Neonatologia - Doenças Infecciosas Flashcards

1
Q

Por que a sepse neonatal é uma importante causa de óbito nesse período?

A

Pois há infecções graves por imaturidade imunológica. Qualquer infecção bacteriana no período neonatal é potencialmente grave pela imaturidade do sistema imunológico.

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2
Q

Qual a classificação da sepse neonatal?

A

Precoce (< 48h) ou tardia (> 48/72h/1s).

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3
Q

Qual a relação da incidência de sepse neonatal com a IG?

A

É inversamente proporcional, ou seja, quando menor a IG, maior a chance de sepse neonatal.

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4
Q

Qual a fisiopatologia da sepse neonatal?

A

Depende se a sepse é precoce ou tardia. A precoce está relacionada com infecções intra-uterinas, como a aspiração de LA contaminado (corioamnionite), e do trajeto do parto (infecção durante a passagem do RN).
A tardia, por sua vez, está ralacionada à colonização e infecção intra-hospitalar, comunitária ou infecção transversal.

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5
Q

Quais os FR para sepse neonatal?

A

Maternos: febre materna > 37,5°, infecção urinária (infecção ascendente - corioamnionite mais frequente), colonização por GBS, RPMO > 18h, IT genital.
RN: taquicardia fetal (qnd bcf > 180 - maior a chance), prematuridade (FR mais importante - deficiência imunológica maior que o RNAT), Apgar 5 min < 7, menino e primeiro gemelar (?).

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6
Q

Qual a etiologia da sepse neonatal precoce? E da tardia?

A

Precoce: GBS, E. coli, enterobactérias (Klebsiella, Pseudomonas, Haemophilus), anaeróbios e Listeria (menos comum).
Tardia: CGP (S. aureus, GBS, S. epidermidis), enterobactérias e fungos.

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7
Q

Quais os FR para sepse neonatal por fungos?

A

Extremo baixo peso (< 1000g), ATB de amplo espectro e nutrição parenteral.

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8
Q

Qual a diferença do QC da sepse neonatal precoce e tardia?

A

A tardia geralmente é de início mais insidioso e com manifestações mais inespecíficas.

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9
Q

Quais as manifestações clínicas da sepse neonatal?

A

Dificuldade respiratória (p), instabilidade térmica (hipotermia < 36,5 ou hipertermia > 37,5), gastrintestinais (recusa alimentar, vômitos, distensão abdominal), sangramento (CIVD da sepse), palidez, hipotonia e convulsões, irritabilidade e letargia, icterícia (BD), avaliação subjetiva (RN que parece não estar bem).

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10
Q

Quais os exames inespecíficos empregados na investigação da sepse neonatal? Quais os resultados esperados?

A

Hemograma: leucocitose (> 25k - pois o RN tem aumento pelo TP) ou leucopenia (< 5k), neutropenia (mais específico de sepse neonatal) e relação IT ≥ 0,2. Pode haver plaquetopenia (maior gravidade). PCR não deve ser usado como dx mas sim como acompanhamento à resposta terapêutica.

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11
Q

Quais os exames específicos na investigação da sepse neonatal?

A

A coleta de culturas, sendo elas hemocultura, urinocultura (quando sintomatologia e/ou malformações urinárias), cultura do líquor e da secreção traqueal.

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12
Q

Qual o tto da sepse neonatal?

A

Como as culturas demoram para ficar prontas, o tto é feito com antibioticoterapia empírica, sendo iniciada (pelo MS) quando há 3 ou mais sinais clínicos no RN ou no mínimo 2 sinais + FR materno. Para a precoce: ampicilina (ou penicilina cristalina) + gentamicina; tardia: depende.

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13
Q

Como fazer a prevenção da sepse neonatal?

A

Através da profilaxia intraparto para GBS ou através de protocolos para identificar os RN com maior chance de sepse neonatal e fazer o ATB empírico.

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14
Q

Como ocorre a transmissão da sífilis congênita?

A

Através da placenta ou quando o feto passa pelo canal de parte (se houver lesões).

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15
Q

Qual a fisiopatologia da sífilis congênita?

A

A transmissão pode ocorrer em qualquer fase da sífilis materna, mas é mais frequente na 1ária e 2ária, sendo que o risco aumenta quanto maior for a IG. A infecção placentária pode produzir redução do fluxo com CIUR.

