Dioscope - Ebook Vulvovaginites e Infeções Sexualmente Transmissíveis (terminado) Flashcards

1
Q

Epitélio da vulva e vagina

A

Epitélio escamoso estratificado
- vulva: folículos pilosos e glândulas
- vagina: epitélio não queratinizado

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2
Q

Equilíbrio da microbiota vaginal

A

É fundamental
- para proteção das doenças vaginais

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3
Q

Puberdade

A

Na puberdade: ↑ estrogénios provoca maturação das células epiteliais à aumenta o glicogénio vaginal
- FAVORECE O CRESCIMENTO DE LACTOBACCILUS (90-95%)

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4
Q

Lactobacillus - ação

A

Glicogénio - acido láctico - ↓ pH VAGINAL (para 3,5-4,7 na idade reprodutiva)

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5
Q

Outros agentes normais a nível vaginal

A

Para além do lactobacillus, existem outras bactérias ANAERÓBIAS e aeróbias (5:1)

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6
Q

Corrimento vaginal

A

Corrimento vaginal é NORMAL! Nem todos os corrimentos vaginais indicam infeção
* Produzido por: +++ muco cervical; fluído endometrial, exsudado glandular (Skene e Bartholin) e transudado vaginal
* Células escamosas esfoliadas da parede vaginal –> Coloração esbranquiçada e consistência
* Humidade fisiológica e prevenção de secura e irritação vulvovaginal

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7
Q

Frequência de infeção vaginal

A

Maioria mulheres terá infeção vaginal durante a sua vida –> 1 dos motivos + frequentes de urgência em ginecologia
- dx é essencialmente clínico

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8
Q

As 3 doenças + frequentemente associadas a corrimento vaginal anormal

A

Vaginose bacteriana

Candidíase

Tricomoníase

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9
Q

Dx

A

Hx clínica dirigida
+
Exame ginecológico
+-
Exames auxiliares de diagnóstico

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10
Q

Hx clínica dirigida

A

Sintomas uro-ginecológicos: Corrimento (+ comum) e caracteriza-lo; sintomas irritativos (prurido, irritação, ardor, edema), dispareunia,
disúria

Sintomas sistémicos: Febre, calafrios, dor pélvica, náuseas, vómitos – considerar DIP

Hx pessoal e ginecológica: patologias (diabetes, IST, DAI), toma recente de ATB, hx sexual, contraceção

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11
Q

Alguns sintomas podem não
ser de causa infeciosa

A

Ex. dermatoses

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12
Q

Exame ginecológico

A

Exame ginecológico (pode ser limitado pelo auto-tratamento da doente com fármacos sem prescrição)
- Inspeção vulva / introito vaginal; Exame com espéculo – caracterizar corrimento, avaliar vagina, colo uterino; Toque bimanual

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13
Q

Exames auxiliares de diagnóstico

A

Exame microscópico: Exame a fresco (+usado); Corado pelo Gram; Técnica com KOH 10%

Determinar pH vaginal

Teste das aminas ou de Whiff

Exame cultural / testes moleculares – se suspeita clínica e não confirmada por métodos anteriores (+ infeções recorrentes)

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14
Q

Definição de vaginose bacteriana

A

Síndrome clínica polimicrobiana -SUBSTITUIÇÃO DA FLORA VAGINAL (Lactobacillus sp. produtores de peróxido de hidrogénio) por ALTAS
CONCENTRAÇÕES DE BACTÉRIAS ANAERÓBIAS
(bactérias anaeróbias: Gardnerella vaginalis, Mycoplasma hominis, Prevotella sp, Bacteroides sp, Peptostreptococcus sp, Atopobium vaginae)

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15
Q

Causa mais comum de corrimento e mau odor vaginal

A

Vaginose bacteriana
- muitas vezes é assintomática (dx na citologia CV)

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16
Q

Vaginose bacteriana é IST?

