Exame físico do pé e tornozelo Flashcards

1
Q

O que questionar na anamnese antes do exame físico do pé e tornozelo ?

A

Ocupação, atividades recreativas, sintomas, tempo da queixas, doenças prévias…

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2
Q

Quais movimentos do pé ocorrem no plano tranversão, frontal e sagital ?

A

Transverso: flexão e extensão
Frontal: inversão e eversão
Sagital: adução e abdução

Supinação e pronação envolvem os 3 planos descritos

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3
Q

Quais as posições adequadas para exame fisico do pé sem carga ?

A

2 opções:
1) paciente sentado sobre a mesa com pernas pendentes
2) Decubito prono com o pé pendente da borda da maca e membro contralateral fletido e abduzido (em forma de “quatro”)

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4
Q

O que deve ser examinadas na inspeção estática do pe e tornozelo ?

A

Tegumento
Sensibilidade cutanea
Suprimento sanguiineo (pulso e perfusão(
Anexos (unhas e região periungueal)

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5
Q

O que avaliar na pele do pé ?

A

espessamentos, umidade, coloraçao, presença de calos, sensibilidade

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6
Q

Quais raízes nervosas fazem a sensibilidade cutanea do pé ?

A

L4, L5, S1

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7
Q

Quais ramos das raizes nervosas fazem a inervação da superficie do pé ?

A

Sural
Safeno
Fibular superficial
Fibular profundo

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8
Q

Descreva quais areas do pé são inervadas (sensibilidade) por cada nervo

A

Nervo sural: Parte lateral do pé e calcaneo
Fibular superficial: dorso do pé, iniciando no centro do 5º dedo até o centro do 1º dedo
Safeno: Parte medial do pé e calcaneo
Fibular profundo: espaço etre o 1º e 2º dedo

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9
Q

O pulso de quais arterias consegue ser sentido no pé ?

A

Tibial posterior
Pediosa

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10
Q

Qual a posição do maleolo tibial em relação ao fibular ?

A

O maleolo tibial é mais alto e anteriorizado. Por isso, forma-se entre eles um eixo que se inclina para baixo de medial para lateral e da frente para trás.

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11
Q

Qual a amplitude de movimento de flexão e extensão normal do tornozelo ?

A

25º de flexão dorsal e 45º de flexão plantar

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12
Q

Quais movimentos podem ser analisados no exame do complexo articular de chopart ?

A

Adução e abdução
Pronação e supinação

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13
Q

Quais movimentos podem ser analisados no exame do complexo articular de Lisfranc ?

A

flexão plantar e dorsal

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14
Q

Qual articulação ou complexo articular permite a adequação do pé em terremos irregulares ?

A

Lisfranc

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15
Q

Quais os movimentos podem ser avaliados das articulações metatarsofalângicas ?

A

dorsiflexão
flexão plantar

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16
Q

Quais as deformidades clássicas das artt interfalângicas ?

A

martelo, garra e “taco de golfe”

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17
Q

Descreva a deformidade “dedo em martelo” (pé)

A

hiperextensão da MTF e IFD com flexão da IFP

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18
Q

Descreva a deformidade “dedo em garra” (pé)

A

hiperflexão das IIFF com ou sem hiperextensão da MTF

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19
Q

Descreva a deformidade “dedo em taco de golfe” (pé)

A

Hiperflexão da IFD

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20
Q

Descreva o método de Staheli para avaliação dos membros inferiores

A

a) com o examinado em decubito ventral e o joelho fletido a 90º, utiliza-se a perna como braço de goniomêtro a fim de avaliar RI e RE do quadril

b) a angulo coxa pé é medido

c) palpação dos maleolos tibial e fibular e medição do eixo bimaleolar. Além de medição do indice oval

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21
Q

Como é medido o indice oval do pé ?

A

Entre o segundo e terceiro artelho

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22
Q

O que avaliar na inspeção estática do pé e tornozelo com carga ?

