Pênis Flashcards
Qual o principal tipo histológico do câncer de pênis?
Carcinoma espinocelular (carcinoma de células escamosas).
Representa mais de 95% dos casos. Outros tipos incluem melanoma, carcinoma basocelular e sarcoma.
Qual o papel do HPV na carcinogênese do câncer de pênis?
Induz desregulação do ciclo celular através das oncoproteínas E6/E7, promovendo carcinogênese.
Aproximadamente 40-60% dos tumores de pênis estão associados à infecção pelo HPV, especialmente os sorotipos 16 e 18.
Quais são os principais fatores de risco para o câncer de pênis?
Fimose, falta de higiene, infecção por HPV, tabagismo, fototerapia com psoraleno e UVA.
A circuncisão precoce é considerada fator protetor.
Como é definido o estágio T1a no câncer de pênis?
Tumor sem ILV ou IPN e não alto grau, com invasão de lâmina própria/derme.
ILV = invasão linfovascular, IPN = invasão perineural. Alto grau refere-se a grau 3 ou sarcomatoide.
Como é definido o estágio T1b no câncer de pênis?
Tumor com ILV e/ou IPN ou alto grau, com invasão de lâmina própria/derme.
ILV = invasão linfovascular, IPN = invasão perineural. Alto grau refere-se a grau 3 ou sarcomatoide.
Como é definido o estágio T2 no câncer de pênis?
Tumor invade o corpo esponjoso (glande e/ou rafe ventral) com ou sem invasão uretral.
Como é definido o estágio T3 no câncer de pênis?
Tumor invade corpo cavernoso (incluindo túnica albugínea) com ou sem invasão uretral.
Como é definido o estágio T4 no câncer de pênis?
Tumor invade outras estruturas adjacentes (escroto, próstata e/ou osso púbis).
Como é classificado o pN1 no câncer de pênis?
≤ 2 linfonodos inguinais unilaterais sem extensão extracapsular.
Critério patológico (pN) após ressecção cirúrgica dos linfonodos.
Como é classificado o pN2 no câncer de pênis?
≥ 3 linfonodos inguinais unilaterais ou linfonodos bilaterais sem extensão extracapsular.
Como é classificado o pN3 no câncer de pênis?
Extensão extracapsular ou linfonodos pélvicos uni- ou bilaterais.
Categoria de pior prognóstico no acometimento linfonodal.
Como é classificado o cN1 no câncer de pênis?
Linfonodo inguinal móvel e palpável unilateral.
Critério clínico (cN) baseado no exame físico antes da ressecção linfonodal.
Como é classificado o cN2 no câncer de pênis?
Linfonodos ≥ 2 cm móveis unilaterais inguinais ou linfonodos inguinais bilaterais.
Como é classificado o cN3 no câncer de pênis?
Massa inguinal palpável e fixa ou linfadenectomia pélvica uni- ou bilateral.
Como é definido o estágio 0is no câncer de pênis?
Tis N0 M0 (carcinoma in situ/neoplasia intraepitelial peniana).
Como é definido o estágio I no câncer de pênis?
T1a N0 M0.
Tumor limitado à lâmina própria/derme, sem fatores de alto risco e sem metástases.
Como é definido o estágio IIa no câncer de pênis?
T1b N0 M0 ou T2 N0 M0.
Inclui tumores T1 com fatores de risco (ILV/IPN ou alto grau) ou invasão do corpo esponjoso.
Como é definido o estágio IIb no câncer de pênis?
T3 N0 M0.
Tumor que invade corpo cavernoso, sem acometimento linfonodal ou metástases à distância.
Como é definido o estágio IIIa no câncer de pênis?
T1-T3 N1 M0.
Qualquer tumor primário T1-T3 com até 2 linfonodos inguinais unilaterais positivos.
Como é definido o estágio IIIb no câncer de pênis?
T1-T3 N2 M0.
Qualquer tumor primário T1-T3 com ≥3 linfonodos unilaterais ou linfonodos bilaterais positivos.
Como é definido o estágio IV no câncer de pênis?
T4 qualquer N, ou qualquer T N3, ou qualquer T qualquer N M1.
