Cirurgia 8 - Trauma Flashcards
Quais as indicações de estabelecer via aérea artificial no trauma? (4)
- Apneia
- Incapacidade de proteger VA
- Incapacidade de manter oxigenação
- Glasgow ≤ 8
Diferencie via aérea artificial definitiva da temporária e cite alguns exemplos de cada uma
- Definitiva: protege via aérea (tem balonete). IOT, intubação nasotraqueal, crico cirúrgica, traqueostomia.
- Temporária: não protege via áerea. Crico por punção, máscara laríngea, combitubo.
Qual a conduta para estabelecer VA artificial em paciente que não foi possível intubar?
Máscara laríngea ou combitubo enquanto providencia via aérea cirúrgica
Quais as contraindicações à crico cirúrgica?
Criança < 12 anos ou “sufoco”
Por quanto tempo pode ser deixada a crico por punção?
30-45 min, devido ao risco de carbonarcose
Como estabelecer VA artificial num paciente com suspeita de fratura de laringe (rouquidão, enfisema subcutâneo cervical, palpação de crepitações em topografia laríngea)?
Tentar IOT ou crico cirúrgica. Caso não obtenha sucesso, traqueostomia.
Como deve ser feita a reposição volêmica inicial no paciente vítima de trauma?
Adulto: 1L de SF 0,9% ou RL aquecido
Criança: 20ml/kg
OBS: lembrar da hipotensão permissiva, não hiperidratar!
Classifique o choque hipovolêmico quanto à FC, PA e necessidade de transfusão de hemoderivados (graus I a IV)
Grau I: FC < 100, PA normal, s/ necessidade de transfusão
Grau II: FC > 100, PA normal, talvez tenha necessidade de transfusão
Grau III: FC > 120, hipotensão, transfundir
Grau IV: FC > 140, hipotensão, protocolo de transfusão maciça
Descreva o protocolo de transfusão maciça
10 UI em 24h ou 4 UI em 1h na proporção de 1 CH : 1 CP : 01 PFC
Qual a limitação ao uso do ácido tranexâmico no trauma?
Só pode ser iniciado em até 3h
Qual melhor parâmetro para avaliar a efetividade tratamento do choque hipovolêmico?
Débito urinário
- Adulto: > 0,5ml/kg/h
- Criança: > 1 ml/kg/h
- < 1 ano: > 2ml/kg/h
Quais as contraindicações para sondagem vesical no trauma? Qual a conduta nesses casos?
- Hematoma perineal
- Sangramento no meato uretral
- Fratura pélvica com instabilidade
- Retenção urinária
CD: Uretrocistografia retrógrada
Como monitorizar a diurese em pacientes que tem contraindicação à sondagem vesical?
Cistostomia aberta
Manifestações clínicas de pneumotórax hipertensivo (5).
MV reduzido ou abolido, hipertimpanismo, desvio de traqueia, turgência de jugulares e hipotensão.
Qual a conduta imediata para pneumotórax hipertensivo traumático?
Toracocentese
Sabiston: 2º EIC na LHC
ATLS: 5º EIC entre a LAA e a LAM
Qual a conduta definitiva para pneumotórax hipertensivo traumático?
Drenagem torácica (5º EIC entre a LAA e a LAM)
Qual a conduta imediata para o pneumotórax aberto?
Curativo de 3 pontos
Qual a conduta definitiva para o pneumotórax aberto?
Drenagem torácica (5º EIC entre a LAA e a LAM)
Em quais casos se deve drenar um pneumotórax simples?
Transporte aéreo ou VM
Como definir tórax instável?
Fratura em 2 ou mais arcos costais consecutivos em pelo menos 2 pontos em cada arco.
Paciente politraumatizado fratura de múltiplos arcos costais, que apresenta crepitação, hipoxemia e consolidação na radiografia de tórax. Suspeita?
Contusão pulmonar.
Conduta na contusão pulmonar.
Suporte (analgesia, oxigenoterapia, oximetria de pulso e gasometrias seriadas)
Manifestações clínicas de hemotórax (3).
MV reduzido, macicez à percussão , jugular colabada.
Qual a conduta no hemotórax?
Drenagem torácica (5º EIC entre a LAA e a LAM)
Quando suspeitar que um hemotórax é maciço? Qual a conduta nesse caso?
- Instabilidade mesmo após drenagem
- Drenagem inicial > 1500ml
- Débito do dreno 200-300ml entre 2-4h
CD: toracotomia com reparo da lesão
Quais são os critérios para realizar toracotomia de reanimação? (3)
- PCR pós-traumática
- Trauma de tórax
- Sinais de vita (pupilas reagentes, movimentação de extremidade, ECG com atividade organizada)
Quais os objetivos da toracotomia de reanimação? (5)
- Massagem cardíaca direta
- Acesso ao saco pericárdico
- Clampear a aorta distal
- Controle de hemorragia intratorácica
- Embolia gasosa (algumas fontes, não o ATLS)
Manifestações clínicas de tamponamento cardíaco.
