Neonatologia - Reanimação Neonatal Flashcards
Qual a importância da mortalidade neonatal?
É o principal componente da mortalidade infantil, sendo que a maioria ocorre na 1a semana de vida.
Quais as principais causas de morte neonatal?
Complicações da prematuridade, eventos relacionados ao parto e infecções.
Qual a porcentagem de RNs que precisará da reanimação neonatal?
1 em cada 10 (10%).
Qual diferença entre a vida intra-uterina e a extra-uterina promove a maior necessidade da reanimação neonatal?
A transição respiratória da vida intra-uterina para a extra, em que na intra-uterina, o feto não necessitava dos seus pulmões para a oxigenação. Porém após o nascimento, ele troca totalmente sua forma de oxigenação do sangue.
Quando deve ser preparado o material da reanimação neonatal?
Antes do parto e em TODOS OS PARTOS.
Qual a peculiaridade para nascimentos múltiplos?
Deve haver uma equipe e um conjunto de equipamentos para cada RN.
Quais condições podem estar associadas à necessidade de reanimação neonatal?

Quais os primeiros parâmetros avaliados no RN que ditam se ele vai ou não para a reanimação neonatal?
A idade gestacional, a respiração/choro e o tônus muscular.
Quais as perguntas iniciais para ver se o RN vai para a reanimação neonatal?
A gestação é a termo? Está respirando ou chorando? Está com tônus adequado?
Qual minha conduta caso a resposta seja “sim” para todas as perguntas (RNAT, respirando e com tônus adequado)?
Clampeamento oportuno do cordão umbilical (1-3’) e vai para o colo da mãe assim que nasce.
Qual o motivo de fazer o clampeamento tardio do cordão umbilical (1-3’)?
Benefício nos índices hematimétricos entre 3-6m de idade, mesmo que ESTEJA associado a maior necessidade de fototerapia por icterícia neonatal na 1a semana de vida.
Qual minha conduta para a resposta “não” apenas para a gestação à termo (RNPT, respirando/chorando e com tônus adequado)?
Esse bebê vai para a mesa de reanimação (sempre que houver 1 “não” e minha conduta em relação ao cordão depende da IG com que foi realizado o parto: ≥ 34s clampeamento oportuno do cordão. < 34s clampeamento após 30-60’’.
Qual minha conduta para a resposta “não” para respiração/choro e/ou tônus, independentemente da IG (qualquer IG, sem respiração/choro e/ou sem tônus adequado - flácido)?
O clampeamento deve ser realizado imediatamente e esse RN deve ser encaminhado para a mesa de reanimação neonatal para os passos iniciais.
O que é realizado nos passos iniciais e em quanto tempo devo fazê-los?
É realizado o APAS: aquecer, posicionar, aspirar (bocas e narinas s/n) e secar, sendo realizado em, no máximo, 30 segundos.
Como é feito o aqueciemento do RN?
Manter a sala de parto entre 23-26°, levar ele à mesa com campos previamente aquecidos e posicionar sob fonte de calor irradiante.
Como deve ser feito o posicionamento do RN na mesa de reanimação?
A cabeça deve ser mantida em leve extensão para manter as VA pérvias (coxim sob os ombros).
Quando é feita a aspiração das vias aéreas?
Quando há obstrução delas por secreções em excesso. Primeiro eu aspiro a boca e depois as narinas.
Quando a conduta após a realização dos passos iniciais? Quais os direcionadores do algoritmo?
É feita a avaliação da respiração do RN (expansão torácica ou choro) e a FC (ausculta do pré-cordio por 6s e multiplica por 10). Caso haja apneia, respiração irregular ou FC < 100, eu continuo no algoritmo da reanimação neonatal.
Qual a conduta caso, após os passos iniciais, haja respiração regular e FC > 100?
Esse RN pode ir para o colo da mãe coberto por tecido aquecido e segue uma avaliação contínua da respiração e tônus.
Qual minha conduta caso, após os passos iniciais, haja FC < 100, apneia ou respiração irregular?
Deve ser iniciada a ventilação com pressão positiva (VPP) inicialmente com a máscara facial.
Qual a importância da VPP?
É o procedimento mais importante na reanimação neonatal, pois a transição da vida intra-uterina para a extra levanta o problema de não insuflação dos pulmões do RN.
Por quanto tempo é realizada a VPP?
Por 30’’, devendo ser iniciada ainda dentro do golden minute (primeiros 60’’ de vida do RN).
Qual a FiO2 e a FR da VPP em RNs ≥ 34s?
FiO2 21% (aa) com frequência de 40-60 (aperta/solta/solta), podendo ser aumentada pouco a pouco (10-10%).
Quais medidas são feitas junto com a VPP?
A monitorização da oximetria do RN com oxímetro no MMSS direito na região do pulso radial e a monitorização da FC por 3 eletrodos no RN (1 em cada braço próximo ao ombro e o outro em qualquer coxa).
Quais os valores de SaO2 pré-ductais desejáveis de acordo com o tempo de vida?
Até 5 minutos: 70-80%. 5-10: 80-90%. > 10: 85-95%.
Qual o principal indicador de efetividade da VPP?
O aumento da FC.
Qual minha conduta quando, após a VPP por 30’’, a FC se mantém abaixo de 100?
