MGF1 - Patologia frequente nos CSP 3 Flashcards
Insuficiência cardíaca (IC) - sintomas típicos
- Dispneia
- Ortopneia
- Dispneia paroxística
noturna - Tolerância reduzida ao
exercício - Fadiga
- Cansaço
- Aumento do tempo de
recuperação após o exercício - Edema do tornozelo
Insuficiência cardíaca (IC) - sintomas menos típicos
- Tosse noturna
- Pieira
- Sensação de inchaço
- Anorexia
- Confusão (especialmente no idoso)
- Depressão
- Palpitações
- Tontura
- Síncope
- Flexopneia
Insuficiência cardíaca (IC) - sinais mais específicos
- Pressão venosa jugular
elevada - Refluxo hepatojugular
- S3 (ritmo de galope)
- Impulso apical deslocado
lateralmente
Insuficiência cardíaca (IC) - sinais menos específicos
- aumento ponderal (> 2 kg/semana)
- diminuição ponderal (em IC avançada)
- Caquexia
- Sopro cardíaco
- Edema periférico
- Crepitações pulmonares
- Efusão pleural
- Taquicardia
- Pulso irregular
- Taquipneia
- Respiração Cheyne Stokes
- Hepatomegalia
- Ascite
- Extremidades frias
- Oligúria
- Pressão de pulso estreita
Insuficiência cardíaca (IC) - ecocardiograma (diagnóstico)
- MCDT mais importante para o diagnóstico de IC
- Avaliação estrutural e/ou função do coração
- Classificação de IC
Insuficiência cardíaca (IC) - ecocardiograma (etiologia)
- Isquémica (alterações da contratilidade segmentar: hipocinésia/acinésia)
- Valvular (estenose ou insuficiência significativa)
- Cardiomiopatias (hipertrófica/dilatada)
Insuficiência cardíaca (IC) - ecocardiograma (tratamento)
- Tratamento de acordo com a fração de ejeção
- Tratamento cirúrgico se doença valvular grave
Insuficiência cardíaca (IC) - ecocardiograma (prognóstico)
Fração de ejeção é o principal fator de prognóstico
Insuficiência cardíaca (IC) - doseamento de peptídeos natriuréticos
- BNP ou NT-ProBNP: utilidade equivalente
- Auxiliar o diagnóstico da IC ou estimar o prognóstico
- Para diagnóstico é um teste com elevada sensibilidade, mas baixa especificidade (ou seja, é um bom teste para excluir IC)
- Isoladamente, mesmo que positivo, não faz diagnóstico de IC ( ecocardiograma)
Insuficiência cardíaca (IC) - doseamento de peptídeos natriuréticos: cut-off para exclusão de diagnóstico de IC
BNP < 35 pg/ml
NT-ProBNP < 125pg/ml
Insuficiência cardíaca (IC) - doseamento de peptídeos natriuréticos: situações que podem aumentar o valor
- Idade
- Insuficiência renal
- Síndrome coronário agudo
- Tromboembolismo pulmonar
- Doenças sistémicas (sépsis, cirrose, hipertiroidismo)
- Fibrilação auricular
Insuficiência cardíaca (IC) - doseamento de peptídeos natriuréticos: situações que podem diminuir o valor
- Toma de diuréticos
- Obesidade
- Tamponamento cardíaco
- Constrição pericárdica
Avaliação inicial de um utente com diagnóstico de novo de IC
- Hemograma
- Creatinina (cálculo TFGe)
- Ionograma
- TGO, TGP e GGT
- Glicose (hemoglobina glicada)
- Perfil lipídico
- TSH
- Ferritina
- Peptídeos natriuréticos
Insuficiência cardíaca (IC) - algoritmo de diagnóstico
Avaliação da probabilidade IC:
1 - história clínica
- doença cardíaca coronária (EAM, revascularização)
- HTA
- drogas cardiotóxicas/ radiação
- diuréticos
- ortopneia/ disneia paroxística noturna
2 - exame físico
- crepitações pulmonares
- edema bilateral do tornozelo
- sopro cardíaco
- dilatação venosa jugular
- impulso apical deslocado lateralmente/ alargado
3 - ECG
- qualquer anormalidade
-
. se todos os anteriores ausentes: IC improvável (considerar outros diagnósticos)
. se 1 ou + presentes: peptídeos natriuréticos (se NT-pró-BNP > 125 pg/ml ou BNP >= 35 pg/ml, fazer ecocardiograma; se não, IC improvável e considerar outros diagnósticos)
. doseamento de peptídeos natriuréticos não realizado rotineiramente: ecocardiograma
. se ecocardiograma normal: IC improvável (considerar outros diagnósticos)
Ecocardiograma - IC confirmada (determinar etiologia e iniciar tratamento)
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação clínica
IC com FE reduzida
IC com FE intermédia
IC com FE preservada
Insuficiência cardíaca (IC) - IC com FE reduzida