A
  • Valgismo ou varismo dos pés e joelhos
  • relações do retropé com o médio e antepé.
  • Posição dos maleolos
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23
Q

O que avalia e como é feita a manobra da ponta dos pés ?

A

Solicita-se ao paciente que se erga sobre as cabeçs dos metatarsos, elevando os calcanhares. Avalia mobilidade da subtalar, potencia muscular e integridade de tendões (triccipital, tibial posterior).
Considera-se a prova positiva e normal quando, ao se elevar nas pontas dos pés, observa-se a varização progressiva do retropé, que logo dá lugar ao valgismo fisiológico quando se solicita o retorno à condição de apoio plantígrado

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24
Q

Como é feita e o que avalia a prova de Jack ?

A

hiperextensão passiva da articulação metatarsofalângica do hálux, promove a elevação (ou formação) do arco longitudinal medial. A positividade da prova indica a integração entre as musculaturas intrínseca e extrínseca do pé e a liberdade de movimentação da articulação subtalar.

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25
Q

O que avaliar na inspeção dinâmica do pé com carga ?

A

Marcha (eixo, angulo do passo, amplitude do passo, apoio). Solicita alem da marcha normal, marcha sobre calcanhares, ponta dos pé e sobre as faces lateral e medial do pés.

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26
Q

O que avalia e como é feita a “Mensuração do arco de movimento da articulação tibiotársica e grau de encurtamento do músculo tríceps sural” ?

A

o examinador segura com uma das mãos o calcanhar do paciente e, com a outra, o antepé. Realiza o movimento completo de flexão e extensão do tornozelo anotando sua liberdade e amplitude. Quando se detecta limitação da extensão, indicando encurtamento do tríceps sural e do tendão calcâneo, realiza-se a mesma manobra com o joelho estendido e fletido a 90º. Com o joelho estendido, diagnostica-se o encurtamento do tríceps sural como um todo. Se a dificuldade persiste com o joelho fletido, fica confirmado o encurtamento do sóleo, já que os ventres dos gêmeos estão inativos nessa posição.

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27
Q

O que avalia e como é feito o Teste de Thompson (teste de Simmonds)

A

Avalia: integridade do tendão aquileu

Realização: Paciente em decubito ventral e com joelho fletido a 90º, aplica-se compressão manual na massa muscular da panturrilha, produzindo encurtamento da massa muscular e o pé sofrendo flexão plantar (teste negativo). Se ruptura do tendão, não há movimento (thompson positivo)

28
Q

Como é feito e o que avalia o teste de Mattle ?

A

Paciente em decubito ventral, com tornozelos para fora da maca. Solicita-se que o paciente faça flexão do joelho até 90º. Durante flexão, observa-se a posição do tornozelo. Se o pé declinar para a posição neutra ou dorsiflexão, indica ruptura do tendão calcâneo. (normal é fixar em pequena flexão plantar)

29
Q

Como é feito e o que avalia o teste de Obrien (pé) ?

A

Paciente em decubito ventral, usando agulha pequena, insere-a a cerca de 10 cm do calcaneo, até a ponta entrar em contato com o tendão. O pé é passiva e alternadamente movido de flexão plantar para dorsal.

Se a agulha balançar e apontar no sentido oposto à posição do tornozelo, realizamos flexão dorsal e a agulha aponta distalmente, tendo-se a indicação que o tendão calcâneo está intacto na porção distal à área de inserção da agulha. Por outro lado, se a agulha não se move, ou o se movimento é no mesmo sentido do tornozelo, movemos o pé para flexão dorsal e a agulha se move proximalmente, verificando que existe descontinuidade ou ruptura no tendão calcâneo no local entre a agulha e o calcâneo.

30
Q

Como é feito e o que avalia o teste de Coepeland ?

