DPOC Flashcards
MCDT a pedir no doente com suspeita de DPOC (doença pulmonar obstrutiva pulmonar)
Espirometria
Espirometria na DPOC
Obstrução ao fluxo aéreo não reversível (ou não totalmente reversível) pós-broncodilatação, com FEV1/FVC < 0,7
Se espirometria com obstrução ao fluxo aéreo não reversível (ou não totalmente reversível) pós-broncodilatação, com FEV1/FVC < 0,7
Não há critério espirométrico que permita o dx de DPOC
- no caso de sintomas respiratórios e/ou alterações pulmonares estruturais (ex. enfisema) e/ou alterações fisiológicas (ex. FEV1 baixo, hiperinsuflação, diminuição da capacidade de difusão pulmonar ou uma diminuição acentuada de FEV1), sem obstrução ao fluxo aéreo na espirometria: diagnóstico de pré-DPOC
Tem maior risco de desenvolver DPOC no futuro
5 recomendações nos doentes com DPOC
Cessação tabágica e evição de exposição a biomassas
Vacinação
Prática regular de exercício físico
Reabilitação pulmonar com o intuito de otimizar a tolerância ao exercício
Administração de SABA em SOS, revisão frequente da técnica inalatória
Doentes com DPOC - vacinação
Anti-SARS-CoV-2
Anti-influenza
Anti-pneumocócica
Anti-tétano, difteria e tosse convulsa em doentes não previamente vacinados
Anti-varicela em doentes com mais de 50 anos
Doentes com DPOC - se hipoxemia crónica em repouso
(PaO2 < 55 mmHg/ satO2 < 88% ou PaO2 55-60 mmHg/ satO2 < 88% e hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca descompensada ou hematócrito > 55%)
Ponderar oxigenoterapia de longa duração
Doentes com DPOC - se hipercapnia crónica severa e história de hospitalização por insuficiência respiratória aguda
Considerar ventilação não invasiva, pelo menos noturna, de longa duração
DDx (diagnóstico diferencial) de DPOC - 6
Asma
IC congestiva
Bronquiectasias
Tuberculose
Bronquiolite obliterante
Panbronquiolite difusa
DDx de DPOC - DPOC (caraterísticas)
Início na meia idade
Sintomas com progressão lenta
Hx de tabagismo prolongado
DDx de DPOC - asma (caraterísticas)
Início precoce
Sintomas que variam, não são constantes
Sintomas durante a noite/manhã cedo
Presença de alergia, rinite e/ou eczema
Hx familiar
Limitação do fluxo das vias aéreas é reversível
DDx de DPOC - IC congestiva
Crepitações finas basais na AP
Coração dilatado no raio x tórax
Edema pulmonar
Restrição de volume, sem limitação das vias áreas nos testes de função pulmonar
DDx de DPOC - bronquiectasias
Grande volume de expetoração purulenta
Frequentemente associadas a infeção bacteriana
Crepitações grosseiras na AP
Dilatação brônquica e espessamento da parede brônquica no raio x do tórax/TC tórax
DDx de DPOC - tuberculose
Início em qualquer idade
Infiltrado pulmonar no raio x tórax
Confirmação microbiológica
Local de elevada prevalência de tuberculose
DDx de DPOC - bronquiolite obliterante
Início em idades jovens e em não fumadores
Hx de artrite reumatoide/ exposição a fumos
Áreas de hipodensidade na expiração na TC sugestivas de bronquiolite
DDx de DPOC - panbronquiolite difusa
Afeta maioritariamente homens não fumadores
Quase todos têm sinusite crónica
Opacidades centrilobulares nodulares pequenas e difusas e hiperinsuflação no raio x tórax e TC de alta resolução
Doente com DPOC não teve 2 ou mais exacerbações moderadas da doença nem uma hospitalização consequente a uma exacerbação durante o ano anterior
Caraterizar a natureza e magnitude da sintomatologia atual, segundo a escala de dispneia modificada do Medical Research Council (MRC) e o questionário COPD Assessment Test (CAT)
- se pontuação: mMRC superior ou igual a 2 ou CAT superior ou igual a 10 - GOLD grupo B
- se pontuação: mMRC inferior a 2 ou CAT inferior a 10 - GOLD grupo A
DPOC GOLD grupo A
Iniciar LAMA e SABA em SOS ou LABA e SAMA ou SABA (ou associação de ambos) em SOS
Seguimento em consulta de reavaliação a cada 6 meses, realizando espirometria anual
O ajuste terapêutico subsequente deverá ser realizado com base na resposta do doente
DPOC GOLD grupo B
Iniciar LAMA+LABA e SABA em SOS
Seguimento em consulta de reavaliação a cada 6 meses, realizando espirometria anual
O ajuste terapêutico subsequente deverá ser realizado com base na resposta do doente
Doente com DPOC que teve 2 ou mais exacerbações moderadas da doença ou pelo menos uma hospitalização consequente a uma exacerbação durante o ano anterior?