- Sinais ± sintomas (os sinais podem não estar presentes em fases iniciais da IC e em pacientes tratados com diuréticos)
- FE do VE <40%
Insuficiência cardíaca (IC) - IC com FE intermédia
- Sinais ± sintomas
(os sinais podem não estar presentes em fases iniciais da IC e em pacientes tratados com diuréticos) - FE do VE 40-49%
- Níveis elevados de
peptídeos natriuréticos - Pelo menos 1 dos seguintes:
a) doença cardíaca estrutural
relevante (hipertrofia
ventricular esquerda e/ou
dilatação do aurícula
esquerda);
b) disfunção diastólica
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação: IC com FE preservada
- Sinais ± sintomas
(os sinais podem não estar presentes em fases iniciais da IC e em pacientes tratados com diuréticos) - FE do VE ≥50%
- Pelo menos 1 dos seguintes:
a) doença cardíaca estrutural
relevante (hipertrofia
ventricular esquerda e/ou
dilatação do aurícula
esquerda);
b) disfunção diastólica
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação de acordo com classe NYHA
Classe I a IV
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação de acordo com classe NYHA: classe I
Sem limitação da atividade física
A atividade física comum não provoca sintomas
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação de acordo com classe NYHA: classe II
Limitação ligeira da atividade física, mas confortável em repouso
A atividade física comum provoca sintomas
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação de acordo com classe NYHA: classe III
Limitação marcada da atividade física, mas confortável em repouso
Menos do que a atividade física comum provoca sintomas
Insuficiência cardíaca (IC) - classificação de acordo com classe NYHA: classe IV
Limitação severa da atividade física e desconfortável em
repouso
Qualquer atividade física
aumenta o desconforto
Insuficiência cardíaca (IC) - causas mais frequentes
- Doença coronária (antecedentes de EAM/Angina)
- Cardiomiopatias
- Toxinas (álcool, medicação (quimioterapia,…))
- Hipertensão arterial
- Doença valvular
- Doenças infiltrativas do miocárdio
Insuficiência cardíaca (IC) - triggers cardíacos mais frequentes de descompensação
- Fibrilação auricular
- Outras arritmias supraventriculares e ventriculares
- Isquemia do miocárdio
- Aparecimento ou agravamento de insuficiência mitral ou tricúspide
- Excessiva redução da pré-carga: Diuréticos + IECA + Nitratos
Insuficiência cardíaca (IC) - triggers não-cardíacos mais frequentes de descompensação
- Incumprimento terapêutico
- Excesso ingestão sal
- Terapêuticas concomitantes: antiarrítmicos, AINES, verapamil/diltiazem
- Infeção
- Agravamento função renal
- Excesso álcool
- Embolia pulmonar
- Hipertensão
- Disfunção Tiroideia
- Anemia
Insuficiência cardíaca (IC) - fármacos contraindicados na IC
- AINE’s
- Corticóides sistémicos
- Antagonistas dos canais de cálcio: verapamil e diltiazem
- Alguns antiarrítmicos: flecainida, dronedarona
- Antidiabéticos orais: rosiglitazona, pioglitazona e saxagliptina
- Medicamentos ou suplementos com alto teor em sódio: comprimidos efervescentes
- Maioria dos antitússicos
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: recomendações gerais
- Restrição de sal na dieta (<3g/dia)
- Monitorização diária do peso corporal
o Vigiar se aumento de ≥ 2 Kg em 3 dias
o Ensinar a otimizar diurético - Educação do utente
- Manter atividade física
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: outras medidas
- Vacina anti-gripe
- Vacina anti-pneumocócica (Prevenar 13® + Pneumo 23®)
- Anti-inflamatórios não esteroides: contraindicados
IC - vacinação contra infeções por Streptococcus pneumoniae
Pn13 -> (6-12 meses, mínimo de 8 semanas) Pn23 -> (5 anos) Pn23
Os adultos de risco para DIP (doença invasiva pneumocócica), previamente vacinados com 1 ou 2 doses de Pn23 devem ser vacinados de acordo com o seguinte esquema:
1 ou + Pn23 anteriores -> (12 meses após a última dose) Pn13 -> (6-12 meses (mínimo 8 semanas) desde que decorram 5 anos após Pn23) Pn23
IC - tratamento: abordar o doente
- Diminuir os sintomas
- ## Aumentar a capacidade de exercíciodiuréticos!
