Endocardite Infecciosa Flashcards
Definição de endocartite:
Infecção do endocárdio, sendo as valvas cardíacas as estruturas mais comumente afetadas.
Principais agentes de endocardite:
Admite-se atualmente que, no geral, o Staphylococcus aureus é a principal causa de endocardite infecciosa (EI).
Quadro clínico endocardite infecciosa:
Síndrome febril: febre com calafrios e sudorese associados;
Sopro cardíaco: novos sopros ou mudança de sopros prévios, principalmente no quadro agudo;
Esplenomegalia: principalmente na forma subaguda;
Fenômenos embólicos: petéquias; nódulos de Osler; lesões de Janeway; hemorragia intracraniana; embolia séptica; manchas de Splinter (hemorragias subungueais);
Fenômenos imunológicos: poliartralgia; manchas de Roth; glomerulonefrite; baqueteamento digital; nódulos de Osler.
Associações importantes na endocardite infecciosa:
Endocardite em usuário de drogas EV (pp. em valva tricúspide)
Staphylococcus aureus; Pseudomonas aeruginosa; Candida;
Associações importantes na endocardite infecciosa:
Endocardite por enterococos
relação com manipulação do trato geniturinário
Associações importantes na endocardite infecciosa:
Endocardite por Streptococcus bovis:
relação com malignidade do trato gastrointestinal e pólipos colônicos (indicada colonoscopia);
Associações importantes na endocardite infecciosa:
Endocardite com hemoculturas negativas:
grupo HACEK (Haemophilus, Actinobacillus, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens, Kingella kingae). Podem demorar de 14-21 dias para crescer em meio de cultura.
Tratamento endocardite infecciosa:
Dieta oral livre, conforme aceitação.
Se paciente instável, optar por dieta zero e fornecer aporte calórico mínimo (~100 g de glicose = 400 kcal);
Se paciente hipertenso: dieta hipossódica.
SF 0,9% ~20-30 mL/kg/dia EV. Aumentar ou reduzir volume, conforme necessidade.
3. Antibioticoterapia
Tratamento empírico - Valva Nativa (principais agentes: Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. do grupo Viridans ou S. gallolyticus; enterococos; ou grupo HACEK - Haemophilus, Aggregibacter, Cardiobacterium, Eikenella e Kingella):
1a linha: Oxacilina 2 g EV de 4/4 horas, por 6 semanas. Associado com Gentamicina 1 mg/kg EV/IM de 8/8 horas, por 2 semanas;
Associar com uma das opções abaixo:
Penicilina G cristalina 24 milhões de unidades/dia divididos em 4/4 horas, por 6 semanas;
Ampicilina 2 g EV de 4/4 horas, por 6 semanas;
Ceftriaxona 2 g EV de 24/24 horas, por 6 semanas;
Alternativas (recomendadas pela literatura internacional):
Vancomicina 15-20 mg/kg EV de 12/12 horas, por 6 semanas; OU
Daptomicina 6 mg/kg EV de 24/24 horas, por 6 semanas;
Associar com Gentamicina 1 mg/kg EV/IM de 8/8 horas, por 2 semanas; OU Ceftriaxona 2 g EV de 24/24 horas, por 6 semanas.
Diagnóstico endocardite infecciosa:
O diagnóstico envolve critérios clínicos, laboratoriais e o ecocardiograma. O diagnóstico pode ser fechado a partir dos critérios de Duke (veja mais no tópico abaixo).
Exames laboratoriais de rotina: Hemograma completo; ureia, creatinina e glicose; eletrólitos; coagulograma; VHS; EAS; eletrocardiograma e radiografia de tórax.
Hemoculturas: Mínimo de 3 pares de culturas, sendo 2 amostras de sítios diferentes, e intervalo entre os pares de uma hora. Cada par consiste em um balão aeróbico e outro anaeróbico, com 10 mL de sangue venoso em cada. Deve-se informar ao laboratório sobre a possibilidade de germe de crescimento lento.
Ecocardiograma: Está sempre indicado em suspeita de endocardite. Em pacientes com valva nativa, opta-se por ecocardiograma transtorácico (ETT), reservando o transesofágico (ETE) para casos de dúvidas diagnósticas (ETT inconclusiva ou negativa em paciente com alta suspeita clínica), quadros graves com suspeita de complicações ou com piora clínica. Quando ETE é negativo e o paciente continua tendo como principal hipótese diagnóstica EI, deve-se solicitar um segundo exame em 2-7 dias, buscando evidenciar a presença da vegetação. Um segundo exame negativo torna essa hipótese pouco provável.