Inclui tumor localmente avançado, acometimento linfonodal extenso ou metástases à distância.
Quais exames de imagem para avaliação linfonodal em tumores ≥T1b não palpáveis?
TC ou RM de abdome/pelve + TC ou RX de tórax.
Em casos de linfonodos suspeitos, prosseguir com investigação invasiva.
Quais exames de imagem para avaliação linfonodal em tumores com linfonodos palpáveis?
TC ou RM de abdome/pelve + TC/RX tórax + considerar cintilografia óssea/PET-CT.
Cintilografia indicada em caso de dor óssea e/ou aumento de fosfatase alcalina.
Qual o tratamento preferencial para carcinoma in situ (Tis) ou Ta de pênis?
5-FU tópico ou imiquimode tópico.
Técnicas de preservação de órgão. Opções alternativas: ressecção à laser, cirurgia micrográfica de Mohs.
Qual o tratamento preferencial para câncer de pênis T1a?
Penectomia parcial.
Alternativas: ressecção parcial/total do epitélio, cirurgia de Mohs, RT/braquiterapia, ressecção à laser.
Qual o tratamento preferencial para câncer de pênis T1b/T2?
Penectomia total ou parcial (em casos selecionados com seguimento rigoroso).
Para pacientes inoperáveis: radioterapia ou radioquimioterapia.
Qual o tratamento preferencial para câncer de pênis T3/T4?
Penectomia total.
Penectomia parcial pode ser considerada em casos selecionados (tumores de pequeno volume). Para pacientes inoperáveis: RT ou RT+QT.
Qual a abordagem linfonodal recomendada para câncer de pênis Ta, Tis e T1a?
Observação.
Nível de evidência baixo, força de recomendação forte.
Qual a abordagem linfonodal recomendada para câncer de pênis T1b-T4?
Linfadenectomia inguinal bilateral eletiva.
Biópsia do linfonodo sentinela ou punção por agulha fina guiada por US pode ser considerada se disponível.
Quando realizar esvaziamento pélvico em pacientes com câncer de pênis?
Quando houver ≥2 linfonodos inguinais comprometidos e/ou extravasamento extracapsular.
Linfonodos pélvicos representam drenagem secundária após acometimento inguinal significativo.
Quais as indicações de quimioterapia neoadjuvante no câncer de pênis?
Tumor primário irressecável, linfonodos volumosos/bilaterais ou acometimento linfonodal pélvico.
Nível de evidência moderado, força de recomendação forte.
Qual o esquema preferencial de quimioterapia neoadjuvante para câncer de pênis?
Esquema TIP (paclitaxel, ifosfamida, cisplatina).
65% de resposta objetiva, 10% de ypN0 pós-cirurgia, e SG em 5 anos de 50% para respondedores.
Qual o esquema alternativo de quimioterapia neoadjuvante para câncer de pênis?
Esquema TPF (docetaxel, cisplatina, 5-FU).
44% de resposta objetiva, porém alta toxicidade (52% não completam 4 ciclos).
Quais as indicações de quimioterapia adjuvante no câncer de pênis?
Envolvimento linfonodal pélvico, extensão extranodal ou ≥4 linfonodos inguinais bilaterais positivos.
Nível de evidência muito baixo, força de recomendação fraca. Esquema preferencial: TIP.
Quais os esquemas de primeira linha para câncer de pênis metastático em pacientes ECOG 0-1?
Cisplatina+5-FU, TIP (paclitaxel, ifosfamida, cisplatina) ou TPF (docetaxel, cisplatina, 5-FU).
Taxa de resposta entre 30-70%, sobrevida global mediana em torno de 8 meses.
Qual esquema quimioterápico para câncer de pênis metastático com depuração de creatinina <50ml/min?
Carboplatina e paclitaxel.
Nível de evidência moderado, força de recomendação forte, apesar da ausência de estudo prospectivo nesta situação.
Qual o tratamento recomendado para câncer de pênis metastático com ECOG PS >1?
Suporte paliativo exclusivo.
Qual a segunda linha de tratamento para câncer de pênis metastático?
