INTERNATO - Apendicite Aguda Flashcards
Qual a importância da apendicite aguda (AA)?
É a doença abdominal ciúrgica mais comum na infância.
Qual a epidemiologia da AA?
A maior incidência ocorre dos 10-18 anos, sendo rara em < 5 anos e raríssima em < 3 anos.
Qual a fisiopatogenia da AA?
Alguma condição (fecalito, hiperplasia linfoide, corpo estranho, parasita, tumor) promove a obstrução do lúmen do apêndice, elevando a pressão intraluminal com redução do retorno venoso e proliferação bacteriana (essas bactérias não são mais “drenadas” pois o lúmen está obstruído), especialmente anaeróbios e BGNs. A progressão do edema e da inflamação promove comprometimento isquêmico, com necrose e perfuração do órgão.
Qual a clínica da AA?
Sequencialmente: dor abdominal, sendo inicialmente vaga, em cólica e periumbilical, podendo haver mal-estar e anorexia. Com a progressão e distensão do apêndice, a dor se intensifica e migra para o quadrante inferior direito, podendo surgir junto febre baixa e vômitos. Se houver perfuração, aparecerão sinais de peritonite, sepse e choque.
Quais os achados de EF na AA?
A criança pode fletir a coxa direita para diminuir a extensão do reto abdominal, há sensibilidade dolorosa localizada (percussão e palpação), o abdomine é plano (torna-se distendido se perfurar), peristalse normal/reduzida e pode haver rigidez o m. reto abdominal à D. Pode haver: dor no ponto de McBurney (sinal de Blumberg - dor à DB), sinal de Rovsing (palpação no QIE do abdome promove dor no QID), sinal do Psoas (dor pela flexão ativa da coxa sobre o abdome com o paciente em DLE) e sinal do Obturador (dor pela rotação interna + adução da coxa).
Qual a importância da identificação precoce da AA?
A evolução do quadro ocorre em 24-48h, fazendo com que após 48h o risco de perfuração seja enorme, alcançando 65% dos casos.
Como é feito o dx da AA?
A evolução temporal da dor e o exame do abdome são de fundamental importância, sendo que o dx é feito pela anamnese + EF.
Qual o exame padrão-ouro para dx de AA e quais seus achados?
A TC, evidenciando espessamento da parede, borramento da gordura peritoneal adjacente, formação de abcesso.
Quais os achados de USG que evidenciam AA?
Imagem em alvo do apêndice, espessamento da parede ≥ 6mm, distensão luminal, perda da compressibilidade, presença de fecalito, líquido na cavidade peritoneal.
Quais os achados de exame laboratorial sugerem AA?
HMG: inicialmente (24h) a leucometria tende a ser normal ou pouco elevada. Se houver perfuração, haverá > 20mil. Leucometria < 8mil após 48h diminui muito a probabilidade do dx. EAS: pode haver piúria e hematúria pela proximidade.
Qual o tto da AA?
Cirurgia para remoção do órgão inflamado associada a ATB para profilaxia de infecção (ampicilina + metronidazol + amicacina ou gentamicina).
Quais as fases evolutivas da AA?
São 4: edematosa/catarral, flegmonosa, gangrenosa e perfurada. As 2 primeiras são apêndices em fase inicial (não complicadas) e as 2 últimas aparecen após 2-3 dias de história e são fases avançadas (complicadas).
Quais situações podem dificultar o dx de AA?
Posições anômalas do apêndice, como na cavidade pélvica (sintomas de cistite), escavação retouterina (diarreia), retrocecal (dor lateral ou lombar)
Por quanto tempo eu vou manter o ATB na apendicite?
Até 24h do paciente afebril, quando é dada alta hospitalar e o paciente vai sem ATB para casa.
A cirurgia da AA deve ser de emergência?
Não há necessidade para isso, podendo preparar o paciente para a operação, fazendo com que atrasos de 12-18h não alterem o prognóstico do paciente.