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16
Q

Em qual fase da sífilis ocorre a maioria dos dx de sífilis materno?

A

Na fase latente da sífilis.

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17
Q

Qual a divisão da sífilis congênita?

A

Precoce (< 2a) e tardia (> 2a).

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18
Q

Qual a HND das manifestações da sífilis precoce?

A

A maioria é assintomática logo após o nascimento, sendo que as lesões surgem, na grande maioria das vezes, até os 3 primeiros meses de idade.

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19
Q

Por que ocorrem as manifestações de sífilis congênita precoce?

A

Pela atividade da doença com destruição tecidual.

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20
Q

Quais as manifestações da sífilis congênita precoce?

A

Manifestações cutâneo-mucosas, ósseas, hematopoéticas, do SNC, oculares e viscerais.

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21
Q

Quais as manifestações cutâneo-mucosas da sífilis congênita precoce?

A

Lesões máculo-papulares vermelho-cobreadas, pênfigo sifilítico (palma e planta), condiloma plano, placas mucosas, alterações ungueais, perda de cabelo e sobrancelhas e rinite (primeira manifestação, há secreção nasal mucosa, podendo ser sanguinolenta e pode destruir a cartilagem nasal).

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22
Q

Quais as lesões ósseas da sífilis congênita precoce?

A

Periostite (duplo contorno) e desmineralização cortical, osteocondrite, sinal de Wimberger (rarefação na margem superior interna da tíbia bilateralmente), pseudoparalisia de Parrot (a criança não se mexe porque dói muito). Pode haver choro com a manipulação dele.

  • Tendem a desaparecer mesmo sem tto.
  • *São uma boa forma de diferenciar sílifis congênita da adquirida, pois não ocorre na última.
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23
Q

Quais as alterações hematopoéticas da sífilis congênita precoce?

A

Anemia, leucopenia ou leucocitose, trombocitopenia, anemia hemolítica (coombs negativo). Pode haver icterícia por BI (anemia hemolítica) e/ou BD (acometimento hepático).

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24
Q

Quais as alterações no SNC e oculares na sífilis congênita precoce?

A

SNC: neurossífilis.
Oculares: coriorretinite (fundo de olho em sal e pimenta).

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25
Q

Quais as alterações viscerais na sífilis congênita precoce?

A

Hepatoesplenomegalia, acometimento renal (SN, GNDA), linfadenopatia generalizada.
Outras: miocardite, síndromes disabsortivas, …

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26
Q

Por que ocorrem as manifestações da sífilis congênita tardia?

A

Por ausência da identificação e tto da sífilis precoce, ocorrendo por cicatrização das lesões e ainda um processo inflamatório.

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27
Q

Quais as manifestações da sífilis congênita tardia?

A

Sequelas ósseas (fronte olímpica, tíbia em sabre, espessamento da junção esternoclavicular - sinal de Higoumenáki), anormalidades dentárias (dentes de Hutchinson e molares em amora - > 4 cúspides), alterações na face (maxila curta, nariz em sela, rágades), articulações de Clutton (derrame articular estéril), ceratite intersticial, tríade de Hutchinson (surdez, dentes e ceratite), hidrocefalia e deficiência intelectual.

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28
Q

Qual cuidado deve ser tomado em relação à análise sorológica do RN para dx de infecções congênitas?

A

O aumento de IgG deve ser analisado com cuidado, pois há passagem de IgG materno para o feto pela placenta. Porém o aumento de IgM sempre é do RN.

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29
Q

Quais as manifestações CARACTERÍSTICAS da sífilis congênita precoce?

A

Rinite sifilítica (obstrução nasal, secreção serossanguinolenta), placas em superfície mucosa, condiloma plano, pênfigo sifilítico e lesões ósseas (periostite com duplo contorno e osteocondrite, pseudoparalisia de Parrot).

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30
Q

Quais as manifestações CARACTERÍSTICAS da sífilis congênita tardia?

A

Fronte olímpica, nariz em sela, rágades (sulcos ao redor dos orifícios), alterações dentárias (Hutchinson e molares em amora), tíbia em sabre, artic de Clutton, ceratite intersticial.