A

Mulheres sexualmente ativas –> risco aumentado de VB, mas NÃO É IST

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17
Q

Vaginose bacteriana - clínica

A
  • Corrimento BRANCO-ACINZENTADO, ABUNDANTE, FINO E HOMOGÉNEO
  • ODOR INTENSO A PEIXE
  • NÃO IRRITATIVO (Ligeira irritação vulvar em 25%)
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18
Q

Vaginose bacteriana - dx

A

Clínico (sintomas e sinais) e apoiado por testes laboratoriais

Critérios clínicos de Amsel (necessário a presença de 3 dos 4 critérios):
1. Corrimento vaginal homogéneo, branco-acinzentado
2. pH vaginal > 4,5 (↓ lactobacillus, impede que estas bactérias acidifiquem o pH vaginal)
3. Corrimento vaginal com odor a peixe (se não for reconhecido, usar gotas de KOH 10% - teste de Whiff +)
4. Presença de clue cells ao exame microscópico a fresco

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19
Q

As bactérias causadoras de vaginose bacteriana…

A

Fazem parte da flora vaginal –> a presença destas, por si só, não permite o dx

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20
Q

Gold-standard para dx de vaginose bacteriana

A

É a coloração gram

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21
Q

Vaginose bacteriana - esfregaço Gram

A

Critérios de Hay-Ison: Baseados nos achados do esfregaço Gram
* Grau 0 - não relacionado com VB, apenas células epiteliais, sem Lactobacilos; INDICA ANTIBIOTERAPIA RECENTE
* Grau 1 - Normal; predomínio de Lactobacilos
* Grau 2 - Intermédio: flora mista com presença de Lactobacilos, mas também Gardnarella ou Mobiluncus.
* GRAU 3 - VAGINOSE BACTERIANA: predomínio de Gardnarella e/ou Mobiluncus e clue cells. Poucos ou nenhuns Lactobacillus
* Grau 4 - Não relacionado com VB; apenas cocos Gram +; ausência de lactobacilos (flora de vaginite aeróbica)

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22
Q

Vaginose bacteriana - tratamento: objetivo

A

Alívio sintomático e reduzir risco IST (VB associa-se a HIV, herpes e DIP)

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23
Q

Vaginose bacteriana - quem tratar?

A

Indicado tratar mulheres SINTOMÁTICAS e ASSINTOMÁTICAS QUE SERÃO SUBMETIDAS A TX CIRÚRGICO GINECOLÓGICO

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24
Q

Vaginose bacteriana - tratar parceiros sexuais?

A

Não!

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25
Q

Vaginose bacteriana - tratamento

A

Esquemas terapêuticos recomendados:
* Metronidazol oral 500mg, 2 id, 7 dias
* Clindamicina tópica 2%, 7 dias
* Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias
(A clindamicina e o metronidazol tem = eficácia)

Alternativas: tinidazol oral, clindamicina oral ou óvulos vaginais

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26
Q

Vaginose bacteriana - tratamento de recorrências

A
  • Infeção após 3 a 12 meses do tratamento
  • Medicar com Metronidazol tópico, 2x por semana, 4 a 6 meses
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27
Q

Vaginose bacteriana - tratamento na gravidez

A
  • Recomenda-se o tratamento nas GRÁVIDAS SINTOMÁTICAS
  • Alguns estudos: em gravidezes de alto risco, a VB associa-se a RPMPT ou PPT
  • No entanto, NÃO HÁ BENEFÍCIO NO RASTREIO UNIVERSAL DE VB OU TRATAMENTO DE GRÁVIDAS ASSINTOMÁTICAS
  • METRONIDAZOL OU CLINDAMICINA (nenhum é teratogénico)
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28
Q

Vaginose bacteriana - tratamento, na amamentação

A

Considerar suspender amamentação durante o tx com metronidazol e nas 12-24h após a última toma

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29
Q

Vaginose bacteriana - tratamento

A

Sintomas: corrimento com odor que piora após relação sexual

Caraterísticas do corrimento: fino, homogéneo, branco-acinzentado

pH vaginal > 4,5

Teste de Whiff +++

Microscopia: ↑ leucócitos; ↓
lactobaccilus; CLUE CELLS

Tratamento: metronidazol ou clindamicina

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30
Q

Candidíase vulvovaginal - causa

A

Maioria é causada por um SOBRECRESCIMENTO DE CANDIDA ALBICANS (as restantes são causadas por C. glabrata, C. tropicalis, C.Krusei)