Primeiramente é importante checar a ténica de VPP para ver se está sendo realizada corretamente antes de iniciar a ventilação com oxigênio suplementar.
Quais as principais indicações para VPP por cânula traqueal (IOT)?
Ventilação com máscara facial não efetiva (FC permanece < 100), ventilação com máscara facial prolongada e aplicação de massagem cardíaca.
Qual a oxigenação usada na IOT?
A mesma usada na VPP, readequando conforme a saturação. Quando é realizada a VPP pela cânula por 30’’ e a FC do RN está < 100, eu aumento a FiO2 para 60-100%.
Quando dizemos que houve falha da ventilação pela cânula?
Quando, após 30’’ de ventilação por ela, há FC < 100, RN não retoma inspiração espontânea ou a SaO2 está abaixo do desejado.
Quando indicar massagem cardíaca?
Quando FC < 60 após 30’’ de VPP com técnica adequada por meio da cânula traqueal (IOT) e uso de concentração de O2 60-100%. Ou seja, só inicial quando a ventilação estiver bem estabelecida.
Como é feita a massagem cardíaca?
A pessoa se posiciona na cabeça do RN e faz compressões com os 2 polegares sobrepostos no terço inferior do esterno (logo abaixo à linha intermamilar), poupando o apêndice xifoide.
Como coordenar a massagem cardíaca com a VPP?
3 compressões para uma ventilação (3:1). O objetivo é 120 movimentos por minuto, sendo 90 compressões e 30 ventilações. O oxigênio ofertado pode ser de 100%.
Por quanto tempo é feita a massagem cardíaca?
60’’.
Quando eu considero insucesso da massagem cardíaca?
Quando há, após 60’’ de VPP com cânula traqueal com oxigênio 100% + massagem cardíaca, uma FC < 60.
Qual minha conduta após identificar falha da massagem cardíaca com VPP?
Checar técnica, se há ou não obstrução, corrigindo o que for necessário.
Qual minha conduta caso a técnica esteja correta porém a FC < 60 mesmo com VPP e massagem cardíaca?
Cateterismo de urgênica e administração de adrenalina.
Qual a principal via de adm de medicações na sala de parto?
EV, sendo preferencialmente pelo coto umbilical (veia umbilical) pela facilidade.
Como adm a adrenalina na reanimação neonatal?
A via preferencial é a EV, porém caso ainda esteja sendo providenciado o acesso, a 1a dose pode ser feita pela cânula traqueal. Vou repetir a dose (EV) a cada 3-5 minutos caso não haja reversão da bradicardia.
Quando devo repor volume na reanimação neonatal?
Quando a criança apresentar palidez ou evidências de choque (ex: mulher c DPP), sendo feito SF 0,9% 10 ml/kg em 5-10’.
Quando é aceitável interromper as manobras no RN ≥ 34s?
Assistolia após 10min de reanimação.
Qual minha conduta em RN < 34s mas que está chorando e com tônus adequado? Qual a vantagem dessa conduta?
Vou aguardar 30-60’’ para clampear o cordão. Está associado a menor frequência de hemorragia intracraniana e enterocolite necrosante, além de diminuir necessidade de transfusão sanguínea.
Quais as diferenças dos passos iniciais para o RN < 34 e o ≥ 34?
Na fase de aquecimento, a criança é envolvida por um saco plástico e veste ela com uma touca para evitar a perda de calor pelo corpo e pela fontanela, respectivamente. Além disso, já nos passos iniciais coloca-se o oxímetro de pulso do MMSS (≥ 34s colocava-se apenas após início da VPP).
Qual a FiO2 inicial na reanimação do RN < 34s?
30% inicialmente, reajustando conforma a saturação pré-ductal.
Qual a diferença na ventilação mecânica no RN < 34 em comparação com o ≥ 34s?
O ventilador mecânico manual em T parece ter vantagens em relação ao balão autoinflável usado ≥ 34s.
Quando vou usar CPAP na reanimação de RN < 34s? Qual a importância do CPAP?
Naqueles RNs que estão chorando/respiranto e com tônus bom, porém com saturação abaixo da esperada ou desconforto respiratório. O CPAP evita o colapso dos alvéolos imaturos ainda sem surfactante.
A presença de mecônio no LA faz necessário o encaminhamento para mesa de reanimação imediatamente?
Não, caso haja boa vitalidade do RN (tônus bom e chorando/respirando), ele deve ficar com a mãe, independentemente do LA.
Quando há mecônio no LA, eu devo aspirar a TRAQUEIA e hipofaringe em que momento da reanimação?
APENAS APÓS A VPP. Portanto o atendimento é o seguinte: passos iniciais (APAS), com aspiração da BOCA e NARIZ apenas, seguido da VPP por 30’’ e, caso após a VPP por 30’’ haja forte suspeita de osbtrução meconial, eu faço a aspiração da traqueia e hipofaringe.
Como ventilar um RN na mesa de reanimação em que se suspeita de hérnia diafragmática e como suspeitar dessa hérnia?
Vou suspeitar naqueles RNs com sinais de desconforto respiratório e abdome escavado, porém o dx geralmente é feito pela USG no pré-natal. A ventilação deve ser feita já com a cânula traqueal, não podendo ser feita com máscara facial pois poderia levar a distensão das alças intestinais e piora da compressão do parênquima pulmonar.