A

paciente em decúbito ventral e usando um esfigmomanômetro envolve-se a zona média dos gêmeos da perna a ser examinada. Em seguida, o manguito é insuflado até cerca de 100mmHg, com o pé do paciente em flexão plantar. O pé é então colocado passivamente em dorsiflexão. Se a pressão aumentar para cerca de 140mmHg (o valor de referência é do membro contralateral), a unidade musculotendínea encontra-se intacta. Se, por outro lado, não houver nenhuma alteração ou se o valor oscilar pouco, podemos concluir e diagnosticar a ruptura do tendão de Aquiles.

31
Q

Como é feito e o que testa o teste da gaveta anterior do tornozelo ?

A

Avalia a integridade do ligamento talofibular anterior e porção anterolateral da capsula articular.

O examinador apoia uma das mãos sobre a face anterior da tíbia, logo acima do tornozelo e, com a outra, envolve o calcanhar do membro a ser examinado. Nessa posição, aplica força para deslocar anteriormente o pé, enquanto a perna permanece fixa. Na eventualidade de lesão das estruturas mencionadas, ocorre o deslocamento anterior do talo no interior da pinça bimaleolar e surge uma zona de depressão na face anterolateral do tornozelo – sinal do vácuo resultante da pressão negativa que se forma no interior da articulação em função da subluxação que acabamos de produzir com o teste. A manobra deve ser realizada delicada e cuidadosamente por ser extremamente dolorosa.

32
Q

Como é feito e o que avalia o teste do estresse em varo do tornozelo ?

A

avalia integridade do ligamento fibulocalcaneo e da capsula lateral do tornozelo.

O examinador aplica, com uma das mãos, força varizante da região do calcanhar do examinando, mantendo a extremidade distal da perna fixa com a outra mão.

33
Q

Como é feito e o que avalia o teste do estresse em valgo do tornozelo ?

A

Avalia integridade do lig. deltoide

O examinador aplica, com uma das mãos, força valgizante na região do calcanhar, enquanto mantém fixa a extremidade inferior da perna com a outra mão.

34
Q

Teste da rotação do talo

A

Avalia integridade dos ligamentos da sindesmose

Uma das mãos do examinador fixa firmemente o terço médio da perna para impedir sua rotação externa durante a realização do teste. A outra mão envolve o calcanhar por sua face medial, de forma que a borda interna do pé do paciente fique encostada no antebraço do examinador. Enquanto uma das mãos segura a perna, o antebraço força o pé em rotação externa, tendo como fulcro a mão que envolve o calcanhar. Esse movimento produz rotação do talo no interior da pinça bimaleolar. Esse movimento anômalo tende a afastar a tíbia da fíbula por meio de força rotacional que se faz sentir primeiramente nos ligamentos tibiofibulares anteriores. Quando há lesão desses ligamentos, a manobra desencadeia dor aguda na região anterolateral do tornozelo, na projeção topográfica da sindesmose tibiofibular distal

35
Q

Teste da gaveta posterior da fíbula

A

Avalia integridade dos ligamentos da sindesmose

O examinador segura firmemente o tornozelo a ser examinado com uma das mãos e aplica força com o polegar da outra mão para deslocá-lo posteriormente da fíbula. Na eventualidade de lesão dos ligamentos tibiofibulares distais, surge dor importante na região correspondente à articulação, enquanto a fíbula se desloca levemente para trás

36
Q

Teste da compressão lateral da perna (teste de Pillings)

A

aponta para o envolvimento traumático ou inflamatório dos ligamentos e da articulação tibiofibular distal. O teste é realizado comprimindo-se firmemente, no terço médio da perna, a fíbula contra a tíbia. Como a fíbula é elástica e por estar sendo pressionada em seu ponto médio, possivelmente o mais móvel, ocorre arqueamento desse osso em função da força exercida. Esse arqueamento acaba por solicitar a ação dos ligamentos e da articulação tibiofibular distal, desencadeando dor aguda na face anterolateral do tornozelo quando houver processo inflamatório local.

