Febre e convulsão febril no lactente Flashcards
Causas graves de febre sem sinais localizatórios (até 10% dos casos de febre em <36m)
- Bacteriemia oculta
- Meningite bacteriana
- Infecção do trato urinário (ITU)
- Pneumonia
- Artrite séptica
- Osteomielite
- Enterite
Qual a chance de uma criança que teve convulsão febril ter outro episódio
30-40%
Critérios diagnósticos de convulsão febril
- Convulsão tônico-clônica generalizada acompanhada de febre (temperatura acima de 38°C por qualquer método).
- Crianças de 6 a 60 meses de idade.
- Ausência de doença neurológica ou distúrbio metabólico que produza convulsões.
- Ausência de história de convulsão afebril.
Classificação da crise febril (CF)
A. CF SIMPLES (1) Crises generalizadas (2) Duram < 15min (3) Não recorre no mesmo episódio febril (4) Sem anormalidades pós-ictais - B. CF COMPLEXA (1 ou + a seguir) I. Crises focais II. Duram > 15min III. Pode recorrer no mesmo episódio febril IV. Com anormalidades pós-ictais (ex: paralisia de Todd)
Diagóstico diferencial mais importante da convulsão febril
Meningoencefalite
CD em RN (<30d) com FSSL
(1) Hospitalização
(2) Exames:
a) Hemograma completo
b) Hemocultura
c) EAS + Urocultura (colher por SVA)
e) Radiografia torácica
f) Coprocultura
g) Líquido cefalorraquidiano (análise bioquímica, coloração de Gram e cultura)
h) Pesquisa de vírus respiratório (PVR) por imunofluorescência indireta
(3) Antibioticoterapia (cefalosporina de 3a geração: cefotaxima ou ceftriaxona)
CD em lactentes jovens (30-90d) com FSSL
(1) Hospitalização
(2) Exames:
a) Hemograma completo
b) Hemocultura
c) EAS + Urocultura (colher por SVA)
Resultados laboratoriais que indicam lactentes jovens como de alto risco e recomendam conduta agressiva [igual para < 28d]
- Contagem de leucócitos <5000 ou >15.000/mm3
- Contagem absoluta de bastonetes > 1.500/mm3
- EAS: ≥ 10 leucócitos/campo
CD em crianças (3-36m) com FSSL
(A) Vacinação completa –> PVR, UI/Uro –> Reavaliar diariamente
(B) Vacinação incompleta –> PVR
(1) Tax < 39º = EAS e Urocultura.
a) Se normal = antitérmicos e reavaliação diária
(2) Tax > 39º = EAS, Urocultura, –> hemograma –> radiografia de tórax
Sinais de diagnóstico de bacteremia oculta
(1) EAS normal
(2) Leucitose > 20mil ou Neutrofilia > 10mil
(3) Rx tórax normal
(4) Vacinação incompleta para Hib, pneumo e meningo
Tto de bacteremia oculta
(1) Ceftriaxona 50mg/kg, IM, 1x/d
(2) Reavaliação diária
(3) Aguardar culturas
Manejo da Crise Febril
A. TRATAMENTO DA FASE AGUDA
(1) Exame físico completo (Se assimetrias como paralisia de Todd -> não puncionar)
(2) Procurar o foco da infecção:
I. Examina a criança toda
II. Sumário de urina
III. Raio-X de tórax
IV. Líquor (se <6m e/ou suspeita de infecção de SNC)
(3) Tratar infecção e febre -> antibiótico e antitérmico (dipirona EV + compressas e banhos frios)
(4) Diazepam 0,3mg/kg/dose 5/5 min (máx 2x) EV, se recorrência
(5) Observação por 6 horas (identificar meningite mascarada)
B. ORIENTAÇÃO AOS PAIS -> caráter benigno e chance levemente aumentada de ter epilepsia no futuro (2-7%)
C. PROFILAXIA (em alguns casos)
Indicações de fazer profilaxia para crise febril
CF complexa, se:
(1) Idade da criança na primeira crise < 18meses
(2) História familiar de crise febril positiva
(3) Crise desencadeada muito rapidamente, assim que já começa o episódio febril.
Como fazer a profilaxia para crise febril
A. De Resgate, se Febre > 37,5 (axilar):
(1) Clobazam intermitente (em <2a -> ¼ de cp 10mg 12/12h até cessar febre e 24h após)
(2) Antitérmico
OU
B. Fenobarbital contínuo, se:
I. Estado de mal epiléptico febril (por 2 anos e desmamar aos poucos)
II. Falha na profilaxia intermitente: 5mg/kg/d à noite -> 1gt=1mg (crise antes dos pais perceberem que a criança estava tendo febre)
III. Assistência médica muito distante