CLM 9 - SIDA Flashcards
Qual subtipo de HIV mais comum no Brasil?
HIV-1, grupo M, subtipo B
Defina janela diagnóstica da infecção pelo HIV.
Período entre a infecção pelo HIV e o aparecimento de algum marcador da infecção, seja RNA viral, DNA proviral, antígenos, anticorpos. Varia de acordo com o teste empregado.
Defina janela de soroconversão (janela imunológica) da infecção pelo HIV.
Período entre a infecção pelo HIV e o diagnóstico por meio de testes sorológicos que detectam anticorpos anti-HIV.
Defina janela clínica (período de incubação) da infecção pelo HIV.
Período entre a infecção pelo HIV e o surgimento de sinais e sintomas clínicos.
Qual principal marcador prognóstico da infecção pelo HIV?
Duração do setpoint viral.
Quanto classificar como Aids pela contagem de CD4?
< 200
Qual antígeno é pesquisado no PCR para HIV?
p24
Quais são as 3 fases da história natural da infecção pelo HIV e quais as principais manifestações de cada uma?
Infecção aguda: síndrome mono-like (febre, adenopatia, rash cutâneo, faringite, mialgia)
Latência clínica: assintomática ou linfonodomegalia generalizada persistente
Sintomática (fase precoce e fase Aids): infecções oportunistas
Cite 3 neoplasias definidoras de Aids.
Carcinoma cervical invasivo, sarcoma de Kaposi e linfoma não-Hodgkin
Qual fluxograma diagnóstico para infecção pelo HIV pode ser empregado em situações de vulnerabilidade ou falta de recursos? (ex: pronto-socorro, violência sexual, serviço de saúde sem infra-estrutura).
2 testes rápidos (TR1 e TR2)
Qual o fluxograma diagnóstico de escolha para infecção pelo HIV?
Imunoensaio de 4a geração seguido de teste molecular confirmatório (RNA viral).
Quando se utiliza o fluxograma de dois testes rápidos, quando considerar Amostra Reagente para HIV? Qual a conduta a seguir?
Quando os 2 testes rápidos são reagentes.
Conduta: Encaminhar para realização de teste molecular (HIV-RNA).
Quando se utiliza o fluxograma de imunoensaio + teste molecular, quando considerar Amostra Reagente para HIV? Qual a conduta a seguir?
Imunoensaio reagente e HIV-RNA reagente.
Conduta: Encaminhar para 2a amostra de imunoensaio.
Qual a conduta diante de 2 testes rápidos para HIV com resultados discordantes?
Repetir os testes ou fazer imunoensaio (ELISA).
Qual a conduta diante de um imunoensaio reagente para HIV seguido de teste molecular negativo?
Solicitar Western-Blot ou Imuno-blot.
Quais são as indicações para TARV?
Todas as pessoas portadoras de HIV
Quais são as indicações prioritárias para TARV? (6)
- Sintomáticos.
- Assintomáticos com CD4 < 350.
- Gestantes.
- Tuberculose ativa (qualquer forma clínica).
- Hepatite B ou C.
- Risco cardiovascular elevado.
Qual esquema inicial padrão de TARV?
TDF + 3TC + DTG
Cite 2 efeitos adversos do TDF e quais drogas podem ser utilizadas para substituir.
Nefrotoxicidade e osteoporose. ABC ou AZT.
O dolutegravir tem interação medicamentosa importante com quais drogas? Qual a opção para substituir em pacientes que façam uso dessas drogas?
Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital. Substituir por EFV.
Esquema de TARV de escolha no paciente com coinfecção TB-HIV.
TDF + 3TC + EFV.
Se TB grave: TDF + 3TC + RAL.
Em quais grupos de paciente se deve realizar genotipagem antes de iniciar a TARV? (4)
Gestantes
Crianças com HIV
TB ativa
Pessoas que tenham se infectado com parceiro em uso de TARV
Não esperar o resultado para iniciar. Adequar a TARV depois, se necessário.
Principal efeito adverso do efavirenz
Manifestações neuropsiquiátricas (alucinações, letargia, pesadelos)
O efavirenz é contraindicado na gestação pelo efeito teratogênico. V ou F?
F. Foi demonstrado que o efavirenz não é teratogênico.
A lamivudina (3TC) tem poucos efeitos colaterais. V ou F?
V
Defina falha virológica.
CV > 1000 após 6 meses de tratamento regular ou CV detectável (rebote) em indivíduos que haviam atingido CV indetectável.
