IVAS Flashcards

1
Q

Qual a desordem infecciosa mais comum da infância?

A

A nasofaringite (ou rinofaringite/rinosinusite) viral (resfriado comum). É uma condição benigna e autolimitada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

O que é o resfriado comum?

A

É uma infecção viral que promove inflamação da mucosa do nariz, nasofaringe e seios paranasais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Qual a importância de morbidade do resfriado comum?

A

É um grande facilitador de infecções bacterianas secundárias, podendo complicar com OMA e sinusite. *NÃO complica com faringite bacteriana.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Qual a diferença entre o resfriado e a gripe?

A

Gripe é uma doença sistêmica epidêmica causada pelo vírus INFLUENZA, caracterizado clinicamente por febre alta, mialgias e prostração. Já o resfriado apresenta manifestações mais restritas às VAS.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Qual a epidemiologia do resfriado comum?

A

Ocorrem cerca de 6-8 episódios por ano em crianças, declinando após os 3a de vida.

*A criança que convive com muitas crianças pode chegar até 10-12x/ano de resfriado comum.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Quais os agentes etiológicos da nasofaringite viral e qual o principal?

A

Rinovírus (p - > 50%), coronavírus, metapneumovírus e VSR. Outros (incomuns): influenza, parainfluenza, adenovírus, enterovírus e bocavírus.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Como ocorre a transmissão dos vírus do resfriado comum?

A

A principal forma é através do contato direto (fômites), mas também pode ocorrer pela forma inalatória.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Qual a patogenia do resfriado comum?

A

Ocorre a invasão pelo vírus nas células colunares ciliadas das VAS, promovendo inflamação local, tornando a mucosa congesta por vasodilatação e aumento na produção de muco. Há o recrutamento de PMN para o local, explicando a coriza purulenta mesmo sem bactéria.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Qual o QC do resfriado comum?

A

Inicia-se com sensação de “garganta arranhando” que dura até 3 dias, evoluindo com espirros, rinorreia e obstrução nasal (estes 2 estão sempre presentes, definindo a síndrome). A coriza evolui de clara para purulenta, não significando bactéria, mas sim debris celulares + PMN. Alguns vírus (VSR, influenza e adenovírus) podem promover manifestações sistêmicas de mialgia e prostração. Pode haver tosse pelo gotejamento pós-nasal (é predominantemente noturna!!!). A febre geralmente está presente e é alta (39°). Tem duração média de 1 semana.

*Ao EF: podem haver roncos (indicam grande quantidade de secreção nas VAS - a tosse mobiliza o local de ausculta dos roncos).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Qual a principal complicação do resfriado comum? O que me faz suspeitar do quadro?

A

A OMA. Essas crianças apresentam mudança na gravidade do quadro, passando a ter febre alta, irritabilidade e dor no ouvido. *Complicações menos comuns: pnm e sinusite.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual doença pode ser agravada pelo resfriado comum?

A

A crise de asma brônquica, podendo ser deflagrada ou agravada pelo resfriado comum.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Como é feito o dx da nasofaringite viral?

A

CLÍNICO.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Quais os ddx do resfriado comum e como diferenciá-los?

A

RA: espirros em salvas e prurido ao contato com algum alérgeno. CE: unilateral e secreção fétida, podendo ser sanguinolenta. Sinusite: quadro mais intenso e grave (cefaleia, edema periorbitário, rinorreia ou tosse > 14d). Coqueluche: tosse proeminente e persistente. Sífilis congênita: rinorreia serossanguinolenta.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Qual o tto do resfriado comum?

A

Sintomáticos: antitérmicos (se Tax > 38° - acetaminofen e dipirona; 1 gt/kg/dose 6/6 e 0,5 gt/kg/dose 6/6, respectivamente), lavagem nasal com salina isotônica e orientação para sinais de gravidade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Devo usar AAS nas IVAS?

A

Não é recomendado pela associação com a sd de Reye em infecções causadas pelo vírus influenza (ou varicela).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Comente sobre a sd de Reye.

