Taquicardias Flashcards
Principais sintomas que um paciente com taquicardia refere:
Síncope, dispneia, dor torácica, palpitações, tontura, mal-estar, sensação ruim e inexplicável.
Exame de maior importância na avaliação das taquicardias:
ECG
Em que pode se resumir o tratamento da taquicardia reentrante nodal atrioventricular?
Manobras vagais e adenosina, antes da cardioversão elétrica.
Quais os dois principais elementos a ser avaliados no ECG de uma taquicardia?
Se o QRS estreito ou largo, e se os intervalos RRs, são regulares ou irregulares.
V ou F: Todas as taquicardias de QRS largo são ventriculares
Cerca de 80% das taquicardias com QRS largo são ventriculares. Um pouco menos de 20% são taquicardias supraventriculares (TSV) com condução anormal. Eventualmente, a taquicardia de QRS largo é ocasionada pela taquicardia reentrante AV antidrômica.
O que é a taquicardia atrial multifocal (TAM)?
Taquicardia atrial multifocal (TAM) é uma arritmia irregular, de QRS estreito, ondas P com ≥ 3 diferentes morfologias e de frequência variável. TAM é comumente associada a condições subjacentes, incluindo doenças pulmonares, hipertensão pulmonar, doença coronariana, doença cardíaca valvular, hipomagnesemia e terapia com teofilina.
Que taquicardia é a mais frequente em adultos jovens sem cardiopatia estrutural ou isquêmica?
Taquicardia reentrante nodal atrioventricular
O que é o flutter atrial?
Flutter e FA muitas vezes ocorrem no mesmo paciente. Metade dos pacientes com flutter atrial evoluem para FA em 5 anos. O flutter caracteriza-se por frequência atrial alta (250 a 330 bpm), morfologia das ondas P (ou ondas F) constantes e condução para o ventrículo com bloqueio 2:1 no nó AV, o que gera uma FC em torno de 150 bpm.
Sua fisiopatologia envolve um circuito de macroreentrância no átrio direito.
Como, resumidamente, tratar um paciente estável com flutter atrial?
Para paciente estável hemodinamicamente e com flutter < 48 horas de duração, em geral, indica-se a reversão da arritmia. Flutter é facilmente revertido com baixa dose de energia (50-100 J do monofásico ou bifásico).
Qual é a taquicardia de via acessória mais comum?
É a taquicardia reentrante AV ortodrômica, representando de 90 a 95% dos episódios de taquicardias em pacientes com via acessória manifesta. A forma antidrômica é mais rara.
Como resumir de forma prática a cardioversão nas taquicardias segundo o ECG?
l. QRS estreito e RR regular: 50-100 J do monofásico ou bifásico.
2. QRS estreito e RR irregular: 120-200 J do bifásico ou 200 J do monofásico.
3. QRS largo e RR regular: 100 - 360 J do monofásico ou 100-200 J bifásico.
4. QRS largo e RR irregular: deve-se olhar a morfologia do QRS no traçado, se ele muda muito ou não de forma.
a) QRS com mudança significativa de morfologia no mesmo traçado: é o padrão da TV polimórfica. Recomenda-se desfibrilar o paciente, de forma semelhante à parada cardiorrespiratória, sem acionar a sincronização do aparelho. Monofásico 360 J ou bifásico 200 J
b) QRS com morfologia semelhante em todo o traçado. Ou seja, apesar de o intervalo RR ser irregular, os QRSs são semelhantes. lsso ocorre na FA com condução anormal (p. ex., prévio bloqueio de ramo ou condução aberrante induzida pela taquicardia). Em geral, a FC é < 200 bpm. A cardioversão é aquela da FA, com 120-200 J do bifásico ou 200 J do monofásico.
c) QRS com alguma mudança de morfologia, mas não tão relevante como na TV polimórfica. A resposta ventricular costuma ser alta, em geral, com FC acima de 200 bpm. Isso ocorre na FA com pré-excitação (via acessória). Portanto, a cardioversão é a mesma daquela realizada na FA.
A partir de que valor a taquicardia costuma levar a instabilidade?
