MGF1 - Investigação em MGF Flashcards

1
Q

Como construir uma boa questão de investigação?

A

Dificuldade em encontrar uma dúvida importante que possa ser transformada num estudo válido e exequível

Aplicar os critérios FINER, para perceber se a dúvida tem possibilidade de conduzir a um bom estudo, constitui
um dos aspetos prioritários
o Exequível (Feasible)
o Interessante
o Nova (Novel)
o Ética
o Relevante

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2
Q

Critérios FINER

A

o Exequível (Feasible)
o Interessante
o Nova (Novel)
o Ética
o Relevante

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3
Q

Critérios FINER - exequível (feasible)

A

Exequível (Feasible):
* É a regra número 1 para não se perder tempo
* Ter pessoas experientes em investigação ajudará a reconhecer os potenciais problemas na execução do estudo, e de desenhar estratégias que os evitem
* Todas as decisões têm prós e contras, e consequências
* Estudos piloto

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4
Q

Critérios FINER - interessante

A

Interessante:
* Porque é que a equipa de investigação irá investir inúmeras horas neste projeto?
* Qual é a motivação?
* Razões pelas quais seria aceite para uma publicação ou um congresso? Mesmo aceite, seria interessante para
discussão?
* Alguém o referenciará mais tarde?

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5
Q

Critérios FINER - nova (novel)

A

Nova (Novel):
* A replicação tem o seu valor e importância em ciência, mas…
* Um bom estudo acrescenta, ou reformula, o que já é conhecido

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6
Q

Critérios FINER - ética

A

Ética:
* Muitas vezes as questões éticas não são claras ou consensuais
* Uma parecer do entendimento ético das instituições, da comunidade e dos participantes é fundamental para que um estudo não seja comprometido ou desacreditado mais tarde

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7
Q

Critérios FINER - relevante

A

Relevante:
* O estudo será tanto mais relevante quanto mais o seu resultado (possível) avançar o conhecimento científico e
a prática na área

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8
Q

Conhecimento da área em estudo

A

É necessário um conhecimento profundos da área em estudo. A construção deste conhecimento, deve basear-se em pesquisas que simultaneamente contribuem para a definição de uma boa questão de investigação:
- literatura
- comunidade
- pontes entre “áreas distintas”

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9
Q

Conhecimento da área em estudo - literatura

A

Literatura:

o Editoriais são fontes ricas de questões por resolver;

o Bons artigos de revisão (sistemática);

o Secção de discussão de artigos com estudo originais;

o Cartas a comentar ou contestar aspetos publicados, indicam questões importantes mal resolvidas;

o As recomendações clínicas “baseadas na evidência” indicam quais as necessidades de decisão
clínica que se encontram pouco fundamentadas. Serão trabalhos muito bem recebidos, porque
ajudam a preencher evidências pouco fundamentadas;

o Hipóteses levantadas por casos clínicos, geralmente são difíceis de estudar

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10
Q

Conhecimento da área em estudo - comunidade

A

o Perguntar aos profissionais que trabalham nessas realidades é muito importante;

o Falar com investigadores e orientadores;

o Pesquisar as comunicações publicadas em congressos e encontros na área dá uma noção de direção e dos avanços recentes

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11
Q

Conhecimento da área em estudo - pontes entre áreas distintas

A

Pontes entre áreas “distintas”
o Por exemplo entre a saúde e a… Sociologia, Economia, Ética, Comunicação social, Gestão, Informática,
Educação, Ergonomia, Política, etc.

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12
Q

Conhecimento da área em estudo - estar atento a situações que mudem as regras o jogo

A

Estar atento a situações que “mudam as regras do jogo”
o Novo paradigma fisiopatológico;
o Novas tecnologias, novos medicamentos e novas intervenções;
o Novas regras de acesso e organização dos cuidados de saúde

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13
Q

A hipótese em investigação deriva da questão em estudo e deve ser a consequência lógica da argumentação

A

A hipótese em investigação deriva da questão em estudo e deve ser a consequência lógica da argumentação na
introdução do projeto → é o fator primário que justifica a população participante, os critérios de seleção, o
processo de amostragem, as variáveis colhidas, a análise estatística, etc.

o definir o que se sabe (state-of-art) sobre um tema;

o o que não é ainda conhecido;

o justificar o interesse e a novidade de propor um estudo que se dirija a essa incerteza, com um modelo
conceptual do fenómeno em estudo, com uma definição clara de como essa incerteza deve ser testada em
termos quantitativos, e antecipando a relevância dos resultados deste estudo

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14
Q

Como construir uma boa questão de investigação - situações a serem equacionadas

A

Ou seja, várias situações devem ser equacionadas e percebidas como situações a resolver:

  • A quem se dirige este estudo? População geral, adulto, indivíduos com uma certa doença, com uma doença numa determinada fase, com determinados fatores de risco?
  • De que forma se pretende avaliar a situação? Descrevendo, comparando, verificando possíveis associações, etc.
  • Pretendem usar-se medições prospetivas ou retrospetivas? Transversais ou longitudinais? Neste último caso, qual o intervalo de tempo? Que tipo de medições?
  • Quais as variáveis / dimensões medidas e como (entrevistas, exames clínicos, dimensões medidas e como
    (entrevistas, exames clínicos, exames complementares, etc.)? Qual a variável dependente do estudo (ou
    resultado), e as principais variáveis independentes (ou fatores)?
  • Os participantes do estudo serão organizados em quantos grupos? Obtidos como? Quais as suas principais características?

