Med — CLM 15: Síndromes Glomerulares e doença vascular renal Flashcards

1
Q

Qual o achado no EAS indica o acometimento glomerular ?

A
  • A hemácia ao passar pelos capilares, são deformadas —> Indica o acometimento glomerular: hemácias dismórficas (dismorfismo eritrocitário)
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Q

Síndromes Nefrítica ou GNDA
-Quadro Clínico Típico
-Tríade
- Achados secundários (rotina de urina / proteinúria / função renal)
- Três principais etiologias

A

Quadro Clínico
* Células inflamatórias nas fendas de filtração —> oligúria
* A queda do débito urinário gera retenção hídrica —> Edema
* A retenção hídrica gera Hipertensão arterial
* Pode evoluir um EAP
* A inflamação / lesão local desenvolve hematúria com dismorfismo eritrocitários / cilindros hemáticos !!!!
* Cilindros hemáticos, na prova, são um carimbo de síndrome nefrítica.

Tríade:
* Hematúria (dismórfica)
* Hipertensão
* Edema

Outros achados
* Piúria
* Cilindros piocitários
* Proteinúria subnefrótica: < 3,5g/dia / <50mg/Kg/dia
* Aumento da ureia / creatinina

Etiologias
-GNPE
-GNDA
-Doença de Berger

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3
Q

Sobre a GNPE, responda
- Micro-organismo associado
- Duas infecções usais
- Tempo que cada uma das agressões começa
- Definição da doença
-Evolução esperada
-Diagnóstico: as quatro perguntas
-Quando biópsia
-Padrão na microscopia óptica e eletrônica
-Tratamento

A

Glomerulonefrite pós-estreptocócica
* É a mais incidente
* Temos uma infecção estreptocócica, gerando uma sequela tardia no rim (Streptococcus pyogenes — beta hemolítico do grupo A)
* De forma prática, as infecções usuais são
* Faringoamigdalite
* Piodermite
* Anticorpos > antígenos > formam imunocomplexos > depositam no glomérulo ou reagem de forma direta ao glomérulo > agressão renal
* A agressão começa a partir de uma semana
* Faringoamigdalite: 1-3 semanas
* Piodermite: 2-6 semanas
* Pele é uma carapaça > mais difícil de penetrar.
* A definição da GNPE será:
* Hematúria
* Hipertensão
* Edema
* E MAIS NADA
Evolução esperada
* Oligúria até 7 dias
* Queda do completo que dura até 8 semanas
* Hemáturia microscópica até 1-2 anos
* Proteinúria leve: até 2-5 anos.

Diagnóstico
* O diagnóstico de certeza é a biópsia renal
* Vamos fazer quatro perguntas ao paciente, basicamente
1. Faringite ou Piodermite recente ?
2. O período de incubação bate ? (1 semana para Faringoamigdalite ou 2 semanas para Piodermite)
3. A infecção foi por estreptocócica ?
* Anti-estreptolisina 0 (ASLO)
* Presente em 80% dos casos, se for uma faringite
* Caso for na pele, esperamos uma positividade de 50%
* Anti-DNASE B: usamos para Piodermite (bom para faringo também)e
4. Houve queda transitória do complemento ?
* C4 normal
* C3 e CH50 em queda
* Biópsia renal se
* > 8 semanas com queda do complemento
* > 4 semanas com
* Hematúria macro
* HAS
* Proteinúria nefrótica
* Aumento da creatinina
Microscopia óptica da GNPE
* Padrão de inflamação difusa que ocupa o espaço vascular

Microscopia eletrônica
* Depósito elétron-denso — cheio de imunoglobulina (IgG / C3)
* HUMPS / GIBAS — Depósitos subepiteliais em formas de GIBAS / HUMPS

Tratamento
* Suporte
* Repouso relativo
* Restrição hidrossalina
* Estímulo no rim: Furosemida / IECA
* Edema: Furosemida
* Hipertensa: IECA
* Se emergência hipertensiva: Anti-hipertensivo IV — Nitroprussiato
* Se injúria renal grave: Diálise
* Antibiótico
* Penicilina G Benzatina
* Não altera o curso da doença — fazemos para eliminar cepas nefritogênicas do S. Pyogenes da comunidade

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4
Q

Sobre a GNRP, responda
-Evolução característica da doença
- Achado microscópico característico

A
  • GN que causa, rapidamente (Dias-meses), perda progressiva da função renal
  • Inflamação importante > processo de fibrose no capilar —> Crescentes glomerulares
  • Crescentes em > 50% dos glomérulos na biópsia —> GNRP
    • O patologista pega o material e tenta entender o motivo da formação dos crescentes.
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5
Q