Paclitaxel semanal.
Taxa de resposta em torno de 30% em estudos pequenos.
Qual o seguimento recomendado após preservação peniana para carcinoma in situ/Ta?
Exame físico a cada 3 meses nos primeiros 2 anos, depois a cada 6 meses até 5 anos.
Considerar repetir biópsia para tratamentos locais ou laser para carcinoma in situ.
Qual o seguimento recomendado após amputação peniana?
Exame físico a cada 3 meses nos primeiros 2 anos, depois anualmente até 5 anos.
Qual o seguimento recomendado para pacientes com linfonodos patológicos positivos (pN+)?
Exame físico + RM abdome/pelve + TC/RX tórax periódicos por 5 anos.
Exame físico: a cada 3 meses (2 anos), depois a cada 6 meses. RM: trimestral no 1º ano, semestral no 2º ano. TC/RX: semestral.
Qual seguimento para linfonodos patológicos negativos (pN0) após linfadenectomia?
Exame físico a cada 3 meses por 2 anos, depois anualmente até 5 anos.
Ultrassonografia com biópsia é opcional.
Qual a graduação histopatológica G1 no câncer de pênis?
Bem diferenciado.
Classificação conforme a diferenciação celular do tumor.
Qual a graduação histopatológica G2 no câncer de pênis?
Moderadamente diferenciado.
Qual a graduação histopatológica G3 no câncer de pênis?
Pobremente diferenciado.
Associado a pior prognóstico e maior risco de metástases.
O que aumenta a taxa de recidiva local em pacientes com T1-T2 tratados com penectomia parcial?
Tumores de alto grau (G3) e invasão linfovascular ou perineural (T1b).
Taxa de recidiva local de apenas 6% em tumores de baixo volume G1 ou G2.
Qual a taxa de preservação peniana com radioterapia externa ou braquiterapia em tumores <4cm?
Entre 65% a 90%.
Indicada em casos selecionados G1 ou G2 <4cm.
Quando indicar cirurgia micrográfica de Mohs no câncer de pênis?
Em lesões superficiais do corpo proximal para evitar penectomia total.
Alternativa à ressecção local ampliada em doença de muito baixo risco.
Qual a taxa de resposta completa ao tratamento tópico para carcinoma in situ de pênis?
57%.
Inclui 5-FU tópico e imiquimode tópico.
Em pacientes HPV-positivos com câncer de pênis metastático, qual tratamento promissor está sendo investigado?
Imunoterapia com inibidores de checkpoint (anti-PD-1/PD-L1).
40-60% dos tumores de pênis expressam PD-L1 em algumas séries.
Quais as doses do esquema TIP para câncer de pênis?
Paclitaxel 175mg/m² D1, Cisplatina 25mg/m² D1-3, Ifosfamida 1.200mg/m² D1-3.
Ciclos a cada 3 semanas.
Quais as doses do esquema Cisplatina + 5-FU para câncer de pênis metastático?
Cisplatina 75mg/m² D1, 5-FU 1.000mg/m² infusão contínua 96h D1-4.
Ciclos a cada 4 semanas.
Quais as doses e esquema do TPF para câncer de pênis?
Cisplatina 75mg/m² D1, Docetaxel 75mg/m² D1, 5-FU 750mg/m² infusão contínua 96h D1-4.
Ciclos a cada 3 semanas.
Quais são os fatores prognósticos adversos no câncer de pênis metastático?
Presença de metástase visceral e PS ECOG > 1.
Pacientes com estes fatores apresentam pior sobrevida global.
Qual o tratamento padrão para câncer de pênis?
Cisplatina 75mg/m² D1, Docetaxel 75mg/m² D1, 5-FU 750mg/m² infusão contínua 96h D1-4.
Ciclos a cada 3 semanas.
Qual a importância prognóstica da extensão extracapsular linfonodal no câncer de pênis?
Representa pior prognóstico, classificada como pN3, com indicação de esvaziamento pélvico e adjuvância.
Requer tratamento mais agressivo com abordagem multimodal.
Qual a acurácia da biópsia do linfonodo sentinela no estadiamento inguinal do câncer de pênis?
