Sofrimento Fetal, Fórcipes e Puerpério Flashcards
Como diferenciar sofrimento fetal agudo de sofrimento fetal crônico?
SFA
Súbita queda de O2
Ocorre mais durante trabalho de parto
Manifestações: alteração BCF ou do PBF
SFC
Progressiva queda de O2
Ocorre mais durante o pré-natal (alto risco)
Manifestações: CIUR, alteração do Doppler, oligodramnia
Como realizar o diagnóstico de CIUR?
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Qual estratégia é utilizada como rastreio universal de CIUR?
Altura uterina
Normalmente concorda com IG
Se < 3 cm: sugere CIUR
… realizar USG
Qual o indicador mais sensível de CIUR?
Circunferência abdominal
Primeiro sinal a se alterar
Tipo de CIUR que acontece no inicio da gravidez tendo relação com trissomias, drogas, infecção no 1 trimestre…
Simétrico ou Tipo 1
Relação CC / CA mantida
Tipo de CIUR mais comum que acontece no 2 ou 3 trimestre, ocorrendo por insuficiência placentária (HAS, DM, colagenoses…)
Assimétrico ou Tipo 2
80% dos casos
Relação CC / CA aumentada (cirfunferência abdominal é a primeira a se alterar.. diminui.. aumentando a relação)
Como dar o diagnóstico de oligodramnia e quais as principais causas?
Oligodramnia
Suspeita: AU menor do que o esperado para a IG
Confirmatório: USG com ILA < 5cm ou maior bolsão medindo < 2cm
Causas: insuficiência placentária, RPMO, malformação urinária, IECA, indometacina
Índice de líquido amniótico
Normal:
Líquido diminuido:
Oligodramnia:
Polidramnia:
Índice de líquido amniótico
Normal: 8-18 cm
Líquido diminuido: 5-8 cm
Oligodramnia: <5cm
Polidramnia: > 18cm
O que representa cada artéria na Dopplerfluxometria:
Uterina
Umbilical
Cerebral média
Uterina: circulação materna
Umbilical: circulação placentária
Cerebral média: circulação fetal
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O que avalia a arteria uterina na dopplerfluxometria e quando indica CIUR?
Circulação materna
Avalia invasão trofoblástica e o desaparecimento da incisura protodiastólica de arteria uterina
Se incisura bilateral > 26 semanas: risco de CIUR e pré-eclâmpsia
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O que avalia a arteria umbilical na dopplerfluxometria e quando indica alteração?
Circulação placentária
Normal: baixa resistência, alto fluxo
Alterado: alta resistência, baixo fluxo, diastole 0 ou reversa (risco alto de óbito)
Se alteração, realizar Doppler cerebral média
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O que avalia a arteria cerebral média na dopplerfluxometria e quando indica alteração?
Circulação Fetal
Normal: vaso com alta resistência e baixo fluxo
Anormal: vaso de baixa resistência (vasodilatou para priorizar órgãos nobres … CENTRALIZAÇÃO FETAL)
Centralização: S/D umbilical / S/D cerebral > 1
Se centralização, feto grave
> 34 semanas: Parto via mais rápida
< 32 semanas: checar se ainda da para fazer CTC… avaliar DUCTO VENOSO
Quais os órgãos nobres que são priorizados no processo de centralização fetal?
Cérebro, coração e supre-renais
Insuficiência placentária
Vasodilatação de órgãos nobres
Vasoconstrição periférica
Centralização fetal
Quando está indicado realizar Dopplerfluxometria de ducto venoso, o que ele avalia e quando está alterado?
Última alteração em um CIUR
Avalia função cardíaca direita
Indicado para < 32 semanas, quando centralização fetal comprovada com Doppler de umbilical e cerebral média, em vistas a CTC se normal
Normal: onda A (contração atrial direita) acima de zero
Alterado: onda A negativa (bomba deificiente, retorno de sangue) risco iminente de morte fetal = PARTO
Ducto venoso: comunicação entre veia umbilical e VCI
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4 métodos para avaliar sofrimento fetal agudo?
