Dioscope - Isoimunização Rh (terminado) Flashcards
Fisiopatologia da doença hemolítica perinatal (DHPN)
Durante a gravidez, o tecido que separa os vasos placentares do espaço interviloso vai diminuindo de espessura -> maior troca de sangue entre mãe e feto à a partir da 6ª semana de gravidez o feto Rh +
começa a ter antigénio Rh em circulação -> induzida a produção de anticorpos anti-D, nas grávidas Rh-, ficando estas sensibilizadas -> numa futura gestação, esta sensibilização dá origem a doença hemolítica
perinatal (DHPN)
Principal causa da doença hemolítica perinatal
A incompatibilidade do sistema Rh, entre mãe e feto, é responsável por 95% dos casos de DHPN; os restantes 5% estão relacionados com anticorpos irregulares que podem ocorrer mesmo nas grávidas Rh +
ATENÇÃO: daí poder existir teste coombs POSITIVO em grávidas Rh+!!!!
Epidemiologia
Em Portugal, tal como verificado a nível mundial, cerca de 15% das grávidas são Rh –
Mesmo na ausência de intercorrências, cerca de 2% das grávidas vão sensibilizar para o Rh antes do parto, e cerca de 16% vão fazê-lo durante o parto, se não houver profilaxia
3 consequências fetais
- Doença hemolítica perinatal
- Hidrópsia fetal
- Trombocitopénia e neutropénia
Diagnóstico
Teste Coombs Indirecto: permite detectar presença de anticorpos anti-D e sua titulação
Prevenção
- a imunoglobulina anti-D (300 mcg) deve ser disponibilizada, às 28 semanas de gestação, a todas as grávidas RH- não sensibilizadas
- as farmácias hospitalares e as das regiões devem organizar-se de modo a poder responder às
necessidades das grávidas seguidas nos serviços públicos de saúde da sua área de influência - de acordo com o despacho N.o1051/2000, deverá ser sempre preenchido o impresso modelo n.o1804 da Imprensa Nacional, referente à administração de produtos hemoderivados
- é obrigatório o registo datado da administração da Ig anti-D no Boletim de Saúde da Grávida
- a administração da Ig anti-D é condicionada pelo prévio consentimento livre e esclarecido por parte da grávida. Este esclarecimento deve abranger informação relativa o eventual risco associado aos hemoderivados e a possibilidade da não administração se o pai biológico for Rh
Outras indicações para a administração de imunoglobulina anti-D em mulheres Rh- (6)
Pós-parto com recém-nascido do grupo Rh +
Abortos
Hemorragia da 2a metade da gravidez
Técnicas invasivas de diagnóstico / terapêutica fetal
Cirurgia / trauma abdominal
Morte fetal
Outras indicações para a administração de imunoglobulina anti-D em mulheres Rh- : pós-parto com RN do grupo RH+
Preferencialmente antes das 72 horas
Outras indicações para a administração de imunoglobulina anti-D em mulheres Rh- : abortos
Interrupção médica da gravidez por métodos cirúrgicos ou médicos, independentemente da idade gestacional
Gravidez ectópica ou gravidez molar
Ameaça de aborto com metrorragia (> 12 semanas gestação/ metrorragia intermitente), repetir anti-D de 6-6 semanas
Outras indicações para a administração de imunoglobulina anti-D em mulheres Rh- : hemorragia da 2ª metade da gravidez
Descolamento da placenta, placenta prévia
Outras indicações para a administração de imunoglobulina anti-D em mulheres Rh- : técnicas invasivas de diagnóstico/ terapêutica fetal
Amniocentese; Cordocentese; Biópsia das vilosidades; Inserção de drenos; Redução embrionária
Teste de Coombs após administração de Ig anti-D
Após a administração de Ig anti-D às 28 semanas -> teste de Coombs indirecto será sempre positivo!!! pelo que não é necessário realizá-lo
Se imunoglobulina administrada previamente (p.e. após amniocentese ou por metrorragia) -> profilaxia?
Se imunoglobulina administrada previamente (p.e. após amniocentese ou por metrorragia) -> profilaxia
deve ser repetida 12 semanas após a primeira administração (não sendo, necessário fazê-lo antes das 28 semanas de gestação)