5 - Distúrbios da motilidade esofagiana Flashcards
O que é disfagia?
Qualquer dificuldade para engolir, o que pode acontecer
desde a fase orofaríngea da deglutição (transporte do alimento da boca até a entrada do esôfago) até a fase esofágica (condução do alimento até o estômago)
Como saber que o paciente está com problemas para comer (deglutir) ?
Observar a salivação (excessiva)
O que indica a ausência da bolha gástrica na radiografia?
Acalásia
O que são ondas não efetivas (terciárias) ?
Na verdade, existem duas ondas peristálticas consideradas fisiológicas no esôfago, as ondas primárias e secundárias:
- Onda peristáltica primária: essa é exatamente a onda que dá continuidade ao movimento peristáltico iniciado na orofaringe, conduzindo o bolo alimentar ao longo do esôfago até alcançar o estômago, durando entre 8 e 10 segundos. Se essa onda primária não é capaz de “limpar” todo o alimento que estava no esôfago, advém uma onda secundária.
- Onda peristáltica secundária: essa é uma onda limpeza, desencadeada por resíduos alimentares que “sobraram” no esôfago. Esses resíduos provocam a distensão da musculatura e geram um novo reflexo mediado pelo vago, criando o peristaltismo secundário, “empurrando” o resíduo alimentar em direção ao estômago.
- Ondas peristálticas terciárias não são fisiológicas, são movimentos descoordenados e incapazes de realizar a propulsão alimentar, podendo provocar disfagia e dor retroesternal.
Onde se localiza o EEI e o que causa sua abertura/relaxamento?
O EEI se localiza dentro do tórax e abdome
Abertura: gip, óxido nítrico (principal responsável) liberado pelas terminações nervosas, entre outros.
Em condições habituais, esse esfíncter se mantém contraído e fechado, com uma pressão de repouso variando entre 10 e 30 mmHg, medindo aproximadamente 3 cm a 4 cm de extensão, sendo 2 cm na porção torácica e 2 cm na porção intra-abdominal.
Elementos anatômicos de fechamento do EEI:
Esôfago, diafragma, estômago, ligamento frenoesofágico, esfíncter esofagiano inferior (EEI), esôfago intra abdominal, ângulo de his, prega de gubaroff (mucosa) e gravata de helvetius (muscular).
O esfíncter abre e fecha por estímulo neuronal e a anatomia influencia também: PREGA DE GUBAROFF, gravata de HELVETIUS, ângulo de HIS (ângulo entre esôfago e estômago).
Qual a localização anatômica melhor contribui para que o EEI permaneça fechado?
Dentro do abdome, pois a pressão intra-abdominal é maior, o que contribui para o EEI permanecer fechado.
Tórax - menor pressão
Quanto mais dentro do abdome - maior a pressão exercida sobre o esôfago
Quais os impactos da manutenção da pressão (aumentada/diminuída) sobre o EEI?
Pressão aumentada no EEI: inibe o refluxo
Pressão diminuída no EEI: promove o refluxo
O que é a Prega de Gubaroff?
A válvula de Gubaroff comporta-se como um esfíncter anatômico que se fecha pressionando o cárdia e evita o refluxo juntamente com outros mecanismos como a fibra muscular do cárdia, a ação do diafragma ou a gravidade. O aumento da pressão intra-abdominal comprime o esôfago neste ponto, ao mesmo tempo em que esta pressão também eleva a pressão intragástrica.
Logo, o fechamento do tipo valvular da porção inferior do esôfago impede que a elevada pressão abdominal force o conteúdo gástrico para o interior do esôfago.
Não fosse esse mecanismo, toda vez que andássemos, tossíssemos ou respirássemos fundo, expeliríamos ácido para o esôfago.
Principais sinais e sintomas esofagianos:
Classifique os distúrbios da motilidade esofagiana:
PRIMÁRIO: acontece no esôfago e não compromete outros locais
SECUNDÁRIO: DM –> devido à neurite vagal
dermatomiesite em 90% dos pacientes tem comprometimento esofágico.
esclerodermia
Definição de acalásia
Acalásia é o distúrbio motor mais conhecido do esôfago. As duas principais características são a perda da peristalse do corpo do esôfago e ausência de relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (EEI) após a deglutição.
Aperistalse significa ausência de ondas de contração coordenadas, capazes de transportar o alimento até o estômago. Na acalásia, observamos apenas ondas descoordenadas e não sequenciais, incapazes de conduzir o bolo alimentar.
Além disso, como o EEI não se relaxa, o alimento acaba ficando acumulado no interior do esôfago.
Quando suspeitar de acalásia?
Sempre que houver disfagia e perda de peso ao longo de meses ou anos, associadas à regurgitação e tosse crônica (especialmente noturna).
A perda de peso é uma constante, mas geralmente é insidiosa, além de ser leve a moderada na maioria das vezes – perda de peso importante e rápida deve levantar a suspeita de câncer de esôfago!
Fisiopatologia de acalásia:
As alterações encontradas na acalásia são consequência da degeneração de neurônios do plexo de Auerbach presente na parede esofagiana (seus corpos celulares são destruídos), o grande responsável pela coordenação motora do esôfago. Ocorre perda de interneurônios inibitórios, que secretam óxido nítrico, e em casos avançados também se observa a perda de neurônios colinérgicos.
A disfunção do EEI e do corpo do esôfago obstrui a passagem do bolo alimentar, originando o principal sintoma da acalásia: disfagia de condução, que ocorre tanto para sólidos quanto para líquidos. A disfagia costuma surgir insidiosamente, desenvolvendo-se ao longo de meses ou anos.
Classificação de acalásia:
A acalásia pode ser dividida em primária (idiopática), forma mais comum, ou secundária.
A principal causa secundária de acalásia no Brasil é a doença de Chagas, existindo diversas outras etiologias mais raras como amiloidose, sarcoidose e gastroenterite eosinofílica.
Chagasica: fazer ELISA ou teste Machado-Guerreiro.