MGF1 - Urgência médica 2 (terminado) Flashcards

1
Q

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) - definição

A

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) como aquela que acontece fora do hospital ou menos de 48 horas depois do internamento, num doente que não estava hospitalizado nem residia em lar ou instituição equivalente

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2
Q

Pneumonias associadas aos cuidados de saúde - definição

A

Pneumonias associadas aos cuidados de saúde: aquelas que acontecem em qualquer doente que esteve internado em hospital de agudos por dois ou mais dias nos 90 dias anteriores à infeção, residia num lar ou instituição similar, recebeu antibioterapia intravenosa, quimioterapia, cuidados relacionados com uma ferida ou hemodiálise nos 30 dias anteriores à infeção

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3
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - diagnóstico: clínica

A

História de início agudo ou sub-agudo de:
o na maioria dos doentes: febre, tosse com ou sem expetoração e dispneia;
o em alguns doentes: hipersudorese, arrepios, calafrios, fadiga, mialgias, anorexia, cefaleias, confusão (idosos), desconforto torácico, dor tipo pleurítico, hemoptise e dor abdominal

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4
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - diagnóstico: exame físico

A

Observação com febre ou hipotermia, taquipneia, taquicardia, hipoxémia e “ar doente”

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5
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - diagnóstico: auscultação e percussão

A

Auscultação com fervores (crepitações) inspiratórios ou ruídos brônquicos;

Macicez à percussão

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6
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - idosos

A

Nos idosos, a pneumonia apresenta-se frequentemente com sintomas inespecíficos e sem febre

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7
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - radiografia

A

A confirmação do diagnóstico de pneumonia requer a realização da radiografia torácica mostrando infiltrado do parênquima pulmonar

A radiografia permite também avaliar a gravidade da doença e a resposta ao tratamento

Porém, na maior parte dos casos, a radiografia torácica não é obrigatória perante a suspeita de
pneumonia sem necessidade de internamento

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8
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - para ser considerado clinicamente estável o doente tem que cumprir, pelo menos, seis dos critérios seguintes:

A

Para ser considerado clinicamente estável o doente tem que cumprir, pelo menos, seis dos critérios seguintes:
i. temperatura corporal ≤ 37,8ºC;
ii. frequência cardíaca ≤ 100 bpm;
iii. frequência respiratória ≤ 24 rpm;
iv. tensão arterial sistólica ≥ 90mmHg;
v. SatO2 ≥ 90% ou pO2 ≥ 60 mmHg;
vi. manutenção da via oral;
vii. sem alteração do estado mental

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9
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento

A

As duas ferramentas que foram melhor estudadas:
* índice de gravidade de pneumonia
* critérios CURB-65

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10
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: critérios CURB-65

A

Fatores clínicos:
- confusão: 1 ponto
- urémia > 20 mg/dl (> 7 mmol/l): 1 ponto
- frequência respiratória >= 30 cpm: 1 ponto
- PAS < 90 mmHg ou PAD < 60 mmHg: 1 ponto
- Idade >= 65 anos: 1 ponto

Pontuação:
- 0 pontos: baixo risco; considerar tratamento em casa
- 1 ponto: baixo risco; considerar tratamento em casa
- 2 pontos: internamento em enfermaria
- 3, 4 ou 5 pontos: pneumonia grave; hospitalizar e considerar internamento em cuidados intensivos

Nota: a decisão final acerca do local de tratamento deve ter em conta o juízo clínico e fatores sociais e de suporte no domicílio

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11
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: CRB-65

A

Fatores clínicos:
- confusão: 1 ponto
– frequência respiratória >= 30 cpm: 1 ponto
- PAS < 90 mmHg ou PAD < 60 mmHg: 1 ponto
- Idade >= 65 anos: 1 ponto

Pontuação:
- 0 pontos: baixo risco - considerar tratamento em casa
- 1 ou 2 pontos: risco intermédio - considerar referenciação ao hospital
- 3 ou 4 pontos: risco elevado - referenciação urgente ao hospital

Nota: a decisão final acerca do local de tratamento deve ter em conta o juízo clínico e fatores sociais e de suporte no domicílio

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12
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: índice de gravidade de pneumonia

A

Fatores demográficos:
- idade
. homens: número de anos
. mulheres: número de anos - 10
- residente em lar (considerar com PAH): + 10 pontos

Comorbilidades:
- doença neoplásica (ativa): + 30 pontos
- doença hepática crónica: + 20 pontos
- insuficiência cardíaca congestiva: + 10 pontos
- doença cerebrovascular: + 10 pontos
- doença renal crónica: + 10 pontos

Achados do exame objetivo:
- alteração do estado mental: + 20 pontos
- frequência respiratória >= 30 cpm: + 20 pontos
- PAS < 90 mmHg: + 20 pontos
- temperatura < 35ºC ou >= 40ºC: + 15 pontos
- pulso >= 125 bpm: + 10 pontos

Achados laboratoriais e/ou radiológicos:
- pH arterial < 7,35: + 30 pontos
- uremia >= 30 mg/dl (11 mmol/l): + 20 pontos
- natrémia < 130 mmol/l: + 20 pontos
- glicemia >= 225 mg/dl: + 10 pontos
- hematócrito < 30%: + 10 pontos
- hipoxemia por saturação de O2: <90% por oximetria de pulso ou < 60 mmHg por gasimetria: + 10 pontos
- derrame pleural na radiografia inicial: + 10 pontos

Classe de risco:
- I: idade inferior a 50 anos, sem comorbilidades, sinais vitais no intervalo normal, estado mental normal - tratamento em ambulatório
- II: <= 70 pontos - tratamento em ambulatória
- III: 71-90 pontos - tratamento em ambulatório/ internamento curto
- IV: 91-130 pontos - tratamento em internamento
- V: >130 - tratamento em internamento

Nota: não estão incluídos fatores sociais (por exemplo, mecanismos de apoio em ambulatório, probabilidade de adesão ao tratamento)

PAH - pneumonia adquirida no hospital

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13
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: método preferido

A

Recomenda-se que sejam preferidos os critérios CURB-65

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14
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: CSP