Geralmente não coexistem com outras infeções e NÃO é uma IST

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31
Q

Candidíase vulvovaginal - parceiros

A

10% dos parceiros tem doença peniana concomitante

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32
Q

Candidíase vulvovaginal - FRs (9)

A
  • Gravidez
  • Diabetes
  • Obesidade
  • Imunodeprimidos
  • Corticoterapia
  • Contracetivos orais
  • Terapia ATB largo espectro
  • Roupa justa
  • Uso habitual penso higiénico
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33
Q

Candidíase vulvovaginal - idade + frequente

A

Mais comum nos ANOS REPRODUTIVOS: Candida spp. requer tecidos com estrogénio
* Raro antes da menarca ou pós-menopausa

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34
Q

Candidíase vulvovaginal - clínica

A

Sintomas: Prurido vulvar (+++), ardor, disúria externa e dispareunia

Sinais: CORRIMENTO VAGINAL BRANCO, GRUMOSO E ESPESSO (tipo requeijão)
ADERENTE ÀS PAREDES VAGINAIS, INODORO E ERITEMA, edema e fissuras vulvares

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35
Q

Candidíase vulvovaginal - diagnóstico

A

Essencialmente clínico e pode ser confirmado laboratorialmente

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36
Q

Candidíase vulvovaginal - dx laboratorial

A

Blastosporos / Pseudohifas no exame microscópico a fresco ou cultura +, numa mulher sintomática
* pH vaginal NORMAL (< 4,5)
* Teste das aminas/Whiff: CORRIMENTO INODORO
* Exame microscópico a fresco: LEVEDURAS/BLASTOSPOROS E PSEUDOHIFAS
* Esfregaço Gram: LEVEDURAS/BLASTOSPOROS E PSEUDOHIFAS (+ SENSÍVEL)
* Cultura: positiva para espécies Candida

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37
Q

2 tipos de candidíase vulvovaginal

A

Candidíase não complicada

Candidíase complicada

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38
Q

Candidíase não complicada

A

Esporádica ou pouco frequente

Ligeira a moderada

Candida albicans provável

Mulher não imunocomprometida

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39
Q

Candidíase complicada

A

Recorrente

Severa

Candidíase não-albicans

Mulher imunodeprimida, com diabetes descompensada ou debilitada

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40
Q

Candidíase recorrente

A

Se ≥4 episódios SINTOMÁTICOS por ano
* 20-30% após tratamento
* Frequentemente associada a fatores de risco (diabetes, imunodeficiência, corticoides ou ATB)
* Ponderar outros dx: dermatite ou eczema vulvar

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41
Q

Candidíase vulvovaginal - quem tratar?

A

Não é recomendado o tratamento de mulheres assintomáticas e parceiros sexuais assintomáticos
- tratar mulheres sintomáticas e parceiro sexual sintomático, com balanite

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42
Q

Candidíase vulvovaginal não complicada - tratamento

A

Esquemas orais e vaginais são igualmente eficazes

  • Primariamente com aplicação VAGINAL de imidazol sintético durante 7 dias (CLOTRIMAZOL, tioconazole, miconazol,
    econazol,..)
  • Fluconazol ORAL em baixa dose (150 mg) é igualmente eficaz (seguro na gravidez)
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43
Q

Candidíase vulvovaginal recorrente - tratamento

A

Fluconazol oral 1x por semana, durante 6 meses ou tx tópico 1-2x por semana –> prevenção de recorrência

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44
Q

Candidíase vulvovaginal - C. glabrata: tratamento

A

C. glabrata é resistente a todos os imidazoles –> tx com ácido bórico ou violeta genciana

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45
Q

Candidíase vulvovaginal não complicada - tratamento descritivo

A

Tratamento oral:
- fluconazol 150 mg, toma única
ou
- itraconazol 200 mg, 2 id, toma única ou 1g 2 tomas (12h/12h)