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31
Q

Quando é feita a avaliação do RN quanto a possibilidade de sífilis congênita?

A

Deve ser feita em todos os RNs filhos de mãe que tiveram o dx na gestação, independentemente se tratou ou não.

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32
Q

Quais exames devem ser feitos para investigar a possibilidade de sífilis congênita no RN?

A

A avaliação é feita através do VDLR (não faço treponêmico em RN pois os ac podem ser da mãe) de sangue periférico (NÃO pode ser feito do cordão umbilical). Pode-se fazer HMG, análise do LCR, rx de ossos longos, avaliação hepática, eletrólitos e raio x de tórax.

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33
Q

Quais achados de LCR me indicam neurossífilis?

A

VDLR positivo no LCR OU celularidade > 25 OU PTN > 150 (isso no período neonatal. > 28d –> VDLR reagente, cel > 5 e/ou PTN > 40).

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34
Q

O que eu devo determinar inicialmente para avaliar a necessidade de tto do RN para sífilis congênita?

A

Se o tratamento materno foi adequado ou não.

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35
Q

O que é um tratamento adequado da mãe para sífilis congênita do RN?

A

Feito com PENICILINA BENZATINA (pois trata a gestante e o feto) + ADEQUADO PARA A FASE (doses e intervalo correto) + INICIADO ANTES DE 30D DO PARTO + avaliar risco de reinfecção (parceiro não tratado + relações sexuais, múltiplos parceiros) + queda no VDLR em 2 diluições (2 em 3 meses ou 4 em 6 meses).

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36
Q

Quando o RN é, por definição, um caso de sífilis congênita?

A

Naqueles casos de não tto ou tto inadequado da mãe com sífilis dx na gravidez. EU DEVO NOTIFICAR ESSES CASOS COMO PORTADORES DE SÍFILIS CONGÊNITA.

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37
Q

Qual minha conduta no RN com sífilis congênita por definição?

A

Realizar TODOS os exames de investigação (VDLR, LCR, HMG, avaliação hepática, rx ossos longos e tórax, eletrólitos) e tratar TODOS os casos com penicilina BENZATINA.

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38
Q

Qual o tto quando há LCR de neurossífilis?

A

Penicilina cristalina/potássica IV por 10 D (cristalina pois garante doses treponemicidas no SNC).

39
Q

Qual o tto quando há qualquer outro exame alterado para sífilis congênita porém LCR normal?

A

Penicilina cristalina IV 10d ou penicilina procaína IM 10d (escolha).

40
Q

Qual a vantagem do uso da penicilina procaína em relação à cristalina?

A

A procaína, EM TESE, pode ser feita por tratamento ambulatorial, dando alta para o RN.

41
Q

Qual o tto em casos de tto inadequado da mãe com sífilis e RN assintomático e todos os exames normais (até VDLR)?

A

Penicilina benzatina em dose única 50.000 UI/kg (IM).

42
Q

Qual exame é realizado no RN quando a mãe foi tratada ADEQUADAMENTE para sífilis?

A

É realizado o VDRL SEMPRE.

43
Q

Qual o divisor de águas do VDLR do RN quando a mãe foi tratata ADEQUADAMENTE para sífilis?

A

O divisor é o VDLR do RN maior do que o materno em pelo menos 2 diluições.

44
Q

Qual minha conduta em RNs filhos de mães tratadas adequadamente para sífilis porém com VDLR fetal com pelo menos 2 diluições maiores do que o da mãe (ex: VDLR materno 1:4 e VDLR do RN ≥ 1:16)?

A

É um caso de sífilis congênita: devo notificar, pedir TODOS os exames (HMG, LCR, rx tórax e ossos longos, glicose, alterações hepáticas, eletrólitos) e fazer penicilina cristalina OU procaína por 10d.

45
Q

Qual minha conduta em RNs filhos de mães tratadas adequadamente para sífilis porém com VDLR fetal com menos de 2 diluições maiores do que o da mãe (ex: VDLR materno 1:4 e VDLR do RN < 1:16)?

A

Caso o EF seja normal: acompanhamento ambulatorial de exposição à sífilis.
Caso o EF seja alterado: o VDLR é reagente? Sim –> sífilis congênita –> todos os exames + penicilina cristalina ou procaína; Não (VDLR não reagente) –> investigar para outras infecções (STORCH).