A

Nos Cuidados de Saúde Primários: deve ser utilizada uma versão modificada dos critérios CURB-65 sem o parâmetro urémia – CRB-65

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15
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: oxigénio

A

Se estiver disponível, deve ser determinada a saturação de oxigénio por oximetria de pulso

Uma saturação de oxigénio inferior a 94% é uma indicação para referenciação ao hospital

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16
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - decisão sobre o local de tratamento: fatores que podem motivar envio ao hospital

A

Uma saturação de oxigénio inferior a 94% é uma indicação para referenciação ao hospital

Outros fatores que podem motivar o envio ao hospital são:
* Comorbilidades pré-existentes (DPOC; diabetes mellitus; doença cardíaca, hepática ou renal crónica;
neoplasia; alcoolismo; esplenectomia)
* Fragilidade
* A inexistência de suporte social ou familiar no domicílio
* Gravidez
* Incapacidade de tomar o antibiótico pela via oral
* Desejo do doente

Devem ser tidas em consideração a capacidade do doente para aderir ao tratamento, a existência de redes de apoio familiar e social e avaliadas comorbilidades pré existentes.

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17
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - escolha do antibiótico: se previamente saudáveis e sem antibioterapia nos três meses anteriores

A

Previamente saudáveis e sem antibioterapia nos três meses anteriores:

i. como primeira linha: amoxicilina, 500mg, 8/8 horas;

ii. em alternativa: se houver intolerância à amoxicilina e/ou epidemia por Mycoplasma pneumoniae: azitromicina 500mg por dia ou claritromicina 500mg 12/12 horas ou Doxiciclina 200mg dose inicial, depois, 100mg 12/12 horas

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18
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade - escolha do antibiótico: se com comorbilidades ou antibioterapia nos três meses anteriores

A

Com comorbilidades ou antibioterapia nos três meses anteriores:

i. como primeira linha: amoxicilina, 1g, 8/8 horas associada a um dos três seguintes: azitromicina 500mg por dia ou claritromicina 500mg 12/12 horas ou doxiciclina 200mg dose inicial depois 100mg 12/12 horas

Exceções: fluoroquinolonas (levofloxacina, 500mg, 24/24 horas ou moxifloxacina, 400mg, 24/24 horas) se existir intolerância aos agentes de primeira linha. As cefalosporinas (cefuroxima 250 a 500mg 12/12 horas) são β-lactâmicos alternativos à amoxicilina

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19
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: escolha do antibiótico - duração do tratamento

A

A duração do tratamento deve ser de sete dias, exceto quando se utilizar: azitromicina (três dias); claritromicina ou fluoroquinolona (cinco ou seis dias, caso o doente se apresente apirético há 48-72 horas e apresente
estabilidade clínica)

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20
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: duração da febre, leucocitose e sintomas físicos

A

Nos doentes anteriormente saudáveis, a febre desaparece habitualmente dois a três dias depois do início da antibioterapia e a leucocitose ao quarto dia, enquanto os outros sintomas físicos podem durar mais tempo

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21
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: duração das alterações radiográficas

A

As alterações radiográficas são as mais demoradas a desaparecer, podendo persistir durante quatro a doze semanas

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22
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: reavaliação dos doentes

A

Os doentes que não respondem ou têm uma resposta lenta ao tratamento devem ser reavaliados 72 horas depois do início do tratamento, ou antes se apresentarem agravamento da sua situação

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23
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: se ausência de melhoria, hipóteses a considerar

A

Nestes casos, devem
considerar-se as seguintes hipóteses:

  • Situações não infecciosas: edema pulmonar cardiogénico, tromboembolismo pulmonar, neoplasia do pulmão,
    pneumopatias de hipersensibilidade ou radiação e doenças do tecido conjuntivo.
  • Agente não coberto pela antibioterapia: o agente responsável é outro ou o agente foi identificado
    corretamente, mas é resistente ou está em foco não acessível (abcesso ou empiema); o doente não está a fazer a medicação prescrita ou a dose ou frequência de administração estão erradas.
  • Sobre-infeção com um novo agente
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24
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: critérios para envio aos cuidados secundários

A

São critérios para envio aos cuidados secundários:

  • a falência da terapêutica em ambulatório
  • incapacidade para manter a via oral
  • exacerbação de uma comorbilidade pré-existente
  • existência de complicações (hipoxia, derrame pleural, sepsis, encefalopatia)
  • outras necessidades médicas ou psicossociais (disfunção cognitiva, doença psiquiátrica, sem abrigo, abuso de drogas, falta de apoio ou compromisso do estado funcional)
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25
Q

Pneumonia Adquirida na Comunidade: follow-up

A

Se o doente estiver a melhorar, deve ser repetida a radiografia do tórax seis semanas depois do diagnóstico para exclusão de uma neoplasia subjacente, especialmente se tiver mais de 50 anos, for fumador ou a resolução da pneumonia tiver sido mais lenta que o habitual

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26
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão venérea

A

Vírus
- HSV1
- HSV2
- VIH

Bactérias
- treponema pallidum +
- haemophilus ducreyi +
- chlamydia trachomatis
- klebsiella granulomatis

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27
Q

Úlceras vulvares de causa infeciosa - agentes de transmissão não venérea

A

Fungos
- Candida albicans +
- Histoplasma capsulatum
- Cryptococcus neoformans

Vírus
- VEB +
- CMV
- VZV
- Coxsackie A
- Enterovírus 71

Bactérias
- Salmonella +
- Mycoplasma pneumoniae +
- Staphylococcus
- Streptococcus
- Pseudomonas
- Corynebacterium diphtheriae
- Micobatérias
- Actinomyces

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28
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): caraterísticas das lesões

A

Localização das lesões: colo uterino, vulva, vagina, períneo, coxas e nádegas

N.º de lesões: múltiplas

Dor: sim (por vezes, também ardor/prurido), pode ser muito intensa

Aspeto das lesões:
* Infeção primária: vulva eritematosa e edemaciada, com vesículas agrupadas, evoluindo para pústulas e
úlceras de base eritematosa; bilaterais e frequentemente coalescendo; bordos e base moles (resolução em duas semanas)
* Infeção recorrente: lesões menos exuberantes, edema discreto, unilaterais (resolução em 5-7 dias)