GOLD Grupo E
DPOC GOLD grupo E
Referenciar a consulta de pneumologia
Iniciar tratamento com LAMA+LABA e SABA em SOS
Se doente com eosinofilia periférica superior ou igual a 300/microlitro OU com hospitalização por exacerbação de DPOC, iniciar tratamento com ICS+LAMA+LABA e SABA em SOS
(considerar também a terapêutica tripla ICS+LAMA+LABA se eosinofilia periférica 100-300/microlitro, caso não haja resposta apropriada ao tratamento e se mantenham exacerbações frequentes)
Seguimento em consulta de reavaliação a cada 6 meses, realizando espirometria anual
O ajuste terapêutico subsequente deverá ser realizado com base na resposta do doente
Tx farmacológico da DPOC - SABA
agonistas beta-2 de ação curta
- salbutamol
- terbutalina
Tx farmacológico da DPOC - LABA
agonistas beta-2 de ação longa
- formoterol
- salmeterol
- indacaterol
- olodaterol
Tx farmacológico da DPOC - SAMA
anticolinérgicos de ação curta
- brometo de ipratrópio
Tx farmacológico da DPOC - LAMA
anticolinérgicos de ação longa
- brometo de tiotrópio
- brometo de umeclidínio
- brometo de gliopirrónio
Tx farmacológico da DPOC - ICS
corticoides inalados
- fluticasona
- budesonida
Definição de exacerbação de DPOC
Carateriza-se por um aumento da dispneia e/ou tosse com expetoração que agravam num período de tempo inferior a 14 dias, acompanhando-se de taquipneia ou taquicardia
É frequentemente consequência de uma infeção (viral ou bacteriana), exposição ambiental ou outra agressão à via aérea
As exacerbações moderadas tipicamente definem-se como requerendo tratamento com corticoterapia sistémica
Classificação da gravidade segundo espirometria
GOLD 1 - ligeira (FEV1 superior ou igual a 80%)
GOLD 2 - moderada (FEV1 entre 50% e 80%)
GOLD 3 - grave (FEV1 entre 30% e 50%)
GOLD4 - muito grave (FEV1 inferior a 30%)
DPOC - objetivo da abordagem
Tem como objetivo minimizar a sintomatologia e reduzir o risco de exacerbações da doença
- classificação GOLD permite o follow-up dos doentes
Definição de DPOC
(doença pulmonar obstrutiva crónica)
É uma condição pulmonar heterogénea caraterizada por sintomas respiratórios crónicos (dispneia, tosse, produção de expetoração, exacerbações) devido a alterações das vias aéreas (bronquite, bronquiolite) e/ou álveolos (enfisema), que causam obstrução persistente e frequentemente progressiva do fluxo aéreo
5 FRs para DPOC
Hx familiar
Tabagismo (quantificar em UMAs)
Exposição a biomassas
Hx pessoal de asma
Genética (ainda que rara, a mutação no gene SERPINA1 causadora do défice de alfa-1-antitripsina é um FR a considerar)
DPOC - sintomas sugestivos
Dispneia, tosse crónica e expetoração (normalmente mucosa, podendo ser mucopurulenta nas exacerbações), sendo o sintoma precoce mais frequente a dispneia com o esforço
Por vezes, os doentes referem pieira e “aperto” torácico ou ainda história de infeções do trato respiratório inferior de repetição
Ter em atenção que os doentes sedentários podem queixar-se apenas de cansaço
DPOC - exame objetivo sugestivo
Normalmente apenas presente na doença avançada - aumento do tempo expiratório, sibilância, diminuição do murmúrio vesicular e dos sons cardíacos, respiração com uso de músculos acessórios, retração dos espaços intercostais, hiperinsuflação, ligeiro edema dos MIs
O hipocratismo digital não é sugestivo de hipoxemia
Questionário CAT
Classificação de 0 a 5 (0 é estou muito feliz e 5 é estou muito triste)
8 categorias
- nunca tenho tosse / estou sempre a tossir
- não tenho nenhuma expetoração (catarro) no peito / o meu peito está cheio de expetoração (catarro)
- não sinto nenhum aperto no peito / sinto um grande aperto no peito
- não sinto falta de ar ao subir uma ladeira ou um lance de escadas / quando subo uma ladeira ou um lance de escadas sinto bastante falta de ar
- não sinto nenhuma limitação nas minhas atividades em casa / sinto-me muito limitado nas minhas atividades em casa
- sinto-me confiante para sair de casa, apesar da minha doença pulmonar / não me sinto nada confiante para sair de casa, por causa da minha doença pulmonar
- durmo profundamente / não durmo profundamente devido à minha doença pulmonar
- tenho muita energia / não tenho nenhuma energia
Questionário mMRC
Gravidade dos sintomas
- 0: dispneia apenas com exercício físico extenuante
- 1: dispneia ao correr ou subir um pequeno plano inclinado
- 2: anda mais devagar do que pessoas da mesma idade devido à dispneia ou tem que parar para respirar ao caminhar no seu próprio ritmo
- 3: pára para respirar depois de caminhar 100 metros ou após alguns minutos
- 4: demasiado dispneico para sair de casa ou com dispneia ao vestir
FEV1 - significado
Volume expiratório forçado no 1º segundo
UMAs - definição
Unidades maço/ano
RV - definição
Volume residual
TLC - definição
Capacidade pulmonar total
FVC - definição
Capacidade vital forçada
VNI - definição
Ventilação não invasiva
Definição de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
Doença heterogénea caracterizada por sintomas respiratórios (dispneia, tosse, expetoração) devido a anomalias das VA’s (bronquite,
bronquiolite) e/ou alveolares (enfisema) que causam obstrução persistente, muitas vezes progressiva, do fluxo aéreo
DPOC - limitação do fluxo aéreo
Limitação do fluxo aéreo NÃO totalmente reversível
DPOC - prevalência
Maior prevalência nos homens mas a ↑ nas mulheres
2 componentes a nível pulmonar da DPOC
Enfisema
e
Bronquite crónica
(sobrepõem-se mas NÃO SÃO sinónimos de DPOC)
DPOC - enfisema
Anatomicamente definido:
destruição alveolar + dilatação das VA
DPOC - bronquite crónica
Clinicamente definida
- tosse crónica produtiva: durante 3 meses, em 2 anos consecutivos, após a exclusão de outras causas de tosse crónica
Enfisema + anomalias fisiológicas, sem obstrução na espirometria (FEV1/FVC > 0,7 pós BD)
(anomalias fisiológicas:
o ↓ FEV1
o Air trapping/Hiperinsuflação
o ↓ DLCO
o ↓ rápido do FEV1)
É diferente de DPOC!!!
- é pré-DPOC / PRISm (Preserved Ratio Impaired Spirometry): com risco aumentado de desenvolver DPOC ao longo do tempo mas tal não acontece em todos os casos (tratamento ideal, além de cessação tabágica, por esclarecer)
FRs - 1 fator genético
Défice α1-antitripsina
FRs - fatores ambientais (6)
Tabagismo
Hiperreatividade brônquica
Infeções Respiratórias
Exposições Ocupacionais
Poluição do Ar
Estado socioeconómico (associação a baixo peso ao
nascer)