Tratamento intravaginal:
(todos “conazol” exceto clotrimazol e nistatina - NÃO CONFUNDIR: metronidazol não é antifúngico, não se usa para tratar candidíase!)
- clotrimazol creme vaginal, 1%, 6 dias
ou
- clotrimazol comprimido vaginal 500 mg, dose única
ou
- clotrimazol comprimidos vaginais 200 mg, 3 dias consecutivos ou 100 mg, 6 dias consecutivos
ou
- miconazol creme vaginal 2%, 6 dias
ou
- econazol creme vaginal 1%, 6 dias
ou
- econazol óvulo vaginal 150 mg, 3 dias
ou
- sertaconazol óvulo vaginal 300 mg, dose única
ou
- sertaconazol comprimido vaginal 500 mg, dose única
ou
- sertaconazol creme vaginal 2%, 6 dias
ou
- isoconazol creme vaginal 1%, 6 dias
ou
- tioconazol comprimido vaginal 100 mg, 6 dias
ou
- fenticonazol creme vaginal 2%, 6 dias
ou
- fenticonazol, óvulo vaginal 200 mg, 6 dias
ou
- nistatina comprimido vaginal, id, 14 dias
-

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46
Q

Candidíase vulvovaginal complicada - tratamento, se severa (descrição)

A

Fluconazol 150 mg per os, toma única, e repetir após 3 dias (dias 1 e 4)
e/ou
terapêutica antifúngica tópica 14 dias

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47
Q

Candidíase vulvovaginal complicada - tratamento, se recorrente (descrição)

A

Tratamento inicial
- fluconazol 150 mg ou 200 mg a cada 3 dias, num total de 3 tomas (dia 1, 4 e 7)
e/ou
- terapêutica antifúngica tópica (7 a 14 dias)

Tratamento de manutenção
- fluconazol (100 mg, 150 mg ou 200 mg), 1x semana, durante 6 meses
- caso não seja possível a terapêutica oral, terapêutica tópica intermitente, após a menstruação

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48
Q

Candidíase vulvovaginal - resumo

A

Sintomas/sinais: Corrimento vaginal; dispareunia superficial; prurido vulvar; eritema e edema vulvar; fissuras vulvares

Caraterísticas do corrimento: branco, grumoso e espesso, TIPO REQUEIJÃO, PLACAS
ADERENTES

pH vaginal normal (<4,5)

Teste de Whiff negativo

Microscopia: pseudohifas;
blastosporos/ leveduras

Tratamento: Clotrimazol tópico por 7 dias; Fluconazol oral 150mg toma única

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49
Q

Tricomoníase vulvovaginal - agente

A

Causada pelo protozoário flagelado Trichomonas vaginalis

50
Q

Tricomoníase vulvovaginal - transmissão

A

Nos adultos é transmitida por via SEXUAL

51
Q

Tricomoníase vulvovaginal - infeção

A

Infeção na VAGINA, URETRA e GLÂNDULAS periuretrais e perivaginais
- Maioria apresenta INFEÇÃO URETRAL COEXISTENTE

52
Q

Tricomoníase vulvovaginal - associa-se a…

A

Associa-se a endometrite, DIP, infertilidade, gravidez ectópica e parto pré-termo

53
Q

Tricomoníase vulvovaginal - IST

A

Coexiste com outras IST

Parece facilitar a transmissão HIV

54
Q

Tricomoníase vulvovaginal - clínica

A

Podem ser assintomáticas
* Corrimento vaginal ESPUMOSO E AREJADO ou amarelo-esverdeado, mau-odor
* Eritema e prurido vulvar; DISÚRIA e hemorragia pós-coital (cervicite)
* Petéquias no colo uterino/vagina (COLO EM FRAMBOESA) – Típico mas raro

55
Q

Tricomoníase vulvovaginal - diagnóstico

A

É confirmado pelo exame microscópico a fresco das secreções vaginais:
* leucócitos, células epiteliais maduras, e Tricomonas

56
Q

Tricomoníase vulvovaginal - laboratorialmente (3)

A
  • Teste de Whiff: habitualmente positivo
  • pH > 4,5
  • Exame cultural diagnostica > 95% dos casos e os testes de amplificação de ácidos nucleicos tem sensibilidade e especificidade próximas de 100% (não efetuados em Portugal)
57
Q

Tricomoníase vulvovaginal - rastreio

A

Mulheres diagnosticadas devem realizar rastreio para outras IST (++ gonorreia e clamídia)

58
Q

Tricomoníase vulvovaginal - quem tratar?