Quando suspeitar de Síndrome da Reconstituição Imune?
Piora clínica 4-8 semanas após o início, reintrodução ou modificação da TARV, a despeito de boa resposta laboratorial ao tratamento (↑ CD4 e ↓ CV).
Quais os antirretrovirais utilizadas na PrEP?
TDF + Entricitabina continuo
Quais os fármacos utilizadas na PEP?
TDF + 3TC + DTG por 28 dias
Quais são os grupos de risco para receber PrEP? (4)
Gays e HSH
Pessoas trans
Profissionais do sexo
Parcerias sorodiscordantes
Quais são os critérios de indicação para receber PrEP? (3)
Relação sexual anal ou vaginal sem preservativo nos últimos 06 meses
Episódios recorrentes de outras ISTs
Uso repetido da PEP
Em no máximo quantas horas após a exposição pode ser iniciada a PEP?
72h (ideal: 2h)
Conduta para acidentes com material biológico em relação ao HIV.
Testar pessoa exposta e pessoa fonte (TR).
Fonte desconhecida ou sabidamente positiva: PEP.
Fonte negativa ou exposta positiva: não fazer PEP.
Quais as secreções são contaminantes para o HIV?
Sangue, secreção genital, líquido de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquido articular, líquor.
Gestante portadora de HIV: conduta no pré-natal.
TARV com TDF + 3TC + RAL para todas a partir da 14ª semana
Gestante portadora de HIV: qual deve ser a via de parto?
Cesariana eletiva com 38 semanas, exceto se uso regular de TARV com registro de CV < 1000 cópias após 34 semanas
Gestante portadora de HIV: quando dispensar o AZT IV durante o parto?
Registro de CV indetectável após 34 semanas.
Puérpera portadora de HIV: conduta.
Contraindicar aleitamento (inclusive o cruzado).
RN’s de mães com HIV: quais as condutas universais? (2)
- AZT por 4 semanas.
- Profilaxia de PCP com SMX-TMP a partir de 4 semanas de vida, até definição diagnóstica.
RN’s de mães com HIV: quando associar nevirapina? (5)
- Mãe sem ARV na gestação.
- Mãe com má adesão.
- CV > 1000 ou desconhecida no 3º trimestre.
- Mãe com ISTs.
- Mãe sem diagnóstico prévio com TR positivo no parto.
Cite 2 cuidados com o RN de mãe HIV + que podem ser tomados ainda na sala de parto.
- Banho precoce.
- Cuidado com aspiração de vias aéreas se esta for necessária, evitar traumatismo de mucosas.
Quais os esquemas de TARV indicados para crianças com HIV de acordo com a faixa etária?
14 dias a 3 meses: 3TC + AZT + LPV/r
3 meses a 2 anos: 3TC + ABC + LPV/r
2 anos a 12 anos: 3TC + ABC + RAL
> 12 anos: TDF + 3TC + DTG
Como fazer diagnóstico de infecção pelo HIV em crianças < 18 meses?
Colher duas cargas virais.
- Primeira: 2 semanas após o fim da profilaxia (ou imediatamente se não tiver feito profilaxia).
- Segunda: se primeira positiva, colher imediatamente. Se primeira negativa, colher 6 semanas após o fim da profilaxia.
Pneumocistose: qual agente etiológico?
Pneumocystis jirovecii
Quais manifestações clínicas da pneumocistose?
Evolução insidiosa, febre, tosse seca, dispneia progressiva, hipoxemia, elevação de LDH.
Qual padrão radiológico típico da pneumocistose?
Infiltrado bilateral peri-hilar, sem linfonodomegalia ou derrame pleural
Pneumocistose: qual o tratamento?
SMX-TMP VO ou IV por 21 dias
Corticoide se PaO2 ≤ 70% em AA
Pneumocistose: qual o tratamento para alérgicos a sulfa?
Clindamicina + primaquina
Distúrbio hidroeletrolítico que pode ocorrer como efeito adverso do Bactrim
Hipercalemia
Quais as indicações e qual fármaco utilizado para profilaxia de pneumocistose?
Primária: todos com CD4 < 200, cândida oral ou febre de origem indeterminada > 2 semanas.
Secundária: todos que já tiveram PCP.
Fármaco utilizado: SMX-TMP.
Pneumocistose: com quais níveis de CD4 aparece?
< 200
TB e HIV: qual doença tratar primeiro?