37
Q

Teste para luxação dos tendões fibulares

A

paciente é posicionado em decúbito ventral com os joelhos fletidos em 90°. A região posterolateral do tornozelo é examinada à procura de edema. O paciente é então solicitado a realizar flexão plantar e dorsal do tornozelo com eversão e contra a resistência do examinador. Se os tendões subluxarem de sua posição, o teste é considerado positivo.

38
Q

Teste da mobilidade da articulação subtalar

A

realizado para registrar a liberdade e os graus de movimentação em inversão e eversão da articulação talocalcânea. Enquanto uma das mãos mantém a relação original entre o médio e antepé com o retropé, a outra aplica forças varizantes e valgizantes no calcanhar, percebendo a movimentação entre o talo e o calcâneo

39
Q

Manobra da hiperextensão do tornozelo e dos artelhos

A

utiliza-se esta manobra para distender a fáscia plantar tornando-a mais superficial e palpável em toda sua extensão. Frequentemente, essa manobra torna a fáscia visível sob a pele como um cordão que se salienta na região plantar, ao mesmo tempo que produz o aumento da concavidade da abóbada do pé. Com uma das mãos, o examinador apreende os artelhos produzindo sua extensão máxima, ao mesmo tempo que produz a extensão máxima do tornozelo. Nos quadros inflamatórios agudos, a manobra pode desencadear dor aguda no ponto de maior inflamação ou nas inserções calcâneas. No quadro de ruptura traumática da fáscia plantar, além da dor, pode ser detectada a presença de hematoma na face plantar, assim como solução de continuidade do tecido fibroso que constitui a fáscia plantar

40
Q

Teste da ponta dos pés

A

Avalia integridade dos tendões calcaneo e tibial posterior e capacidade neuromuscular de se erguer na ponta dos pés

. O paciente, estando em apoio bipodálico, é solicitado a colocar-se nas pontas dos pés (apoiado sobre as cabeças dos metatarsos), enquanto se observam as faces medial e posterior do tornozelo e do pé. O resultado esperado para a manobra consiste em se obter a elevação suave e simétrica dos calcanhares, acompanhada de varização progressiva do retropé à medida que aumenta sua elevação em relação ao solo. Quando há bloqueio da movimentação da articulação subtalar, não ocorre a varização normal do retropé.

41
Q

Teste de Jack (hiperextensão passiva do hálux)

A

utilizado para determinar a liberdade de movimentos da articulação subtalar, a integridade do tendão flexor longo do hálux e a sincronização autônoma (reflexa) entre as musculaturas intrínseca e extrínseca do pé.

O teste é realizado com o paciente em ortostase bipodálica. O examinador provoca, com um de seus polegares, a extensão passiva da articulação metatarsofalângica do hálux, ao mesmo tempo que observa a varização do retropé, o surgimento ou acentuação da abóbada do pé e a rotação externa da perna. Considera-se positivo o teste em que foram observados esses fenômenos, indicando bom prognóstico no tratamento conservador dos pés planos valgos flácidos da infância. Sua negatividade exige prosseguimento e aprofundamento da pesquisa etiológica, já que pode estar indicando doenças articulares, tendíneas ou neuromusculares

42
Q

Teste da rotação externa passiva da perna

A

é útil na determinação da liberdade de movimento da articulação subtalar e na sua integração com as demais articulações do pé, especialmente a mediotársica e a tarsometatársica. Com o paciente em posição ortostática e apoio bipodálico, o examinador segura a porção média da perna a ser examinada e promove a rotação externa do conjunto. A pinça bimaleolar determina a rotação do talo que se desloca sobre o calcâneo promovendo sua varização. A ação desses movimentos sobre a mediotársica e a tarsometatársica determina o surgimento ou a acentuação da abóbada plantar do pé, indicando o perfeito funcionamento de todas as estruturas envolvidas