A

Indicado tratar mulheres SINTOMÁTICAS e PARCEIROS SEXUAIS

59
Q

Tricomoníase vulvovaginal - via de tratamento preferencial

A

A administração SISTÉMICA É PREFERENCIAL (vs tópica) –> Altas taxas infeção uretra e glândulas parauretrais
- não se recomendam os tratamentos locais

60
Q

Tricomoníase vulvovaginal - tratamento

A

METRONIDAZOL OU TINIDAZOL ORAL 2g, toma única

  • Evitar RS até que a doente/parceiro estejam curados
  • Evitar álcool se tx metronidazol/tinidazol –> evitar reação tipo dissulfiram
61
Q

Tricomoníase vulvovaginal - recorrências

A
  • Confirmar adesão ao tratamento, a possibilidade de reinfeção por novo companheiro, a possibilidade infeção por mais do que 1 agente ou outra causa subjacente
  • T. vaginalis resistentes ao metronidazol –> Tratar com altas doses de Tinidazol
62
Q

Tricomoníase vulvovaginal - gravidez

A

Tricomoníase tem sido associada a PPT, rotura prematura de membrana, e baixo peso ao nascer

63
Q

Tricomoníase vulvovaginal - gravidez: quem tratar?

A
  • Recomendado tratar TODAS AS GRÁVIDAS SINTOMÁTICAS
  • NAS ASSINTOMÁTICAS CONSIDERAR O TRATAMENTO ≥37 SEMANAS pelo risco transmissão ao RN – infeção respiratória e genital
64
Q

Tricomoníase vulvovaginal - tratamento na gravidez

A

Tratamento com METRONIDAZOL (seguro na gravidez)
* O tratamento pode não prevenir as complicações da gravidez

65
Q

Tricomoníase vulvovaginal - seguimento

A

Desnecessário (não é custo-efetivo), exceto casos raros de recorrências frequentes

66
Q

Tricomoníase Vulvovaginal - resumo

A

Sintomas/sinais: corrimento abundante com odor; disúria; dispareunia; hemorragia pós-coital; colo em framboesa

Caraterísticas do corrimento: amarelo-esverdeado; espumoso e arejado

pH vaginal > 4,5

Microscopia: tricomonas - protozoário flagelado; ↑ leucócitos

Tratamento: Metronidazol ou
Tinidazol oral, 2g, toma única

67
Q

Infeções sexualmente transmissíveis associam-se a…

A

Associam-se a infertilidade, cancro ou morte

68
Q

Infeções sexualmente transmissíveis - causa comum de…

A

Causa + comum de INFERTILIDADE EVITÁVEL e FORTE associação com GRAVIDEZ ECTÓPICA

69
Q

Infeções sexualmente transmissíveis - risco de adquirir HIV…

A

Risco de adquirir HIV parece estar associado a outras IST

70
Q

Infeções sexualmente transmissíveis - transmissão

A

Transmissão: Contacto pele a pele ou troca de fluídos corporais
* ↑ risco sexo anal: tecidos mais sensíveis (transmissão pode ocorrer por essas lesões)

71
Q

Infeções sexualmente transmissíveis - diagnóstico

A

Hx clínica –> muitas IST são assintomáticas numa fase inicial ou tardia
* Se IST –> procurar outras (20-50% infeção coexistente)

Exame físico:
* Região inguinal: rashes, lesões e adenopatias
* Vulva, períneo e área perianal: lesões ou ulceras, e palpar tumefações ou edema
* Glândulas Bartholin, Skene e uretra: local frequente de infeção gonorreica
* Vagina e colo: procurar sinais de lesões ou corrimento anormal

72
Q

Muitas IST são caracterizadas por…

A

Muitas IST são caracterizadas por úlceras genitais ou cervicite, uretrite ou ambas

73
Q

Vaginose bacteriana - agente

A

Polimicrobiana

74
Q

Vaginose bacteriana - clínica

A
  • Vulva normal
  • Corrimento branco-acinzentado
  • Odor intenso a peixe
  • Wiff + e ph >4,5
75
Q

Vaginose bacteriana - quem tratar?