Movimentação fetal
Microanálise de sangue fetal
Ausculta cardíaca
Perfil biofísico fetal
Quando a movimentação fetal está normal e quando está anormal?
Anormal: menos de 5 movimentos por hora
Sono, drogas, hipóxia?
Individualizar, observando o padrão de cada feto
Qual o método padrão ouro para avaliar sofrimento fetal agudo, quais os tipos e frequência indicada?
Ausculta cardíaca
Intermitente (sonar/pinar)
Baixo risco: 30/30 min (dilatação), 15/15min (expulsivo)
Alto risco: 15/15 min (dilatação), 5/5min (expulsivo)
Contínua (Cardiotocografia)
Não é rotina em baixo risco
A cardiotocografia é indicada tanto no baixo risco quanto no alto risco?
Não é rotina no baixo risco, pois pode dar muito FP, indicando cesáreas desnecessárias
Como direcionar a interpretação de uma cardiotocografia?
-
Linha de base: BCF média em 10 min
- Taquicardia > 160 bpm
- Bradicardia < 110 bpm
-
Variabilidade: diferença entre maior e menor BCF
- Aumentado > 25 (padrão saltatório)
- Moderado 6-25 (normal)
- Mínimo < 5 (padrão comprimido)
- Ausente 0 (perda de variabilidade)
- Sinusoidal (anemia hemolítica?)
-
Acelerações: aumento de 15 bpm em 15 seg
- 2 acelerações em 20 min = Bem estar fetal
-
Desacelerações: queda abrupta BCF
- DIP 1 ou precoce ou cefálica: fisiológica
- DIP 2 ou tardia: SFA
- DIP 3 ou variável ou umbilical
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O que indica padrão tranquilizador e bem estar fetal na cardiotocografia?
2 acelerações em 20 minutos
Aceleração: aumento de 15 bpm em 15 segundos
Qual é um dos primeiros sinais de SFA na cardiotocografia?
Perda da variabilidade ou variabilidade ausente (0)
O que indica essa cardiotografia?
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DIP 1 ou Precoce ou Cefálica
Fisiológica
Coincide com compressão cefálica
O que indica essa cardiotografia?
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DIP 2 ou Tardia
DIP após a contração
Asfixia - SFA
O que indica essa cardiotografia?
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DIP 3 desfavorável
DIP variável em relação a contração por compressão do cordão
Pode indicar hipóxia se recuperação lenta ou sem retorno a linha de base ou bifásica (W)
O que indica essa cardiotografia?
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DIP 3 favorável
DIP variável em relação a contração por compressão do cordão
Varia com a contração
Como classificar e tratar de acordo com cardiotografia?
Categoria 1
110-160 bpm, variabilidade normal, sem DIP II ou III, aceleração presente ou ausente
Categoria 2
Fica entre 1 e 3
Categoria 3
Sem variabilidade + DIP II recorrente ou DIP III recorrente ou bradicardia mantida
DIP I e III com boa variabilidade ou categoria 1: acompanhar
DIP II ou III sem variabilidade ou categoria 3: SFA…
… O2, decúbito lateral esquerdo, suspender ocitocina, corrigir PA… e PARTO via mais rápida
Quais os parâmetros avaliados no perfil biofísico fetal?
Qual o primeiro a se alterar? Qual o último a se alterar?
Cardiotocografia + 4 parâmetros USG
- Movimentação respiratório fetal
- Movimentação fetal
- Tônus fetal
- Volume líquido amniotico
Pontuação: 0-10 pontos
Primeiro a se alterar: CTG
Último a se alterar: volume líquido amniótico
Qual a conduta a ser tomada de acordo com o perfil biofísico fetal?
- 10/10 ou 8/10 (LA normal): sem intervenção
-
8/10 (oligodramnia):
- > 37 sem: PARTO
- < 37 sem: PBF 2x/sem
-
6/10 (LA normal)
- > 37 sem PARTO
- < 37 sem: repetir em 24 horas… se persistir: PARTO
-
6/10 (oligodramnia) ou 4/10 (LA normal)
- > 32 sem: PARTO
- < 32 sem: PBF diário
-
4/10 (oligodramnia) ou 0/10
- > 26 sem: PARTO
Qual o tipo do forcipe e qual a indicação?