43
Q

Teste dos blocos de Coleman

A

utilizado para a avaliação e o diagnóstico diferencial dos pés cavos varos flexíveis. O teste conta com três tempos, nos quais os blocos de madeira são orientados de forma a produzir a descarga do peso corporal sobre as regiões predeterminadas e escolhidas – o examinador deve procurar observar a orientação do retropé nas diversas situações do teste, pois o aparecimento do valgismo fisiológico do retropé é que determina a positividade do teste e estabelece a participação das estruturas na gênese do pé cavo varo.
* No primeiro arranjo, o pé é colocado apoiado sobre apenas um bloco de madeira, de forma que o primeiro raio e o hálux permaneçam fora do contato. Se houver normalização do retropé – aparecimento do valgismo fisiológico –, podemos diagnosticar que o causador da deformidade é o primeiro raio que se encontra em situação de equinismo exagerado. Se, ao realizar essa primeira fase do teste, permanecer o varismo do retropé, podemos atribuí-lo às deformidades do antepé como um todo ou ao retropé.
* No segundo tempo do teste, o paciente é convidado a apoiar apenas o calcanhar no bloco de madeira (Figura 13.28-2). Todo o antepé não recebe carga do peso corporal (para isso, podem ser necessários dois blocos de madeira sobrepostos). Se durante essa fase do teste houver normalização do valgismo do retropé, diagnosticamos o envolvimento do antepé como um todo na gênese da deformidade. O antepé está em posição equina e pronada em relação ao restante do pé. Quando permanece o varismo nesse tempo da prova, podemos considerar que a gênese da deformidade decorre de doença no retropé.
* No terceiro arranjo do teste de Coleman, combinam-se os dois arranjos anteriores – o retropé é colocado em nível superior ao antepé e o primeiro raio é excluído da carga do peso corporal (Figura 13.28-3). Quando, nesse tempo do teste, observa-se a valgização normal do retropé, podemos afastar o retropé como sendo responsável pela deformidade. Ao contrário, se permanecer a existência de varismo do retropé, podemos considerar que a deformidade em varismo do retropé se deve à combinação de deformidades localizadas no antepé e no retropé e ambas são igualmente importantes na gênese da deformidade, devendo ser tratadas concomitantemente

44
Q

Sinal dos muitos dedos

A

indica presença de deformidade em abdução do antepé com relação aos demais segmentos. Esse sinal frequentemente se relaciona com a pronação do retropé em virtude da insuficiência do tendão do músculo tibial posterior no pé plano adquirido do adulto. Quando se observam por trás o tornozelo e o pé de indivíduos normais, aparece lateralmente a imagem de apenas um artelho. Na eventualidade de existir abdução exagerada do antepé, surgem mais dedos lateralmente. O numeral que indica o artelho visível mais medialmente define a intensidade da abdução do antepé, sendo útil no seguimento de casos ao longo do tempo e na comparação de casos entre si.

45
Q

Prova da redutibilidade do valgismo do hálux (conhecido também como prova de McBride)

A

utilizada na determinação do grau de retração dos tecidos moles laterais na deformidade do hálux valgo. Participam desse fenômeno os ligamentos e a cápsula lateral da metatarsofalângica do primeiro raio, além da musculatura adutora do hálux representada principalmente por seu tendão que se insere na face lateral da base da falange proximal do hálux. Com o paciente em posição ortostática bipodálica, o examinador aplica força varizante na borda lateral do hálux anotando o grau de redutibilidade da deformidade em valgo. Considera-se normal (sem contraturas ou retrações) quando o hálux se alinha com o eixo do metatarso (o que corresponde a um pequeno grau de varismo do hálux em relação ao pé). Quando esse limite não é atingido, admite-se como necessária a liberação das estruturas laterais quando do tratamento cirúrgico do hálux valgo.

