Teoria Geral do Processo Flashcards
O que diz o artigo 14 do CPC, que disciplina o direito intertemporal no Processo Civil?
art. 14 do CPC: A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
O que diz a teoria do isolamento dos atos processuais? Existem exceções?
Os atos processuais devem ser analisados individualmente, de acordo com a lei vigente à época em que cada um foi praticado.
Em outras palavras, para fins do direito processual a ser aplicado, o que interessa não é o processo como um todo e a data de seu ajuizamento, mas o momento de prática de cada ato.
Sim, existem exceções (estudar cada uma dela em cards próprios).
O que é a teoria das fases processuais e quando ela é aplicável?
A teoria das fases processuais é uma exceção à regra do isolamento dos atos processuais. Em algumas hipóteses de procedimentos específicos (sumário e especiais que foram eliminados no novo CPC), bem como na hipótese de requisição para a produção de provas, foi expressamente determinada a adoção das regras antigas até o encerramento da fase processual (conhecimento, instrução etc.).
Referência: artigos 1.046, §1º e 1.047, ambos do CPC.
O Código de Processo Civil de 1973 ainda se aplica no Brasil?
Sim. O melhor exemplo é o do artigo 1.052 do CPC de 2015: até a edição de lei específica, a execução contra devedor insolvente continua se processando pela disciplina do Código antigo.
Como se aplica a teoria do isolamento dos atos processuais para atos complexos (como audiências de instrução e julgamento)?
As normas aplicáveis aos autos processuais menores obedecem a vigência da norma aplicada à época do início do ato maior.
Assim, uma audiência de instrução que começou sob a vigência do CPC de 1973, obedecerá as regras deste para a oitiva de testemunhas, mesmo que tal ocorra após 2015. Neste caso, não pode haver cross examination, por exemplo.
Em que data o CPC de 2015 entrou em vigor?
Enunciado administrativo 1 do STJ: em 18.03.2016.
Que ato determina qual a regra processual (CPC de 1973 ou de 2015) de admissibilidade recursal é aplicável? E quanto à aplicação de honorários recursais?
Enunciados administrativos 2 e 3 do STJ: a data de publicação da decisão recorrida determina qual diploma processual irá reger os pressupostos de admissibilidade recursal e de honorários recursais (previstos somente no CPC de 2015).
Quais são os quatro elementos basilares do processo?
- JURISDIÇÃO
- PROCESSO
- AÇÃO/DEFESA
- TUTELA
COMPLETE: os 13 princípios estruturantes do processo civil são:
- Princípio da d________ e do i________ o________
- Princípio do a________ à justiça (i________ do controle jurisdicional)
- Princípio do d________ p________ legal
- Princípio do c________ (e________, vedação da decisão s________ e c________ d________)
- Princípio da c________
- Princípio da b________-fé
- Princípio do d________ grau de jurisdição
- Princípio da r________ duração do processo
- Princípio da i________ processual
- Princípio da p________ dos a_____ processuais
- Princípio da m________ das decisões
- Princípio do j_____ n______ e do p_______ n_______
- Princípio da i________ das formas
- Princípio da demanda e do impulso oficial
- Princípio do acesso à justiça (inafastabilidade do controle jurisdicional)
- Princípio do devido processo legal
- Princípio do contraditório (efetivo, vedação da decisão surpresa e contraditório diferido)
- Princípio da cooperação
- Princípio da boa-fé
- Princípio do duplo grau de jurisdição
- Princípio da razoável duração do processo
- Princípio da isonomia processual
- Princípio da publicidade dos atos processuais
- Princípio da motivação das decisões
- Princípio do juiz natural e do promotor natural
- Princípio da instrumentalidade das formas
O princípio da cooperação é uma decorrência lógica e direta do princípio da boa fé?
Não. Embora não seja possível falar em cooperação sem boa-fé, é perfeitamente possível alguém agir de boa-fé sem, contudo, estar cooperando plenamente.
Quais são as quatro funções dos princípios?
- Função subsidiária ou integrativa (são uma forma de integração de lacunas legais);
- Função normativa direta (atuação direta no caso concreto, mesmo em caso de inexistência de lacuna legal);
- Função interpretativa;
- Função inspiradora (do legislador).
O que são os princípios da demanda e do impulso oficial?
- Princípio da demanda, dispositivo ou da inércia da jurisdição: o processo somente se instaura por iniciativa do interessado. A ideia é preservar a imparcialidade do juiz, bem como garantir o escopo de pacificação social.
- Princípio do impulso oficial: iniciado o processo, sua marcha segue por impulso oficial, de forma que o andamento do processo é determinado pelo Judiciário independentemente de provocação da parte. O desenvolvimento processual é, portanto, inquisitivo.
O que é o princípio do acesso à justiça? Dê dois exemplos de práticas que são obstadas pela aplicação desse princípio.
O princípio do acesso à justiça, também chamado de princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, é a consecução da garantia constitucional de que “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”.
Há ao menos duas vertentes, ou decorrências. A primeira é a impossibilidade de restrição ou condicionamento para o exercício do direito de ação.
A segunda, é a vedação ao non liquet (o juiz não pode deixar de decidir sob o pretexto de omissão, obscuridade ou lacuna na lei).
Dois exemplos interessantes de práticas que não mais se admitem em decorrência deste princípio:
a. solve et repete: pague antes, repita o indébito depois, que era admitida em ações tributárias;
b. exigência do esgotamento prévio das vias administrativas para ajuizamento de ação judicial.
A convenção de arbitragem (cláusula compromissória ou compromisso arbitral) ofende ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional?
O STF já disse que não.
Primeiro porque a doutrina e a jurisprudência já consideravam a arbitragem uma das formas possíveis de acesso à justiça (o princípio citado veda o impedimento de acesso à justiça). Aliás, o STJ já disse, em um Conflito de Competência, que a sentença arbitral tem natureza jurisdicional (“É possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. Isso porque a atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional.”)
Segundo porque, fosse insuficiente, passou a ser expressamente prevista tal possibilidade no novo CPC.
Qual a consequência se uma das partes ignora a existência de uma convenção de arbitragem e ajuíza uma ação judicial?
Essencialmente, o processo é extinto sem o exame do mérito, nos termos do artigo 485, VII, do CPC.