Endométrio Flashcards
Qual a % de casos de câncer de endométrio que ocorre em mulheres pós-menopausadas? E quantos % ocorrem em fase localizada?
75%. 70%.
Para pacientes que usam ou usaram TMX, assintomáticas, qual o método de rastreio para câncer de endométrio?
Nenhum. Não há recomendação de rastreio.
Identifique o “tipo” de câncer de endométrio, de acordo com Bokhman:
1. Endometrióide + estrogênio-dependente + carcinoma endometrial intraepitelial como lesão precursora + hiperplasia endometrial + bom prognóstico;
2. Seroso papilífero/células claras/carcinossarcoma + estrogênio-independente + sem lesão precursora + atrofia endometrial + prognóstico ruim.
- Tipo I (60-70%);
- Tipo II (30-40%).
Conforme o TCGA, quais os 4 grupos de câncer de endométrio?
- POLE (ultramutado);
- MSI-H (hipermutado);
- Baixo número de cópias (endometrióide);
- Alto número de cópias (seroso).
Dentre os 4 grupos de câncer de endométrio, qual apresenta o melhor prognóstico? E o pior?
Melhor: POLE ultramutado; Pior: Alto número de cópias (seroso).
O câncer de endométrio é estadiado cirurgicamente. Qual a cirurgia padrão preconizada?
Histerectomia total extrafascial + SOB + avaliação linfonodal.
Durante o estadiamento cirúrgico, a avaliação nodal pode ser controversa. Quais os 3 critérios que indicam as melhores candidatas à linfadenectomia pélvica e para-aórtica?
LVSI, invasão miometrial ≥ 50% e G3.
Quais os 2 subgrupos de pacientes para as quais devemos considerar preservação de fertilidade?
Neoplasia endometrial intraepitelial (NEI); e EC grau I, sem invasão de miométrio e ausência de padrão p53 aberrante.
Para pacientes candidatas a terapia de preservação de fertilidade, qual o tratamento recomendado?
Acetato de medroxiprogesterona (400-600mg/dia) ou acetato de megestrol (160-320mg/dia) ou DIU de levonorgestrel + progestágenos orais ± ressecção histeroscópica.
Como é feito o seguimento das pacientes em vigência de terapia de preservação de fertilidade?
Histeroscopia com biópsia + RM de abdome e pelve a cada 3 meses.
Qual a condição para uma paciente em vigência de terapia de preservação de fertilidade ser liberada para gestar?
Resposta completa em 2 biópsias endometriais espaçadas em 3 meses.
Qual o ponto de corte de tempo que pode ser aguardado antes de se indicar abordagem cirúrgica para pacientes que não atingem resposta durante a terapia de preservação de fertilididade?
12 meses.
De acordo com o TCGA, em qual ordem e com qual método deve ser feita a avaliação molecular do câncer de endométrio?
POLE (NGS/Sanger/Pesquisa de hotspot) –> MMR (IHQ) –> p53 (IHQ).
Além de HT + SOB, qual procedimento cirúrgico deve ser adicionado para as pacientes com subtipo seroso, carcinoma indiferenciado ou carcinosarcoma?
Omentectomia.
Quais os 3 critérios que permitem poupar a paciente de ooforectomia durante a cirurgia para câncer de endométrio? Qual a cirurgia recomendada?
Idade < 45 anos + EC endometrioide IA, G1/2 + sem doença ovariana ou doença extrauterina. Salpingectomia.
Qual a via cirúrgica preferencial em câncer de endométrio: laparotomia (aberta) ou laparoscopia/robótica?
Laparoscopia/robótica.
Qual o nome do estudo que avaliou para EC tipo endometrióide estádio I (G3 + invasão miometrial profunda + ILV) ou estádios II-III e para câncer seroso ou células claras estádios I-III a estratégia de QRT com Cisplatina por 2 ciclos seguida de Carboplatina + Paclitaxel por 4 ciclos em comparação a RT isolada? Houveram ganhos em OS?
PORTEC-3. Não. Ganhos apenas em RFS (75,5 x 68,6%).
O estudo GOG-258 comparou para EC estádios III-IVA a estratégia de QRT seguida de QT (PORTEC-3) com manter apenas QT baseada em Carboplatina + Paclitaxel por 6 ciclos. Em termos de desfechos, qual a principal diferença entre os 2 braços?
O grupo QRT reportou menor incidência locorregional (vaginal, pélvica ou linfonodos para-aórticos). Não houveram diferenças em OS ou RFS.
Quais as 2 situações que autorizam a ressecção cirúrgica em pacientes metastáticas ao diagnóstico?
- Possibilidade de ressecção macroscópica completa, com pouca morbidade;
- Controle de sangramento, fístula ou obstrução intestinal.