A

É uma disfunção hepática grave com encefalopatia. Apresenta letalidade elevada.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Devo usar anti-histamínicos e descongestionantes nasais tópicos nas IVAS?

A

Não, o MS não recomenda o uso dessas medicações para < 2 anos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Como evitar o resfriado comum?

A

Lavagem das mãos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Quais os agentes etiológicos das faringoamigdalites?

A

Os vírus (p) e as bactérias. A etiologia bacteriana é rara em < 3 anos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

A remoção das amígdalas afeta a suscebilidade à faringoamigdalite?

A

Não, pois não afeta a aquisição da doença, o curso clínico ou a chance de complicações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Quais os principais vírus envolvidos na faringoamigdalite?

A

Adeno, corona, entero, rino, VSR, EBV e HSV (herpes simples).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Quais as principais bactérias envolvidas na faringoamigdalite?

A

S. pyogenes - beta hemolítico do grupo A de Lancefield - é a principal. Em adolescentes sexualmente ativos e vítimas de abuso sexual, pode haver faringoamigdalite por gonococo. Outra bactéria envolvida é a difteria.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Quais as formas clínicas clássicas das faringoamigdalites? Explique.

A
  1. Eritematosas: hiperemia e congestão da tonsila. Principal etiologia é viral. 2. Eritematopultáceas: hiperemia e edema + exsudato amarelado não aderente em criptas e tonsilas. Os principais são EBV e S. pyogenes. 3. Pseudomembranosas: placas esbranquiçadas que aderem às tonsilas. O agente é a difteria. A tentativa de retirar causa sangramento. 4. Ulcerosas: superficial ou profundas (angina de Plaut-Vincent - ulceração profunda unilateral e de odor fétido -, TB, sífilis, IMSP). 5. Sd Lemierre: tromboflebite da veia jugular interna com êmbolos pulmonares sépticos (infiltrados pulmonares e hipóxia). *Essas formas não são estritas.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Como é o QC da faringoamigdalite associada ao resfriado comum?

A

A faringite geralmente não está associada a dor intensa e odinofagia. Há dor de garganta (“coçando/arranhando”), corrimento nasal, tosse, mal-estar, anorexia e febre. Ou seja, um quadro de nasofaringite + sistêmico. Há eritema e edema da faringe, podendo conter exsudato. Pode haver poliadenopatia. Não dura mais que 5 dias.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Como é o QC da faringoamigdalite por adenovírus?

A

É uma faringite com a presença de conjuntivite associada ao quadro sugere muito adenovírus (é a febre faringoconjuntival).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Como é o QC da faringoamigdalite associada ao coxsackie A?

A

Origina uma forma incomum de faringite, a herpangina, em que há pequenas vesículas no palato mole, úvula e pilares amigdalianos anteriores, que se rompem e geram úlceras esbranquiçadas. Há febre, dor de garganta e disfagia. Pode haver dor abdominal (indistinguível de AA), sd mão-pé-boca e pode evoluir com miocardite.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Como é o QC da faringoamigdalite associada ao EBV?

A

Amigdalite exsudativa (50%), febre, linfadenopatia generalizada e esplenomegalia. Caso haja adm de ampicilina, evoluirá com um rash típico. O quadro pode permanecer por até 15d.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Qual o QC da faringite estreptocócica?

A

O quadro se inicia com queixas inespecíficas (cefaleia, dor abdominal, mal-estar), podendo haver anorexia, vômitos e febrão (40°), evoluindo com dor de garganta com a presença de exsudato amarelo-acinzentado (pode estar ausente). Há linfadenomegalia cervical anterior ou submandibular única dolorosa. O EF que sugere o quadro é hiperemia de amigdalas com ou sem exsudato, associada a petéquias em palato mole (reforça a etiologia bacteriana, apesar de poder ocorrer na viral). Evolui com melhora em 4-5 dias independentemente do ATB.

*É mais comum em 5-15 anos.

**NÃO TEM TOSSE OU CATARRO!!!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Qual a epidemiologia da faringite estreptocócica?

