GO - Oncologia Flashcards
DOENÇAS DA MAMA
Derrame papilar - etiologias | avaliação | manejo
Etiologias
- Galactorreia: descarga láctea, bilateral
- Pseudo-derrames: papilas invertidas, erosões traumáticas, lesões eczematoides
- AFBM: seroesverdeada, associada a mastalgia e nódulos
- Ectasia ductal: descarga amarelo-verdeada e espessa
- Papiloma intraductal: maior causa de descarga sanguinolenta → sempre descargar malignidade
- Carcinoma: descarga em água de rocha ou sanguinolenta
- Gravidez: sanguinolenta/láctea
- Mastite: descarga purulenta
Avaliação
- Patológico: descarga espontânea, uniductal, unilateral, aquosa ou sanguínea, profusa e persistente
- Citopatologia da descarga: se negativa, não exclui câncer
- Exame de imagem se descargas suspeitas → excluir nódulos e microcalcificações
* MMG se > 40 anos
* USG MM se jovem/gestante ou como exame complementar
- Bx se alteração suspeita nas imagens OU se forte suspeita clínica mesmo sem alteração
Manejo
- Fisiológico: orientar e tranquilizar
- Galactorreia
* Causa farmacológica: suspender medicamento
* Micro/macroadenoma: cabergolina ou bromocriptina
- Patológico: biópsia cx
* Papiloma: exérese do ducto
* Câncer: estadiamento
DOENÇAS DA MAMA
Adensamento e cisto - AFBM | adensamentos | cistos | USG MM (benignidade X malignidade)
AFBM: alteração funcional benigna da mama
- Clínica: mastalgia cíclica + adensamentos + cistos
* Derrame papilar bilateral, multiductal, seroesverdeado
* Adensamento mais central, móvel, firme-elástico, indolor
- USG MM: visualização dos cistos, diferenciação de benignidade X malignidade
- Excluir câncer, orientar e tranquilizar + sustentação adequada e analgésicos SN
Adensamentos: excluir câncer e acompanhar
Cistos: expectante ou PAAF
* Indicações de cx: > 2 recidivas, conteúdo sanguinolento, massa residual (sólido-cístico) ou nódulo sólido
USG MM
- Critérios de benignidade
* Lesão anecoica, bem delimitada, com diâmetro lateral > vertical
* Reforço acústico posterior e sombra lateral
* Cápsula ecogênica
- Critérios de malignidade
* Ecos irregulares
* Lesão com contornos irregulares e diâmetro vertical > lateral
* Sombra acústica posterior
DOENÇAS DA MAMA
Nódulo - benignidade X malignidade | avaliação | fibroadenoma | tumor filoides | esteatonecrose | papiloma intraductal
Benignidade: nódulos móveis, firme-elásticos, regulares e bem definidos, sem demais achados
Malignidade: nódulos aderidos, endurecidos/pétreos, irregulares e mal definidos, com derrame sanguinolento/aquoso e alteração de pele associada
Avaliação
- PAAF: conduta terapêutica
- USG MM: diferenciar nódulo sólido de cístico; MMG inconclusiva; jovem/gestante
- MMG diagnóstica
- Diagnóstico HP: biópsias
* Ambulatorial
~ Core-biopsy: nódulos
~ Mamotomia (vácuo): microcalcificações
* Cirúrgica
~ Incisional: tumores maiores
~ Excisional: tumores menores ou lesões císticas
Fibroadenoma
- Jovens (20-35 anos) assintomáticas
- Consistência fibroelástica, estroma hipocelular
- Manejo: exérese se > 35 anos ou tamanho maior
Tumor filoides
- Pacientes de 30-50 anos
- Crescimento rápido e estroma hipercelular
- Recorrência local
- Manejo: exérese com margem
Esteatonecrose: nódulo após trauma que aparece mais em mamas volumosas