Adenomegalias: gânglios aumentados, sem flutuação, dolorosos (especialmente na infeção primária)

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29
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): tratamento

A
  • Aciclovir 400 mg per os, 3 id, durante 7-10 dias
  • Aciclovir 200 mg per os, 5 id, durante 7-10 dias
  • Valaciclovir 1000 mg per os, 2 id, durante 7-10 dias
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30
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): doença recorrente

A

Pode optar-se por tratamento sintomático das crises ou supressivo, de acordo com a frequência das crises e a vontade da doente

Há evidência relativamente à segurança destes esquemas durante pelo menos 6 anos (aciclovir)

Tratamento supressivo diminui a transmissão

No caso de tratamento episódico, este deve ser iniciado no período prodrómico ou até 48 horas após o surgimento de lesões (deve ser portadora de medicação ou receita válida)

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31
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): tratamento episódico

A
  • Aciclovir 400 mg per os 3 id durante 5 dias
  • Aciclovir 800 mg per os 2 id durante 5 dias
  • Aciclovir 800 mg per os 3 id durante 2 dias
  • Valaciclovir 500 mg per os 2 id durante 3 dias
  • Valaciclovir 1000 mg per os id durante 5 dias
  • Famciclovir 1000 mg per os toma única
  • Famciclovir 500 mg per os toma única e depois 250 mg po 2 id durante 2 dias
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32
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): tratamento episódico, se VIH

A
  • Aciclovir 400 mg per os 3 id durante 5-10 dias
  • Valaciclovir 1000 mg per os 2 id durante 5-10 dias
  • Imiquimod tópico id durante 5 dias (se resistência aos anteriores)
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33
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): tratamento supressivo

A
  • Aciclovir 400 mg per os 2 id
  • Valaciclovir 1000 mg per os id
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34
Q

Úlceras vulvares - herpes genitais (HSV2 e HSV1): tratamento supressivo, se VIH

A
  • Aciclovir 400-800 mg per os 2-3 id
  • Valaciclovir 500 mg per os 2 id
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35
Q

Úlceras vulvares - sífilis primária (treponema pallidum): caraterísticas da lesão

A

Local da infeção: no local de inoculação (mais frequentemente nos grandes lábios ou no vestíbulo; frequentemente passa desapercebido – colo, vagina)

N.º de lesões: habitualmente única (70% dos casos)

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente uma pápula, com evolução para úlcera (cerca de 2 cm); bordos bem definidos, elevados e duros; exsudado seroso; base vermelha e dura, sem crosta

Adenomegalias: gânglios aumentados uni ou bilaterais, firmes, móveis, indolores e sem flutuação

Evolução: cicatrização espontânea, sem cicatriz, em 1-2 meses

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36
Q

Úlceras vulvares - sífilis primária (treponema pallidum): serologia

A
  • Aconselhado pedir inicialmente um teste treponémico (maior sensibilidade na sífilis primária; positividade mais
    precoce do que os não-treponémicos): TP-PA, FTA-ABS ou MHA-TP
  • Se positivo, repetir com um segundo teste treponémico (baixa especificidade dos testes)
  • Se se pedir inicialmente um teste não treponémico (VDRL) e este for positivo, deve ser pedida confirmação com
    um treponémico
  • Se serologias negativas, mas suspeita elevada, repetir ao fim de 2 semanas ou efetuar biópsia
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37
Q

Úlceras vulvares - sífilis primária (treponema pallidum): tratamento

A
  • Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades IM, dose única

Se alergia:
* Dessensibilização (preferencial)
* Doxiciclina 100 mg 2 id per os durante 14 dias
* Ceftriaxone 1 g IM id durante 10 dias
* Azitromicina 2 g per os dose única
* Eritomicina 500 4 id (na alergia à penicilina)

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38
Q

Úlceras vulvares - sífilis primária (treponema pallidum): seguimento

A

Titulação periódica (usando o mesmo teste não treponémico, VDRL) até negativação ou obtenção de uma diminuição de quatro vezes nos títulos

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39
Q

Úlceras vulvares - sífilis primária (treponema pallidum): 2 notas

A

Co-infecção com VIH é muito frequente

Doença de declaração obrigatória

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40
Q

Úlceras vulvares - cancróide (Haemophilus ducreyi): caraterísticas da lesão

A

Local da infeção: no local de inoculação

Nº de lesões: uma ou duas (por vezes, múltiplas ou gigantes)

Dor: muito doloroso

Aspeto das lesões: pápula ou pústula no local de inoculação, inicialmente indolor, evoluindo para uma úlcera dolorosa, profunda, mole, de bordos mal definidos; base friável, com exsudado necrótico, com cheiro

Adenomegalias: gânglios aumentados unilateralmente, dolorosos (por vezes, de grandes dimensões, com flutuação e drenagem crónica)

Evolução: cicatrização espontânea em dois meses, com cicatriz; com tratamento, alívio sintomático ao fim de 3 dias e melhoria das lesões em 7 dias

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41
Q

Úlceras vulvares - cancróide (Haemophilus ducreyi): tratamento

A
  • Azitromicina 1g per os dose única
  • Ceftriaxone 250 mg IM dose única
  • Ciprofloxacina 500 mg per os 2 id durante 3 dias
  • Eritromicina 500 mg per os 3 id durante 7 dias
  • Eventual aspiração/incisão e drenagem de gânglios inguinais
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42
Q

Úlceras vulvares - cancróide (Haemophilus ducreyi): 2 notas

A

Co-infeção com VIH e/ou T. pallidum é muito frequente

Pode haver distorção anatómica marcada, apesar do sucesso do tratamento

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43
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo (Chlamydia trachomatis): caraterísticas

A

Localização das lesões: no local da inoculação

Nº de lesões: única

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente, uma pápula, que posteriormente pode ulcerar (raramente observado) e cicatrizar rapidamente

