específica possível nessa consulta; * Os critérios de inclusão contêm o número mínimo de critérios necessários para permitir a codificação dentro de determinada rubrica; * A consulta dos critérios deve ser feita depois de se ter chegado a um diagnóstico → os critérios NÃO são guias de orientação para o diagnóstico, NEM para a tomada de decisões terapêuticas. * Se os critérios não forem cumpridos na sua totalidade, deverá consultar outras rubricas menos específicas sugeridas pelo termo “considerar”; * Relativamente às rubricas que não têm critérios de inclusão, consultar a lista de termos de inclusão da rubrica
98
ICPC-2: uso para registar procedimentos
A ICPC pode ser usada para classificar os procedimentos com os Componentes 2, 3, 5 e parte do Componente 6
99
ICPC-2: uso para registar procedimentos - componente 2
Componente 2 - Procedimentos diagnósticos e preventivos: os procedimentos diagnósticos e preventivos cobrem um leque vasto de cuidados de saúde, como imunizações, rastreios, avaliação de riscos, educação para a saúde e aconselhamento
100
ICPC-2: uso para registar procedimentos - componente 3
Componente 3 - Medicação, tratamentos, procedimentos terapêuticos: este componente compreende os procedimentos feitos no local pelo prestador de cuidados primários. As imunizações estão codificadas no Componente 2
101
ICPC-2: uso para registar procedimentos - componente 5
Componente 5 – Administrativa: pretende classificar os casos em que o doente solicita um documento ou certificado escrito previsto pela lei em vigor, quer esse documento seja para si próprio ou para outrem
102
ICPC-2: uso para registar procedimentos - componente 6
Componente 6 – Referenciações: as referenciações para outros prestadores de cuidados de saúde primários, médicos, hospitais, clínicas e serviços terapêuticos ou de aconselhamento devem ser codificadas neste componente
103
Pela abrangência e longitudinalidade de cuidados, é privilegiada a organização dos registos médicos segundo o...
Pela abrangência e longitudinalidade de cuidados, é privilegiada a organização dos registos médicos segundo o Registo Médico Orientado por Problemas (RMOP)
104
Sigla para registo médico orientado por problemas
RMOP
105
Vantagens do RMOP
RMOP: * permite o acesso rápido aos dados básicos da pessoa; * fornece dados contínuos sobre os problemas de saúde; * acompanha as diferentes consultas; * possibilita a obtenção de dados para organizar medidas preventivas; * contribui para a formação contínua; * facilitador da relação médico-doente; * melhoria da performance da equipa de saúde; * aumento das oportunidades de intervenção de educação para a saúde e de empowerment da pessoa; * conhecimento do estado de controlo da doença; * possibilidade de caracterizar o perfil de consumo de cuidados de saúde, levando o médico muitas vezes a entender a verdadeira natureza subjacente do problema
106
RMOP - sistema de resolução de problemas
A organização da informação clínica facilita o conhecimento da pessoa e reflete os problemas de saúde identificados, levando à tomada de decisões de intervenção. → O RMOP é, pois, um sistema de resolução de problemas
107
RMOP - constituição
RMOP é constituído por três (quatro) componentes: * dados base; * notas clínicas progressivas; * lista de problemas. * folhas de resumo e fluxogramas
108
RMOP - dados base
Os dados base da pessoa devem incluir, entre outros: * identificação da pessoa, nome e/ou título pelo qual prefere ser tratada; * escolaridade; * hábitos saudáveis e nocivos; * movimentos migratórios; * composição do agregado familiar; * identificação de recursos sociais e familiares, de eventuais apoios e cuidadores informais; * condições de habitação; * antecedentes familiares e pessoais, incluindo história familiar, social e laboral e as patologias, com respetivos e cirúrgicos; * medicação prolongada; * sequelas resultantes, incapacidades e grau de dependência/autonomia; * história ginecológica e obstétrica nas mulheres; * alergias, estado de imunização e realização de rastreios preconizados; * interesses e atividades e as relações sociais e familiares
109
RMOP - notas clínicas progressivas
As notas clínicas progressivas (ou notas de seguimento) são os registos de cada consulta e organizam-se numa estrutura de quatro itens designada pelo acrónimo SOAP. A abordagem da pessoa numa consulta tem como base a gestão destas notas de seguimento.