A

A idade típica é entre 5-15 anos, sendo raro em < 3 anos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Quais as possíveis complicações da faringite estreptocócica?

A

Abcessos peritonsilates (amigdalite + disfagia + sialorreia = marcador de disfagia grave; trismo por espasmo do pterigoide, abaulamento periamigdaliano e rechaço da úvula) e na parede lateral da faringe (p), GNPE, febre reumática, escarlatina, sd do choque tóxico (cepa específica).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Qual o primeiro passo no dx de faringite aguda? Como fazer isso?

A

Diferenciar entre infecção viral e bacteriana, que é difícil apenas pelo QC. A cultura por swab de orofaringe é o padrão-ouro para dx de S. pyogenes (mais sensível). Outras opções são: teste rápido para antígenos (alta especificidade), ASLO (> 330 Todd).

*Peço os exames complementares quando estou na dúvida entre viral e bacteriana.

**Caso TR negativo, estou autorizado a fazer cultura e aguardar o resultado antes de entrar com ATB desde que ainda esteja na janela para febre reumática.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Comente sobre os exames laboratoriais na diferenciação entre faringite viral e bacteriana.

A

O leucograma não é de grande ajuda (pouco específico).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Qual o tto da faringite estreptocócica e qual a sua importância?

A

O tratamento é com penicilina benzatina (benzetacil dose única), podendo recorrer à amoxicilina e a ampicilina por 10 dias, eritromicina e azitro caso alergia às penicilinas. É importante para prevenir a ocorrência das complicações supurativas e da febre reumática (se iniciado em até 9 dias do quadro). O uso do ATB não reduz a incidência de GNPE, porém deve ser feito para erradicar a cepa nefritogênica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Qual a evolução esperada da faringite estreptocócica com o uso do ATB?

A

A defervescência ocorre em até 24h.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Quais as indicações de tonsilectomia?

A

Crianças que fazem faringotonsilites de repetição (> 7 episódios no último ano e > 5 episódios/ano nos últimos 2 anos).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Qual a fisiopatologia e o QC do abcesso retrofaríngeo como complicação de faringite estreptocócica?

A

É uma complicação que ocorre predominantemente em crianças entre 3-4 anos de idade, pois nessa faixa etária o tecido linfoide no espaço retrofaríngeo (espaço entre a parede posterior da faringe e a fáscia pré-vertebral) é rico, recebendo a drenagem da cavidade oral, faringe e fossas nasais, favorecendo a contaminação da região por uma bactéria e a formação do abcesso. Após os 5a, esse tecido linfoide involui e a complicação torna-se mais rara. O QC é de febre, irritabilidade, dificuldade de engolir, sialorreia, rigidez e dor à mobilização de pescoço. Pode haver voz abafada, estridor e dificuldade respiratória.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Qual a etiologia do abcesso retrofaríngeo? Como fazer seu dx?

A

Geralmente polimicrobiana. O dx é feito pela radiografia lateral do pescoço, havendo aumento do espaço retrofaríngeo (maior que o diâmetro de um corpo vertebral). A TC confirma o dx.

38
Q

Como o abcesso retrofaríngeo ameaça a vida do paciente?

A

Pode promover obstrução das VA, drenar para os pulmões (pnm) ou levar a uma mediastinite por contiguidade (mortalidade de 50%).

39
Q

Qual a conduta no abcesso retrofaríngeo?

A

Internar imediatamente, ATB EV e fazer drenagem de urgência quando houver sinais de obstrução ou tto não efetivo.

40
Q

Qual a idade de maior prevalência da OMA?

A

Até os 2 primeiros anos de vida, declinando após essa idade.

*Complica em até 30% dos resfriados comuns.

41
Q

Quais os principais FR para OMA e por quê?

A

Idade (crianças menores apresentam a tuba auditiva mais horizontalizada, facilitando a drenagem de conteúdo bacteriano da nasofaringe para a orelha média), tabagismo passivo, aleitamento artificial, creches/escolas, anomalias congênitas.

42
Q

Qual a etiologia da OMA?