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SIMPSON
+ simples, + usado
Qualquer variedade de rotação até 45 graus
exceto transversa (rotação 90 graus)
Qual o tipo do forcipe e qual a indicação?
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PIPER
Parto pélvico
cabeça derradeira
Qual o tipo do forcipe e qual a indicação?
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KIELLAND
Variedade transversa
+ flexível
Assinclitismo
Qual a pegada correta ao uso do forcipe?
BIPARIETOMALOMENTONIANA
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Quais as condições para aplicar o forcipe?
- Ausência de colo
- Pelve proporcional
- Livre canal do parto
- Insinuação (> 0 de De Lee)
- Conhecer a variedade
- Amniotomia
- Reto/bexiga vazios
Cite as indicações maternas e fetais para aplicar o forcipe?
Maternas:
- Descolamento de retina
- Cardiopata
- Exaustão
- Hernia abdominal
Fetais:
- SFA
- Prolapso de cordão
- Cabeça derradeira
- Distoscia de rotação
Cite complicações maternas e fetais na aplicação de forcipe?
Maternas:
- Laceração vulvar, vaginal, cervical, retal, vesical
Fetais:
- Cefalohematoma
- Fratura de crânio
- Hemorragia intracraniana
- Escoriações faciais
Como definir infecção puerperal e qual sua principal causa?
Tax > 38oC por mais de 48h do 2o ao 10o dia pós-parto
(Febre nas primeiras 24h é REMIT)
Principal causa: Endometrite
Clínica de endometrite (tríade), principal FR, etiologia, profilaxia, tratamento?
Endometrite
Tríade de Bumm: útero amoleciso, subinvoluido e doloroso
… febre por mais de 48h do 2o ao 10odia pós parto, loquios piossanguinolentos
FR: cesárea, anemia, desnutrilçao, RPMO, multiplos toques
Etiologia: polimicrobiana
Profilaxia: ATB, integridade bolsa, diminuir numero de toques, assepsia
Tratamento: clinda + genta IV até 72h afebril e assintomática
Paciente em tratamento para endometrite, sem melhora, pensar em…
Se excluir essa possibilidade, levantar hipotese de…
Abscesso
…Se excluir abscesso por imagem, pensar em Tromboflebite pelvica séptica (associar heparina)
Como definir hemorragia puerperal e principais fatores de risco
Perdas > 500 ml se parto vaginal ou > 1 L se cesarea
FR: gemelar, polidramnia, mioma, multipara, corioamnionite, TP muito rápido ou mmuito lento, > 30min de secundamento, forcipe…
4 principais causas de Hemorragia puerperal?
- Tônus: atonia uterina (principal)
- Trauma: laceração de canal de parto (forcipe?)
- Tecido: restos placentários
- Trombo: coagulopatia
Sequencia terapêutica em atonia uterina?
-
Massagem uterina
- +/- Manobra de Hamilton: punho dentro da vagina empurrando para cima)
-
Ocitocina IV
- +/- misoprostol VR
- +/- ergotamina, transamin, metergen
- +/- Balão de Bakri
- Rafia de B-Lynch
-
Rafia vascular
- Ligadura de a. uterina, hipogástrica - ramo da iliaca interna
- Embolização uterina
- Último recurso: Histerectomia
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Como prevenir atonia uterina?
10 U de ocitocina IM após expulsão do feto
Como evitar hemorragia por retenção placentária?
Extração manual (CI se acretismo)
Curetagem
Evitar tração excessiva (risco de inversão uterina)
Como tratar inversão uterina?
Fundo uterino desaparece, tumoração vaginal
Conduta:
Manobra de TAXE (empurra utero com a a mão)
Manobra de Huntington (laparotomia e puxa com pinça allis)
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Principais complicações de hemorragia pós-parto
Anemia
Insuficiência renal
CIVD
Sd de Sheehan (necrose hipofisária, amenorreia secundária)