A
  • Mulheres sintomáticas
  • Grávidas sintomáticas
  • Mulheres assintomáticas
    que vão ser submetidas a
    cirurgia ginecológica
  • Não é recomendado o
    tratamento dos parceiros
    sexuais
  • A mulher deve ser
    aconselhada a usar
    preservativo durante o
    tratamento ou evitar
    relações sexuais
76
Q

Vaginose bacteriana - como tratar? (principais opções)

A
  • Metronidazol oral 500 mg
    2x/dia, 7 dias
  • Metronidazol óvulos vaginais 500 mg, 5 dias
  • Clindamicina creme a 2% ao
    deitar, 7 dias (reduz a eficácia dos preservativos durante o tratamento)
77
Q

Vaginose bacteriana - tratamento alternativo?

A
  • Clindamicina oral 300 mg
    2x/dia, 7 dias
  • Cloreto de dequalínio 1x/ao
    deitar, 6 dias
  • Tinidazol oral 2g 1x/dia, 2
    dias
78
Q

Vaginose bacteriana - se recividas?

A

Metronidazol óvulos, 2 x semana, 4 a 6 meses

79
Q

Vaginose bacteriana - se doente grávida, tratamento?

A
  • Metronidazol oral 500 mg
    2x/dia, 7 dias
  • Metronidazol oral 500 mg
    3x/dia, 7 dias
  • Clindamicina oral 300 mg
    2x/dia, 7 dias
  • Clindamicina tópica não
    deve ser usada na segunda
    metade da gravidez
  • Metronidazol tópico e
    Cloreto de dequalínio não
    estão contra-indicados
  • Amamentação:
    Metronidazol oral, não
    amamentar durante o
    tratamento e nas 12-24h
    após a última toma
80
Q

Vaginose bacteriana - tratamento, se doente VIH+

A

Mesmo tratamento das mulheres HIV negativas

81
Q

Candidíase - agente

A

Candida albicans (90%)

82
Q

Candidíase - clínica

A
  • Eritema, edema e fissuras
    vulvares
  • Corrimento vaginal branco,
    grumoso e espesso (tipo
    “requeijão”)
  • Inodoro
  • Ardor e prurido vulvar e
    dispareunia
83
Q

Candidíase - quem tratar?

A
  • Mulheres sintomáticas
    Grávidas sintomáticas
  • Parceiro sexual sintomático,
    com balanite!!!
  • Não é recomendado o
    tratamento de parceiros
    sexuais assintomáticos
84
Q

Candidíase - como tratar?

A
  • Fluconazol oral 150 mg toma
    única
  • Clotrimazol creme 1% 1x/dia,
    6 dias
  • Clotrimazol comprimido
    vaginal 500 mg, dose única

(As terapêuticas tópicas,
óvulos/cremes vaginais,
diminuem a eficácia dos
preservativos)

85
Q

Candidíase - tratamento alternativo

A

Sintomatologia severa:
Fluconazol oral 150 mg e
repetir após 72 horas e/ou
terapêutica antifúngica tópica
14 dias

86
Q

Candidíase - tratamento, se recidivas

A
  • Recorrente (≥ 4
    episódios/ano): Fluconazol
    oral 150 mg de 3/3 dias até 3
    tomas e/ou terapêutica
    antifúngica tópica 7-14 dias
  • Tratamento de Manutenção
    Fluconazol oral 150 mg
    1x/semana, 6 meses
87
Q

Candidíase - tratamento, se doente grávida

A

Terapêutica antifúngica tópica
(APENAS) 7 dias

88
Q

Candidíase - tratamento, se doente VIH+

A

Mesmo tratamento das
mulheres HIV negativas

89
Q

Tricomoníase - agente

A

Trichomonas vaginalis

90
Q

Tricomoníase - clínica

A
  • Eritema vulvar e vaginite,
    colo “framboesa-like”
    (2%)
  • Corrimento vaginal
    espumoso e arejado ou
    amarelo esverdeado
  • Queixas de irritação,
    sensação de queimadura,
    prurido vulvar, disúria e
    coitorragias
  • Wiff + e ph>4,5
91
Q

Tricomoníase - quem tratar?