Papiloma intraductal
- Pacientes de 30-50 anos
- DP sanguinolento + nódulo único
- Manejo: incisão justa ou periareolar + exérese do ducto
DOENÇAS DA MAMA
MMG - rastreio | diagnóstica | BIRADS
Rastreio: pcte assintomática, indicações específicas
Diagnóstica: avaliação de nódulos palpáveis
Classificação de BIRADS
- 0: inconclusivo → USG MM, RM ou MMG
- 1: sem achados mamográficos → repetir de acordo com faixa etária
- 2: achados benignos → repetir de acordo com faixa etária
- 3: achados provavelmente benignos → MMG semestral no 1º ano, anual no 2-3º ano
- 4: achados suspeitos de malignidade → biópsia
- 5: achados sugestivos de malignidade → biópsia
- 6: achados com malignidade confirmada
DOENÇAS DA MAMA
Mastalgia - classificação | avaliação | manejo
Mastite puerperal aguda - causas | agentes | diagnóstico | manejo | complicação
Classificação
- Cíclica: bilateral, difusa e varia conforme o ciclo → mais na fase lútea tardia
* Sensação de peso/hipersensibilidade
* Inicia por volta dos 30 anos
* Etiologia típica: AFBM
- Acíclica: sem associação com o ciclo, unilateral e localizada
* Sensação de queimação/pontada
* Inicia por volta dos 40 anos
* Etiologias possíveis: ectasia ductal, mastite, adenose esclerosante
- Extra-mamária: parede torácica ou em outros sítios
Avaliação
- Imagem: RX de tórax, MMG ou USG MM (excluir possibilidade de câncer)
Manejo
- Expectante: tranquilizar e orientar; sustentação adequada da mama
- Farmacológico se sintomas > 6 meses ou alteração de qualidade de vida
* Tamoxifeno: mais eficaz → cuidar indicação
* Danazol: único liberado pelo FDA → EA: hiperandrogenismo
* Analgésicos + AINE: dor extra-mamária
Mastite puerperal aguda
- 2-5ª semana de puerpério
- Causas: pega incorreta, fissura mamária, estase láctea, má higiene
- Agentes: s. aureus, s. epidermidis
- Diagnóstico: sinais flogísticos na mama + febre
- Manejo: AM + sustentação da mama e pega do RN + cefalexina
- Complicação: abcesso mamário → ATB + drenagem
DOENÇAS MALIGNAS DA MAMA - FR | rastreio (risco habitual X alto risco) | tipos histológicos | manejo
FR: sexo feminino, idade > 40 anos, história prévia, HF+, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, idosa, dieta rica em gordura, obesidade, TH/ACO, BRCA 1 e 2, lesões de risco
Rastreio
- População de risco habitual
* MS: MMG bienal a partir de 50-69 anos
* FEBRASGO: MMG anual a partir de 40 anos
- População de alto risco → iniciar rastreio antes
* Parentes de 1º grau antes dos 50 anos, parente de 1º grau com Ca ovário ou Ca mama bilateral, parente masculino com Ca mama, lesões atípicas ou Ca lobular in situ, BRCA 1 ou 2, RT entre 10-30 anos de idade
Tipos histológicos
- Carcinoma ductal infiltrante (CDI): mais comum
- Carcinoma lobular infiltrante (CLI): bilateralidade e multicentricidade
- Carcinoma inflamatório: pior prognóstico, MTX precoce, localmente avançado
- Doença de Paget
* Clínica: lesão unilateral, com destruição do complexo aréolo-papilar e ausência de prurido
* Não responde ao corticoide
* Biópsia: cél. gigantes de Paget
* Diag. diferencial de eczema arteriolar benigno
Manejo
- Cirúrgico
* Conservador: lesão in situ ou < 20% da mama → RT após