110
RMOP - notas clínicas progressivas: S
S * corresponde a «subjetivo»; * inclui os motivos de consulta: referidos expressamente e também implícitos; * deve registar-se o contexto: consulta com o médico de família (MF), programada ou não programada, da iniciativa de quem (própria pessoa, MF, enfermeiro, outro profissional de saúde, cuidador ou outro); * anamnese com esclarecimento e caracterização de eventuais sintomas, queixas e sentimentos (da agenda da pessoa); * resultado da exploração de questões levantadas pelo médico (relativas à agenda do médico); * perspetiva da pessoa sobre os seus problemas, as suas expectativas e a avaliação que faz dos recursos de que dispõe para resolver os seus problemas
111
RMOP - notas clínicas progressivas: descrição do S
Subjetivo - contexto: intersubstituição/ outra; consulta programada/outra; iniciativa médica/ de enfermagem/ outra - fonte da informação - motivos de consulta: expressos/reais - anamnese, incluindo sentimentos: agenda da pessoa, agenda do médico - perspetiva e expectativas da pessoa - recursos identificados pela pessoa
112
RMOP - notas clínicas progressivas: O
O * corresponde a «objetivo»; * registo de informações factuais e objetiváveis, relativas à pessoa, como os dados do exame objetivo dirigido à natureza da consulta; * resultados de meios complementares de diagnóstico relevantes eventualmente apresentados na consulta, bem como resultados da aplicação de escalas ou questionários; * registo, quando relevante, quem acompanha a pessoa à consulta; * ponto não consensual: registo de informação clínica de outros prestadores (notas de alta de outros níveis de cuidados, relatórios ou registos de outras consultas)
113
RMOP - notas clínicas progressivas: descrição do O
Objetivo - apresentação: acompanhado (por quem) ou não - exame objetivo - resultados relevantes de meios complementares de diagnóstico - informação clínica de outros prestadores - resultados de aplicação escalas/ questionários - resultados de aplicação de instrumentos de avaliação familiar
114
RMOP - notas clínicas progressivas: A
A * deve refletir a avaliação que o médico faz dos problemas identificados na consulta; * tal como na lista de problemas, os problemas devem ser registados segundo o seu mais alto grau de resolução no momento → registo diagnósticos bem definidos, problemas de saúde ou ainda sinais ou sintomas a esclarecer; * para cada problema, se aplicável, deve ser especificada a lateralidade, gravidade, grau de controlo e evolução; * sempre que aplicável, podem ser colocadas hipóteses de diagnósticos e diagnósticos diferenciais; * apenas devem ser listados os problemas identificados e abordados na consulta; * é a partir do A que se constrói a lista de problemas; * o caso de consultas de vigilância, no A cabe também o registo do tipo de vigilância em causa
115
RMOP - notas clínicas progressivas: descrição do A
Avaliação Tipo de vigilância: - saúde infantil e juvenil - saúde materna - planeamento familiar - hipertensão arterial - diabetes - outra Problemas identificados na consulta - lateralidade - gravidade - controlo - evolução
116
RMOP - notas clínicas progressivas: P
* plano de atuação ou intervenção acordado entre médico e doente; * para cada problema devem ser registados: o investigação diagnóstica; o terapêutica (farmacológica ou não); o aconselhamentos e intervenções motivacionais; o procedimentos preventivos (primários, secundários e terciários); o mobilização de recursos necessários (familiares, sociais e institucionais) * intervenções previstas a curto prazo, e também as intervenções previstas ou recomendadas a médio e a longo prazo; * o registo das intervenções a implementar para cada problema identificado em A deve ser sistematizado e hierarquizado de acordo com a carga de doença ou grau de