Método com maior acurácia para detectar doença linfonodal inguinal microscópica.
Alternativa à linfadenectomia profilática em centros com experiência.
Qual o papel da via do EGFR no câncer de pênis?
Via importante na progressão tumoral, porém inibidores de EGFR mostraram resultados modestos.
Não indicada de rotina no tratamento paliativo.
Quais os tipos de preservação peniana disponíveis para tumores superficiais?
5-FU tópico, imiquimode tópico, ressecção à laser, cirurgia de Mohs, ressecção parcial do epitélio.
Indicação principal: Ta, Tis ou lesões superficiais selecionadas.
Por que a linfadenectomia profilática pode ser recomendada no Brasil mesmo sendo controversa?
Devido à dificuldade de seguimento dos pacientes na maioria dos centros médicos brasileiros.
A incidência de acometimento linfonodal oculto varia entre 10-20%.
Quais exames de imagem são recomendados no seguimento de pacientes pN2-N3?
RM de abdome/pelve (3 meses no 1º ano, 6 meses no 2º) e TC/RX tórax semestral.
Indicação preferencial para pacientes com maior risco de recidiva sistêmica.
Quais as principais toxicidades do esquema TPF no câncer de pênis?
Alta toxicidade hematológica e não-hematológica, com 52% dos pacientes não completando 4 ciclos.
Pior tolerância em comparação ao esquema TIP.
Qual a taxa de resposta patológica completa (ypN0) após quimioterapia neoadjuvante com TIP?
Aproximadamente 10% dos pacientes.
Associada a melhor sobrevida global (50% em 5 anos vs. 8% para progressores).
Em quais cenários do câncer de pênis deve-se estimular a inclusão em estudos clínicos?
Para doença metastática, especialmente após falha à primeira linha de tratamento.
Ensaios com imunoterapia estão em andamento para casos refratários à quimioterapia.
Como é definido o estágio Ta no câncer de pênis?
Carcinoma escamoso não-invasivo localizado.
Não há invasão de lâmina própria ou tecidos mais profundos.
Como é definido o estágio Tis no câncer de pênis?
Carcinoma in situ (Neoplasia intraepitelial peniana – NIP).
Lesão pré-invasiva, confinada ao epitélio.
Quais exames são recomendados para avaliação do tumor primário do pênis?
História clínica detalhada e exame físico com palpação peniana.
Avaliação da extensão local e de ambas virilhas observando características dos linfonodos inguinais.
Qual a incidência de acometimento linfonodal oculto após linfadenectomia profilática no câncer de pênis?
Entre 10% e 20%.
Justifica linfadenectomia inguinal bilateral eletiva em tumores T1b-T4.
Qual o estudo que demonstrou benefício da quimioterapia neoadjuvante com TIP no câncer de pênis?
Estudo fase II de Pagliaro et al.
65% de resposta objetiva, 10% de ypN0 pós-cirurgia, e SG em 5 anos de 50% para respondedores.
Qual a indicação de radioterapia ou radioquimioterapia como tratamento primário no câncer de pênis?
Pacientes inoperáveis com qualquer estágio.
Também como opção para tumores <4cm G1/G2 em casos selecionados.
Qual o papel do PET-CT no estadiamento do câncer de pênis?
Considerar em casos de linfonodos palpáveis ou doença à distância, caso exista acesso.
Pode ajudar a identificar metástases à distância não detectadas por outros métodos.
Quando indicar cintilografia óssea no estadiamento do câncer de pênis?
Em caso de dor óssea e/ou aumento de fosfatase alcalina.
Ajuda a identificar metástases ósseas.
Qual a definição de doença localmente avançada no câncer de pênis?
Tumor primário irressecável, linfonodos volumosos/bilaterais ou acometimento linfonodal pélvico.
Candidatos a tratamento neoadjuvante com quimioterapia.
Qual a recomendação para vigilância ativa de linfonodos no câncer de pênis?
Exame físico a cada 3 meses nos primeiros 2 anos, depois a cada 6 meses até 5 anos.
Indicado para pacientes com tumores Ta, Tis e T1a.