Qual a combinação com imunoterapia que pode ser ofertada em segunda linha para pacientes pMMR/MSS? Qual estudo validou essa combinação?
Pembrolizumabe + Lenvatinibe. KEYNOTE-775 trial.
Para pacientes com superexpressão de HER-2 (3+), qual tratamento pode ser ofertado a partir da segunda linha? Qual estudo autoriza esta medida?
Trastuzumabe-deruxtecan. Destiny-Pantumor-02 trial.
Qual o esquema de QT clássico para a segunda linha de câncer de endométrio?
Cisplatina + Doxorrubicina + Paclitaxel.
No Brasil, em qual posição encontra-se o câncer de corpo de útero no ranking de incidência? E nos EUA, dentre os ginecológicos, qual o câncer mais frequente?
7ª posição. Câncer de endométrio.
Qual a % de casos de EC hereditário? Qual a principal síndrome relacionada?
5-10%. Síndrome de Lynch.
Segundo o TCGA, qual o tipo molecular de EC mais frequente?
Baixo número de cópias (endometrióide).
Qual a % de casos de EC com perfil POLE ultramutado?
5-15%.
Pacientes com mutações germinativas em BRCA ou portadoras de síndrome de Lynch podem ser elegíveis para preservação ovariana?
Não.
Com base no estudo FIRES, qual procedimento pode ser oferecido para avaliação linfonodal em pacientes com risco baixo a intermediário?
Biópsia do linfonodo sentinela.
Os estudos PORTEC-1 e GOG-99 definiam o risco para EC localizado com base na idade e na quantidade de FR presentes (≥ 70 anos: 1; ≥ 50 anos: 2; ≥ 18 anos: 3). Quais eram os 3 fatores de risco avaliados?
G2/3, invasão miometrial ≥ 50% e ILV.
Conforme dados dos estudos PORTEC-1 e GOG-99, a longo prazo, quais os 3 principais fatores prognósticos em EC?
LVSI, p53 anormal e superexpressão de L1CAM.
Qual o nome do estudo que concluiu não haver impacto na RFS ou OS com a substituição da EBRT por VBT seguida de 3 ciclos de Carboplatina + Paclitaxel em EC de risco intermediário-alto, embora com maior recorrência pélvica e para-aórtica?
GOG-249 trial.
Qual o tratamento de primeira linha para carcinoma endometrióide de baixo grau avançado?
Hormonioterapia com Medroxiprogesterona 200mg ou Megestrol 160mg.
Para cada aumento de 5 unidades no IMC, qual o aumento no risco estimado para EC?
Aproximadamente 50%.
Com relação às MMR avaliadas por IHQ, qual apresenta o maior risco cumulativo para EC? E o menor?
MLH1. PMS2.
Com relação às MMR avaliadas por IHQ, qual apresenta-se em idade mais precoce? E avançada?
MSH2 (47-48 anos). MSH6 (53-55 anos).
Como é definido um p53 normal em IHQ? e anormal?
Normal: coloração nuclear fraca e esparsa; Anormal: coloração nuclear forte e difusa ou ausência total de coloração ou coloração citoplasmática moderada a forte.
Qual o nome do estudo que comprovou a não-inferioridade de Carboplatina + Paclitaxel em relação a TAP (Docetaxel + Doxorrubicina + Cisplatina) para a primeira linha?
GOG 209 trial.
Com relação a segunda linha, houveram 4 estudos que avaliaram o papel da imunoterapia em dMMR: PHAEDRA, KEYNOTE-158, GARNET e um fase II que avaliou um anti-PDL1. Quais foram as 4 drogas avaliadas?
PHAEDRA: Durvalumabe;
KEYNOTE-158: Pembrolizumabe;
GARNET: Dostarlimabe;
Fase II: Avelumabe.
Há benefício em ORR com a combinação de Pembrolizumabe + Lenvatinibe em comparação ao controle histórico com Pembrolizumabe/Dostarlimabe monodroga em dMMR?
Não. ORR semelhante em dMMR, com menores taxas de descontinuação para imunoterapia monodroga.
Os 5 principais estudos que avaliaram a combinação de QT e imunoterapia para a primeira linha foram NRG-GY018, RUBY, AtTEnd, MITO END-3 e DUO-E. Quais as drogas estudadas?
NRG-GY018: Pembrolizumabe;
RUBY: Dostarlimabe;
AtTEnd: Atezolizumabe;
MITO END-3: Avelumabe;
DUO-E: Durvalumabe.
Qual o perfil de idade e status MMR do EC relacionado à síndrome de Lynch?
Idades jovens e dMMR.
Com relação a diferenciação entre LVSI focal ou substancial, qual a quantidade de vasos acometidos que pode ser utilizada como ponto de corte?