Adenomegalias: semanas depois do surgimento da pápula; usualmente unilaterais e dolorosos (bubões); podem
fistulizar

Outros sintomas: sintomatologia de uretrite e/ou proctite

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44
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo (Chlamydia trachomatis): complicações

A
  • Elefantíase
  • Fistulização crónica dos bubões
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45
Q

Úlceras vulvares - linfogranuloma venéreo (Chlamydia trachomatis): tratamento

A

1ª linha
* Doxiciclina 100 mg 2 id per os durante 21 dias

2ª linha
* Eritromicina 500 mg 4 id per os durante 21 dias
* Azitromicina 1000 mg per os uma vez por semana durante 3 semanas
* Drenagem por aspiração dos bubões maiores e com flutuação

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46
Q

Úlceras vulvares: granuloma inguinal (Klebsiella granulomatis): caraterísticas

A

Localização das lesões: no local da inoculação (raramente no colo)

Nº de lesões: única ou múltiplas (em 50% dos casos)

Dor: indolor

Aspeto das lesões: inicialmente nódulos ou pápulas, que posteriormente sofrem erosão; lesões muito vascularizadas (vermelhas), sangrando muito facilmente, moles, bordos bem definidos (variantes: ulcero-vegetativa, nodular, hipertrófica e cicatricial); pode haver áreas de ulceração em expansão e outras em cicatrização na mesma lesão; frequente a extensão às pregas cutâneas e surgimento de fissuras profundas («knife cut like»)

Adenomegalias: raramente

Outros sintomas: pseudo-bubões; extensão a órgãos pélvicos ou à distância (intra-abdominal, ossos e boca)

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47
Q

Úlceras vulvares: granuloma inguinal (Klebsiella granulomatis): tratamento de 1ª linha

A

1ª linha
* Doxiciclina 100 mg per os 2 id durante 21 dias

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48
Q

Úlceras vulvares: granuloma inguinal (Klebsiella granulomatis): tratamento de 2ª linha

A

2.ª linha:
* Ciprofloxacina 750 mg per os 2 id durante 21 dias
* Eritromicina 500 mg per os 4 id durante 21 dias
* Azitromicina 500 mg per os id durante 21 dias
* Azitromicina 1000 mg per os 1x/semana durante pelo menos três semanas
* Trimetoprim-sulfametoxazol 160/800 mg per os 2 id durante 21 dias
* Se ainda houver lesões ao fim de três semanas, prolongar o tratamento

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49
Q

Úlceras vulvares: granuloma inguinal (Klebsiella granulomatis): 4 notas

A
  • Suspeitar em indivíduos provenientes, que tenham viajado, ou com contacto com indivíduos das Caraíbas, África, Austrália, Sul da Índia, América do Sul ou Sudeste Asiático
  • Podem ocorrer recorrências, 6-18 meses, mesmo apesar de aparente tratamento com sucesso
  • A transmissão pode ser não venérea
  • Sem tratamento, evolução para cura espontânea ao fim de vários meses, mas com destruição extensa de tecidos
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50
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: clínica

A

Sintomas
- corrimento com odor intenso a peixe, não irritativo
- aproximadamente 50% assintomáticas

Sinais
- corrimento branco-acinzentado, fino e homogéneo, que reveste as paredes da vagina e vestíbulo

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51
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico

A

O diagnóstico da VB é baseado em sinais e sintomas clínicos e apoiado por testes laboratoriais.
* critérios clínicos – Critérios Diagnósticos de Amsel
* exame microscópico a fresco (a amostra do corrimento é colhida das paredes da vagina com um cotonete)
* exame Gram (método laboratorial gold standard para o seu diagnóstico)

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52
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico (critérios de Amsel)

A

Critérios Clínicos Diagnósticos de Amsel: é necessária a presença de 3 dos 4 critérios (evidência nível II, grau B)
1. corrimento vaginal homogéneo, branco-acinzentado
2. pH vaginal > 4.5
3. corrimento vaginal com odor a peixe (se não for reconhecido, usar algumas gotas de KOH 10%)
4. presença de clue cells ao exame microscópico a fresco

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53
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico (exame microscópico)

A

Exame microscópico com solução salina
clue cells (95% dos casos)

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54
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico (exame microscópico - critérios de Hay-Ison)

A

Critérios de Hay-Ison: baseado nos achados do esfregaço Gram.

Grau 0 - não relacionado com VB, apenas células epiteliais, sem lactobacilos; indica antibioterapia recente.

Grau 1 - Normal: predomínio de Lactobacillus.

Grau 2 - Intermédio: flora mista com presença de Lactobacillus, mas também Gardnerella ou Mobiluncus.

Grau 3 - Vaginose bacteriana: predomínio de Gardnerella e/ou Mobiluncus e clue cells. Poucos ou nenhuns
Lactobacillus.

Grau 4 - Não relacionado com VB; apenas cocos Gram +; ausência de lactobacilos (flora de vaginite aeróbica)

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55
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico (pH)

A

pH vaginal
> 4,5

56
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: diagnóstico (teste do olfato)

A

Teste do olfato, das aminas ou de Wiff: liberta um odor a peixe, adicionando uma solução alcalina (KOH 10%),
devido à produção de aminas pelas bactérias

57
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: tratamento

A

Indicações
* mulheres sintomáticas
* mulheres assintomáticas que vão ser submetidas a tratamento cirúrgico ginecológico

Não é recomendado o tratamento dos parceiros sexuais.