* Radical: lesão > 20% da mama ou multicêntrica
~ Simples: sem EA; exérese de mama e pele
~ Halsted: EA + exérese de mama, pele e m. peitoral maior e menor → mais invasiva, pouco realizada
~ Patey: EA + exérese de mama, pele e m. peitoral menor
~ Madden: EA + exérese da mama e pele → mais realizada
- Investigação da axila
* BLS: negativo evita dissecção axilar radical
* Indicações absolutas de EA: LFN + clinicamente OU tumor localmente avançado
- Tto adjuvante: QT ou RT
* Indicações de QT: tumores > 1 cm, LFN+, expressão do HER2, receptor hormonal negativo
* Indicações de RT: tumores > 4 cm ou pós-cx conservadora
QT neoadjuvante: pré-operatória para reduzir dimensões tumorais
- Hormonioterapia: receptor estrogênio positivo
* Pré-menopausa: tamoxifeno
* Pós-menopausa: inibidor de aromatase
- Terapia alvo dirigida: superexpressão de HER2
* 1ª linha: trastuzumabe
* Lapatinibe se falha ou doença MTX
DOENÇA MALIGNA DOS OVÁRIOS - FR | fatores de proteção | rastreio | diagnóstico | benignidade X malignidade | marcadores | tipos histológicos | manejo
FR: HF+, idade > 60 anos, BRCA, Sd. de Lynch II, exposição estrogênica, IO, tabagismo
Fatores de proteção: exposição a PG, amamentação, uso de anovulatórios, salpingo-ooforectomia, laqueadura tubária
Rastreio: não indicado
Diagnóstico
- Clínica + USG TV → SUSPEITAA
* Sólida
* USG doppler com baixa resistência
* Septada
* Papilas
* Espessamento de parede
* Irregular
* Tamanho > 8 cm
* Antes ou após o menacme
* Ascite
- Definitivo: HP
Benignidade: móvel, cístico, unilateral, fundo de saco liso
Malignidade: aderido, endurecido, bilateral, fundo de saco nodular e ascite presente
Marcadores tumorais
- CA 125: inespecífico; tumores epiteliais
* Complementar à avaliação tumoral e seguimento pós-tto
- CA 19.9: mais comum de tumor mucinoso
- CEA: tumores mucinosos ou tumores embrionários
- HCG e AFP: coriocarcinomas
Tipos histológicos
- Benignos
* Não-neoplásicos: cistos funcionais (folicular/corpo lúteo), endometriomas → expectante, pode usar ACO para impedir progressão; se persistência, laparoscopia + congelação
* Neoplásicos: teratoma (risco de torção), cistoadenoma, fibromas, struma ovarii
* Sd. de Meigs: tumor ovariano benigno + ascite + derrame pleural
- Malignos
* Epiteliais
~ Adenocarcinoma seroso: mais comum dos malignos
~ Adenocarcinoma mucinoso: pseudomixoma peritoneal
* Germinativos
~ Disgerminoma: mais comum
~ Teratoma imaturo: pseudopuberdade precoce
* Cordão sexual: androblastoma (sobrecarga androgênica → virilização)
* Tumor de Krukenberg: MTX GI para o ovário (cél. em anel de sinete)
Manejo
- Lavado peritoneal + inventário de cavidade + excisão do tumor principal + biópsia congelação
* Se maligno, completar estadiamento: biópsias peritoneais + histerectomia total + salpingo-ooforectomia bilateral + amentectomia infracólica + ressecção de implantes e LFN pélvicos e para-aórticos
- QT adjuvante para a maioria das pctes, exceto se acometimento unilateral OU bilateral mas restrito aos ovários e não sendo G3
- Estadiamento
* IA: apenas um ovário
* IB: bilateral
* IC: cápsula rota ou citologia +
DOENÇAS DO ENDOMÉTRIO - FR | fatores de proteção | clínica | diagnóstico