(para melhorar a qualidade de vida)
IC - tratamento: abordar a doença
- Diminuir a morbilidade
- Diminuir a mortalidade
- Atrasar a progressão
- ## Melhorar a remodelagem ventricularpara melhorar o prognóstico da doença
IC - diuréticos: objetivo
Utilizados para aliviar a congestão na IC: utilizar nos doentes com sinais de
congestão
Não alteram o prognóstico
IC - diuréticos: quais usar?
Furosemida 20 / 40mg, 1 id / 2id → 240 mg /dia
Torasemida 5/ 10 mg, 1 id → 20 mg/dia
Quando mantém edemas, associar:
Metolazona 5-10 mg /dia
IC: Diuréticos de ansa - 3
Furosemida
Bumetanida
Torasemida
IC: Diuréticos tiazídicos - 4
Bendroflumetiazida
Hidroclorotiazida
Metolazona
Indapamida
IC: Diuréticos poupadores de potássio - 3
Espironolactona/ eplerenona
Amilorida
Triamtereno
(associados ou não a um IECA ou ARA)
IC: Furosemida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 20 - 40 mg
Dose diária habitual: 40 - 240 mg
IC: Bumetanida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 0.5 - 1.0 mg
Dose diária habitual: 1 - 5 mg
IC: Torasemida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 5 - 10 mg
Dose diária habitual: 10 - 20 mg
IC: Benfroflumetiazida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 2.5 mg
Dose diária habitual: 2,5 - 10 mg
IC: Hidroclorotiazida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial - 25 mg
Dose diária habitual: 12,5 - 100 mg
IC: Metolazona - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 2,5 mg
Dose diária habitual: 2,5 - 10 mg
IC: Indapamida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial: 2,5 mg
Dose diária habitual: 2,5 - 5 mg
IC: Espironolactona/ eplerenona - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial:
- se associado a IECA/ ARA: 12,5 - 25 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 50 mg
Dose diária habitual:
- se associado a IECA/ ARA: 50 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 100-200 mg
IC: Amilorida - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial:
- se associado a IECA/ ARA: 2,5 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 5 mg
Dose diária habitual:
- se associado a IECA/ ARA: 5-10 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 10-20 mg
IC: Triamtereno - dose inicial e dose diária habitual
Dose inicial:
- se associado a IECA/ ARA: 25 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 50 mg
Dose diária habitual:
- se associado a IECA/ ARA: 100 mg
- se não associado a IECA/ ARA: 200 mg
IC - fármacos que alteram o prognóstico
na IC com FE reduzida ou após enfarte miocárdio
IECA
- captopril
- enalapril
- lisinopril
- ramipril
- trandolapril
Beta-bloqueadores
- bisoprolol
- carvedilol
- succinato de metoprolol
- nebivolol
ARAs
- candesartan
- valsartan
- losartan
Diurético poupador de potássio
- eplerenona
- espironolactona
Recetor da Angiotensina – Inibidor da Neprilisina (ARNI)
- sacubitril/ valsartan
Bloqueador dos canais If
- ivabradina
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - captopril
Dose inicial 6,25 mg 3x dia
Dose alvo 50 mg 3x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - enalapril
Dose inicial - 2,5 mg 2x dia
Dose alvo - 10 a 20 mg 2x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - lisinopril
Dose inicial - 2,5 a 5 mg 1x dia
Dose alvo - 20 a 35 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - ramipril
Dose inicial - 2,5 mg 1x dia
Dose alvo - 10 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - trandolapril
Dose inicial - 0,5 mg 1x dia
Dose alvo - 5 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - bisoprolol
Dose inicial: 1,25 mg 1x dia
Dose alvo: 10 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - carvedilol
Dose inicial - 3,125 mg 2x dia