A

Pneumococo (p), H. influenzae (não tipável - p) e M. catarralis.

43
Q

Qual a fisiopatologia da OMA?

A

A maioria dos episódios ocorrem como complicação de IVAS, ocorrendo por uma disfunção da tuba auditiva (inflamação da mucosa da tuba de Eustáquio, que é contínua com a da mucosa nasal). A obstrução dela prejudica a ventilação da OM, criando-se uma pressão negativa nessa região e estimulando a secreção de muco. Além disso, pode haver passagem de bactérias da nasofaringe para a OM, fazendo com que se proliferem em uma região fechada, que não está drenando. Há, então, abaulamento da membrana timpânica (MT), causando intensa otalgia. Se não for tratada, irá ocorrer perfuração da MT para drenagem do conteúdo, havendo melhora da dor e otorreia.

44
Q

Qual o principal fator predisponente à OMA? Explique.

A

O resfriado comum, pois promove obstrução e disfunção da tuba, permitindo a formação de um meio de colônia propício para a proliferação bacteriana.

45
Q

Qual o QC da OMA?

A

> 2a: otalgia, febre, astenia, inapetência e hipoacusia flutuante.

< 2a: criança leva a mão ao ouvido, irritabilidade, choro intenso, dificuldade para dormir. Pode haver otorreia fluida ou purulenta (otorreia é diferente de secreção dentro da OM). *Um dado importantíssimo na história do paciente é o relato de rinofaringite viral antecedendo o quadro.

46
Q

Como é uma membrana timpânica normal?

A

Levemente côncava, transparente (cabo do martelo bem visualizado), brilhante (triângulo luminoso) e móvel à insuflação pneumática.

47
Q

Quais os achados otoscópicos da OMA?

A

MT hiperemiada, convexa e abaulada, opacificada e com pontos esbraquiçados e perda de mobilidade. *Abaulamento é o dado MAIS ESPECÍFICO para OMA (isso pois a hiperemia da MT pode ocorrer no resfriado comum)..

48
Q

O que é a otite média secretora (OMS)?

A

É a presença de líquido (efusão) estéril dentro da OM por uma disfunção tubária e que não requer tto com ATB.

49
Q

Como diferenciar OMS de OMA?

A

Na OMS não há otalgia, hiperemia ou abaulamento da MT, apesar de apresentar, assim como a OMA, opacidade, esbranquiçada e perda de mobilidade.

50
Q

Qual o tto da OMA?

A

Analgesia (acetaminofen, dipirona ou ibuprofeno), ATB.

ATB:

  1. < 6m: todos.
  2. 6m-2a: graves, otorreia ou bilateral.
  3. > 2a: graves ou otorreia.

*Sinais de gravidade: aparência tóxica, otalgia persistente > 48h, febre alta (≥ 39°) nas últimas 48h, otalgia moderada-intensa.

51
Q

Quais os ATBs usados na OMA?

A

Amoxicilina (pode cair dose: 40-50 mg/kg/dia por 10 dias) ou clavulim (se falha terapêutica - sem melhora após 2d; SE OMA + CONJUNTIVITE!!!; se uso recente de ATB < 30d) ou ceftriaxona.

*Resistência amoxicilina: HI (50%) e moraxela por beta-lactamase (venço associando iBeta-lactamase) e pneumococo por baixa afinidade PBP (R intermediária - venço dobrando a dose).

**FR para pneumococo R: < 2a, permanência em creche ou uso recente (30d) de ATB - usar dose dobrada.

***OMA + conjuntivite: hemófilo.

52
Q

Qual o acompanhamento da criança com OMA recebendo ATB?

A

Devo fazer a reavaliação dela em 48-72h para ver resposta terapêutica.

53
Q

Quais os dados de falha terapêutica na OMA? Qual a conduta nesses casos?

A

Febre persistente, otalgia e/ou otorreia após tratamento adequado por 3 dias. Provavelmente é um germe produtor de betalactamase, podendo-se usar clavulim ou ceftriaxona.