46
Q

Teste da hipermobilidade do primeiro raio

A

o conceito de hipermobilidade do primeiro raio foi introduzido por Morton em 1928, depois por Lapidus, que sugeriu associação com o hálux valgo. É utilizado para avaliar o grau de movimentação da primeira articulação tarsometatársica nas síndromes de insuficiência do primeiro raio e no hálux valgo juvenil. Pode ser realizado de duas formas distintas. Na primeira, o examinador fixa com uma das mãos os quatro raios laterais (do II ao V), enquanto o polegar e o indicador da outra mão apreendem a cabeça do primeiro metatarso com o tornozelo em posição neutra. Mantendo os raios laterais fixos, aplicam-se forças nos sentidos plantar e dorsal, a fim de mobilizar o primeiro raio (flexão e extensão). Um suave end point pode ser observado. O resultado da prova realizada dessa maneira é grafado em milímetros de deslocamentos dorsal e plantar. Na outra maneira de se graduar a mobilidade do primeiro raio do pé, o examinador fixa o retro e mediopés com uma das mãos que se encontra apoiada na face medial do pé a ser examinado. Dessa forma, o polegar e o indicador podem fixar a cunha medial de maneira efetiva. Com o polegar e o indicador da mão oposta, o examinador segura a cabeça do primeiro metatarso aplicando, ainda dessa vez, forças capazes de deslocar o primeiro raio dorsal e plantarmente, lembrando de manter o tornozelo em posição neutra. O grau de deslocamento do primeiro raio é mensurado com goniômetro colocado sobre a face medial do pé e cujo centro coincida com a articulação tarsometatársica do primeiro raio. Considerase normal a excursão total (flexoextensão) do primeiro raio até o limite de 30o . Valores superiores a 30o indicam hipermobilidade do raio capaz de influir decisivamente no prognóstico das deformidade

47
Q

Teste da compressão laterolateral do antepé

A

usado na detecção de processos inflamatórios e neoplásicos expansivos dos espaços intermetatarsais. Aplica-se força de compressão nas cabeças do I e V metatarsos para aproximá-las entre si, causando redução substancial dos espaços intermetatarsais. A manobra pode ser potencializada exercendo-se pressão plantar com o polegar de uma das mãos na região metatársica que desperta mais interesse, ao mesmo tempo que a outra mão realiza a compressão laterolateral. Na eventualidade de existência de processos inflamatórios, surge dor na região inflamada acompanhada ou não de parestesias na região de inervação dos ramos digitais comprometidos. No quadro de neuroma de Morton, a prova costuma ser francamente positiva, acompanhando-se de estalido característico (clique) e ressalto doloroso resultante da movimentação brusca do neuroma no espaço entre as cabeças metatársicas, o que produz dor em choque irradiada para os dedos correspondentes aos ramos neurais acometidos – sinal de Mulder. A presença de dor também pode ser positiva para fratura por estresse.

48
Q

Teste da gaveta metatarsofalângica (manobra de Thompson e Hamilton)

A

Verifica instabilidade de origem traumática ou inflamatória dessas articulações. Com o tornozelo em posição neutra, o examinador fixa com os polegares e os indicadores a diáfise da falange proximal, enquanto a outra mão estabiliza em forma de pinça a cabeça do metatarso, o colo do metatarso e a falange proximal do raio a ser examinado. Com movimentos suaves, tentar deslocar nos sentidos dorsal e plantar a falange sobre a cabeça metatársica. Quando há insuficiência das estruturas capsuloligamentares (frouxidão ou ruptura) ou lesão da placa plantar, a excursão observada é ampla o bastante para diferenciá-la das articulações normais com as quais é comparada. Durante a mesma prova e com a mesma delicadeza, podem ser testadas a estabilidade lateral (adução e abdução – lesão dos ligamentos colaterais) e a hiperextensão (lesão da cápsula plantar), sempre de forma comparativa com as articulações adjacentes e com as contralaterais.