A resposta a estes (e outros) itens é importante para definir a questão em estudo

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15
Q

Hipótese ou objetivo do projeto de investigação

A

A resposta a estes (e outros) itens é importante para definir a questão em estudo, através da expressão da hipótese ou objetivo do projeto de investigação:
* hipóteses ou objetivos primários (que justificam o estudo por si só);
* hipóteses e objetivos secundários (que completam ou enriquecem o estudo, mas não o justificam, ou decorrem do sucesso do objetivo primário)

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16
Q

Erros a evitar na construção de uma boa questão de investigação

A
  • Não observar os critérios FINER;
  • Perder o foco da questão de investigação, e pretender responder “a tudo” num único estudo
    o Um estudo deve ter “massa crítica” suficiente para ser interessante e relevante, mas se muito pesado, além de se tornar menos exequível, torna-se menos motivador, e a sua mensagem torna-se menos clara;
  • Desistir facilmente / não estar pronto a mudar de ideias;
  • Não compreender que estes processos precisam de tempo para amadurecer, mas que também precisam de pró-atividade, envolvimento de redes de colaboração e de discussão
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17
Q

Construção de boa questão de investigação - checklist

A
  • Tenho a minha questão de investigação escrita?
  • Tenho os critérios FINER discutidos?
  • Fiz a revisão bibliografia, de material de congressos, etc., pensando e aperfeiçoando a minha questão de
    investigação?
  • Dei a minha questão de investigação e os critérios FINER a ler a outros investigadores e entendidos na área?
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18
Q

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo?

A

OS OBJETIVOS:
o são a operacionalização da pergunta de investigação;
o têm que ser claros e precisos (sem ambiguidades);
o têm que ser definidos na fase inicial do projeto pois constituem o eixo a partir do qual se desenvolve o
desenho de estudo;
o são suscetíveis de investigação específica;
o realistas e operativos;
o as principais perguntas a que se deseja responder;
o último parágrafo da Introdução;
o verbo no infinitivo

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19
Q

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo? - 2 principais objetivos

A

Existem dois grandes tipos de objetivos:
* Objetivo descritivo
* Objetivo Analítico

20
Q

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo? - objetivo descritivo

A

Objetivo descritivo

o Tem que incluir o fenómeno a descrever (ex.: prevalência, incidência, sintomas), o problema (ex.: gripe) e a população;

o Exemplo: “Determinar a prevalência de diabetes mellitus tipo 1 nas crianças da região norte”

21
Q

Como definir os objetivos e as hipóteses de um estudo? - objetivo analítico

A

Objetivo Analítico

o Tem que incluir a variável independente ou exposição ou intervenção (ex.: tabagismo), a variável
dependente ou resposta (ex.: cancro do pulmão) e a população;

o Exemplos: “Verificar se a educação para a saúde em grupo produz melhores resultados do que a individual no controlo metabólico dos utentes com diabéticos tipo 1 do centro de saúde de Gaia”

22
Q

Hipóteses de investigação

A

Ao contrário do objetivo descritivo, o objetivo analítico traduz uma hipótese de investigação que no final do estudo irá ser ou não rejeitada pelo investigador

As hipóteses podem ser formuladas recorrendo à hipótese nula e à hipótese alternativa

Hipótese nula (H0): afirma independência entre variáveis

Hipótese alternativa (H1): afirma não independência entre variáveis

Verbo no infinitivo como a primeira palavra do objetivo

Formular sempre as hipóteses de investigação num estudo analítico como exercício mental para a
preparação da fase de análise de dados

A hipótese nula é mais simples de interpretar do que a alternativa

23
Q

Hipóteses de investigação - hipótese nula (H0)

A

H0: A educação para a saúde em grupo não produz resultados diferentes do que a educação individual no controlo metabólico dos doentes diabéticos tipo 1

24
Q

Hipóteses de investigação - hipótese alternativa (H1)

A

H1: A educação para a saúde em grupo produz resultados diferentes da educação individual no controlo
metabólico dos doentes diabéticos tipo 1

25
Q

Tipo de estudo a escolher

A

A escolha do TIPO DE ESTUDO é essencial

É um dos primeiros passos a ter em conta ao longo de um trabalho de investigação

Os estudos de investigação em ciências da saúde podem dividir-se, grosso modo, em OBSERVACIONAIS e
EXPERIMENTAIS

