7 - O Politrauma Flashcards
O que é trauma?
Consiste em lesão de extensão , intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos ( físicos , químicos, elétricos), de forma acidental ou intencional, capaz de produzir perturbações locais ou sistêmicas
O que é politrauma?
Pacientes com um ou mais traumas significativos de cabeça, tórax, abdome, trato urinário, pelve ou coluna e extremidades.
Politraumatizados : Fraturas pélvicas
- Duas ou mais fraturas de ossos longos
- Amputação proximal de punho ou tornozelo
- Combinação de trauma com queimaduras de 10% ou inalação de fumaça
- Todas lesões penetrantes de cabeça, dorso, e extremidades proximais de cotovelo e joelho / Tórax instável
Quando devo dar maior atenção ao politrauma?
Ejeção do automóvel
- Morte no mesmo compartimento do passageiro
- Atropelamento
- Impacto de alta velocidade
- Velocidade inicial > 64 Km/h
- Mudança de velocidade > 32 Km/h
- Maior deformidade > 50 cm
- Intrusão no compartimento do passageiro > 30cm
- Tempo resgate > 20min
- Queda > 20 pés (r 6 metros)
- Capotagem
- Lesão do pedestre com impacto significante > 8Km/h
- Impacto de motocicleta > 32Km/h com separação da roda do guidão
O protocolo de atendimento muda conforme a idade do paciente?
Não! Qualquer idade segue o mesmo protocolo.
Politraumatizados : Priorizar –> Idade < 5 ou > 55 anos
- Presença de doença cardíaca, respiratória ou uso de medicações psiquiátricas / Diabéticos em uso de insulina, cirrose, malignidade, obesidade ou coagulopatia
**QUANDO EM DÚVIDA, CONSIDERE TODO O ACIDENTADO UM POLITRAUMATIZADO **
Politrauma = avaliação rápida das lesões / Tempo é essencial
Tempo = vida!
Abordagem sistematizada e organizada
Fácil de aplicar
Conceito de hora de ouro no trauma:
Enfatiza a urgência necessária para que o tratamento do traumatizado seja bem-sucedido e não represente necessariamente um período fixo de 60 minutos.
É durante esse período que medidas adequadamente conduzidas aumentam a probabilidade da vítima sobreviver;
Distribuição trimodal das mortes:
1º pico: segundos a minutos após o trauma, poucos doentes podem ser salvos devido às gravidades das lesões, somente a prevenção é capaz de reduzir significativamente.
2º pico: minutos a várias horas, é aqui que o ATLS faz mais diferença.
3º pico: vários dias a semanas após a lesão inicial
Distribuição trimodal das mortes:
Causas de mortes no 1º pico:
(1) Dentro de segundos a minutos do evento (50% dos óbitos), sendo as causas mais comuns as lacerações da aorta, o traumatismo cardíaco e as lesões à medula espinhal e ao tronco cerebral, determinando apneia.
Na maior parte dos casos os pacientes não conseguem ser salvos devido à gravidade do trauma; a única forma de reduzir a mortalida de dessas vítimas é através de realização e
divulgação de medidas preventivas (sinalização das estradas, campanhas para uso de cintos de segurança etc.);
Distribuição trimodal das mortes:
Causas de morte no 2º pico:
(2) Dentro de minutos a horas do acidente (30% dos óbitos), com a hemorragia – ocasionada por diversas condições como ruptura esplênica, lacerações hepáticas, fraturas pélvicas –, o hemopneumotórax e os hematomas epidural e subdural sendo as principais lesões encontradas.
Nesse momento, um atendimento adequado, com rápida avaliação e medidas de ressuscitação podem reduzir a mortalidade. Esta é considerada a “hora de ouro” (golden hour). É durante esse período que medidas adequadamente conduzidas aumentam a probabilidade da vítima sobreviver;
Distribuição trimodal das mortes:
Causas de morte no 3º pico:
(3) O terceiro pico de mortalidade ocorre várias horas a semanas do acidente, com a sepse e a disfunção sistêmica de múltiplos órgãos constituindo as principais causas.
Os cuidados tomados durante as fases anteriores do atendimento podem influenciar o prognóstico desses pacientes.
Avaliação inicial:
- Preparação
- Triagem
- Exame primário ( ABCDEs)
- Reanimação
- Medidas auxiliares ao exame primário e á reanimação
- Exame secundário ( da cabeça aos pés!) e história
- Medidas auxiliares ao exame secundário
- Reavaliação e monitoração contínuas após a reanimação
- Cuidados definitivos
Quais os cenários que compoem a preparação?
Fase pré-hospitalar = importante a interação total da equipe de ”pista”com a equipe médica que irá receber o paciente
Fase intra-hospitalar = preparativos para uma rápida reanimação do doente traumatizado
Fase Pré-Hospitalar:
O hospital que irá receber o doente deve ser avisado ANTES que o doente seja removido pela equipe de resgaste da cena do acidente
Ênfase : manutenção das vias aéreas , ao controle dos sangramentos externos e do choque , imobilização do doente e ao transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo ( centro de trauma)
Fase Intra-Hospitalar:
Planejamento antecipado!