importância para a pessoa e os recursos disponíveis ou mobilizáveis * todos os procedimentos e intervenções a desenvolver, no âmbito da abordagem global (biopsicossocial); * registo de referenciações a outros prestadores, de documentos emitidos (certificados de incapacidade temporária, relatórios, etc.) e de consultas agendadas para reavaliação, vigilância de saúde ou noutros níveis de cuidados; * notas e reflexões do médico sobre a pessoa e a sua circunstância, assim como eventuais falhas a corrigir na consulta seguinte; * em contactos não presenciais (e-mail e telefone) entre médicos e doentes, o feedback dado pelo médico à pessoa por estes canais deve também ser registado no P
117
RMOP - notas clínicas progressivas: descrição do P
Plano Plano de estudo - investigação diagnóstica Plano terapêutico - farmacológico ou não Prazo: - curto: plano educacional - médio: plano preventivo - longo: recursos a mobilizar Referenciações Certificados e outros documentos emitidos Consultas agendadas - com médico de família - com outros prestadores Respostas a emails Notas/ reflexões do médico
118
Lista de problemas - definição
Resumo dos problemas relevantes da pessoa É considerada, isoladamente, como o componente mais importante do RMOP Não há uma definição consensual sobre o que constitui um problema de saúde… * …. “tudo aquilo que preocupa o médico, o doente, ou ambos” OU “tudo o que for importante nos cuidados da pessoa”
119
Lista de problemas - listagem dos problemas
Os problemas devem ser listados ao mais alto nível de resolução a cada momento, podendo coexistir sintomas ou sinais para os quais (ainda) não exista uma explicação ou diagnóstico preciso, problemas familiares (como doenças ou conflitos), problemas psicológicos ou sociais (como a pobreza ou o desemprego) e diagnósticos já estabelecidos
120
Lista de problemas - componente dinâmica
Componente dinâmica, devendo ser atualizada sempre que problemas são resolvidos ou identificados de novo e sempre que um dos problemas listados é revisto e passa a integrar um novo problema ou diagnóstico
121
Lista de problemas - cada problema listado...
Cada problema listado deve ser designado de modo completo (incluindo, se aplicável, etiologia, estadio, lateralidade e grau de controlo), consistente e rigoroso
122
Lista de problemas - ausência de alguns problemas
Para cumprir a sua função de índice ou de resumo nem todos os problemas da consulta devem transitar para a lista de problemas, devendo ser excluídos os problemas minor, isolados e/ou autolimitados
123
Lista de problemas - problemas que devem constar da lista
Os problemas que devem constar da lista: * doenças crónicas ou recidivantes; * doenças com mau prognóstico; * problemas que condicionaram tratamentos cirúrgicos, internamentos ou incapacidades; * problemas que, ainda que resolvidos, possam condicionar a saúde ou as decisões terapêuticas futuras
124
Lista de problemas - ativos e passivos
Classificação como: * “ativos”: afetem a pessoa à data da consulta; * “passivos”: se encontrem resolvidos, mas tendo o potencial de voltar a afetar a pessoa ou de condicionar decisões clínicas
125
Lista de problemas - revisão
As listas de problemas devem ser periodicamente revistas, em função da complexidade de cada doente: * o primeiro e o último passos da consulta; * elaboração de relatórios clínicos; * elaboração de cartas de referenciação; * receção de informação de outros níveis de cuidados; * qualquer momento de reavaliação da situação clínica da pessoa
126
Folha de resumo e fluxogramas
A avaliação da evolução de determinada situação ou sintoma, especialmente em situações crónicas, pode ser anotada sob a forma de um fluxograma No fluxograma pode incluir-se: * a frequência da sintomatologia * a evolução da medicação * a evolução de dados laboratoriais