Paciente em uso prévio de TARV diagnosticado com TB: iniciar esquema RIPE imediatamente
Paciente diagnosticado simultaneamente com HIV e TB: iniciar esquema RIPE imediatamente e iniciar TARV após 8 semanas da introdução do RIPE, ou 2 semanas se CD4 < 50.
Tuberculose: com quais níveis de CD4 aparece?
Qualquer nível
Sarcoma de Kaposi: apresentação clínica característica.
Lesões cutâneas violáceas, linfonodomegalia, dispneia, tosse persistente não produtiva, dor torácica.
Qual vírus relacionado ao sarcoma de Kaposi?
Herpesvírus 8 (HHV-8)
Sarcoma de Kaposi: com qual nível de CD4 aparece?
< 200
Leucoplasia pilosa oral: com qual vírus se relaciona?
Vírus Epstein-Barr (EBV)
Micobacteriose atipica: com qual nivel de CD4 aparece?
< 50
Micobacteriose atipica: apresentação clínica característica.
Febre, perda de peso, episódios de enterite, sintomas respiratórios.
Micobacteriose atipica: tratamento.
Claritromicina + etambutol
Histoplasmose: apresentação clínica característica no paciente com HIV.
Forma disseminada aguda
Histoplasmose: com quais níveis de CD4 aparece?
< 100
Histoplasmose disseminada: tratamento.
Anforeticina B por 14 dias + Itraconazol por 1 ano.
Principal causa de meningoencefalite em pacientes com Aids
Meningite criptocócica (Cryptococcus neoformans)
Meningite criptocócica: diagnóstico.
Análise do líquor com alta pressão liquórica e achado de Cryptococcus neoformans por meio de coloração com tinta nanquim.
Meningite criptocócica: tratamento.
Anfotericina B por 2 semanas seguido de fluconazol por 8 semanas. Avaliar punção liquórica de alívio.
Meningite criptocócica: com quais níveis de CD4 aparece?
< 100
No que pensar em pacientes com SIDA que apresentam encefalite + lesão focal?
Neurotoxoplasmose
Neurotoxoplasmose: com quais níveis de CD4 aparece?
< 100
Neurotoxoplasmose: alteração característica na neuroimagem.
Lesões múltiplas, esféricas, hipodensas, com edema perilesional e realce de contraste em anel.
Neurotoxoplasmose: tratamento.
Sulfadiazina + Pirimetamina + Ácido folínico por 6 semanas
“Neurotoxo que não melhora com tratamento em 14 dias”
Linfoma primário do SNC
Neurotoxoplasmose: tratamento em alérgicos a sulfa.
Substituir sulfadiazina por clindamicina ou azitromicina, mantendo a pirimetamina e ácido folínico.
Qual a utilidade do ácido folínico no tratamento da neurotoxoplasmose?
Prevenir mielotoxicidade da pirimetamina.
Linfoma primário de SNC: qual vírus relacionado?
Vírus Epstein-Barr (EBV)
Linfoma primário de SNC: com qual nível de CD4 aparece?
< 50
No que pensar em pacientes com SIDA que apresente numa neuroimagem lesão com hipersinal em T2, sem realce pós-contraste, sem efeito de massa, localizada na substância branca?
Leucoencefalopatia multifocal progressiva
Leucoencefalopatia multifocal progressiva: qual vírus relacionado?
Vírus JC
Leucoencefalopatia multifocal progressiva: com qual nível de CD4 aparece?
< 200
Encefalite pelo HIV: qual a apresentação clínica e radiológica típica?
Clínica: síndrome demencial.
Radiológica: atrofia cerebral.
Cite 3 agentes etiológicos oportunistas de diarreia no paciente com HIV.
Criptosporídio, microsporídio e Isospora belli.
Principal manifestação do sistema cardiovascular em paciente com HIV.
DAC
Principal manifestação endócrino-metabólica em paciente com HIV.
Síndrome da lipodistrofia
Nefropatia pelo HIV: principal padrão histopatológico.
GEFS
Candidíase oral: tratamento.
Fluconazol VO 7 a 14 dias ou Nistatina suspensão oral.
Candidíase esofágica: tratamento.
Fluconazol VO ou IV (depende se paciente consegue ou não deglutir), Anfotericina desoxicolato se refratário
Tuberculose: como realizar profilaxia no paciente HIV?
Rifampicina ou Isoniazida se: CD4 < 350 independente do PPD ou IGRA, CD4 > 350 com PPD ≥ 5mm ou IGRA positivo ou contato intradomiciliar com bacilífero independente do CD4.