A
  • Mulheres sintomáticas
    Grávidas sintomáticas
  • É obrigatório tratar
    parceiros sexuais (IST)!!!
  • Evitar relações sexuais
    até estar terminada a
    terapêutica e ficarem
    assintomático
92
Q

Tricomoníase - como tratar?

A
  • Não se recomendam os
    tratamentos tópicos
    Metronidazol oral 2 g
    toma única
  • Tinidazol oral 2 g toma
    única
  • Secnidazol oral 2 g toma
    única
93
Q

Tricomoníase - tratamento alternativo

A

Metronidazol oral 500 mg
2x/dia, 7 dias

94
Q

Tricomoníase - tratamento, se utente grávida

A
  • Metronidazol 2 g oral
    toma única
  • Amamentação:
    Metronidazol 2 g oral
    toma única, não amamentar durante e até 12-24h após o
    tratamento
  • Tinidazol 2 g oral toma
    única, não amamentar
    até 72h após o tratamento
95
Q

Tricomoníase - se doente HIV+

A
  • Metronidazol oral 500 mg
    2x/dia, 7 dias
  • Se refratário:
    Metronidazol/Tinidazol
    oral 2 g 1x/dia, 7 dias
  • O rastreio anual é
    recomendado, tal como a
    avaliação 3 meses após
    o tratamento de uma
    infecção
96
Q

5 agentes de úlceras vulvares

A

Herpes genital

Sífilis

Cancróide

LGV

Granuloma inguinal

97
Q

Herpes genital - agente

A

HSV 2 (65-80%) e HSV 1

98
Q

Herpes genital - clínica

A
  • +++ jovens
  • Incubação 4 a 7 dias
  • DOR
  • MÚLTIPLAS LESÕES
  • Infecção primária: vesiculas
    bilaterais e frequentemente
    coalescendo; resolução em
    duas semanas
  • Infecção recorrente: lesões menos exuberantes, unilaterais;
    resolução em 5-7 dias
99
Q

Herpes genital - como tratar?

A
  • 1º episódio: Deve ser sempre
    tratado
  • Aciclovir 400 mg 3 id, 7-10 dias
  • Valaciclovir 1000 mg 2 id, 7-10
    dias
  • Doença recorrente:
  • Aciclovir 400 mg, 3 id 5 dias
  • Aciclovir 800 mg 2 id 5 dias ou 3 id durante 2 dias
  • Valaciclovir 500 mg 2 id 3 dias ou 1000 mg id 5 dias

Evitar relações sexuais durante o período prodrómico e enquanto tiverem lesões

  • Se VIH:
  • Aciclovir 400 mg 3 id 5-10 dias
  • Valaciclovir 1000 mg 2 id 5-10 dias
100
Q

Sífilis - agente

A

Treponema pallidum

101
Q

Sífilis - clínica

A
  • +++ 20-24 anos
  • Incubação 3-90 dias (média 3
    semanas)
  • INDOLOR
  • LESÃO ÚNICA
  • Pápula -> úlcera (cerca de 2 cm); bordos bem definidos, elevados e duros; exsudado seroso; base vermelha e dura, sem crosta
102
Q

Sífilis - como tratar?

