Febre reumática Flashcards
Perfil epidemiológico de acometimento da Febre reumática (FR)
(1) 2 a 3 semanas após uma infecção estreptocócica (faringoamigdalite, escarlatina)
(2) Escolares ou adolescentes
(3) Países subdesenvolvidos
Critérios maiores de Jones para diagnóstico de FR e suas características clínicas, em regiões de médio/alto risco para FR
JONES
Juntas-cOração(cardite)-Nódulos-Eritema-Sydenhan
-
(1) ARTRITE (poliartrite, poliartralgia e/ou monoartrite)
I. Migratória de grandes articulações durando 1-5d em cada
II. Assimétrica
III. Muita dor ao movimento
IV. Excelente resposta à AINES (postergar uso, se dúvida diagnóstica)
(2) CARDITE clinica/subclínica
I. Pancardite ou endocardite com sopro (audível em 50%) durando 1-3m
II. Pericardite (10%)
III. IC por valvulite
(3) COREIA de Sydenhan
I. 1-6 meses de latência (difícil associação com infecção) e dura de semanas a 6 meses
II. Início insidioso
III. Labilidade emocional e movimentos rápidos, incoordenados, arrítmicos e involuntários
(4) NÓDULOS subcutâneos (5%): indolores, firmes, simétricos, em superfícies extensoras.
(5) ERITEMA marginado (3%): máculas circulares, ovaladas, róseas, que se expandem centrifugamente, deixando uma área central clara
Critérios menores de Jones para diagnóstico de FR e suas características clínicas, em regiões de médio/alto risco para FR
(1) Febre ≥ 38°C: acompanha prostração, mal-estar e palidez.
(2) Monoartralgia
I. Sem limitação de movimentos
II. Grandes articulações
III. Migratória e assimétrica
(3) ↑ Intervalo PR
(4) Reagentes de inflamação: VHS ≥ 30 mm/1a hora e/ou PCR ≥ 3 mg/dL
Evidências de estreptococcia
(1) Cultura de orofaringe positiva
(2) Títulos altos de ASLO e anti-DNase (repetir com 15 dias)
(3) Teste rápidos positivos
(4) História de escarlatina recente
Exames complementares
(1) Hemograma
(2) VHS e PCR
(3) Antiestreptolisina-O (ASLO): elevados se > 320U
(4) Antidexirribonuclease B (anti-DNase)
(5) ECG
(6) Ecodopplercardiograma
Diagnóstico de FR baseado dos critérios de Jones
Evidência de infecção estreptocócica prévia + Critérios atingidos a seguir OU Coreia pura e/ou Cardite indolente presentes: (1) PRIMEIRO SURTO: A. 2 critérios maiores OU B. 1 critério maior e 2 menores - (2) RECORRÊNCIAS: A. 2 critérios maiores Ou B. 1 critério maior e 2 menores Ou C. 3 critérios menores
Diagnósticos diferenciais
(1) Artrites virais e as pós-disentéricas
(2) Artrite idiopática juvenil, nas primeiras semanas
(3) Artrite séptica
(4) Endocardite bacteriana
Tratamento
(1) Repouso hospitalar ou domiciliar por um período inicial de 2 semanas ou 4 (se cardite moderada ou grave)
(2) Erradicação do estreptococo: penicilina G benzatina IM (1.200.000 U, se > 20 kg; 600.000 U se até 20 kg) OU eritromicina (alergia à penicilina)
(3) Tratamento da artrite: AAS VO 80-100 mg/kg/dia 4/4h por 10 dias (máx 3 g/dia) ou Naproxeno
(4) Tratamento da cardite (não faz AINE concomitante): prednisona VO 1 a 2 mg/kg/dia (máximo de 60 mg) 12/12h por 2 semanas, seguida de redução de 20%/semana e DU pela manhã
I. Cardite grave -> 12 semanas de corticoide
II. Cardite leve -> 4-8 semanas de corticoide
(5) Tratamento da coreia: haloperidol 0,5mg 12/12h, com aumentos progressivos de 0,5mg a cada 3 dias, até atingir remissão de 75%, por 3m
Drogas disponíveis para a profilaxia secundária de FR e seu tempo de duração
(1) OPÇÕES:
A. Penicilina benzatina IM 21/21d
B. Penicilina-V oral (250 mg 12/12h, todos os dias) -> se coagulopatia
C. Eritromicina (250 mg 12/12h) -> se alergia à penicilinas
(2) DURAÇÃO:
I. Sem cardite prévia -> até os 21 anos ou até cinco anos após o último episódio (o que durar mais)
II. Cardite prévia com insuficiência mitral leve residual ou resolucão da lesão valvar -> até os 25 anos ou até 10 anos após o último surto
III. Cardite prévia com lesão valvar moderada a severa -> até os 40 anos ou até 10 anos após o último episódio ou por toda a vida, se risco de reinfecção.