Esquemas terapêuticos recomendados:
- Metronidazol 500 mg, p.o, 2 id, 7 dias
ou
- Clindamicina* creme vaginal 2%, 7 dias
(* O creme de clindamicina reduz a eficácia dos preservativos devido aos óleos minerais)
ou
- Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias

58
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: tratamento alternativo

A

Esquemas alternativos
- Tinidazol 2g, p.o, id, 2 dias
ou
- Tinidazol 1g, p.o, id, 5 dias
ou
- Clindamicina 300 mg, p.o, 2 id, 7 dias

59
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: tratamento das recorrências

A

Tratamento das recorrências*
- Metronidazol tópico, 2 x semana, 4 a 6 meses

*recorrência da infeção dentro de 3 a 12 meses

60
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: tratamento, se gravidez

A

O tratamento da vaginose bacteriana é recomendado nas grávidas sintomáticas

Os benefícios do tratamento são o alívio dos sinais e sintomas da infeção e a redução do risco de complicações infeciosas associadas

Esquema terapêutico
- Metronidazol* 500 mg, p.o, 2 id, 7 dias
ou
- Metronidazol 250 mg, p.o, 3 id, 7 dias
ou
- Clindamicina 300 mg, p.o, 2 id, 7 dias

Nota: o metronidazol pode ser utilizado em todos os trimestres da gravidez (categoria B). Não foram demonstrados efeitos teratogénicos ou mutagénicos no feto. O tinidazol não deve ser utilizado, pois, a sua segurança não esta
comprovada na gravidez (categoria C)

61
Q

Vaginites - vaginose bacteriana: tratamento, se infeção por HIV

A

Embora as recorrências sejam mais frequentes nas mulheres HIV positivas, o seu tratamento segue o esquema
terapêutico adotado para as HIV negativas

62
Q

Vaginites - candidíase: clínica

A

Sintomas
- corrimento vaginal; dispareunia superficial; ardor e prurido vulvar;
- 10-20% assintomáticas

Sinais
- eritema e edema vulvar; fissuras vulvares; corrimento vaginal branco, grumoso e espesso, tipo requeijão, inodoro;
- placas aderentes às paredes vaginais

63
Q

Vaginites - candidíase: definição de candidíase não complicada

A

Esporádica ou pouco frequente

Ligeira a moderada

C. albicans provável

Mulher não imunocomprometida

64
Q

Vaginites - candidíase: definição de candidíase complicada

A

Recorrente

Severa

Candidíase não albicans

Mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada

65
Q

Vaginites - candidíase: definição de candidíase recorrente

A

Considera-se candidíase recorrente se há 4 ou mais episódios sintomáticos por ano

66
Q

Vaginites - candidíase: diagnóstico

A

Essencialmente clínico e pode ser confirmado laboratorialmente com zaragatoa vaginal, por exame microscópico a
fresco e/ou cultural

Exame microscópico com solução salina
- Pseudohifas (40-60% dos casos); blastosporos (a adição de 2 gotas de KOH a 10% lisa as células epiteliais e torna
mais visíveis as hifas)

Exame Gram
- esporos / pseudohifas (≥ 65% nos casos sintomáticos)

Teste do olfacto, das aminas ou de Wiff: negativo

67
Q

Vaginites - candidíase: tratamento (indicações)

A

Indicações
* mulheres sintomáticas

Não é recomendado o tratamento de mulheres assintomáticas.

  • parceiro sexual sintomático, com balanite

Não é recomendado o tratamento de parceiros sexuais assintomáticos

68
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase não complicada

A

Tratamento oral
- fluconazol 150 mg, toma única
- itraconazol 200 mg, 2 id, toma única ou 1g, 2 tomas (12/12h)

Tratamento intravaginal (as terapêuticas tópicas, com óvulos e cremes vaginais, diminuem a eficácia dos preservativos)
- clotrimazol creme vaginal 1%, 6 dias
- clotrimazol comprimido vaginal 500 mg, dose única
- clotrimazol comprimidos vaginais 200 mg, 3 dias consecutivos ou 100 mg, 6 dias consecutivos
- miconazol creme vaginal 2%, 6 dias
- econazol creme vaginal 1%, 6 dias
- econazol óvulo vaginal 150 mg, 3 dias
- sertaconazol óvulo vaginal 300 mg, dose única
- sertaconazol comprimido vaginal 500 mg, dose única
- sertaconazol creme vaginal 2%, 6 dias
- isoconazol creme vaginal 1%, 6 dias
- tioconazol comprimido vaginal 100 mg, 6 dias
- fenticonazol creme vaginal 2%, 6 dias
- fenticonazol óvulo vaginal 200 mg, 6 dias
- nistatina comprimido vaginal, id, 14 dias

69
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase complicada (severa)

A

Fluconazol 150 mg, p.o, toma única e repetir após 3 dias (dias 1 e 4)
e/ou
Terapêutica antifúngica tópica 14 dias

Nota: quando o prurido vulvar é intenso, a aplicação tópica de hidrocortisona em creme dá um alívio sintomático mais rápido

70
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase complicada (recorrente)

A

Tratamento inicial:
Fluconazol 150 mg ou 200 mg cada 3 dias, num total de 3 tomas (dia 1,4 e 7)
e/ou
terapêutica antifúngica tópica (7 a 14 dias)

Tratamento de manutenção:
Fluconazol (100 mg, 150 mg ou 200 mg), 1 x semana, durante 6 meses;
caso não seja possível a terapêutica oral, terapêutica tópica intermitente, após a
menstruação

71
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase por Candida não albicans

A

O tratamento ótimo não está definido

A Candida glabrata e Krusei são resistentes ao fluconazol

Recomenda-se o tratamento oral ou tópico, 7 a 14 dias, com outro imidazol, ou a utilização intravaginal de um
manipulado de ácido bórico, 14 dias (comprimido vaginal, 600 mg)

72
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase e gravidez

A

As preparações orais antifúngicas não devem ser usadas na gravidez

Usar formulações tópicas, durante 6 dias

73
Q

Vaginites - candidíase: tratamento se candidíase e infeção por HIV

A

As vulvovaginites sintomáticas são mais frequentes, contudo, o tratamento adotado não difere das mulheres HIV negativas

74
Q

Vaginites - tricomoníase: clínica

A

Sintomas
- irritação e prurido vulvar; disúria; corrimento vaginal de odor fétido; raramente, desconforto abdominal,
- 10-50% assintomáticas

Sinais
- eritema vulvar; vaginite; corrimento vaginal espumoso (arejado) em > 70% e amarelo esverdeado em 10-30%;
colo «framboesa» ~ 2%,
- ausência de sinais anormais 5-15%