Dose alvo - 25 mg 2x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - succinato de metoprolol (CR/XL)
Dose inicial: 12,5 - 25 mg 1x dia
Dose alvo: 200 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - nebivolol
Dose inicial: 1,25 mg 1x dia
Dose alvo: 10 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - candesartan
Dose inicial - 4 a 8 mg 1x dia
Dose alvo - 32 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - valsartan
Dose inicial - 40 mg 2x dia
Dose alvo - 160 mg 2x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - losartan
Dose inicial - 50 mg 1x dia
Dose alvo - 150 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - eplerenona
Dose inicial - 25 mg 1x dia
Dose alvo - 50 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - espironolactona
Dose inicial - 25 mg 1x dia
Dose alvo - 50 mg 1x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - sacubitril/valsartan
Dose inicial - 49/51 mg 2x dia
Dose alvo - 97/103 mg 2x dia
Insuficiência cardíaca (IC): fármacos que alteram o prognóstico - ivabradina
Dose inicial - 5 mg 2x dia
Dose alvo - 7,5 mg 2x dia
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: bloqueadores beta (doses)
Nebivolol: dose inicial - 1,25 mg; dose alvo - 10 mg
Carvedilol: dose inicial 3,125 mg, bid; dose alvo - 25 mg, bid
Bisoprolol: dose inicial 1,25 mg; dose alvo 10 mg
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: bloqueadores beta (como iniciar?)
- Em utentes estáveis sem evidência de estase importante → Se necessário otimizar previamente diurético
- Iniciar a todos os doentes com IC com FE reduzida (FE<50%)
- Começar com dose baixa
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: bloqueadores beta (como titular?)
- Titular lentamente: aumentar a dose cada > 2 semanas
- Uma dose baixa é melhor que nenhuma dose → Objetivo: dose alvo/ dose máxima tolerada
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: bloqueadores beta (o que monitorizar?)
Frequência cardíaca, PA, peso corporal
Sintomas e sinais (congestão)
- melhoria sintomática é lenta: até 3-6 meses
- temporariamente pode ocorrer agravamento dos sintomas → Duplicar dose de diurético e, se resposta
não satisfatória: reduzir para metade a dose de BB
Se FC < 50 bpm
- excluir BAV
- reduzir para metade a dose de BB
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: IECA/ARAs (doses)
IECAs:
- Enalapril: dose inicial 2,5 mg, bid; dose alvo 20mg, bid
- Lisinopril: dose inicial 2,5-5,0 mg; dose alvo 20-35 mg
- Ramipril: dose inicial 2,5 mg; dose alvo - 10 mg
ARAs:
- Candesartan: dose inicial 4-8 mg; dose alvo 32 mg
- Valsartan: dose inicial 40 mg, bid; dose alvo 160 mg, bid
- Losartan: dose inicial 50 mg; dose alvo 150 mg
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: IECA/ARAs (como iniciar?)
Iniciar com dose baixa, mas que tenha em conta o valor de PA
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: IECA/ARAs (como titular?)
Titular progressivamente
Melhor prognóstico atingido quando se atinge a dose alvo
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: IECA/ARAs (o que monitorizar?)
Reavaliação em 1-2 semanas:
* PA
* Função renal e ionograma (valores de K+)
Dose de IECA não é determinada pelos sintomas → manter mesmo na ausência de melhoria sintomática
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: antagonistas da aldosterona (doses)
Eplerenona: dose inicial 25 mg; dose alvo 50 mg
Espironolactona: dose inicial 25 mg; dose alvo 50 mg
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: antagonistas da aldosterona (como iniciar?)
Em utentes com IC sistólica com FE reduzida (FE<40%)
Em utentes com classe NYHA II-IV
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: antagonistas da aldosterona (o que monitorizar?)