54
Q

Quais as possíveis complicações da OMA?

A

Perfuração timpânica, OMS (se resolve espontaneamente nos próximos meses, não segnificando falha terapêutica - observar por 3m), OMC, mastoidite e infecção do SNC (pequeno risco de meningite, abcesso ou tromboflebite - são muito graves).

55
Q

Qual a conduta caso OMS por mais de 3m?

A

Encaminhar ao especialista para ele avaliar a necessidade de tubo de timpanostomia (isso pois afeta a acuidade auditiva e, consequentemente, o desenvolvimento da lggem).

56
Q

Comente sobre a OMC.

A

Persistência dos sinais de otite média por mais de 3 meses. Pode promover hipoacusia e comprometer o desenvolvimento cognitivo, perfuração e otorreia crônica.

57
Q

Qual o QC da mastoidite?

A

Edema, vermelhidão e dor retroauriculares, além de protrusão auricular.

58
Q

Qual o tto da mastoidite?

A

ATB EV + TC.

59
Q

Qual a classificação das sinusites (rinossinusites)?

A

Viral autolimitada, bacteriana aguda (até 4s), bacteriana subaguda (4-12s) e bacteriana crônica (> 12s).

60
Q

Como é o desenvolvimento dos seios da face com o passar da idade?

A

É interessante que a pneumatização dos seios da face vai ocorrendo com o passar dos anos da criança, levando até os 7-8 anos para a pneumatização completa dos seios da face das crianças.

*< 5a: etmoidal e maxilar.

61
Q

Qual a etiopatogenia da sinusite bacteriana?

A

Qualquer fator que promova a obstrução e dificuldade da drenagem dos seios da face predispõe ao desenovlvimento de uma infecção bacteriana na região. A principal causa é a infecção viral das VAS, promovendo edema e inflamação da mucosa, havendo a produção de muco espesso que irá produzir essa obstrução. A 2a principal causa de sinusite bacteriana é a RA, que também prejudica essa drenagem. Outras: RGE, fibrose cística, pólipos, CE, adenoide hipertrofiada, desvio de septo, etc.

*É dita aguda quando < 30d

62
Q

Quais os FR para desenvolvimento da sinusite bacteriana?

A

Resfriado comum (principal), RA (2p), pais fumantes, anormalidades estruturais, disfunção ciliar (fibrose cística), imunodeficiência, SNG.

63
Q

Quais os principais agentes etiológicos das sinusites bacterianas?

A

Pneumococo (p), HI e o M. catarralis.

64
Q

Qual a diferença microbiológica da sinusite aguda para a crônica?

A

A crônica tem mais chance de ser uma infecção polimicrobiana, podendo envolver S. aureus, epidermidis, anaeróbios e etc.

65
Q

Quais as manifestações clínicas da sinusite bacteriana em crianças?

A

Em < 5a, as manifestações mais comuns são tosse e secreção nasal (~resfriado que demora para passar), durante 10-14 dias e 3-4 dias, respectivamente, diferentemente da criança maior, em que há dor facial, cefaleia, edema e sensibilidade à percussão. Nas mais velhas também é mais comum febre, odor desagradável para respirar, diminuição do olfato e pressão na região frontal.

*Prova: resfriado arrastado (maior igual a 10d - coriza abundante, tosse intensa diurna e noturna).

**Quadro grave: 3 ou mais dias de febre alta, coriza mucopurulenta, tosse intensa = estou autorizado a dizer que é sinusite.

***Quadro bifásico: piorou muito de um dia para o outro ou estava melhorando e volta a piorar.

66
Q

Como diferenciar a sinusite bacteriana de qualquer outra IVAS?

A

Pela duração do quadro, pois a sintomatologia é extremamente semelhante, porém a sinusite apresenta uma duração maior. Deve ser cogitada naqueal IVAS que não melhora ou até piora após 10 dias de evolução.

67
Q

Como dx sinusite bacteriana aguda?

A

CLÍNICO!!! Não há necessidade de rx de seios da face.

68
Q

Quais as possíveis complicações da sinusite bacteriana?