75
Q

Vaginites - tricomoníase: diagnóstico

A

O diagnóstico é baseado em dados clínicos e testes laboratoriais.
* Exame microscópico a fresco em solução salina – identifica o protozoário flagelado em 40-80% dos casos; o exame microscópico deve ser efetuado tão cedo quanto possível, porque a motilidade do protozoário diminui com o tempo.
* Teste Wiff ou das aminas - usualmente positivo
* pH > 4.5

76
Q

Vaginites - tricomoníase: tratamento

A

Indicações
* mulheres sintomáticas
* tratamento epidemiológico dos parceiros sexuais

Esquemas terapêuticos
- metronidazol 2g per os, toma única (taxa de cura 90-95%) : esquema alternativo - metronidazol 500 mg per os 2 id 7 dias
- tinidazol 2g, per os, toma única (taxa de cura 86-100%)
- secnidazol 2g per os toma única

Devido às altas taxas de infeção da uretra e glândulas parauretrais, a administração via sistémica é preferencial

Não se recomendam os tratamentos locais

77
Q

Vaginites - tricomoníase: tratamento das recorrências

A

Tratamento das recorrências
* Tinidazol* ou metronidazol 2 g, p.o, id, 5 dias

  • O tinidazol tem maior semivida sérica que o metronidazol e atinge níveis séricos mais elevados nos tecidos génito-urinários; algumas espécies de T. vaginalis têm concentrações inibitórias mínimas mais baixas para o tinidazol que para o metronidazol
78
Q

Vaginites - tricomoníase: na gravidez

A

É recomendado tratar as grávidas sintomáticas

Esquema recomendado
- Metronidazol 2 g, p.o, toma única

Esquema alternativo
- Metronidazol 500 mg 2 id, 7 dias

79
Q

Vaginites - tricomoníase: se infeção por HIV

A

A infeção por T. vaginalis em mulheres HIV positivas aumenta o risco de transmissão de HIV, por aumento da
concentração viral nas secreções vaginais

O rastreio anual é recomendado, tal como a avaliação 3 meses após o tratamento de uma infeção

Esquema terapêutico
- Metronidazol 500 mg, p.o, 2 id, 7 dias
ou
- Metronidazol / tinidazol 2 g, p.o, 5 dias

80
Q

Dor odontogénica aguda - ligeira a moderada

A

Exemplos: Pulpite, abcesso periapical ou
pericoronarite

Fármaco: paracetamol

81
Q

Dor odontogénica aguda - ligeira ou moderada, acompanhada de marcado componente
inflamatório

A

AINE: Ibuprofeno como 1ª linha

82
Q

Dor odontogénica aguda - moderada a intensa

A

Associação AINE com paracetamol

83
Q

Dor odontogénica aguda - moderada a intensa, se a associação AINE com paracetamol não for efetiva

A

Fármaco opioide, sendo a codeína a primeira
escolha se houver contraindicação ou
intolerância à codeína, esta deve ser
substituída pelo tramadol

84
Q

Dor odontogénica aguda - muito intensa que não cede à
associação paracetamol com AINE e com codeína

A

Opioides potentes

85
Q

Dor dentária pós-operatória

A

A dor pós cirurgia de terceiros molares inclusos constitui o paradigma da dor pós operatória

No controlo da dor perioperatória deve iniciar-se a analgesia antes da cirurgia

86
Q

Dor dentária pós-operatória - ligeira a moderada

A

Paracetamol

87
Q

Dor dentária pós-operatória - ligeira ou moderada, acompanhada de marcado componente
inflamatório

A

AINE: Ibuprofeno como 1ª linha

88
Q

Dor dentária pós-operatória - moderada a intensa

A

Associação ibuprofeno com paracetamol

89
Q

Dor dentária pós-operatória - moderada a intensa, se a
associação AINE com paracetamol não for efetiva

A

Fármaco opioide

90
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: objetivos

A

Objetivos
* evitar a disseminação da infeção
* reduzir o número de bactérias no foco infecioso
* prevenir as complicações da disseminação hematogénica

91
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: 3 considerações

A

O uso de antibióticos na patologia infeciosa dentária e periodontal não substitui o tratamento dentário/cirúrgico.

Em muitas situações o procedimento estritamente operatório (desbridamento radicular, drenagem) pode anular ou
diminuir a necessidade de antibiótico

Existe indicação para antibioterapia sempre que o doente apresente um quadro de infeção odontogénica com
repercussão sistémica. O uso de antibióticos é igualmente justificado em indivíduos de risco sético acrescido

92
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: infeções endodônticas de origem pulpar

A

Tratamento endodôntico deve ser a primeira opção,
devendo ser instituída antibioterapia concomitante se existir repercussão sistémica ou se se tratar de doente de risco
sético acrescido

93
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: abcesso periapical/ dentoalveolar

A
  • O abcesso alveolar é bem delimitado, contém pus, os sinais inflamatórios para além da tumefação são praticamente
    inexistentes, encontrando-se geralmente uma área de flutuação; a dor é localizada e a repercussão sistémica
    modesta. Trata-se de uma doença “local”
  • O tratamento baseia-se na eliminação da causa («tratar o dente») e na drenagem/ desbridamento cirúrgico (transdentária, transmucosa, transcutânea), abordagem que, instituída precocemente, se revela suficiente em muitos casos;
  • Se for necessária terapêutica antibiótica (por exemplo febre ou prostração) esta é empírica e o antibiótico de primeira linha é a amoxicilina

Associação amoxicilina com ácido clavulânico:
i. Toma de amoxicilina nos últimos trinta dias
ii. Mais de 72 h de evolução da doença sem terapêutica

94
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: periodontite

A
  • A antibioterapia sistémica só tem indicação como complemento da terapêutica mecânica e a qualidade desta, mais
    do que o antibiótico, é que condiciona os resultados
  • O tratamento operatório deve preceder a terapêutica antibiótica. O tempo até à antibioterapia deve ser reduzido ao
    mínimo
  • Não há consenso acerca da melhor antibioterapia. Atendendo à flora implicada parece sensato considerar o
    metronidazol como primeira linha, eventualmente associado à amoxicilina;
  • A clindamicina é uma alternativa válida, é especialmente eficaz contra peptoestreptococos, Streptococcus β
    hemolítico e bacilos gram-negativos anaeróbios;
  • As tetraciclinas (ex: minociclina e doxiciclina) são opção, se o agente etiológico for o Actinobacillus
    actinomycetemcomitans. Inibem as colagenases, o que representa uma mais-valia;
  • O insucesso da antibioterapia, combinada com a terapêutica operatória, deve alertar o clínico para a necessidade de
    testes microbiológicos
95
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: abcesso periodontal