Ionograma (K+) e função renal em 1-2 semanas
- evitar se: K+ > 5 mEq/l ou Creatinina plasmática > 2,5 mg/dl
Aparecimento de ginecomastia (se necessário trocar para eplerenona)
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: sacubitril/valsartan (doses)
DOSE BAIXA (50 MG) : 24/26 mg, bid
DOSE INTERMÉDIA (100 MG) : 49/51 mg, bid
DOSE ALVO (200 MG) : 97/103 mg, bid
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: sacubitril/valsartan (como iniciar?)
Em utentes com IC com FE reduzida (FE<40%)
Em utentes com classe NYHA II-IV
Em baixa dose: se baixa dose de IECA/ARA | sem IECA/ARA previamente
Em dose intermédia: se alta dose de IECA/ARA (Enalapril/ Lisinopril > 10 mg; Ramipril > 5 mg | Valsartan > 160
mg; Losartan > 100 mg; Candesartan >16 mg)
PARAR IECA durante 36 horas → Iniciar conforme indicação
Se medicado previamente com ARA: suspende o ARA e na hora em que tomaria o ARA passa a tomar O
SACUBITRIL/VALSARTAN (NÃO É NECESSÁRIO parar antecipadamente para washout)
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: sacubitril/valsartan (CI absoluta para iniciar)
Toma simultânea de IECA
Toma simultânea de Inibidor da renina (ALISCIRENO / RASILEZ®)
Insuficiência cardíaca (IC) - tratamento: sacubitril/valsartan (como titular?)
A cada 2-4 semanas → conforme tolerabilidade e PA
IC com FE preservada: tratamento
Diuréticos, se congestão, para alívio de sintomas e sinais
Rastrear e tratar comorbilidades cardiovasculares ou não cardiovasculares
- Nenhuma classe de fármacos mostrou alterar o prognóstico
- Exercício físico
Fibrilhação auricular (FA) - presença de sintomas
Pessoas com FA podem ter vários sintomas
50-87% são inicialmente
assintomáticos → possivelmente prognóstico menos favorável
Fibrilhação auricular (FA) - clínica
- Dor/aperto no peito
- Fraca tolerância ao esforço
- Tonturas
- Síncope
- Perturbação do sono
Fibrilhação auricular (FA) - range de sintomas
Assintomático, hemodinamicamente estável
Sintomático
- palpitações, dispneia, cansaço, dor/aperto n peito, fraca tolerância ao exercício, tonturas, síncope, perturbação do sono
- hemodinamicamente estável
- hemodinamente instável: síncope, hipotensão sintomática, IC aguda, edema pulmonar, isquemia miocárdica, choque cardiogénico
Fibrilhação auricular (FA) - 6 principais sintomas
Palpitações, fadiga, tonturas, dispneia, dor no peito e ansiedade
Fibrilhação auricular (FA) - escala de sintomas
A escala de sintomas da EHRA é uma ferramenta usada por médicos na quantificação de
sintomas de FA, para orientar decisões de tratamento
score 1 - sem sintomas (não causa nenhuns sintomas)
score 2a - sintomas ligeiros (a atividade de vida diária não é afetada pelos sintomas)
score 2b - sintomas moderados (a atividade de vida diária não é afetada por sintomas relacionados com a FA, mas o paciente tem problemas com os sintomas)
score 3 - sintomas graves (a atividade de vida diária é afetada por sintomas relacionados com a FA)
score 4 - sintomas limitadores (a atividade de vida diária é descontinuada)
Fibrilhação auricular (FA) - ocorre frequentemente…
Ocorre frequentemente em pessoas com FRCV/ comorbidades
* pode ser um marcador de condições não diagnosticadas
Fibrilhação auricular (FA) - todas as pessoas com FA beneficiarão…
TODAS as pessoas com FA beneficiarão de uma avaliação cardiovascular abrangente:
* histórico clínica completa
* avaliação de condições concomitantes
* padrão de FA → classificação
* sintomas relacionados com a FA
* risco de AVC → CHA2DS2-VASc
* tromboembolismo
* disfunção VE
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc
Fatores de risco:
- C: Congestive heart failure: IC clínica, ou evidência objetiva de disfunção VE moderada a grave, ou
cardiomiopatia hipertrófica : 1 ponto - H: Hypertension ou em terapêutica antihipertensiva : 1 ponto
- A2: Age; 75 anos ou mais : 2 pontos
- D: Diabetes mellitus: tratamento com ADO e/ou insulina ou glicose em jejum
> 125 mg/dL : 1 ponto - S2: Stroke: AVC anterior, AIT ou tromboembolismo : 2 pontos