< 4 vasos: focal; ≥ 4 vasos: substancial.
Quais as 2 principais vias de sinalização comprometidas no EC com subtipo molecular de baixo número de cópias?
PIK3CA e WNT.
O ProMisE propôs um sequenciamento diferente do proposto pelo TCGA para a definição molecular do EC. Qual a principal diferença? Por quê?
ProMisE inicia com a pesquisa de MMR - exame mais rápido, disponível e que permite rastreio precoce para Lynch.
Qual o tratamento adjuvante avaliado pelos estudos PORTEC-1 e GOG 99 para pacientes estádio I? Qual o principal ganho relatado?
EBRT adjuvante. Redução de recorrência locorregional.
Com a premissa de não-inferioridade, qual modalidade de tratamento adjuvante foi avaliada pelo PORTEC-2 para EC de risco intermediário-alto? Qual a conclusão do estudo?
BT em comparação a EBRT. Não houveram diferenças em desfechos oncológicos, mas BT foi muito melhor tolerada.
Análise a longo prazo do PORTEC-2 demonstrou que um subgrupo de mais alto risco de pacientes se beneficiaria de EBRT em detrimento a BT para controle pélvico. Quais os 3 critérios que definiam o alto risco?
LVSI, p53 anormal e superexpressão de L1CAM.
Qual perfil de paciente se beneficia ainda mais da cirurgia robótica quando comparada a laparoscopia?
Obesas.
Em qual subgrupo de pacientes podemos omitir a avaliação linfonodal?
FIGO IA + G1 ou G2.
Defina o risco e a conduta padrão:
1. IA G1/2, endometrióide (dMMR e NSMP), sem LVSI ou com LVSI focal;
2. Estágio I/II POLE ultramutado.
Baixo risco (recorrência < 5% após cirurgia). Observação.
Defina o risco e a conduta padrão:
1. IA G3, tipo endometrióide (dMMR e NSMP), sem LVSI ou com LVSI focal;
2. IA, não endometrioide e/ou p53 anormal, sem invasão miometrial e sem LVSI ou com LVSI focal;
3. IB (G1-G2), tipo endometrióide (dMMR e NSMP), sem LVSI ou com LVSI focal;
4. II G1, tipo endometrióide (dMMR e NSMP) e sem LVSI ou com LVSI focal.
Intermediário (recorrência 5-10% após cirurgia). BT.
Defina o risco e a conduta padrão:
1. I, tipo endometrioide (dMMR e NSMP) e com LVSI substancial;
2. IB G3 e tipo endometrióide (dMMR e NSMP);
3. II G1, tipo endometrióide (dMMR e NSMP) e com LVSI substancial;
4. II G2-G3, tipo endómetrioide (dMMR e NSMP).
Intermediário-alto (recorrência de 12-14% após cirurgia). EBRT.
Defina o risco e a conduta padrão:
1. p53 anormal com invasão miometrial;
2. Seroso, indiferenciado ou carcinosarcoma com invasão miometrial;
3. III ou IV sem tumor residual.
Alto risco (recorrência de 40% após cirurgia). QRT.
Os estudos ManGO ILIADE-III e NSGO-EC-9501/EORTC-55991 compararam QRT e EBRT para pacientes de risco intermediário-alto. Houve benefício em OS com a intensificação?
Não. Ganho apenas em PFS.
Para pacientes de risco intermediário, qual critério autoriza a omissão da BT?
Idade < 60 anos.
Conforme reportado por PORTEC-1 e GOG 99, qual o principal local de recidiva regional em EC?
Vagina.
Qual o nome do estudo que embasou o KEYNOTE-775 trial ao avaliar a combinação de Pembrolizumabe + Lenvatinibe para tumores sólidos selecionados, incluindo EC?
KEYNOTE-146 trial.
Qual a estratégia avaliada pelo PALEO trial para EC endometrióide com RE positivo, com ganhos em PFS quando comparado a Letrozol + Placebo (8,3 x 3,0 meses)?
Palbociclibe + Letrozol.
Qual o nome do estudo que propôs para EC R/M esquemas como Carboplatina + Paclitaxel + Temsirolimus ou Carboplatina + Paclitaxel + Bevacizumabe ou Carboplatina + Ixabepilona + Bevacizumabe, mas que falhou em demonstrar ganhos em PFS quando comparado ao braço histórico de GOG 209?
GOG 86P trial.
Qual o nome do inibidor WEE1 que demonstrou, em avaliações preliminares, uma ORR de 29,4% em população politratada com EC seroso?
Adavosertibe.
Mutações em P286R, V411L, S297F, A456P e S549F são hotspots de um importante marcador em EC. Qual é este marcador?
POLE.
O EC subtipo células claras é quimiossensível ou quimiorresistente?