A

Tem indicação para antibioterapia, se o abcesso for acompanhado de manifestações sistémicas, como mal-estar, febre ou linfadenopatia

A antibioterapia deve acompanhar a terapêutica operatória

96
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: periodontite agressiva do adolescente ou pré pubertária

A
  • O agente etiológico que predomina é o Actinobacillus actinomycetemcomitans;
  • O regime antibiótico aconselhado é a combinação metronidazol com amoxicilina que quando instituído
    precocemente e associado a terapêutica operatória, tem resultados muito satisfatórios. As tetraciclinas são uma
    alternativa válida
97
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: gengivoestomatite ulcerativa necrotizante aguda

A
  • Causada por anaeróbios, caracteriza-se por úlceras da mucosa (tipicamente associadas a amputação das papilas), hemorragia, halitose e linfadenopatia
  • Tratamento passa pela eliminação de placa e cálculo supra e subgengival associada a desinfeção local de sulcos e bolsas periodontais e terapêutica antibiótica
98
Q

Prescrição de antibióticos na patologia dentária: pericoronarite

A
  • Infeção dos tecidos moles que envolvem um dente em erupção;
  • Merece as mesmas considerações que o abcesso dentoalveolar: incisão, desbridamento e drenagem, desinfeção local e eventualmente antibioterapia;
  • Pode ser necessária a extração do dente envolvido
99
Q

Erisipela - caraterísticas

A
  • Infeção da pele e tecido subcutâneo
    (epiderme e derme)
  • Placa eritematosa, quente, que cresce
    perifericamente, bem delimitada
  • Início agudo dos sintomas
  • Arrepios / febre
  • Não purulenta
  • ++ membros inferiores e face
  • ++ unilateral
100
Q

Celulite - caraterísticas

A
  • Infeção da pele mais profunda do que erisipela (hipoderme
    e tecido conjuntivo subcutâneo)
  • Placa discretamente endurecida, eritematosa e quente, com um bordo que avança
  • Curso mais indolente.
  • Febre + compromisso estado geral.
  • Bacteriemia e/ou abcessos locais.
  • ++ membros inferiores (mas pode acontecer em qualquer
    parte).
  • ++ unilateral
101
Q

Erisipela e celulite - porta de entrada

A

Porta de entrada: fissura no vestíbulo nasal, ângulos das pálpebras, lábios, úlceras infetadas, fissuras interdigitais dos pés,…

102
Q

Erisipela / Celulite - etiologia

A
  • ++ Streptococcus (S. pyogenes, S. agalactiae, …)
  • Ocasionalmente Staphylococcus aureus
103
Q

Erisipela / Celulite - tratamento: medidas gerais

A

Medidas gerais:

  • Elevação da zona afetada (↓ edema, dor, inflamação)
  • Tratar portas de entrada
104
Q

Erisipela / Celulite - tratamento: antibioterapia oral vs IV

A

Decisão deve ser baseada nas circunstâncias clínicas individuais (gravidade do quadro clínico e
comorbilidades)

105
Q

Erisipela / Celulite - tratamento: antibioterapia IV

A

Via IV: (enviar ao SU)

o Sinais de toxicidade sistémica (ex.: T persistentemente > 38ºC, hipotensão, taquicardia sustentada, …);

o Rápida progressão do eritema;

o Persistência de sintomas após 48-72h de antibioterapia oral adequada;

o Impossibilidade de utilização da via oral;

o Proximidade da lesão a um dispositivo médico permanente (ex.: prótese articular, enxerto vascular);

o Caso a caso: Imunodepressão, cirrose, DM, localização facial/peri-orbitária…

106
Q

Erisipela / Celulite - tratamento: antibioterapia oral

A
  • Amoxicilina + ácido clavulânico 875 + 125 mg, 12/12h
  • Flucloxacilina 500 mg, 6/6h
  • Clindamicina 300 mg, 6/6h
  • Penicilina/Amoxicilina – podem ser opção; NÃO usar se origem estafilocócica
  • Duração: 5 - 14 dias
107
Q

Erisipela / Celulite - tratamento: outras medidas

A
  • Se abcesso: drenagem (+ antibioterapia) - enviar ao SU
  • Analgesia
  • Compressas húmidas com SF ou solução anti-sética (↓ dor)
108
Q

Impetigo - 4 caraterísticas

A
  • Infeção cutânea superficial
  • ++ 2 - 5 anos
  • ++ Verão
  • Doença de evicção escolar obrigatória - o afastamento deve manter-se até à cura clínica ou até à apresentação de declaração médica comprovativa da não existência de risco de contágio
109
Q

Impetigo - etiopatogenia (2 tipos)

A
  • Impetigo bolhoso: SEMPRE Staphylococcus aureus
  • Impetigo não bolhoso: +++ Staphylococcus aureus (isolado ou associado a S. pyogenes ou Streptococcus grupo
    B) → clinicamente indistinguível
110
Q

Impetigo não bolhoso - clínica

A

o Lesões vesiculares ou pustulosas 1-4mm → crosta grossa de aspeto melicérico

o ++ face (ao redor da boca, nariz) e membros inferiores, em pele previamente traumatizada (e.: picada
de inseto) → disseminação por transmissão direta (mãos, toalhas, roupa)

o Sem dor; sem febre; sem compromisso do estado geral

o Podem encontrar-se adenopatias

111
Q

Impetigo bolhoso - clínica

A

o Flictenas superficiais 5-30mm → crosta fina com auréola descamativa

o ++ face (ao redor da boca, nariz) ou extremidades

o Sem dor; sem febre; sem compromisso do estado geral

o Raramente adenopatias

112
Q

Impetigo - tratamento: medidas gerais

A
  • Higiene meticulosa das mãos/unhas.
  • ## Não partilhar toalhas ou outros objetos pessoais
  • Evitar contágio e auto-inoculação
113
Q