150 bpm
Critérios de gravidade desencadeados/causados pelas taquicardias:
- Baixo débito cardíaco • Sudorese, palidez, hipotensão, má perfusão periférica
- Baixa perfusão cerebral • Confusão, rebaixamento do nível de consciência, síncope
- Isquemia miocárdica aguda • Desconforto precordial anginoso, ECG com alterações isquêmicas
- Falência ventricular esquerda • Dispneia acentuada, congestão intensa, edema pulmonar agudo
Mecanismos de ação das taquicardias:
- Automatismo: um grupo de células miocárdicas tem o automatismo aumentado, assumindo o comando da despolarização cardíaca com FC acelerada. O aumento do automatismo pode ser secundário a alterações autonômicas, eletrolíticas ou farmacológicas. Nesse caso, a cardioversão elétrica ou as drogas de curta duração como a adenosina são de pouca utilidade, já que passado o efeito do procedimento ou da droga, o mesmo grupo de células volta a assumir o ritmo cardíaco.
- Reentrada: existe um circuito que permite a circulação do estímulo cardíaco, com pelo menos duas vias. Na presença de dupla via de condução, em geral, a via mais rápida tem período refratário maior e a mais lenta tem período refratário menor. Em situação normal, as duas vias despolarizam em paralelo, e o estímulo da via lenta encontra as fibras em período refratário, já despolarizadas pela via rápida. Mas, na presença de um estímulo precoce, a via rápida pode estar em período refratário; o estímulo segue então pela via lenta e pode retorna pela via rápida quando esta estiver repolarizada, e reentrar novamente pela via lenta. Dessa forma, temos um ciclo repetitivo, e a cada ciclo pode ocorrer a estimulação do miocárdio levando à taquicardia. Para que a reentrada continue ocorrendo, é necessário um sincronismo perfeito, e qualquer fator que altere a velocidade de condução ou o período refratário das vias pode interrompê-lo.
Medidas imediatas na sala de emergência ao identificar um paciente com achados de gravidade.
A monitorização do ritmo cardíaco, oximetria (oxigênio suplementar, se hipoxemia), acesso venoso calibroso (p. ex., antecubital) e coletar exames laboratoriais (p. ex., hemograma, exame de coagulação, eletrólitos e função renal). Realizar um ECG sem atrapalhar as técnicas de estabilização. Também são feitas a aspiração de sedativo/analgésico, posicionamento de eletrodos com monitorização cardíaca, ligar o cardioversor.
Qual a duração normal do QRS?
Normal (estreito): duração do QRS < 120 ms.
Como o intervalo PR pode ajudar no diagnóstico da taquicardia?
- Intervalo RP curto (ou seja, RP é menor que PR): como se a onda P viesse logo depois do QRS. As etiologias são a taquicardia reentrante nodal AV e a taquicardia reentrante AV ortodrômica (via acessória).
a) Se o intervalo RP for < 90 ms: taquicardia reentrante nodal A V.
b) Se o intervalo RP for > 90 ms: taquicardia reentrante AV ortodrômica. - Intervalo RP longo (ou seja, RP é maior que PR): a etiologia mais provável é a taquicardia atrial.
Como a duração do QRS pode ajudar no diagnóstico da taquicardia?
- Normal (estreito): duração do QRS < 120 ms.
o Taquicardia com QRS estreito. - Anormal (largo): acima de 120 ms.
o Taquicardia com QRS largo.
Além disso, deve-se avaliar a regularidade ou não dos intervalos RRs para se definir se a taquicardia é regular ou irregular.
Se QRS estreito e RR regular: taquicardia sinusal, taquicardia atrial, taquicardia reentrante do nodo AV, taquicardia reentrante do nodo AV ortodrômica, taquicardia juncional, flutter atrial
Se QRS estreito e RR irregular: fibrilação atrial, taquicardia atrial multifocal, flutter atrial com bloqueio AV variável
Se QRS largo de RR regular: TV, taquicardia reentrante AV antidrômica, taquicardia supraventricular com condução anormal
Se QRS largo e RR irregular: TV polimórfica com QT curto, TV polimórfica com QT longo(torsade de pointes), FA com condução anormal, FA com via acessória (pré-excitação WPW)
Critérios de Brugada:
Servem para diferenciação das TV das TS.
- Ausência de ondas RS nas derivações precordiais = TV.
- Intervalo entre o início do R e o nadir da onda S > 100 ms =TV.
- Dissociação entre a onda P e o QRS = TY.
- Quando o QRS tem morfologia de bloqueio do ramo direito (BRD): onda monofásica ou bifásica em V, e onda R menor que S em V6 = TV
- Quando o QRS tem morfologia de bloqueio do ramo esquerdo (BRE): onda S em V, entalhada = TV
Tratamento da taquicardia sinusal:
A taquicardia é secundária e não precisa de tratamento específico. Deve-se corrigir a causa desencadeante.