A

Celulite periorbitária e orbitária, trombose do seio cavernoso (proptose, vermelhidão e dor ocular), meningite, abcessos meníngeos e osteomielite.

69
Q

Quais os achados radiológicos da sinusite bacteriana?

A

Opacificações dos seios, nível hidroaéreo e espessamento da mucosa (o normal é < 4 mm), que são achados inespecíficos de inflamação dos seios da face. Porém são difíceis de encontrar em < 5 anos, NÃO SENDO INDICADOS NESSAS CRIANÇAS.

70
Q

Quais as incidências que permitem visualizar os seios da face e qual seio é visualizado por cada uma?

A

Caldwell (frontonaso): PA com a fronte e o nariz encostados no filme - etmoidais e frontais no adulto. Waters (mentonaso): PA com o queixo e o nariz no filme - maxilares. Lateral (perfil): esfenoidal (crianças maiores) e frontal (adultos). Axial: parade posterolateral dos maxilares.

71
Q

Como é o tratamento da sinusite bacteriana?

A

Escolha inicial: amoxicilina 40-50 mg/kg/d (cefuroxima se alérgico à penicilina). Para < 2 anos, que frequentam creches, usaram ATB nos últimos 3 meses ou suspeita de pneumococo com resistência intermediária: clavulim 80-90 mg/kg/d. *PARA SINUSITE FRONTAL: ATB EV ceftriaxona nos primeiros dias pelo alto risco de complicações intracranianas. **Sinusite crônica: clavulim por pelo menos 4s.

*Manter por 7d após melhora.

72
Q

Quais outras medidas podem ser usadas na sinusite bacteriana a fim de melhorar o quadro do paciente?

A

Lavagem nasal com SF. Anti-histamínicos NÃO devem ser usados pois espessam muco e prejudicam o clearance dele.

73
Q

Comente sobre a celulite periorbitária como complicação da sinusite bacteriana?

A

Complica geralmente de sinusite etmoidal, havendo infecção do tecido subcutâneo periorbitário. Há importante edema e flogose palpebral, além de febre e queda no estado geral. O tratamento é EV com clavulim ou ceftriaxona.

74
Q

Comente sobre a celulite orbitária como complicação da sinusite bacteriana?

A

Também complica da sinusite etmoidal, é muito grave e temida, podendo levar rapidamente à perda visual e/ou infecção do SNC. Há as manifestações da celulite periorbitária + proptose e oftalmoplegia. Conduta igual à celulite periorbitária.

75
Q

Quais as infecções que acometem a laringe e quais as manifestações mais características?

A

A laringite (supraglótica), laringotraqueobronquite (crupe) e a laringite espasmódica (estas 2 últimas são infraglóticas - crupe). São as causas de obstrução inflamatória aguda das VAS e as manifestações mais características são o ESTRIDOR associado a graus variados de dispneia e tiragem.

*Acometimento periglótico pode causar o estridor: ruído predominantemente inspiratório que tipicamente sinaliza uma obstrução nesse ponto da via aérea.

76
Q

Por que o acometimento inflamatório da laringe é importante na pediatria?

A

Pois em crianças pequenas, pelo pequeno calibre das VA, um pequeno grau de edema pode produzir uma importante obstrução das VA.

77
Q

Qual a etiologia da obstrução inflamatória aguda das VAS?

A

Com exceção da epiglotite (S. pyogenes, pneumococo e S. aureus, além do Hib), a principal causa é viral.

78
Q

Quais os principais agentes etiológicos da crupe?

A

Os vírus parainfluenza. Quando bacteriana, geralmente é secundário a um quadro viral, sendo as principais bactérias o S.aureus, M. catarralis e o HI.

79
Q

Quais as manifestações clínicas da laringotraqueobronquite (crupe)?

A

IVAS precedendo (pródromos catarrais) um quadro de tosse ladrante (metálica) com estridor inspiratório leve, tornando-se contínuo conforme a obstrução progride, havendo piora da tosse, ROUQUIDÃO, estridor, batimento das asas do nariz e retrações torácicas. Os sintomas tendem a piorar à noite, a febre é incomum e a doença é autolimitada (3-5d).