Hiperplasia endometrial - fluxograma
Câncer de endométrio - tipo histológico | estadiamento | manejo
FR: obesidade, nuliparidade, anovulação crônica, menarca precoce, menopausa tardia, hiperplasia atípica, raça branca, > 60 anos, DM, HAS
Fatores de proteção: tabagismo, ACO, SIU de LNG , multiparidade
Clínica: SUA na pós-menopausa
Diagnóstico
- 1º exame: USG
* Investigação se endométrio na pós-menopausa > 4-5 mm sem TH ou > 8 mm com TH OU se presença de FR ou persistência de SUA mesmo sem alteração na eco
- HP (indicações: suspeita clínica + USGTV)
Hiperplasia endometrial
- Hiperplasia sem atipia: abordar FR, terapia medicamentosa e observar (biópsia endometrial a cada 6 meses)
- Hiperplasia atípica ou NIE: histerectomia total + SOB + coleta de lavado peritoneal
* Se desejo reprodutivo OU cx contraindicada: abordar FR, terapia medicamentosa e observar (bx endometrial a cada 3 meses)
Câncer de endométrio
- Tipo histológico: adenocarcinoma endometrioide
- Estadiamento – FIGO
* Estádio I (restrito ao útero)
* Estádio II (estroma cervical)
* Estádio III (outros sítios ginecológicos e LFN)
* Estádio IV (sítios não ginecológicos e distantes)
- Manejo
* Inoperável: apenas RT
* Doença restrita ao útero
~ Estádio I e baixo risco: observação
~ Estádio I e moderado/alto risco: RT + reforço da cúpula
~ Estádios II, III e IV: RT (+ QT se MTX extrapélvicas)
* Suspeita de envolvimento cervical: RM, EZT, biópsia de colo ou curetagem de canal cervical
~ Confirmação de envolvimento cervical inoperável: QT + RT
CÂNCER DE COLO UTERINO - FR | clínica | colpocitologia | lesões precursoras | colposcopia + biópsia | HP | estadiamento e manejo
FR: HPV, coitarca precoce, múltiplos parceiros sexuais, ISTs, ACO, tabagismo, baixa imunidade, multiparidade, desnutrição, má higiene, baixo nível socioeconômico, radiação ionizante
Clínica
- LIE/iniciais: assintomáticas ou sinusorragia
- Avançados: dor, corrimento fétido, SUA (metrorragia)
Colpocitologia → prevenção 2ª (rastreio)
- Indicações: mulheres dos 25 aos 64 anos, após a sexarca
*PVHIV: coleta após a sexarca, a cada 6 meses no primeiro ano; após, coletar CD4 (se < 200, manter a cada 6 meses)
- Coleta anual; após 2 negativos, pode colher a cada 3 anos
Lesões precursoras cervicais
- LIE-BG: controle citológico; se PVHIV, colposcopia
* Pcte < 25 anos em 3 anos; pcte > 25 anos em 6 meses
- ASC-US: controle citológico; se PVHIV, colposcopia
* Pcte < 25 anos em 3 anos; pcte entre 25-29 anos em 1 ano; pcte > 30 anos em 6 meses
- ASC-H: colposcopia
- AGC: colposcopia + avaliação do canal cervical
- LIE-AG: colposcopia
- AOI: colposcopia
Colposcopia + biópsia
- Áreas suspeitas: acetobrancas e Schiller negativas
- Achados sugestivos de Ca invasor: vasos atípicos, superfície irregular, erosão
Histopatológico
- NIC 1: manejo expectante ou destrutivo
* Crioterapia ou cauterização
- NIC > 2: exérese
* EZT do tipo 3 (conização)
Estadiamento e manejo
- Estádio 0: carcinoma in situ → EZT tipo 3
- Estádio 1: restrito ao colo do útero → histerectomia
- Estádio 2: vagina/paramétrio → se paramétrio livre, histerectomia; senão, QT+RT
- Estádio 3: vagina/pelve/rim/LFN → QT+RT
- Estádio 4: bexiga/reto/MTX distância → QT+RT