GNRP tipo I
- Incidência
-Achado na imunofluorescência
-Doença protótipo
-Clínica e síndrome associada
- Diagnósticos diferenciais
-Diagnóstico
-Tratamento agudo e crônico

A

GNRP tipo 1 — 10%
* Associado a anticorpos contra a membrana basal
* Aspecto linear na imunofluorescência — lembrar do formato da membrana basal
* Protótipo: Doença de Goodpasture
* Clínica: GNRP + hemorragia alveolar (Síndrome pulmão-rim)
* Diagnósticos diferenciais
* Leptospirose
* LES
* Diagnóstico: Padrão linear / complemento normal
* Tratamento:
* Plasmaférese — tratamento agudo
* Imunossupressão: impedir a formação de novos imunocomplexos
* Corticóide + outro imunossupressor (exemplo: ciclofosfamida)

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6
Q

GNRP tipo II
- Imunofluorescência
- Exemplos de doença
- Como se comporta o complemento

A

GNRP tipo II — 45%
* Deposição de Imunocomplexos em pipoca —> imunofluorescência com aspecto granular
* Exemplos: Lúpus, GNPE, endocardite
* Aqui temos queda do complemento

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7
Q

GNRP tipo III
- Imunofluorescência
- Marcador chave no diagnóstico

A
  • Imunofluorescência: poucos ou nenhum depósito imune
  • Ela é focado na parede do vaso.
  • São marcados por um anticorpo focado em citoplasma de neutrófilos —> ANCA positivo
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8
Q

Doença de Berger
- Definição
- Quadro Clínico
- Diagnóstico

A
  • Predisposição genética a depositar IgA no mesângio
  • Glomerulopatia primária mais comum no mundo
    • Mais comum em asiáticos e homens
      Quadro clínico:
    • Hematúria macroscópica intermitente (40-50%)
      • Hematúria > nada > hematúria > nada
    • Hematúria microscópica persistente: 30-40%
    • Síndrome nefrítica
      • Nefrite sinfaringitica
  • Dúvida entre Berger e GNPE
    • Berger tem o complemento normal
      Diagnóstico:
  • História + EAS + complemento normal
  • IgA sérica
  • Depósitos de IgA na pele
  • A certeza é somente com biópsia
    • HAS — síndrome nefrítica
    • Proteinúria > 500-1000mg/dia
    • Insuficiência renal
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9
Q

Doença de Berger
-Tratamento completo
- Tratamento em casos graves

A
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10
Q

Síndrome Nefrótica:
- Definição
- Principais manifestações, em cascata

A
  • Lesão estrutural no glomérulo gerando proteinúria
    • > 3-3,5g/dia ou > 50mg/Kg/dia em crianças
      • 40mg/m2/h para crianças
  • Hipoalbuminemia intensa > perda da pressão oncótica > Edema
    • Periorbital e matutino
    • Evoluiu para anasarca
  • Perda de proteínas, entre elas, lipoproteínas > jogamos gordura fora pela urina
    • Gera diminuição na degradação de lipídeos somado a uma resposta hepática reflexa no aumento da síntese
    • Lipidúria e hiperlipidemia
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11
Q

Nefrótica
- Cite e explique as 06 principais complicações

A

Complicações
Infecções
* Perda de anticorpos > joga IgG fora
* Maior incidência de Infecção — Pneumococo
* Principal infecção —> PBE
* Principal germe: Escherichia coli.

Aterogênese acelerada
* Pela hiperlipidemia

Anemia ferroprivia
* Perda da transferina pela urina
* Tendência a ser refratária ao tratamento

Endocrinológicas
* Queda do T4 total pela perda de Tireoglobulina
* Hipocalcemia por perda da proteína fixadora de vitamina D]

Edema
* Diferente da nefrítica, onde temos oligúria e, dessa forma, retenção urinária.
* Na nefrótica, temos perda de albumina importante —> Tendência a hipotensão
* Ao usar diurético, temos risco de passar do ponto e gerar uma hipovolemia importante
* Além disso, o sangue fica mais concentrado, favorecendo a formação de Trombose
Trombose
* Pela perda de antitrombina — anticoagulante endógeno

Trombose da Veia Renal

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12
Q

Trombose da Veia Renal (as duas últimas e…)
- Associação de doenças
- Clínica
- Conduta

A

Trombose da Veia Renal
* Trombo na veia Renal
* Clínica: Sangue entra, mas não consegue sair
* Cápsula renal se distende > dor lombar
* Aumento da cápsula > piora ou começa a hematúria
* Aumento da proteinúria e creatinina
* Veia gonadal direita drena para cava diretamente
* Veia gonadal esquerda drena para a renal e, posteriormente, para a cava.
* Portanto, um trombo a esquerda gera Varicocele súbita a esquerda
* Conduta
* Exame de imagem (angio-Tc)
* Anticoagulação
* Causas que levam a síndrome nefrótica e se associam a trombose da veia renal
* Nefropatia membranosa
* Glomerulonefrite membranoproliferatia
* Amiloidose