49
Q

Teste da redutibilidade das garras (e martelo) dos artelhos (também conhecido como teste de Kelikian-Ducroquet)

A

utilizado para testar a existência de retrações e contraturas capsuloligamentares e tendíneas das articulações metatarsofalângicas e interfalângicas dos dedos dos pés quando da existência de deformidades em martelo ou garra. Aplica-se pressão com os polegares na cabeça dos metatarsos, região central do antepé, para acentuar ou produzir o arqueamento transverso dessa região. Na vigência de contraturas e retrações dos tecidos mencionados, as deformidades dos dedos não se alteram quando da realização da manobra, sendo consideradas rígidas ou estruturadas. Nas deformidades flexíveis ou funcionais, a manobra produz a correção do posicionamento dos dedos indicando tática diferenciada no tratamento das deformidades

50
Q

Teste de Kleiger

A

utilizado para detectar lesões no ligamento deltoide. O paciente está sentado com os joelhos em 90°. O examinador segura o pé do paciente e tenta abduzir o antepé. O teste é positivo se o paciente se queixar de dor medial e lateralmente. O examinador pode sentir o tálus se deslocar levemente do maléolo medial.

51
Q

Teste de Hoffa

A

o paciente se posiciona em decúbito ventral com os pés pendentes para fora da mesa. O examinador palpa os tendões calcâneos bilateralmente, enquanto o paciente realiza flexão plantar e dorsal. O tendão do lado lesado encontra-se menos retesado do que o do lado normal. Pode haver também dorsiflexão aumentada no lado lesado. O teste é positivo para fratura de calcâneo.

52
Q

Teste de Tinel no tornozelo

A

o sinal de Tinel deve ser pesquisado em duas regiões do tornozelo. O ramo tibial anterior do nervo fibular profundo pode ser testado na região anterior do tornozelo. O nervo tibial posterior pode ser testado na região posterior ao maléolo medial. Em ambos os casos, a sensação de parestesia é sinal positivo para o teste.

53
Q

Teste de Buerger

A

destinado para avaliação do suprimento arterial no membro inferior. O paciente posiciona-se em posição supina enquanto o examinador eleva a perna do paciente a 45° durante no mínimo 3 minutos. O suprimento sanguíneo é deficiente se o dorso do pé descorar e as veias proeminentes colapsarem quando a perna é elevada inicialmente. É solicitado ao paciente para sentar-se, com as pernas pendentes. Se levar de 1 a 2 minutos para se observar a cianose avermelhada da pele e para as veias se encherem e se tornarem proeminentes, o teste é confirmado como positivo.

54
Q

Teste do músculo tríceps sural

A

o músculo tríceps sural, principal flexor do tornozelo, é facilmente testado solicitando-se ao paciente que fique na ponta dos pés. A prova pode ser potencializada ao solicitarmos ao paciente que permaneça na ponta de apenas um dos pés

55
Q

Teste do músculo tibial anterior

A

fixando-se a perna com uma das mãos e com a outra a porção anterior do pé, solicita-se ao paciente que realize dorsiflexão do tornozelo. O tibial anterior é o mais importante extensor do tornozelo, mas é auxiliado pelo extensor do hálux e pelo extensor comum dos dedos. Devemos, enquanto fazemos a prova de avaliação do tibial anterior, constatar sua presença por meio da impressão que seu tendão imprime sob a pele durante o esforço. Sua atuação também pode ser avaliada durante a manobra da inversão e adução contra a resistência utilizada para testar o músculo tibial posterior.