- V: Vascular disease; Doença coronária angiograficamente significativa, EAM, DAP ou placa aórtica : 1 ponto
- A: Age; 65 - 74 anos : 1 ponto
- Sc : Sex category - feminino : 1 ponto
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (C)
Congestive heart failure
IC clínica, ou evidência objetiva de disfunção VE moderada a grave, ou
cardiomiopatia hipertrófica
1 ponto
IC descompensada recente independentemente da FE do VE ou a presença (mesmo que assintomática) de comprometimento sistólico moderado-grave do VE em imagens cardíacas
Cardiomiopatia hipertrófica confere um alto risco de AV e hipocoagulação é benéfica para a redução de AVC
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (H)
Hypertension ou em terapêutica antihipertensiva
1 ponto
HTA pode resultar em alterações vasculares que predispõem a AVC. O valor de PA ideal associado ao menor risco de AVC isquémico, morte e outros outcomes CV é 120 - 129 / <80 mmHg
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (A2)
Age: 75 anos ou mais
2 pontos
A idade é um poderoso impulsionador do risco de AVC, e a maioria dos estudos mostra que o risco aumenta da idade de 65 anos para cima
O risco relacionado à idade é contínuo, mas por razões de simplicidade e praticidade: 1 ponto é atribuído para idade dos 65-74 anos e 2 pontos são atribuídos para idade ≥75 anos
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (D)
Diabetes mellitus - tratamento com ADO e/ou insulina ou glicose em jejum
> 125 mg/dL
1 ponto
DM é um fator de risco bem estabelecido para AVC. O risco relaciona-se com a duração (quanto > a duração da DM, > o risco de tromboembolismo) e presença de LOA. Ambos os tipos de DM conferem risco tromboembólico semelhante na FA, embora o risco possa ser ligeiramente > em
utentes <65 anos com DM tipo 2 em comparação com DM tipo 1
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (S2)
Stroke: AVC anterior, AIT ou
tromboembolismo
2 pontos
AVC anterior, embolia sistémica ou AIT conferem risco particularmente alto de AVC isquémico
Embora excluídos de RCTs, utentes com FA e hemorragia intracraniana (incluindo AVC hemorrágico) apresentam risco muito elevado de AVC isquémico subsequente, estudos observacionais recentes sugerem que estes utentes beneficiariam de hipocoagulação oral
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (V)
Vascular disease: Doença coronária angiograficamente significativa, EAM, DAP ou placa aórtica
1 ponto
A doença vascular (DAP ou EAM) confere 17 a 22% de excesso de risco, particularmente em
asiáticos. DAP angiograficamente significativa também é fator de risco independente para AVC isquémico entre utentes com FA. Placa aórtica complexa na aorta descendente, como indicador de doença vascular significativa, é também um forte preditor de AVC isquémico
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (A)
Age 65 - 74 anos
1 ponto
Dados recentes da Ásia sugerem que o risco de AVC pode aumentar a partir dos 50 - 55 anos e que um CHA2DS2-VASc modificado pode ser usado em asiáticos
Fibrilhação auricular (FA) : classificação CHA2DS2-VASc (Sc)
Sex category: feminino
1 ponto
Um modificador de risco de AVC em vez de fator de risco
Fibrilhação auricular (FA) - CHA2DS2-VASc : baixo risco
H (homens): CHA2DS2-VASc = 0
M (mulheres): CHA2DS2-VASc =1
Fibrilhação auricular (FA) - avaliação básica
Estudo necessário para orientar o tratamento
Avaliação básica:
* ECG de 12 derivações
o diagnóstico de FA
o avaliar a frequência ventricular durante a FA
o verificar a presença de defeitos da condução | isquemia | sinais de doença cardíaca estrutural
* Estudo analítico
o hemograma
o função tiroideia
o função renal
o ionograma
* Ecocardiograma transtorácico
o tamanho das cavidades direitas e esquerdas
o função do VE
o doença valvular
Recomendações para rastreio de FA
- O rastreio oportunístico de FA, através da avaliação do pulso ou de tira de ritmo de ECG, é recomendado em
utentes com idade ≥ 65 anos de idade (I, B) - O rastreio sistemático com ECG deve ser considerado, para deteção de FA, em utentes com idade ≥ 75 anos, ou naqueles com alto risco de AVC (IIa, B)
