Síndromes Alérgicas Flashcards
O que é a rinossinusite alérgica (RA)?
É uma inflamação crônica da mucosa nasal e seios paranasais causada por reações mediadas por IgE específica para certos alérgenos.
Quais os FR e protetores para RA?
FR: HF de atopia, IgE > 100, introdução de alimentos/FI precocemente, tabagismo materno, alergia alimentar.
Protetores: exposição a gatos e cachorros.
Qual o QC da RA?
Espirros em salvas, prurido, obstrução nasal, rinorreia não purulenta associada a gotejamento pós-nasal, podendo estar associado a lacrimejamento ocular. Pode haver edema bipalpebral e coloração azul-acinzentada abaixo das pálpebras (“olheiras”), além da dupla prega palpebral (linha de Dennie Morgan).
É comuma saudação alérgica: hábito de passar a mão sobre o nariz levantando a ponta dele (pode deixar a prega nasal transversa).
Qual a classificação da RA?

Qual a epidemiologia da RA?
Cerca de 30% dos adolescentes apresentam.
Qual a etiopatogenia da RA?
Após a exposição inicial ao alérgeno, há a produção de IgEs específicas para ele que se localizam na MP de mastócitos. Com a reexposição, há a rápida degranulação (após minutos do contato) dos mastócitos, com liberação de substâncias que promovem vasodilatação, ativação dos nervos (prurido), produção de muco (agrava a rinorreia e obstrução). Ocorre, então, a fase tardia da resposta alérgica.
Quais dados da história devem ser investigados na suspeita de RA?
O início, duração e gravidade dos sintomas, se há prejuízo do sono, se há história familiar, tentar identificar alérgenos domiciliares e extradomiciliares, bem como agentes poluentes que são deflagradores das crises.
Quais os achados no EF do paciente com RA?
A rinoscopia anterior evidencia mucosa nasal pálida, rarefação ou ausência de pelos, hipertrofia dos cornetos, marca/vinco na linha média do nariz pelo prurido nasal. Pode haver a presença de pólipos nasais.
Como fazer o dx de RA?
Clínico. Pode-se solicitar citologia nasal, que irá evidenciar > 10% eosinófilos.
Quais condições se associam frequentemente com a RA?
Conjuntivite alérgica, respiração bucal, infecções recorrentes das VAS, asma e tosse.
Qual o tto inicial da RA?
Inicialmente, deve-se estimular a criança a evitar os possíveis desencadeadores e os pais a realizarem lavagem nasal com soro fisiológico (diminuem viscosidade do muco e permite batimento ciliar).
Qual o tto para pacientes com sintomas leves?
Anti-histamínicos tópicos nasais ou orais não sedativos (2a geração - ex: loratadina).
Dê exemplos de anti-histamínicos clássicos e não clássicos. Diga as idades permitidas do uso para os não clássicos.
Clássicos: hidroxizina, dimenidrinato, dexclorfeniramina. Não clássicos: fexofenadina (> 6 anos), loratadina (> 2 anos), cetirizina e desloratadina (> 6 meses).
Posso usar os descongestionantes orais ou tópicos no tto da RA?
São medicações que, apesar de promoverem melhora da obstrução nasal, devem ser evitadas pelo seu efeito vasoconstrictor com consequente hipertensão, tremores e palpitação nas crianças.
Qual o tratamento para a RA refratária aos anti-histamínicos ou moderada/grave?
Corticosteroides tópicos intranasais (1a escolha para a congestão nasal). Reduzem TODOS os sintomas da RA.
Quais os corticoides usados no tto da RA e a partir de qual idade cada um pode ser usado?
Beclometasona (6), flunisolida (6), budesonida (4 ou 6), propionato de fluticasona (4), furoato de fluticasona (2), mometasona (2) e ciclesonida (2).

Qual a duração do tto com GC na RA?
Manter por 8 semanas para fazer a reavaliação clínica e avaliar redução da dose ou retirada dos GCs.
Posso usar GCs EV ou VO para crianças para controle da RA?
Não devem ser realizados pelo grande número de efeitos colaterais promovidos por essas drogas nas crianças, mas podem ser feitos ciclos curtos de 5-7d em casos graves (prednisona, prednisolona, metilprednisolona).
Qual droga pode ser usada, além das já comentadas, quando a RA está associada a asma?
Pode-se usar um antagonista dos leucotrienos, como o montelucaste.
Quais os principais desencadeadores da RA?
Os ácaros.
Quais as consequências da respiração bucal?
Elevação do lábio superior, eversão do lábio inferior, arqueamento do palato (palato em ogiva), mordida aberta e narinas estreitas, progredindo para a fácies adenoidiana.
Quais as complicações da RA? Explique.
Sinusite crônica: eosinofilia, espessamento mucoso e polipose nasal.
OMA/OMS: hipertrofia de tonsila faríngea e obstrução da tuba de Eustáquio.
Qual a patogenia da reação alérgica?
Após a primoexposição e produção de IgEs específicas para aquele alérgeno, uma nova exposição promove a reação em 3 fases:
1a) Aguda precoce: degranulação de mastócitos, havendo aumento da permeabilidade vascular com edema, prurido nasal, espirros, broncoespasmo e dor abdominal.
2a) Aguda tardia: infiltração de células no tecido: eritema e enduração cutânea, broncoespasmo e obstrução nasal.
3a) Crônica: remodelamento brônquico (asma) e cutâneo (atópicos).
Quais os achados laboratoriais da reação alérgica?
Eosinofilia (> 450), aumento de IgE, testes cutâneos.
O que é o lactente sibiliante?
É o lactente que apresenta 3 ou mais episódios de sibilância dentro de 1 ano nos 2 primeiros anos de vida.
Qual a fisiopatologia do lactente sibilante?
Algumas condições anatômicas presentes nas VAS dos lactentes favorecem o desenvolvimento dessa condição, como o calibre estreito das VAS e inferiores (aumento da resistência ao fluxo aéreo), aumento da m. lisa das VAs (maior broncoconstrição em resposta a estímulos externos).
Quais os FR para o lactente sibilante?
HF de asma, tabagismo materno, DHEG, prematuridade (< 33s), BPN, IVAS virais, introdução precoce às creches.
O AM é protetor.
Como fazer o dx de lactente sibilante?
O 1° episódio de sibilância geralmente é uma BVA, porém a recorrência dessa sibilância em outras IVAS, exposição à fumaça do cigarro ou poeira sugere o dx.
O critério dx é ≥ 3 episódios em 1 ano nos 2 primeiros anos de vida.
Quais os achados no EF do lactente sibilante?
Sinais de atopia: dupla prega palpebra (linha de Dennie-Morgan), protrusão do lábio superior (tubérculo de Kaminski) e rarefação do terço externo das sobrancelhas (sinal de Hertog).
Ausculta pulmonar: sibilos expiratórios (VAI) ou inspiratórios (VAS - mais raros).
Qual a etiologia da sd do lactente sibilante?
Pode ser a expressão clínica de diversas condições: inflamação (asma, FC, DBP), infecções (vírus é o principal causador de sibilos no lactente), DRGE, malformações congênitas, compressão brônquica e traqueal (CE, linfonodos).