A
  • Penicilina benzatínica 2,4 milhões de unidades IM, dose
    única
  • Se alergia:
  • Dessensibilização (preferencial)
  • Doxiciclina 100 mg 2 id 14 dias
  • Ceftriaxone 1 g IM id 10 dias
  • Azitromicina 2 g dose única
  • Eritomicina 500 4 id

Doença de declaração obrigatória

103
Q

Cancróide - agente

A

Haemophilus ducreyi

104
Q

Cancróide - clínica

A
  • Muito raro no Ocidente
  • Incubação: 3-14 dias
  • DOR +++
  • UMA OU DUAS LESÕES
  • Pápula ou pústula no local de inoculação, inicialmente indolor -> dolorosa, profunda, mole, de bordos mal definidos; com exsudado necrótico, com cheiro
105
Q

Cancróide - como tratar?

A
  • Azitromicina 1g dose única
  • Ceftriaxone 250 mg IM dose única
  • Ciprofloxacina 500 mg 2 id 3 dias
  • Eritromicina 500 mg 3 id 7 dias
106
Q

LGV - agente

A

Chlamydia trachomatis (L1, L2 e L3)

107
Q

LGV - clínica

A
  • Raro em mulheres; a aumentar a frequência em homossexuais
  • Incubação 3-21 dias
  • INDOLOR
  • LESÃO ÚNICA
  • Pápula -> posteriormente
    pode ulcerar (raramente
    observado) e cicatrizar rapidamente
108
Q

LGV - como tratar?

A
  • 1.ª linha
  • Doxiciclina 100 mg 2 id 21 dias
  • 2.ª linha
  • Eritromicina 500 mg 4 id 21 dias
  • Azitromicina 1000 mg uma vez por semana, 3 semanas

Doença de declaração obrigatória

109
Q

Granuloma inguinal - agente

A

Klebsiella granulomatis

110
Q

Granuloma inguinal - clínica

A

Incubação < 2 semanas – 3 meses

  • INDOLOR
  • UMA OU MÚLTIPLAS
  • Nódulos/ pápulas -> lesão vermelha, sangrativa -> bordos bem definidos; frequente a
    extensão às pregas cutâneas e
    surgimento de fissuras profundas («knife cut like»)
111
Q

Granuloma inguinal - como tratar?

A
  • Primeira linha:
  • Doxiciclina 100 mg 2 id 21 dias
  • 2.ª linha:
  • Ciprofloxacina 750 mg 2 id 21 dias
  • Eritromicina 500 mg 4 id 21 dias
  • Azitromicina 500 mg id, 21 dias
  • Azitromicina 1000 mg 1x/semana pelo menos três semanas
  • Trimetoprim/sulfametoxazol
    160/800 mg 2 id, 21 dias
  • Se ainda houver lesões ao fim de 3 semanas, prolongar o tratamento
112
Q

2 agentes de cervicite

A

Clamídia

Gonorreia

113
Q

Cervicite por clamídia - agente

A

Chlamydia trachomatis

114
Q

Cervicite por clamídia - clínica

A
  • Corrimento inespecífico ou, mais raramente, muco-purulento (amarelado)
  • Colo uterino friável e congestivo, coitorragias
115
Q

Cervicite por clamídia - como tratar?

A
  • Azitromicina 1 g toma única
  • Doxiciclina 100 mg 2x/dia, 7 dias
116
Q

Cervicite por clamídia - 3 considerações

A
  • Doença de declaração obrigatória
  • Obrigatório tratamento dos parceiros sexuais (IST)
  • Abstinência sexual durante 7 dias
117
Q

Cervicite por gonorreia - agente

A

Neisseria gonorrhoeae

118
Q

Cervicite por gonorreia - clínica

A
  • Sintoma mais frequente é um corrimento amarelo-esverdeado
  • Por vezes pode existir Bartholinite associada
119
Q

Cervicite por gonorreia - como tratar?

A
  • Ceftriaxone 250 mg IM + Azitromicina 1 g toma única
  • Cefixima 400 mg toma única
  • Amoxicilina + Ácido Clavulânico 3 g toma única
120
Q

Cervicite por gonorreia - 4 considerações

A
  • Doença de declaração obrigatória
  • Tratamento empírico, concomitante, anti-Chlamydia (se não for possível excluir esta coinfecção)
  • Obrigatório tratamento dos parceiros sexuais (IST)
  • Abstinência sexual durante 7 dias
121
Q
A