46
Q

Qual droga pode ser usada em caso de indisponibilidade das penicilinas procaína e cristalina?

A

A ceftriaxona.

47
Q

Como deve ser feito o acompanhamento do RN com sífilis congênita ou suspeito para sífilis congênita?

A

Avaliações mensais até o 6° mês e bimestrais do 6° ao 18° mês, realizar teste não treponêmico com 1, 3, 6, 12 e 18 meses (interrompo caso 2 resultados consecutivos negativos), monitorar diminuição da titulação aos 3 meses e negativação aos 6m, acompanhamento audiológico e oftaomológico semestral até os 2 anos, reavaliar líquor a cada 6m até normalizar caso LCR alterado.

48
Q

Qual a conduta em caso de aumento do título no acompanhamento da sífilis congênita ou da sua não negativação até os 18m?

A

Considerar retratamento ou nova investigação.

49
Q

Algoritmo tto da sífilis congênita.

A

.

50
Q

Quando é maior o risco de TMF (transmissão materno fetal) do vírus da rubéola?

A

Quanto menor a IG.

51
Q

O que é a síndrome da rubéola congênita (SRC)?

A

São os sinais e sintomas nos RNs filhos de mãe que apresentaram infecção pelo vírus da rubéola durante a gestação.

52
Q

Qual a relação entre o Brasil e a rubéola?

A

O Brasil possui um certificado de eliminação da rubéola e da SRC.

53
Q

Qual a fisiopatogenia da SRC?

A

O vírus pode promover reabsorção do embrião, abortamento, natimorto, infecção só da placenta ou da placenta e do feto. Quando acomete o feto, promove mais malformações fetais quando menor for a IG, podendo nem produzir malformações caso adquirida após o 4° mês.

54
Q

Quais as manifestações clínicas da rubéola congênita?

A

As características são da tríade da SRC: surdez (cóclea e órgão de Corti), catarata (reflexo vermelho ausente - leucocoria) e cardiopatias congênitas (as principais são PCA e estenose da artéria pulmonar).
Outras: retinopatia, microftalmia, microcefalia, tetraplegia, retardo no desenvolvimento psicomotor, hepatomegalia e icterícia (BD), púrpura trombocitopênica, muffin de blueberry.

55
Q

Quais condições a SRC aumenta a incidência?

A

As endocrinopatias, especialmente a DM 1.

56
Q

Quando investigar o RN para SRC e como fazer essa investigação laboratorial?

A

Naqueles RNs filhos de mãe com comprovação de rubéola durante a gestação ou com alta suspeita e naqueles casos com manifestações compatíveis com SRC.
Testes sorológicos: IgM+ confirma, IgG+ devo fazer acompanhamento (título maior que materno ou persistentemente alto - confirma infecção), PCR.

57
Q

Qual o tto da SRC?

A

Não existe tratamento medicamentoso. A catarada e as CCs podem ser tratadas cirurgicamente.

58
Q

Como fazer a prevenção da SRC?

A

Vacinação materna antes da concepção (é vacina contraindicada durante a gestação).

59
Q

Qual a relação entre a infecção pelo T. gondii e a IG?

A

Quando mais precoce a gestação, menor a chance de contaminação porém mais graves são as consequências.

60
Q

Qual a fisiopatologia da toxo congênita?

A

O T. gondii apresenta tropismo para as células da retina e do SNC, produzindo suas principais consequências nessas regiões, porém acomete praticamente todos os sistemas orgânicos do feto. No cérebro são encontradas regiões de necrose acompanhadas de processos inflamatórios perivasculares com calcificação.

61
Q

Quais as manifestações clínicas mais comuns na toxo congênita?

A

Coriorretinite, hidrocefalia obstrutiva e calcificações intracranianas DIFUSAS.

62
Q

Quais outras alterações presentes na toxo congênita?

A

Proteinorraquia > 1 g/dl, opistótono, convulsões, retardo no crescimento, nistagmo, glaucoma, catarata, descolamento de retina, estrabismo, icterícia (BD), hepatoesplenomegalia, linfonodomegalia, …

63
Q

O que é a tétrade de Sabin na toxo congênita?