Fibrilhação auricular (FA) - definição
- Taquiarritmia supraventricular com ativação elétrica auricular não coordenada e, consequentemente, contração auricular ineficaz
- As características eletrocardiográficas da FA incluem:
❖ intervalos R-R irregularmente irregulares (quando a condução atrioventricular não está prejudicada)
❖ ausência de ondas P distintas repetidas
❖ ativações auriculares irregulares
Fibrilhação auricular (FA) - diagnóstico
ECG 12 derivações ou derivação única
❖ ≥ 30 seg com ritmo de FA
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: 5 tipos
- Diagnosticada “de novo”
- Paroxística
- Persistente
- Persistente de longa duração
- Permanente
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: diagnosticada de novo
FA não diagnosticada antes, independentemente da sua duração ou da presença / gravidade dos sintomas relacionados com a FA
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: paroxística
FA que resolve espontaneamente ou com intervenção dentro de 7 dias após o início
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: persistente
FA que é sustentada continuamente por mais de 7 dias, incluindo episódios resolvidos por cardioversão (drogas ou cardioversão elétrica) após ≥7 dias
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: persistente de longa duração
FA contínua de >12 meses de duração quando foi decidido adotar uma estratégia de controlo de ritmo
Fibrilhação auricular (FA) - classificação: permanente
FA que é aceite pelo médico e utente, e nenhuma outra tentativa de restaurar / manter o ritmo sinusal será realizada
FA permanente representa uma atitude terapêutica do médico e utente e não uma condição fisiopatológica atribuída à FA
O termo não deve ser usado no contexto de uma estratégia de controlo de ritmo, com drogas antiarrítmicas ou ablação de
FA
Caso uma estratégia de controlo de ritmo seja adotada, a arritmia deve ser reclassificada como “FA persistente de longa data”
Fibrilhação auricular (FA) - terminologia a ser abandonada: “lone AF”
Um descritor histórico. O aumento do conhecimento sobre a fisiopatologia da FA mostra que em todo o utente uma causa está presente. Portanto, este termo é potencialmente confuso e deve ser abandonado
Fibrilhação auricular (FA) - terminologia a ser abandonada: FA valvular/ não valvular
Diferencia os utentes com estenose mitral moderada / grave e aqueles com prótese(s) mecânica(s) de válvula(s) cardíaca(s) de outros utentes com FA, mas pode ser confuso e não deve ser usado
Fibrilhação auricular (FA) - terminologia a ser abandonada: FA crónica
Tem definições variáveis e não deve ser usado para descrever populações de utentes com FA
Fibrilhação auricular (FA) - estratégia de controlo do ritmo: objetivos
Estratégia de controlo do ritmo:
* tentativa de restaurar e manter o ritmo sinusal
* pode envolver uma combinação de abordagens (cardioversão, antiarrítmicos, ablação por cateter,…)
Fibrilhação auricular (FA) - estratégia de controlo do ritmo: indicações
Necessidade de reduzir sintomas e melhorar qualidade de vida
Fibrilhação auricular (FA) - estratégia de controlo do ritmo: 8 fatores que favorecem a estratégia de controlo do ritmo
Idade jovem
1º episódio de FA ou evolução curta
Miocardiopatia mediada por taquicardia
Volume da AE normal a moderadamente aumentado
Ausência (ou poucas) de comorbilidades/patologias cardíacas
Controlo de FC difícil de alcançar
FA precipitada por evento temporário/doença aguda
Escolha do utente
Fibrilhação auricular (FA) - estratégia de controlo da frequência: objetivo
Estratégia de controlo da frequência:
* controlo da frequência é parte integrante da abordagem da FA
* geralmente é suficiente para melhorar os sintomas relacionados com FA
* pouca evidência
o intensidade de controlo da frequência
o melhor forma
❖ BB
❖ Digoxina
❖ Diltiazem
❖ Verapamil
❖ Cardioversão
FA: tomada de decisão sobre cardioversão de FA
- apresentação clínica
- início da FA
- hipocoagulação oral
- fatores de risco