*Crupe: tosse metálica, afonia/rouquidão e estridor.

80
Q

Como é feito o dx de crupe?

A

Clínico (IVAS evoluindo para tosse ladrante + estridor + rouquidão). A rx cervical pode evidenciar o sinal da torre, que é um estreitamento da VA infraglótica pelo edema.

81
Q

Qual o tto da laringotraqueobronquite viral aguda?

A
  1. Com estridor em repouso (obstrução importante, quadro grave): NBZ com adrenalina + GC (VO ou IM, como a dexametasona). Devo manter em obs por 2h após NBZ com adrenalina.
  2. Sem estridor em repouso: apenas GC.

*Adrenalina: 0,5 ml/kg com máximo de 5 ml (não precisa diluir em água - a diluição só aumenta o tempo da NBZ).

82
Q

Quais as possíveis complicações da laringotraqueobronquite? Explique.

A

A traqueíte bacteriana: S. aureus, vinha com quadro de laringotraqueíte viral aguda, porém NÃO MELHORA COM NBZ COM ADRENALINA.

83
Q

Qual o QC da epiglotite?

A

É a forma mais grave de obstrução aguda das VAS, tendo instalação aguda e com IR precoce. O curso é fulminante, com febre alta, dor de garganta, sialorreia, dispneia, obstrução progressiva, afonia, estridor, fáscies de “fome de ar”, adota a posição do tripré. Devo EVITAR a posição supina pois pode piorar a obstrução.

*P agente etiológico: Hib.

**Ver vacinação para fins de prova.

84
Q

Como fazer o dx da epiglotite?

A

NÃO DEVO USAR ABAIXADOR DE LÍNGUA, pois pode desencadear um laringospasmo seguido de PCR. O padrão-ouro é a laringoscopia com visualização de uma epiglote edemaciada e vermelho-cereja. À radiografia lateral cervical, observa-se o sinal do polegar (epiglote edemaciada), porém NÃO ESTÁ INDICADA.

*Rx: sinal do polegar.

85
Q

Qual o tto da epiglotite?

A

UTI para IOT ou traqueostomia. NÃO DEVO TENTAR VISUALIZAR EPIGLOTE (pode obstruir nesse momento)!!!

*Após isso: suporte + ATB (ceftriaxona ou clavulim).

86
Q

O que é o crupe espasmódico e qual sua diferença para o crupe?

A

É a laringite estridulosa aguda, sendo semelhante à laringotraqueobronquite (crupe), porém sem achados de infecção. Há a tosse metálica, coriza, rouquidão, estridor e desconforto respiratório, porém sem febre. O quadro tende a melhorar em poucas horas, restando apenas a tosse e rouquidão.

87
Q

Qual o tto da crupe?

A

A maioria pode ser tratada em casa com vapor quente ou frio e uso de umidificadores. Caso quadro amis grave e necessidade de internação, atmosfera com alta umidade, O2, NBZ com adrenalina + SF (GC em casos graves).

88
Q

Quais sinais são importantes no paciente internado com crupe?

A

A FR, pois a taquipneia progressiva pode ser o primeiro sinal de uma obstrução completa iminente e de hipóxia.

89
Q

Qual o tto da epiglotite?

A

Estabelecer VAA, preferencialmente IOT, independentemente do grau de desconforto respiratório da criança. Além disso, iniciar ATB (ceftriaxona, cefuroxima ou meropenem por 7-10d).

90
Q

Qual o tto da laringotraqueobronquite viral aguda?

A
  1. Com estridor em repouso (obstrução importante, quadro grave): NBZ com adrenalina + GC (VO ou IM, como a dexametasona). Devo manter em obs por 2h após NBZ com adrenalina.
  2. Sem estridor em repouso: apenas GC.

*Adrenalina: 0,5 ml/kg com máximo de 5 ml (não precisa diluir em água - a diluição só aumenta o tempo da NBZ).