A

É a presença de coriorretinite, clacificações intracranianas, hidrocefalia/microcefalia e deficiência intelectual.

64
Q

Quando investigar para toxo congênita e como fazer isso no feto?

A

Em todos os fetos filhos de mãe com infecção aguda (mesmo que tratada).
A investigação pode ser feita com USG fetal (identificação de malformações, como hidrocefalia, calcificação, hepatoespleno, ascite, cardiomegalia, alterações placentárias) e PCR do líquido amniótico (amniocentese após 16s de IG).

65
Q

Como investigar toxo congênita no RN?

A

ELISA: IgG pode ser materno ou do RN, não ajudando no dx. IgM confirma a infecção. Exames de imagem (Rx ou TC) com identificação das calficações neurológicas difusas.

66
Q

Como dx toxo congênita pela análise do LCR?

A

Aspecto xantocrômico, altos níveis de proteína e baixos de glicose. Pode haver pleocitose por linfomono e aumento de eosinófilos. Hiperproteinorraquia e pleocitose persistentes são suficientes para confirmar o dx.

67
Q

Quando vou tratar o RN com toxo congênita e por quanto tempo?

A

TODOS os RNs e lactentes com toxo congênita confirmada até o 1° ano de vida.

68
Q

Como é o tto da toxo congênita (fetal e do RN)?

A

Fetal: sulfadiazina 1500 mg 12/12 + pirimetamina 25 mg 12/12 + ácido folínico 10 mg/dia (não posso usar ácido fólico).
RN: idem.
Devo associar prednisona ou prenisolona quando houver coriorretinite e/ou proteinorraquia > 1 g/dl.

69
Q

Qual o uso do ácido folínico no tto da toxo congênita?

A

Prevenir e tratar a toxicidade medular da pirimetamina.

70
Q

Qual a pecualiridade da infecção pelo CMV?

A

Por ser um herpes vírus, permanece latenta após a infecção, nunca sendo curado e podendo haver reativação do vírus latente. Ou seja, a infecção do feto pode ocorrer por reativação e esta não é comum apenas em IMSP como na toxo. Pode haver também reinfecção por diferentes cepas.

71
Q

Qual aspecto da infecção do RN pelo CMV é importante ser diferenciado?

A

Se a infecção foi congênita ou perinatal (intraparto) ou no período pós-natal precoce, pois altera prognóstico e seguimento à longo prazo.

72
Q

Qual a fisiopatogenia da CMV congênita?

A

A grande maioria dos RNs acometidos nascem assintomáticos, sendo que o nascimento com sintomas (10%) é sinal de mau prognóstico. A maior gravidade para o feto ocorre quando a infecção é no início da gestação, enquanto que maior probabilidade de infecção ocorre no fim da gestação. O RN acometido excreta o vírus por urina e saliva por vários anos.

73
Q

Quais as manifestações clínicas da CMV congênita?

A

Microcefalia, petéquias, PIG (CIUR), calcificações PERIVENTRICULARES, icterícia (BD - colestática), surdez neurossensorial.
Outras: hepatoespleno, coriorretinite.

74
Q

Qual a importândia da CMV congênita?

A

É a principal causa de surdez neurossensorial de causa viral na infância.

75
Q

Quais os achados do exame de imagem da CMV congênita?

A

Lisencefalia (afilamento do córtex), hipoplasia cerebelar, ventriculomegalia, CALCIFICAÇÕES PERIVENTRICULARES, ….

76
Q

Quais as alterações laboratorias na CMV congênita?

A

Sorológico tem pouco valor, identificação viral é melhor (urina ou saliva nas primeiras 3s de vida - é o marcador definitivo da forma CONGÊNITA, após esse período pode ser perinatal ou pós-natal precoce), feito através de PCR ou isolamento viral (padrão ouro).

77
Q

Quais outros achados e exames que devem ser realizados na CMV congênita?

A

Trombocitopenia, aumento de aminotransferases e BD. Devo fazer análise do LCR em todos, avaliação auditiva e oftalmológica.

78
Q

Qual o tto da CMV congênita e quando vou fazê-lo?

A

O tratamento é com ganciclovir (6s) ou valganciclovir (6m). Vou tratar: RN sintomáticos com envolvimento do SNC, RN com quadro sepsis-like, pneumonite intersticial por CMV (excluídas outras etiologias) e/ou idade inferior a um mês na ocasião do dx.

79
Q

Como deve ser feito o acompanhamento da CMV congênita?

A

Realizar o acompanhamento audiológico periódico até 3 anos de idade com potencial evocado.

80
Q

É comum ocorrer a Sd da varicela congênita?

A

Não, sendo que é mais comum quando acomete < 20s de gestação, e esse n° ainda é de 2% apenas das mães infectadas.

81
Q

Comente sobre a clínica e dx da síndrome da varicela congênita.

A

Clínica: lesões cutâneas no trajeto de dermátomos (zosteriforme), hipoplasia dos membros, microcefalia, coriorretinite, catarata, microftalmia, …
Dx: RN com clínica compatível + história de varicela na gestação.

82
Q

Comente sobre a infecção pelo vírus herpes simples.

A

Ocorre principalmente no trajeto do canal de parto (infecção perinatal e não congênita). Congênita é rara. O QC é da tríade de vesículas cutâneas, alterações oculares e micro/hidrocefalia. Tratar com aciclovir.

83
Q

Como pode ocorrer a transmissão do vírus zika?

A

Picada do mosquito, TMF, sexual, hemotransfusão.

84
Q

Quais as manifestações clínicas da infecção congênita pelo vírus zika?

A

Microcefalia, RCIU, hipertonia, persistência de reflexos primitivos, desproporção craniofacial (não necessariamente é microcefalia), epilepsia, alterações visuais e auditivas, malformação articular dos membros.

85
Q

Como fazer a avaliação do perímetro cefálico no RN com suspeita de microcefalia?

A

Deve ser feito nas 1as 24h de vida. Existe uma tabela (InterGrowth) para determinar se é ou não microcefalia, mas sabe-se que 37s com < 30,54 e 30,24 (menino/menina) é microcefalia.

86
Q

Quais os achados de neuroimagem na zika congênita?

A

Calcificações, malformações corticais, …

87
Q

Como dx zika congênita?

A

Teste rápido IgG/IgM, sorologia, PCR (padrão ouro).

88
Q

Quais as recomendações de parto para o feto filho da mãe HIV+?

A

Sempre tentar fazer o parto empelicado (sem rompimento da bolsa amniótica) e fazer o clampeamento imediato do cordão umbilical. Além disso, deve-se lavar a criança com água corrente e limpar com compressas.

89
Q

Quando vou realizar prevenção da transmissão do HIV?

A

Em TODOS os RN com exposição perinatal ao HIV.

90
Q

Comente sobre a onfalite.

A

É a secreção mal cheirosa com hiperemia ao redor do coto umbilical. Lembrar que toda infecção bacteriana no período neonatal é potencialmente grave, portanto esses pacientes devem permanecer internadas e submetidas à ATB parenteral. Lembrar de coletar culturas antes de iniciar o ATB.

91
Q

Como deve ser feita a profilaxia da transmissão do HIV no RN?

A

1° deve-se definir o risco da infecção dessa criança. Se for de baixo risco: apenas zidovudina (AZT por 4 semanas - já iniciar na sala de parto ou até as 1as 4h de vida (mas pode ser feito até 48h. Após esse período, o médico deve avaliar).
Alto risco: depende da idade gestacional: > 37s = AZT + lamivudina (3TC) + raltegravir por 4 semanas. 34-37s = AZT + lamivudina + nevirapina (as 2 primeiras por 28 dias e a nevirapina por 14 dias). < 34s = zidovudina (AZT) por 28 dias.

92
Q

Quem é a criança de baixo risco de exposição ao HIV?

A

Uso de TARV na gestação E CV indetectável a partir da 28a semana E sem falta da adesão à TARV.

93
Q

Quem é a criança de alto risco de exposição ao HIV?

A

Ausência de pré-natal ou não fez TARV na gestação OU início da TARV após 2a metade da gestação OU indicação para profilaxia intraparto mas não fez a profilaxia OU infecção aguda pelo HIV durante a gestação ou AM OU CV detectável no 3° tri (independentemente se fez ou não TARV) OU mãe sem CV conhecida OU teste rápido positivo para HIV no momento do parto (s/ dx e/ou seguimento prévio).