Litíase Renal Flashcards
Componentes da litogênese
(1) Supersaturação da urina
(2) Anormalidades do PH urinário
(3) Redução do volume urinário
(4) Deficiência dos inibidores da cristalização (citrato, magnésio, pirofosfato, nefrocalcina, glicosaminoglicanos)
(5) Estados de hiperexcreção de cálcio, ácido úrico, fósforo e, mais raramente, de oxalato e cistina
(6) Infecção urinária por bactérias produtoras de urease (Proteus, Pseudomonas e Klebsiella) -> cálculos de estruvita
(7) Alterações anatômicas e/ou urodinâmicas -> estase
Recomendações de ingesta hídrica
A. 750 mL/dia -> lactente,
B. 1000mL/dia -> pré-escolar
C. 1.500 mL/dia -> escolar
D. 2.000 mL/dia -> pré-adolescente e adolescente
Quadro clínico
(1) Hematúria macro ou microscópica
(2) Dor abdominal incaracterística
(3) Cólica nefrética clássica (10 a 14%) -> início súbito e crescente em região lombar, irradiada para abdome, bexiga, genitálias ou face interior da coxa
(4) Disfunção do trato urinário inferior (enurese, urge/incontinência, dor suprapúbica ou na uretra)
Exames realizados na fase aguda e possíveis achados
(1) EAS
I. Macro ou micro-hematúria
II. Se turva com cheiro pútrido, leucocitúria e bacteriúria, com ou sem teste do nitrito positivo -> infecção bacteriana associada
(2) Urocultura + Gram e antibiograma
(3) Radiografia simples de abdome -> tipo, número e migração dos cálculos
(4) Ultrassonografia de vias urinárias -> avaliação do TGU e migração dos cálculos
Tratamento do paciente agudo
(1) Analgesia
I. Diclofenaco sódico 1-3mg/kg EV 8/8h
II. Escopolamina EV (amp 20mg/ml)
a. Lactente: 1/4 de ampola a cada 8 horas;
b. Pré-escolar: 1/2 ampola a cada 8 horas;
c. Escolar: 1 ampola a cada 8 horas
III. Se persistência da dor -> Meperidina: 1 a 1,5 mg/kg, dose máxima de 100 mg
(2) Dimenidrinato: 1 a 5 mg/kg 6/6h, se vômitos
(3) Hidratação abundante -> EV, se vômitos intensos, diarreia ou falta de aceitação oral
Acompanhamento da fase aguda
(1) Exames de urina de rotina e urocultura -> semanalmente
(2) Ultrassonografia das vias urinárias -> 15/15 dias
(3) Observar a eliminação do cálculo (filtrar urina)
(4) Se > 6 semanas sem descida -> encaminhar à urologia
Principal complicação e como identificar
(1) Dores nos flancos
(2) Febre
(3) Oligoanúria e prostração
(4) USG: dilatação do sistema coletor renal
Indicações de tto cirúrgico na fase aguda
(1) Dor intratável *> 6s sem descida
(2) Obstrução
(3) Infecção associada
(4) Cálculo grande (>5mm em ureter proximal ou >7mm em distal)
Abordagem propedêutica do paciente após a fase aguda
(1) EAS
(2) Urocultura + Gram
(3) Urina de 24 horas -> creatinina, cálcio, ácido úrico, citrato, fosfato, oxalato, magnésio, sódio, potássio e cistina qualitativa;
(4) Amostra única de urina em jejum: pH urinário, Relação cálcio/creatinina, Ácido úrico;
(5) Exames de sangue: creatinina, cálcio, fósforo, ácido úrico, magnésio, sódio, cloro, potássio;
(6) Hemograma
(7) Gasometria venosa;
(8) USG de vias urinárias.
Tratamento e acompanhamento do paciente após a fase aguda
(1) MEDIDAS GERAIS
a. Hidratação -> meta: coloração amarelo clara
b. Dieta -> corrigida e adequada às necessidades da criança ou adolescente
c. Exercícios físicos regulares
(2) MEDIDAS ESPECIFICAS
I. Hipercalciúria idiopática: Citrato de potássio +/- diurético tiazídico (se falha só com citrato)
II. Hipocitratúria idiopática: Citrato de potássio
III. Hiperuricosúria idiopática: Citrato de potássio e dieta (excluir sardinha, frutos do mar, leguminosas e miúdos) +/- alopurinol (se falha e uricosúria > 1g/24h)