Impetigo - tratamento: tratamento tópico

A
  • Retirar crostas (azeite durante 15-20 minutos para amolecer → retirar crostas com água e sabão ou SF)
  • Antibiótico tópico (ácido fusídico ou mupirocina):
    o Creme
    o 4 vezes/dia
114
Q

Impetigo - tratamento sistémico: indicações

A

o Formas de impetigo com grande extensão ou em que continuam a aparecer novas lesões passadas 72h;

o Localização difícil de tratar com tópicos (região perioral, pregas)

o Vários elementos da família ou escola afetados

o Fatores subjacentes como dermatite atópica ou diabetes

115
Q

Impetigo - tratamento sistémico: ATB

A

Antibiótico oral (flucloxacilina):

o Crianças: 50-100 mg / kg / dia, 8/8h;

o Adultos: 500 mg, 6/6h.

o Alergia a β-lactâmicos: macrólidos.

o Duração: 7-10 dias ou até 3 dias após melhoria clínica

116
Q

Conjuntivite - definição

A

Inflamação da conjuntiva

117
Q

Conjuntivite - 3 subtipos

A
  • Bacteriana
  • Viral
  • Alérgica
118
Q

Conjuntivite bacteriana: clínica

A

Hiperémia tipo conjuntival (centrípeta)

Exsudado mucopurulento

Sensação de corpo estranho (tipo areia)

119
Q

Conjuntivite bacteriana: tratamento

A

Azitromicina 3.75 mg/0.25 g

Instilar uma gota no fórnix conjuntival duas vezes/dia, de manhã e à noite, durante 3 dias

120
Q

Conjuntivite viral - clínica

A

Hiperémia tipo conjuntival (centrípeta)

Lacrimejo abundante

Sensação de corpo estranho (tipo areia)

Adenopatia pré-auricular

121
Q

Conjuntivite viral - tratamento

A

Não utilizar corticóides

Referenciar ao SU Oftalmologia

122
Q

Conjuntivite alérgica - clínica

A

Hiperémia tipo conjuntival (centrípeta)

Lacrimejo abundante

Sensação de corpo estranho (tipo areia)

Prurido

História de alergias

123
Q

Conjuntivite alérgica - tratamento

A

Afastar a causa

Ponderar medicar com anti-histamínico

124
Q

Síndrome Vertiginoso - definição de vertigem

A

Vertigem: sensação de rotação do meio e do corpo; ilusão rotatória

125
Q

Síndrome Vertiginoso - definição de tonturas

A

Tontura - termo que pode ser classificado em quatro grupos:
* Vertigem
* Tontura inespecífica: sensação de cabeça leve
* Desequilíbrio: sensação de instabilidade durante a marcha
* Pré-síncope: sensação de desmaio

126
Q

Síndrome Vertiginoso - anamnese

A
  • Distinguir entre vertigem e das restantes entidades
  • Duração
    o Inferior a um minuto
    o Vários minutos a horas
    o Durante dias a semanas
  • Episódica / recorrente / permanente
  • Rever medicação
  • Outros sintomas associados: surdez, zumbido, fotofobia, dor de cabeça,…
  • Excluir uma causa secundária: ingestão de tóxicos, efeitos laterais de fármacos, hipotensão ortostática
127
Q

Síndrome Vertiginoso - exame objetivo

A
  • Ouvido
    o Teste de audição
    o Otoscopia
  • Neurológico
    o Marcha, equilíbrio e coordenação (com Teste de Romberg, prova dedo-nariz)
    o Avaliação do olho (nistagmo e papiledema)
    o Manobra de Dix-Hallpike
    o Teste de impulso cefálico (Head impulse test)
  • Cardiovascular
    o Medição da pressão arterial
    o Auscultação cardio-pulmonar
128
Q

Síndrome Vertiginoso - diagnósticos diferenciais

A
  • Causa periférica:
    o Vertigem posicional paroxística benigna
    o Doença de Ménière
    o Neuronite vestibular
  • Causa central: AVC / AIT ? LOE?
129
Q

Síndrome Vertiginoso - nistagmo periférico

A

o Componente unidirecional rápido em direção ao ouvido normal

o Nunca inverte a direção horizontal com componente de torção

o Nunca puramente torcional ou vertical

130
Q

Síndrome Vertiginoso - nistagmo central

A

o Às vezes, inverte a direção quando o paciente olha na direção do componente lento

o Pode ter qualquer direção

o Puramente vertical ou puramente torcional

131
Q

Síndrome Vertiginoso - vertigem posicional paroxística benigna

A

História clínica: Breve, despoletada pelo
movimento da cabeça

Fatores de agravamento: Mudança com a posição da cabeça

Achados diagnósticos: Manobra de Dix-Hallpike positiva

Tratamento: Manobra de reposicionamento
(manobra de Epley); reabilitação vestibular; beta-histina?

132
Q

Síndrome Vertiginoso - doença de Menière

A

História clínica - Surge de forma espontânea, com duração de horas, perda auditiva e zumbido

Achados diagnósticos - Audiometria mostra perda auditiva flutuante de baixa frequência

Tratamento - Restrição de sal, álcool e cafeína; Diuréticos; Beta-histina; Glucocorticóide (se
refratário)

133
Q

Síndrome Vertiginoso - neuronite vestibular

A

História clínica - Início subagudo de vertigem permanente e grave com náuseas e vômitos

Fatores de agravamento - Infeção do trato respiratório superior recente

Achados diagnósticos - Teste de impulso cefálico positivo; nistagmo horizontal
unidirectional

Tratamento - Glucocorticóides
Valaciclovir?

134
Q

Síndrome Vertiginoso - causa central

A

História clínica - Duração prolongada; défices neurológicos

Achados diagnósticos - Nistagmo vertical ou
puramente torsional

Tratamento - Enviar ao SU

135
Q
A