- Tríade de Beck: hipotensão, turgência de jugulares e hipofonese de bulhas.
- Outras: sinal de Kussmaul e pulso paradoxal.
Qual a conduta temporária no tamponamento cardíaco?
Pericardiocentese.
Qual o tratamento definitivo para o tamponamento cardíaco?
Toracotomia com reparo da lesão.
Manifestações clínicas de contusão cardíaca
Insuficiência de VD e arritmias.
Qual a conduta na contusão cardíaca?
Suporte (monitorização, dobutamina de insuficiência de VD)
Qual órgão mais acometido no trauma abdominal fechado?
Baço
Qual órgão mais acometido no trauma abdominal por PAF?
Delgado
Qual órgão mais acometido no trauma abdominal por arma branca?
Fígado
Qual órgão mais acometido quando há o sinal do cinto de segurança?
Delgado
Quando considerar um USG FAST positivo?
Aspirado inicial: > 10ml de sangue ou conteúdo TGI.
Pós-lavagem: Gram +, bile, fibras alimentares, > 100.000 hemácias, > 500 leucócitos
Quais as janelas que compõem o USG FAST?
Saco pericárdico, espaço hepatorrenal, espaço esplenorrenal e pelve (fundo de saco).
OBS: no e-FAST adiciona o espaço pleural.
Qual a utilidade da videolaparoscopia no trauma abdominal? Cite uma limitação ao seu uso.
Avaliar a transição toracoabdominal e o diafragma. Não pode ser feita em pacientes instáveis.
Defina abdome cirúrgico no trauma.
No trauma penetrante: presença de choque, peritonite ou evisceração
No trauma contuso: presença de choque, retro ou pneumoperitônio
Qual a conduta no trauma abdominal penetrante por arma de fogo, inicialmente não cirúrgico?
95% das vezes vai ser laparotomia
Lesão em dorso ou flanco: TC se estável
Qual a conduta no trauma abdominal penetrante por arma branca, inicialmente não cirúrgico?
Exploração digital.
- Não penetrou cavidade: alta.
- Penetrou cavidade: observar por 24h com hemograma seriado. Se virou abdome cirúrgico, laparotomia. Se não houve mudança do quadro, alta. Se Hb < 3 ou leucocitose, TC/FAST/LPD.
Qual a conduta no trauma abdominal contuso, inicialmente não cirúrgico?
Investigar com exame complementar:
Estável = TC.
Instável = FAST, LPD.
No que consiste a manobra de Pringle?
Clampeamento temporário do conteúdo do ligamento hepatoduodenal (artéria hepática, veia porta e ducto biliar comum).
Quando estamos autorizados a tratar o trauma hepático de forma conservadora?
Graus I a V (maioria!!!), estabilidade hemodinâmica.
Quando estamos autorizados a tratar o trauma esplênico de forma conservadora?
Graus I a III, estabilidade hemodinâmica
Trauma pancreático com lesão ductal. Qual o tratamento?
Cirúrgico:
Se corpo/cauda: pancreatectomia distal
Se cabeça: Whipple se condição do paciente permitir.
Quais os componentes da tríade letal no trauma?
Hipotermia, coagulopatia e acidose
Qual a definição de hipertensão intra-abdominal e síndrome compartimental abdominal?
Hipertensão intra-abdominal: PIA ≥ 12 mmHg
Síndrome compartimental: PIA ≥ 21 mmHg + lesão de órgão (HIA graus III e IV)
Qual a conduta na síndrome compartimental abdominal?
Grau III: conservadora (SNG, posição supina, reposição volêmica cautelosa, analgesia, sedação).
Grau IV: descompressão.
Qual mecanismo de trauma mais comum da fratura pélvica?
Compressão lateral
OBS: raramente está associado a sangramento importante
Na fratura pélvica em livro aberto o sangramento tem origem arterial ou venosa?
Venosa
Paciente com Glasgow muito baixo, porém sem alterações na imagem que sugiram lesão expansiva intracraniana. Qual a suspeita?
Lesão axonal difusa (LAD)
Quais as alterações na neuroimagem típicas do hematoma extradural e subdural?
Extradural: imagem em lente biconvexa
Subdural: imagem em lua crescente
Qual a origem do sangramento no hematoma extradural? E no subdural?
Extradural: artéria meníngea média
Subdural: veias ponte