O tipo de estudo a utilizar depende do OBJETIVO ou PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO e condiciona a estratégia de análise dos resultados

26
Q

Estudos observacionais

A

Nos estudos OBSERVACIONAIS, limitamo-nos a observar, medir e analisar determinadas variáveis

Não temos qualquer intervenção ou controlo no fator de estudo

27
Q

Estudos observacionais - exemplos

A

Descritivos: questionário

Analíticos
- coorte: prospetivo e retrospetivo
- caso-controlo

28
Q

Estudos observacionais descritivos

A
  • têm como finalidade descrever as características dos indivíduos estudados;
  • estimar a frequência de determinado problema de saúde;
  • avaliar a eficácia de um tratamento ou a fiabilidade de um instrumento de medida
  • Os estudos descritivos não investigam relações de causa-efeito
  • Os mais conhecidos e utilizados são os estudos transversais, também denominados de prevalência
29
Q

Estudos observacionais analíticos

A

Os ESTUDOS OBSERVACIONAIS ANALÍTICOS avaliam a relação entre uma causa ou fator de estudo (por
exemplo, um fator de risco) e um efeito ou variável de resposta (por exemplo, a frequência com que aparece
uma doença)

Incluem os estudos de coorte e de caso-controle

30
Q

Estudos observacionais analíticos - estudos de coorte

A

Nos estudos de coorte, os indivíduos classificam-se em função de estarem ou não expostos ao fator de
estudo e são seguidos durante um determinado período de tempo para observar a frequência com que aparece o efeito da intervenção

Podem ser retrospetivos ou prospetivos, dependendo da relação entre o início do estudo e a exposição à doença ou fator de estudo

31
Q

Estudos observacionais analíticos - estudos de caso-controlo

A

Nos estudos de caso-controlo, elege-se um grupo de pessoas que já têm, por exemplo, uma doença (casos) e um grupo que não tem, que se utiliza como controlo

32
Q

Estudos experimentais

A

Nos estudos EXPERIMENTAIS, o investigador controla a intervenção em estudo. Este tipo de estudos é utilizado para avaliar a eficácia de determinada intervenção terapêutica ou atividade preventiva, por exemplo

Os ensaios clínicos podem ser “não controlados” ou “controlados” → estes últimos podem ser “aleatorizados”
ou “não aleatorizados”

O exemplo mais paradigmático deste tipo de estudos é o ensaio clínico aleatorizado (ECA)

33
Q

A decisão sobre o estudo a escolher pode basear-se…

A

A decisão sobre o estudo a escolher pode basear-se nos critérios FINER:
o Feasible (factível),
o Interesting (interessante),
o New (novo),
o Ethical (ético) ,
o Relevant (relevante)

34
Q

Ensaios clínicos - vantagens

A

Maior controlo do fator de estudo

Menor possibilidade de vieses

Reprodutíveis e comparáveis

35
Q

Ensaios clínicos - desvantagens

A

Caros

Limitações éticas

Dificuldades de generalização

36
Q

Estudo de coorte - vantagens

A

Estimam incidências

37
Q

Estudo de coorte - desvantagens

A

Caros e de difícil execução

Pouco úteis em
doenças raras

Requerem amostras grandes

Risco de perda de casos no seguimento

38
Q

Estudo caso-controlo - vantagens

A

Mais baratos e de curta duração

Permitem analisar vários fatores de risco para uma mesma doença

39
Q

Estudo caso-controlo - desvantagens

A

Não estimam diretamente a incidência

A sequência temporal entre exposição e doença
nem sempre é fácil de estabelecer

40
Q

Estudos descritivos - vantagens

A

Fáceis de executar e relativamente baratos

Estudar diferentes variáveis ao mesmo tempo

41
Q

Estudos descritivos - desvantagens

A

Não são úteis em doenças raras/de curta duração

42
Q

Qual o tipo de estudo a escolher? - erros a evitar

A
  • Decidir qual o tipo de estudo a fazer antes de ter uma boa pergunta de investigação;
  • Iniciar a investigação sem antes estabelecer um protocolo de atuação;
  • Selecionar um tipo de estudo inadequado à pergunta que desejamos responder
43
Q

Tipos de estudos observacionais

A

Estudos descritivos

Estudos analíticos

Ecológico - correlação: unidade de estudo é a população (conjunto)

Transversal - prevalência: unidade de estudo é o indivíduo

Casos e controlos - caso-referência: unidade de estudo é o indivíduo

Coorte - longitudinal (follow-up): unidade de estudo é o indivíduo

44
Q

Tipos de estudos experimentais (outra designação é estudos de intervenção)

A

Ensaio clínico randomizado controlado - ensaio clínico: unidade de estudo são os pacientes

Ensaios clínico randomizado controlado com grupos (clusters): unidade de estudo são os grupos

Ensaios de campo

Ensaios comunitários - estudos de intervenção na comunidade: unidade de estudo são os indivíduos saudáveis na comunidade

45
Q
A