Preparação = equipamento apropriados para abordagem das vias aéreas ; soluções de cristalóides aquecidas ; equipamentos de monitoração ; resposta rápida do pessoal de laboratório e radiologia
Proteção de toda a equipe contra doenças transmissíveis ( máscara, proteção dos olhos, avental impermeável, perneiras, luvas)
Triagem:
É a classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário e os recursos disponíveis.
Prioridades : A – vias aéreas e controle da coluna cervical / B – respiração / C – circulacao com controle da hemorragia)
Responsabilidade do pessoal pré-hospitalar e do seu diretor médico
Doente ”grave”= hospital de maior complexidade ( Trauma)
Vítimas múltiplas: o número de doentes e a gravidade das lesões NÃO excedem a capacidade de atendimento do hospital ; os doentes com risco de vida iminente e os com traumatismos multissistemicos serão atendidos primeiro.
Situações de desastres : o número de doentes e a gravidade das lesões EXCEDEM a capacidade de atendimento do hospital e da equipe; os doentes com maiores possibilidades de sobrevida, cujo atendimento implica em menor gasto de tempo, de equipamentos, de recursos e de pessoal, serão atendidos primeiro.
Politrauma - ATLS
Exame Primário:
O exame primário (avaliação primária) tem como objetivo a identificação e o tratamento prioritário das lesões que implicam em risco de vida.
Devemos conduzir esta etapa com base numa sistematização do atendimento, universalmente conhecida pelo mnemônico:
Politrauma - ATLS
Manutenção de vias aéreas com proteção coluna cervical:
Primeiro lugar = assegurar a permeabilidade das vias aéreas
Corpos estranhos , fraturas faciais , mandibulares , etc
Todas as manobras devem ser feitas com proteção da coluna cervical
Primeira medida = levantamento do queixo (chin lift) ou anteriorização da mandíbula (jaw thrust)
Politrauma - ATLS
A: via aérea com proteção da coluna cervical
. inspeção e retirada de corpos estranhos
. Sonda de aspiração com ponta rígida
. manobras:
. elevação do mento
. tração da mandíbula
. Glasgow < 8: necessidade de via áerea definitiva
Proteção da coluna cervical: caso se faça necessária a retirada temporária do dispositivo de proteção, um dos membros da equipe de trauma deve encarregar-se de imobilizar manualmente a cabeça e o pescoço, mantendo-os alinhados.
Obs: Rx coluna cervical em perfil -> identifica somente 85% das lesões
A proteção da coluna cervical e da medula constitui o cerne desta etapa do tratamento
Considere a existência de uma lesão de coluna cervical em todo doente com traumatismos multissistêmicos
O que é via aérea definitiva?
Uma via aérea definitiva implica em uma cânula endotraqueal (com balão insuflado) adequadamente fixada e conectada a um sistema de ventilação assistida com mistura enriquecida em O2.
Politrauma - ATLS
B: Ventilação e respiração
Permeabilidade não significa ventilação adequada
Boa ventilação = funcionamento adequado dos pulmões, da parede torácica e do diafragma
Cada componente deve ser avaliado e examinado rapidamente
Exposição do tórax / Ausculta / Percussão / Palpação / Inspeção visual
Lesões que podem prejudicar de imediato a ventilação: pneumotórax hipertensivo , tórax instável com contusão pulmonar , hemotórax maciço e o pneumotórax aberto
C: Circulação com controle da hemorragia
Hipotensão em doentes traumatizados = causa HIPOVOLEMICA!
Observar : nível de consciência , cor da pele e o pulso
Sangramento = hemorragias externas são identificadas e controladas no exame primário ( pressão manual / tala inflável / torniquetes = não usar ; somente em casos raros de amputação traumática de extremidades)
Quais são os 8 Critérios de Choque hipovolêmico ATLS 10:
Nível consciência
Frequência cardíaca
Frequência respiratória
Pressão arterial
Pressão de pulso
Pulsos periféricos
Enchimento capilar
Diurese
D: Disfunção neurológica
Avaliar com a Escala de Coma de Glasgow
Causas de rebaixamento do nível de consciência:
. TCE
. ABC
. Intoxicação
Reflexos pupilares também são avaliados.
E: Exposição e Controle do ambiente
cortar as roupas
cobertores aquecidos
administração de fluidos aquecidos
ambiente aquecidos
A prioridade é garantir a temperatura corporal do doente (previnir hipotermia) e não da equipe de atendimento
Em um subgrupo de pacientes existe a necessidade de acesso definitivo às vias aéreas. As indicações no quadro abaixo já podem estar presentes no atendimento pré-hospitalar ou surgirem no momento da realização do exame primário ou do exame secundário, ambos em ambiente hospitalar. As principais indicações
são: