BLS Flashcards
Qual é o meu objetivo no BLS?
É eu identificar o paciente MORTO e aproveitar uma pequena janela de oportunidade em que a RCP ainda é efetiva, objetivando o retorno da circulação espontânea para garantir a vida sem sequelas para esse paciente (principalmente as sequelas neurológicas).
Qual a primeira medida para o atendimento de um paciente?
Garantir a SEGURANÇA da cena, seja no atendimento pré-hospitalar, no atendimento da clínica ou intra-hospitalar.
Quais os tipos de segurança da cena devem ser realizados?
Pensar no que causou aquele acidente pois isso pode me fazer uma vítima também -> acidente automobilístico? inalação de gases? choque elétrico? estou em perigo? A era COVID ressaltou a importância da BIOSSEGURANÇA, que deve estar presenta em TODOS os locais de atendimento. O último aspecto da segurança é a EXPERTISE: eu preciso ser expert para identificar esse paciente na janela de oportunidade para realizar uma RCP de QUALIDADE.
Qual a maior dúvida do socorrista que chega à cena?
Se o paciente está vivo ou morto.
Por que é tão importante saber se o paciente está vivo ou morto?
Pois isso vai alterar minha sequência de ações.
Qual outra pergunta deve ser levantada caso o paciente esteja vivo?
Se ele está grave ou não.
Qual a importância de eu saber se o paciente vivo está grave?
Se ele está grave, ele corre risco de morte e eu preciso atuar rapidamente no ABCDE (ou chamar o atendimento PH) para evitar que ele evolua para a morte.
Como se inicia um atendimento qualquer?
Inicia-se pela IMPRESSÃO INICIAL.
O que é a impressão inicial?
É o primeiro momento que eu encontro a cena ou o paciente. É aquela avaliação que eu gasto menos de 1 segundo para fazer -> o que eu vejo e ouço no 1° contato com o paciente. É feita através da VISÃO e AUDIÇÃO.
Qual a importância da impressão inicial?
É suficiente para me trazer a IMPRESSÃO se o paciente está morto, vivo grave ou vivo ok.
Quais critérios são analisados na impressão inicial?
Nível de consciência, cor e respiração.
Como avaliar, na impressão inicial, o nível de consciência?
Olhos (cerrados, abertos ou semiabertos com pupilas dilatadas?), postura, tônus.
O que o paciente inconsciente deve me despertar?
Deve me despertar que ele está MORTO ou GRAVE.
Como avaliar, na impressão inicial, a cor?
Avaliar a coloração (corado, pálido ou cianótico) e a perfusão (TEC). Se ele está corado, há perfusão e provavelmente o cérebro está recebendo sangue. Se está pálido, POSSIVELMENTE não há perfusão (obstrução, hipovolemia, choque cardiogênico). Se está cianótico, já houve palidez e transição para carboxihemoglobina.
Qual a relevância do paciente estar pálido ou cianótico?
Ou ele está GRAVE ou MORTO. Ele pode apresentar essas características por situações não graves, mas eu DEVO PENSAR QUE ELE PODE ESTAR GRAVE -> TER ISSO EM MENTE.
Como avaliar, na impressão inicial, a respiração?
Movimento da caixa torácica, esforço respiratório (tiragem, head bobbing, musculatura acessória, guincho, …), ouvir o gasping (arfagens -> não é respiração).
Qual a importância do esforço respiratório?
Esse paciente ESTÁ POTENCIALMENTE GRAVE.
O que eu posso ouvir na impressão inicial?
Qualquer som que o paciente emita, a forma como ele fala, tentar emitir sons e não conseguir (possivelmente obstrução de VAS), sons de esforço respiratório, não emite nenhum som (pode estar MORTO).
O que eu decido com essa impressão inicial?
A possibilidade de ele estar morto, vivo grave ou vivo ok, guiando minhas decisões seguintes.
Quais os achados na impressão inicial do paciente grave? Qual a conduta?
Nível de consciência: inconsciente ou consciente. Cor: corado, pálido ou cianótico. Respiração: normalmente, não respira ou respira com dificuldade. Ou seja, ele pode apresentar um amplo espectro de sinais -> ABCDE + chamado do PH.
Quando eu suspeito que o paciente está morto?
Quando ele está nitidamente inconsciente, ou seja, postura inadequada, olhos e sons que denunciam inconsciência -> POSSIVELMENTE INCONSCIENTE.
Como eu confirmo se o paciente realmente está inconsciente?
Através de um estímulo tátil e verbal -> tocar o paciente VIGOROSAMENTE e chamá-lo (se < 1a, tocá-lo nos pés). Se o paciente emitir sons ou se movimentar, ele respondeu ao estímulo e está consciênte. Se ele não responder, está inconsciente.
Qual a importância de o paciente estar inconsciente?
TODO PACIENTE INCONSCIENTE É GRAVE, pois ou ele está VIVO GRAVE ou MORTO.
Após identificar que o paciente está insconsciente (estímulo tátil e verbal), qual meu próximo passo?
Devo avaliar a idade desse paciente: se for um adulto, devo chamar ajuda (eu NÃO CONSIGO atender esse paciente sozinho). Se for uma criança, EU SOU A AJUDA.
Qual a principal causa de PCR no adulto? Qual a principal forma de reverter?
Arritmia (fibrilação ventricular) por IAM -> a principal forma de reverter é através do desfibrilador -> cardioversão elétrica. Ou seja, A PRIMEIRA COISA A FAZER É PEDIR AJUDA, POIS EU NÃO TENHO UM DESFIBRILADOR NO BOLSO.
Qual a principal causa de PCR na criança?
A etiologia é diferente do adulto, sendo respiratória a principal (asfixia). EU DEVO SER A AJUDA. A principal ajuda é o boca a boca nesse caso, pois a principal causa é a respiratória.
Como ver se o paciente está vivo ou morto após eu já ter identificado que ele está inconsciente?
Não é a consciência que vai me dizer isso, mas sim o PULSO E A RESPIRAÇÃO.
Como avaliar o pulso e a respiração no paciente já identificado como insconciente?
Dedicar de 5-10 segundos para avaliar se há ou não movimento da caixa torácica dele e palpar os pulsos centrais (carotídeo, femoral ou braquial). Se passou 10 segundos e eu estou na dúvida -> assumir que ele NÃO tem pulso.
Qual pulso eu devo palpar preferencialmente?
Devo palpar o carotídeo ou femoral em pacientes que não são bebês (pacientes que possuem pescoço). Quando < 1a, femoral ou braquial.
O que significa o paciente inconsciênte e: ausência de pulso mas com respiração, ausência de respiração mas com pulso e ausência de respiração e de pulso? Qual a conduta em cada caso?
Parada cardíaca -> RCP. Parada respiratória -> ABC. PCR -> CAB: circulation, airways and breathing.
Qual a assistência PH que deve ser prestada à criança pré-púbere em PCR?
30 compressões e 2 ventilações se estiver sozinho. Se houver 2 socorristas, é 15:2. Isso será feito por 2 minutos. Depois desses 2 minutos, eu saio de onde estou, deixo a criança e vou atrás de ajuda -> pois durante esses 2 minutos ela pode ter retorno da circulação espontânea.
Qual a principal causa da PCR em criança quando: eu vi ela cair e quando eu não vi ela cair. No que isso implica?
Quando eu vi que caiu subitamente: é cardíaca. Quando eu não vi: é respiratória. Isso implica que, quando eu vi ela caindo subitamente, como a causa é principalmente a cardíaca, a cura disso é o choque, portando eu DEVO BUSCAR AJUDA. Já quando eu não vi, a etiologia mais comum é a respiratória, portanto eu sou a ajuda: 30:2 por 2 minutos e depois buscar ajuda.
Qual a primeira manobra de RCP?
É a massagem cardíaca externa (MCE). Lembrando que ela cansa MUITO -> deve trocar a pessoa a cada 2 minutos (se hovuer mais pessoas).
Qual a técnica de MCE para: bebê, criança e adultos?
Crianças e adultos: bem parecido, só varia com quantas mãos eu vou usar para a criança. < 1a: 2 polegares. Deve haver compressão de cerca de 1/3 do diâmetro AP do tórax.
Qual o intervalo de compressões por minuto da MCE?
100-120 cpm.
Quando eu vou interromper a MCE para fazer ventilação?
Criança ou adultos -> 30:2. Em crianças, se houverem 2 socorristas: 15:2.
Como no atendimento à PCR a ordem a ser seguida é CAB, como eu abordo a via aérea?
Devo posicionar a cabeça da pessoa e aspirar (cânula oro-faríngea -> gedel). Eu NÃO VOU INTUBAR. Através da extensão da cabeça, elevação do queixo (chin lift) e jaw thrust (tração da mandíbula).
Por que não intubar o paciente em PCR?
Porque NÃO É A PRIORIDADE -> a prioridade é assegurar a via aérea.
Como no atendimento à PCR a ordem a ser seguida é CAB, como eu abordo a respiração?
Eu uso a ventilação com pressão positiva (VPP) = unidade ventilatória (AMBU) + máscara (quando houverem 2 socorristas). Se houver apenas 1 socorrista, a ventilação é boca a boca. A recomendação é O2 a 100% e visar manter SaO2 ≥ 94%.
Qual a ordem de MCE/VPP?
30:2 para adultos ou crianças pós-púberes e pré-púberes quando sou o único socorrista. 15:2 somente quando houver 2 socorristas.
Qual a minha primeira prioridade em paciente com RCP em curso?
Se ele precisa ou não de choque -> como saber isso? Analisando o ritmo: monitor (pode ser substituído por um DEA) para ver se o ritmo é chocável ou não. Deve ser analisado a cada 2 minutos.
Para que é feito o DEA?
O DEA é feito para LEIGOS.
Quais os sinais claros de RCE (retorno da circulação espontânea)? Quando a conduta então?
Pulso presente, PA presente ou onda de PA no monitor intra-arterial. Devo, então, parar a RCP e posicionar esse pcte em decúbito lateral.
O que o DEA identifica?
Identifica se o ritmo é chocável (fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso) ou não (assistolia e atividade elétrica sem pulso - AESP).
Qual a carga elétrica usada em rítmos chocáveis?
2 J/kg, podendo posteriormente realizar 4 J/kg.
Qual a localização das pás do desfibrilador?
Uma na porção superior direita do tórax e outra no ápice cardíaco (inferior esquerdo do tórax).
Como deve ser a sequência de ventilações e compressões após estabelecimento de uma VA definitiva (IOT)?
Compressões contínuas e 1 ventilação a cada 6 segundos (10 ventilações/minuto).
Caso após o primeiro choque e os 2 minutos de compressão/ventilação o paciente ainda não tenha voltado, qual minha conduta?
Avaliar novamente se o ritmo é ou não chocável. Se for chocável, realizar um novo choque de 4 J/kg.
Qual a conduta após o 2° choque no paciente com ritmo chocável em PCR?
Após o 2° choque, reinicia-se o CAB por 2 minutos e administra-se epinefrina a cada 3-5 minutos, além de garantir uma VA avançada (IOT).
Qual a conduta após realizar o 2° choque, reinciar o CAB por 2 minutos, adm epinefrina e realizar IOT?
Avaliar novamente se o ritmo é ou não chocável. Se for chocável, realizar um 3° choque no máximo de 10 J/kg, reiniciar CAB e iniciar AMIODARONA ou LIDOCAÍNA, além de tratar causas reversíveis.
Após a identificação pelo desfibrilador que o ritmo não é chocável, qual a conduta?
Reiniciar o CAB por 2 minutos e JÁ adm epinefrina a cada 3-5 minutos e realizar IOT.
Após a identificação de ritmo não chocável pelo desfibrilador e realização do CAB/epinefrina/IOT, qual minha conduta?
Avaliar novamente se o ritmo é ou não chocável. Se não for, reiniciar CAB e tratar causas reversíveis. Caso após 2 minutos o ritmo ainda não seja chocável, manter as mesmas condutas.
Quais as causas reversíveis de RCP?
Mnemônico dos 5Hs 5Ts: Hipovolemia, Hipóxia, Hipoglicemia, Hipo/Hipercalemia, Hipotermia e H+ (acidose). PneumoTórax, Tamponamento cardíaco, Toxinas, Trombose pulmonar e Trombose coronariana.
Como garantir que o TOT está bem posicionado (na traqueia)?
Observar expansão torácica bilateral e auscultar o MV (especialmente nas axilas), auscultar o estômago (sem som se TOT correto), capnografia, oximetria (não deve cair nos próximos minutos), laringoscopia e rx tórax.
Qual o raciocínio se após a IOT o paciente apresentar deterioração clínica?
Lembrar do mnemônico DOPE: D: displacement - deslocamento do tubo. O: obstruction - obstrução por secreções ou hx. P: pneumothorax. E: equipment failure - tubo dobrou, extubação, tamanho inadequado.
Qual o raciocínio caso, após instalar o desfibrilador, houver uma linha de base retificada?
Pode ser assistolia OU o protocolo CAGADA: CA - cabo; GA - ganho; DA - derivação. Portanto devo verificar se os cabos estão funcionantes, se o ganho do desfibrilador está adequado e se a derivação está correta.
Quais medicações podem ser administradas pelo TOT (via endotraqueal)?
Algumas drogas lipossolúveis memorizadas pelo mnemônico ANEL: Atropina, Naloxone, Epinefrina e Lidocaína.
Qual a dose de adrenalina usada na RCP?
Epinefrina diluída (1:10.000), obtida através da diluição de 1 mL de epinefrina 1:1.000 com 10 mL de SF. A dose é 0,1 mL/kg e pode ser repetida a cada 3-5 minutos.
Qual a dose de amiodarona na RCP? E de lidocaína?
5 mg/kg EV ou IO. Lidocaína: 1 mg/kg EV ou IO.
Algorítmo PCR pediátrica.