Quimiorresistente.
Com relação a recorrência locorregional de EC, defina a conduta nos 3 cenários abaixo:
1. Recidiva após BT;
2. Recidiva em virgem de RT;
3. Recidiva local central após RT prévia;
- EBRT;
- EBRT ± VBT;
- Considerar exenteração pélvica.
Historicamente, qual foi a contribuição de estudos como EORTC55872 e GOG 107?
Demonstraram o benefício do doublet de QT em comparação a QT monodroga (Doxorrubicina + Cisplatina x Doxorrubicina).
Qual a importância do estudo GOG 163 para a construção do atual padrão de QT para tratamento de EC?
Reportou ganhos com a introdução de taxanos (Doxorrubicina + Cisplatina x Doxorrubicina + Taxano).
Qual o GOG que consagrou o esquema TAP (Paclitaxel + Doxorrubicina + Cisplatina) quando comparado a Doxorrubicina + Cisplatina em EC estádios III-IV recorrentes?
GOG 177 trial.
Qual o nome do estudo que falhou em demonstrar o benefício de incluir o Bevacizumabe em EC avançado?
MITO-END-2 trial.
O subtipo seroso de EC é o mais relacionado a HER-2. Qual a % de pacientes que superexpressam ou amplificam HER-2? Confere melhor ou pior prognóstico?
30%. Pior prognóstico.
Com relação aos estudos de quimioimunoterapia para a primeira linha, qual estudo não incluiu pacientes com carcinossarcoma? E qual excluiu o estádio IVB não mensurável?
NRG-GY018 trial e ATtEnd trial, respectivamente.
Qual combinação de tratamento recomendada para pacientes com EC HER2 positivo em adjuvância ou para a primeira linha, com ganhos em PFS da ordem de 4,6 meses?
Carboplatina + Paclitaxel + Trastuzumabe.
Qual o tipo de câncer de útero relacionado a exposição a dietilstilbestrol?
Adenocarcinoma de células claras.
Com base nas recomendações do CAP, qual método é superior para a avaliação de dMMR: IHQ ou PCR?
IHQ.
Qual a importância prognóstica da expressão de L1CAM?
Prediz recorrência linfonodal e pior prognóstico.
Reclassifique o estadiamento abaixo com base em critérios moleculares da FIGO 2023:
a) Estádio IIB + POLE mutado;
b) Estádio IA2 + expressão aberrante de p53;
c) Estádio III + expressão aberrante de p53;
d) Estádio IV + POLE mutado.
a) IA;
b) IIC;
c) Classificação molecular não modifica estádios III e IV;
d) Classificação molecular não modifica estádios III e IV;
Quando deve-se solicitar a pesquisa de RE em EC?
Estádio IV e histologia endometrióide.
Atualmente, qual a recomendação para a pesquisa de POLE?
Solicitar apenas se houver mudança na conduta adjuvante.
Quais os 3 critérios que determinam a abordagem de pacientes com carcinoma endometróide de baixo grau endometrial e ovariano sincrônicos como 2 primários diferentes, isto é, sem necessidade de adjuvância?
- Histologia endometrióide + baixo grau;
- Não mais do que invasão miometrial superficial;
- Ausência de LVSI e ausência de metástases adicionais.
Para pacientes com EC de risco intermediário-alto e Nx, qual modalidade de tratamento pode ser adicionada, caso LVSI de alto grau ou substancial?
QT adjuvante.
Para pacietnes com EC de risco alto, caso seja optado por QT e RT sequenciais, qual tratamento deve ser ofertado primeiro: QT ou RT?
QT.
No estudo PORTEC-3, após quanto tempo da última sessão de RT e da última aplicação de Cisplatina era iniciada a QT?
2-3 semanas após o término da RT e 28 dias do último ciclo de Cisplatina.
Durante a terapia de preservação de fertilidade em EC, qual a ORR esperada com o tratamento hormonal?
Aproximadamente 50%.
Com relação ao tempo total de tratamento, qual a diferença entre o RUBY e o NRG-GY018 trial?
RUBY: 3 anos; NRG-GY018: aproximadamente 2 anos de tratamento.
Qual subgrupo de pacientes foi excluído do NRG-GY018 trial, mas incluído no RUBY?
Carcinossarcoma.
Com relação ao intervalo livre de tratamento, qual o ponto de corte adotado como critério de elegibilidade ao NRG-GY018? E no RUBY?
≥ 12 meses. ≥ 6 meses.
Sabe-se que NRG-GY018 e RUBY reportaram ganhos em PFS, mesmo para a população pMMR. Qual a diferença do ponto de vista estatístico entre os estudos?
NRG-GY018: endopoint primário; RUBY: análise de subgrupo pré-especificada.