56
Q

Teste do músculo tibial posterior

A

realizado mantendo-se fixa a extremidade inferior da perna ao mesmo tempo que o paciente tenta realizar inversão e adução do pé contra a resistência oferecida pelo examinador. Ambos os inversores do pé – os músculos tibiais anterior e posterior – são testados nessa manobra. Não é possível isolar a ação de cada um dos músculos nessa manobra

57
Q

Teste dos músculos fibulares curto e longo

A

realizado estabilizando-se a perna com uma das mãos e solicitando ao paciente que faça abdução e eversão do pé ao mesmo tempo que se aplica resistência contra esses movimentos. Ambos os fibulares realizam a eversão do pé, porém a ação específica do fibular longo pode ser sentida ao constatarmos o abaixamento do primeiro raio metatársico durante a realização dessa manobra. São observações difíceis de quantificar, mas o examinador experiente consegue perceber a ação de cada músculo e, embora sem poder isolá-las completamente, avaliar sua efetividade.

58
Q

Teste do músculo extensor longo do hálux

A

realizado ao solicitar ao paciente que faça a extensão do hálux, enquanto o examinador procura mantê-lo imóvel a partir de sua extremidade distal. Esse tendão, quando acionado contra a resistência, determina o aparecimento de silhueta bastante visível na região dorsal do pé. Na região do tornozelo, o tendão torna-se menos saliente por ter sido envolvido pelo retináculo dos extensores, porém constitui importante marco anatômico utilizado, em conjunto, com o tendão do músculo tibial anterior, como referência para inúmeros procedimentos relativos à articulação do tornozelo. A ação do extensor longo do hálux faz-se sentir principalmente sobre a articulação interfalângica, razão pela qual devemos tomar o cuidado de circunscrever, a essa articulação, a resistência para a realização da prova

59
Q

Teste do músculo flexor longo do hálux

A

o paciente é solicitado para realizar a flexão da articulação interfalângica do hálux ao mesmo tempo que o examinador aplica resistência contra esse movimento na polpa digital. A ação do músculo flexor longo do hálux faz-se principalmente sobre a falange distal do hálux. Sua avaliação exige o posicionamento correto do examinador e das forças de resistência sob risco de não ser obtida a avaliação pretendida

60
Q

Teste do músculo flexor curto do hálux

A

com o pé mantido em flexão plantar e estabilizado pelo calcanhar, o paciente é solicitado a realizar flexão da articulação metatarsofalângica do hálux, ao mesmo tempo que o examinador aplica resistência contra esse movimento na região plantar da falange proximal do hálux

61
Q

Teste do músculo extensor longo dos dedos

A

ao mesmo tempo que o paciente é solicitado a realizar a extensão das articulações interfalângicas distais dos quatro pequenos dedos laterais (II ao V), o examinador aplica força contrária a esse movimento na face dorsal das extremidades dos pequenos artelhos – região das falanges distais

62
Q

Teste do músculo extensor curto dos dedos

A

mantendo-se estáveis as interfalângicas dos pequenos dedos e o tornozelo, solicita-se ao paciente que realize a extensão da articulação metatarsofalângica dos quatro dedos laterais

63
Q

Teste do músculo flexor longo dos dedos

A

mantendo, com uma das mãos, estabilizadas as metatarsofalângicas dos quatro artelhos laterais, o examinador aplica força extensora nas polpas desses mesmos dedos solicitando ao paciente que realize flexão de suas articulações interfalângicas

64
Q

Teste dos músculos lumbricais

A

o examinador estabiliza as cabeças dos metatarsos laterais (II ao V) por sua face plantar, enquanto o paciente é solicitado a fletir as articulações metatarsofalângicas dos mesmos raios. Durante a manobra, os lumbricais, agindo normalmente, promovem a extensão das articulações interfalângicas

65
Q

Teste dos músculos interósseos

A

após a estabilização das articulações metatarsofalângicas, solicita-se ao paciente que realize a extensão das articulações interfalângicas contra a resistência. Por não ser comum a habilidade de abdução e adução dos artelhos, a solicitação desse movimento para a avaliação dos músculos interósseos nos pés perde importância clínica, diferentemente do exame das mãos.