127
Doenças de declaração obrigatória - definição
São doenças transmissíveis/infeciosas que representam perigosidade real ou potencial de saúde pública - critérios clínicos, laboratoriais e epidemiológicos
128
Doenças de declaração obrigatória - sinalização
SINAVE
129
Doenças de declaração obrigatória - lista de doenças
a) Botulismo; b) Brucelose; c) Campilobacteriose; d) Cólera; e) Criptosporidiose; f) Dengue; g) Difteria; h) Doença de Creutzfeldt -Jakob (DCJ); i) Doença de Creutzfeldt -Jakob variante (vDCJ); j) Doença de Hansen (Lepra); k) Doença de Lyme (Borreliose); l) Doença dos Legionários; m) Doença Invasiva Meningocócica; n) Doença Invasiva Pneumocócica; o) Doença Invasiva por Haemophilus influenzae; p) Ébola; q) Equinococose/Hidatidose; r) Febre Amarela; s) Febre Escaro -Nodular (Rickettsiose); t) Febre Q; u) Febre Tifoide e Febre Paratifoide; v) Febres Hemorrágicas Virais e Febres por Arbovírus; w) Giardíase; x) Gonorreia; y) Gripe Não Sazonal; z) Hepatite A; aa) Hepatite B; bb) Hepatite C; cc) Hepatite E; dd) Infeção pelo novo Coronavírus (MERS -CoV); ee) Infeção por Bacillus anthracis; ff) Infeção por Chlamydia trachomatis, incluindo Linfogranuloma venéreo; gg) Infeção por Escherichia coli produtora de Toxina Shiga ou Vero (Stec/Vtec); hh) Infeção por vírus do Nilo Ocidental; ii) Infeção por vírus Zika; jj) Leishmaniose Visceral; kk) Leptospirose; ll) Listeriose; mm) Malária; nn) Paralisia Flácida Aguda; oo) Parotidite Epidémica; pp) Peste; qq) Poliomielite Aguda; rr) Raiva; ss) Rubéola Congénita; tt) Rubéola, excluindo Rubéola Congénita; uu) Salmoneloses não Typhi e não Paratyphi; vv) Sarampo; ww) Shigelose; xx) Sífilis Congénita; yy) Sífilis, excluindo Sífilis Congénita; zz) Síndroma Respiratória Aguda — SARS; aaa) Tétano, excluindo Tétano Neonatal; bbb) Tétano Neonatal; ccc) Tosse Convulsa; ddd) Toxoplasmose Congénita; eee) Triquinelose; fff) Tuberculose; ggg) Tularémia; hhh) Varíola; iii) VIH (Infeção pelo vírus da imunodeficiência humana)/SIDA; jjj) Yersiniose
130
Doenças de declaração obrigatória - definição de caso
* Critérios clínicos Pessoa com febre, …. * Critérios epidemiológicos: Pelo menos uma das seguintes ligações epidemiológicas: a) Transmissão a partir de um caso confirmado; b) … * Critérios laboratoriais Pelo menos um dos critérios seguintes: a) Deteção de ácido nucleico; b) …. * Definição de caso quando aplicável Caso possível → que preenche os critérios clínicos e para o qual não foram efetuados exames laboratoriais ou o seu resultado é desconhecido Caso provável→ caso que preenche os critérios clínicos e epidemiológicos Caso confirmado → caso que preenche os critérios clínicos e laboratoriais
131
Doenças de declaração obrigatória - definição de caso de covid-19
Caso Possível: pessoa que preencha os critérios clínicos Caso Provável: pessoa que preencha um dos seguintes critérios: i. Critérios clínicos e critérios epidemiológicos; ou ii. Critérios clínicos e critérios imagiológicos. Caso Confirmado: pessoa que preencha os critérios laboratoriais
132
Doenças de evição escolar
São afastados temporariamente da frequência escolar e demais atividades desenvolvidas nos estabelecimentos de educação e de ensino os discentes, pessoal docente e não docente quando atingidos pelas seguintes doenças: * Difteria; * Escarlatina e outras infeções nasofaríngeas por estreptococo hemolítico do grupo A; * Febres tifóide e paratifóide; * Hepatite A; * Hepatite B; * Impétigo; * Infeções meningocócicas - meningite e sepsis; * Parotidite epidémica; * Poliomielite; * Rubéola; * Sarampo; * Tinha; * Tosse convulsa; * Tuberculose pulmonar; * Varicela
133
Doenças de evição escolar - prazo de afastamento na varicela
Varicela - o afastamento deve manter-se durante um período de cinco dias após o início de erupção
134