INTERNATO - Escroto Agudo Flashcards
Imagem anatomia do escroto.
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O que compõe a sd do escroto agudo?
Edema escrotal, dor, sudorese, náuseas/vômitos e, às vezes, febre.
Quais as principais causas do EA?
Torção testicular (TT - p após os 12a), torção do apêndice testicular (p entre 2-10a), epididimite, hidroceles, PHS.
O que é a TT?
É quando o testículo e o cordão espermático sofrem um ou mais giros no eixo vertical, resultando em edema progressivo, obstrução venosa e comprometimento da perfusão arterial.

Quais as principais complicações da TT?
Isquemia e infarto testicular.
Qual a epidemiologia da TT?
Crianças maiores e adolescentes (pico com 14a).
Qual o fator predisponente para TT?
Alguma anomalia na fixação da túnica vaginal no cordão (geralmente túnica vaginal redundante).

Qual o QC da TT?
Dor testicular súbita unilateral (pode estar associada a dor abdominal inferior ou inguinal), sem queixas urinárias ou febre (maioria). É comum náusea e vômito associado. EF: aumento no volume, muito doloroso, posição mais elevada e horizontalizado, reflexo cremastérico reduzido/abolido, sinal de Prehn negativo.

O que é o reflexo cremastérico? E o sinal de Prehn?
Cremastérico: elevação do testículo após estimulação da face interna da coxa. Sinal de Prehn: elevação do testículo acometido pelo examinador. É negativo quando não há melhora da dor.
Qual a diferença da TT para a orquiepididimite?
Geralmente há febre e manifestações urinárias na orquiepididimite, além do sinal de Prehn positivo (melhora da dor com elevação do testículo acometido).
Como fazer a confirmação dx da TT?
USG Doppler da bolsa escrotal, evidenciando ausência de fluxo no cordão espermático acometido.
Qual a conduta na TT?
Correção cirúrgica em caráter de EMERGÊNCIA.
Por que a TT deve ser corrigida o mais rápido possível?
Pois a viabilidade do testículo é dependente do tempo de torção (90% estão viáveis com 6h da torção, 20-60% após 12h).
Como é a correção cirúrgica da TT?
Abertura na rafe mediana do escroto, destorcer o testículo e avaliar sua viabilidade. Realiza-se, então, a orquidopexia de AMBOS os testículos caso não houve perda testicular. Caso perda, realizar orquiectomia do acometido e orquidopexia do contralateral.
Por que é feita a orquidopexia do testículo não acometido?
Pois a TT ocorre por um defeito de fixação do testículo, fazendo com que o testículo não acometido possa torcer eventualmente no futuro.
Em um paciente com TT e comprovadamente perda do testículo, devo realizar cirurgia?
SIM, para orquidopexia do testículo contralateral, pois, apesar de o testículo necrosado não infectar ou causar nenhum problema (é reabsorvido), eu devo corrigir o defeito que predispos à TT no testículo viável para evitar a perda de outro.
Explique a destorção manual.
Pode ser tentada em caso de documentação de TT na USG se a cx não estiver disponível prontamente. 2/3 dos testículos apresentam torção medial, portanto, após sedação e analgesia, tenta-se realizar a rotação medial->lateral. Deu certo quando há alívio imediato da dor, posição inferior do testículo e retorno do fluxo na USG.

O que é o apêndice testicular?
É uma estrutura vestigial ântero-superior do testículo (remanescente embriológico dos ducsos de Muller). Pode ter também no epidídimo.

Qual o QC da torção do apêndice testicular ou do epidídimo?
Dor de início súbito, testículo NÃO dolorido, massa palpável e sensível (apêndice torcido). EF: sinal do ponto azul (infarto e necrose do apêndice). Pode haver reflexo cremastérico presente e hidrocele reativa. USG: fluxo sanguíneo normal ou aumentado para o testículo.

Como fazer o dx e qual a conduta na torção de apêndice testicular ou do epidídimo?
Clínico ou por USG Doppler caso dúvida se é ou não TT. O USG Doppler evidencia fluxo normal/aumentado e o apêndice torcido (baixa ecogenicidade). A conduta é de suporte (analgésicos, repouso e suporte escrotal). A dor tende a desaparecer em 5-10d. Cx apenas se dor persistente. Não preciso explocar o hemiescroto contralateral.
O que é a epididimite? Qual a epidemiologia?
É a inflamação do epidídimo, ocorrendo mais frequentemente em adolescentes tardios (mas também em meninos mais velhos).
O que aumenta o risco de epididimite?
Atividade sexual, esforço físico intenso e trauma direto. *Epididimite bacteriana pré-púbere está associada a anomalias no trato urinário.
Qual a etiologia da epididimite?
Infecção bacteriana por clamídia (p), gonococo, E. coli ou vírus.

Qual o QC da epididimite?
Dor aguda ou subaguda e edema testicular associados a alterações urinárias (polaciúria, disúria, corrimento uretral) e febre. EF: posição vertical normal, pode estar eritematoso, edema, reflexo cremastérico normal, sinal de Prehn positivo.
Quais exames devem ser solicitados na suspeita de epididimite?
EAS e urocultura, avaliação de ISTs. O EAS pode conter piúria ou ser normal. A urocultura é negativa na maioria dos casos.
Como pode ser feito o dx de epididimite?
QC + USG Doppler (caso dúvida) com aumento do fluxo para o epidídimo acometido.
Qual a conduta na epididimite?
Depende da gravidade do caso e da etiologia suspeita: -Crianças: se piúria ou urocultura positiva = ATB; se ausência de piúria e urocultura negativa = ATB e avaliação extensiva não necessários. -Adolescentes sexualmente ativos: ATB empírico.
Qual ATB usar na epididimite dos sexualmente ativos? E nas crianças?
Ceftriaxona 500 mg IM dose única + doxiciclina 100 mg VO 12/12h por 10 dias = cobre clamídia e gonococo. Não usar quinolona se suspeita de gonococo pela resistência. Crianças: bactrim, cefalexina.
Quais outras causas de escroto agudo?
Trauma, hérnia inguinal indireta encarcerada, púrpura de Henoch-Schonlein, orquite (caxumba e outros vírus), dor referida.
Tabela ddx escroto agudo.

O que é a hidrocele?
É o acúmulo não doloroso de líquido na túnica vaginal, sendo, na maioria das vezes, não comunicante.

Qual achado no EF e QC sugere hidrocele?
Um escroto macio, não doloroso e é observado acúmulo de líquido à transimulinação.

Qual a evolução natural da hidrocele?
Quando não comunicante, tende a se resolver até 1 ano de vida. Porém quando persiste por mais de 12-18m, pode ser comunicante e deve haver exploração cirúrgica da região.