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13
Q

Quando não fazemos biópsia na síndrome nefrótica

A
  • Quem não faz biópsia ?
    • Portador de Diabetes
    • Crianças entre 1-10 anos
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14
Q

Doença por Lesão mínima
- Compõe qual síndrome
- Fisiopatologia
- Quadro clínico típico
- Principais associações
- Diagnóstico
-Tratamento

A

Doença por Lesão Mínima
* Podócito envia os processos podocitários, formando as fendas de filtração
* Na doença, temos fusão e retração dos processos podocitários
* Perda de proteína importante
* Vamos ter lesão na barreira mecânica (podócitos) e na perda de cargas (seletiva) > albuminúria importante

Achado histológico
* Fusão e retração dos processos podocitários

Quadro Clínico Típico
* Criança entre 1-10 anos com nefrótica
* Criança resfriada > processo imune > agressão > melhora > outro gatilho > volto
* Curso em atividade - remissão

Principais associações
* Lindo da de Hodgkin
* Uso de AINE

Diagnóstico
* Clínico
* Biópsia se refratário ao corticóide

Tratamento
* Suporte
* Nefroproteção (proteinúria) IECA / iSGLT2
* Edema: se usar diurético, usar com cautela
* Específico:
* Corticóide

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15
Q

GESF
- Compõe qual síndrome ?
- Achado histológico
- Quadro clínico típico
- Como marcar na prova
- Diagnóstico
- Tratamento

A

GESF
Achado histológico
* Esclerose < 50% dos glomérulos, de forma segmentar

Quadro Clínico Típico
* Adultos: principalmente negros com nefrótica

Associações
* Diversas
* Obesidade
* HAS
* Anemia falciforme
* Heroína
* Se não é nenhuma outras das causas nefróticas, marco GESF

Diagnóstico
* Biópsia

Tratamento
* Corticóide como base do tratamento — resposta pior do que a DLM

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16
Q

Nefropatia Membranosa
- Compõe qual síndrome ?
- Fisiopatologia
- Achado histológico
-Quadro Clínico típico
- Associações
- Complicação possível
- Diagnóstico
- Tratamento

A

Nefropatia Membranosa
* Anticorpos depositando na membrana glomerular > reage contra a matriz
Achado histológico
* Espessamento da membrana basal

Quadro Clínico Típico
* Adultos — segunda mais comum do adulto
* Lúpus — pode ser a 1ª manifestação.

Associações
* Neoplasia sólidas
* Mama
* Cólon
* Hepatite B
* Drogas
* Captopril
* D-penicilamina
* Sais ouro
* Pode complicar com Trombose da Veia Renal

Diagnóstico
* Anti-PLA2R +
* Na presença dele, não precisamos de biópsia
* Define a nefropatia membranosa idiopatíca
* Biópsia nos demais

Tratamento
* Nada ou corticóide

17
Q

Glomerulonefrite Membranoproliferativa / mesangiocapilar
- Fisiopatologia
- Resposta do complemento
- Achado histológico clássico
- Associações
- Tratamento

A

Glomerulonefrite Membranoproliferativa / mesangiocapilar
* O mesângio se expande > começa a dissecar o capilar > solta o capilar da membrana basal
* É a única forma primária de síndrome nefrótica que consome complemento

Achado histológico:
* Sinal do duplo contorno

Quadro Clínico
* Criança ou adulto jovem
* Nefrítica e/ou nefrótica
* Hipocomplementenemia > 8 semanas
* Diagnóstico diferencial da GNPE

Associações:
* Hepatite C
* Trombose da Veia Renal

Tratamento
* Corticóide
* Antiviral (hepatite C)

18
Q

Estenose da Artéria Renal
- 02 etiologias
- Quadro clínico
- Diagnóstico
- Tratamento

A

Etiologia:
* Aterosclerose
* Idosos com fator de risco cardiovascular
* Locais de estenose —> segmento proximal da artéria renal
* Displasia fibromuscular
* Mulher entre 15-50 anos
* Local de estenose: Segmento médio-distal
* Arteriografia: Aspecto de colar de contas

Quadro Clínico
* HAS por uma estenose —> renovascular
* Hipofluxo > aparelho justaglomerular detecta e aumenta produção de renina —> libera angio I —> converte a angio II (ECA)> aldosterona
* Angio II / aldosterona —> vasoconstrição / hipocalemia / hipervolemia / hipertensão
* < 30 ou > 50 anos
* HAS de difícil controle
* Associado a sopro abdominal
* Hipocalemia / Alcalose
* Atrofia renal ou assimetria
* Se bilateral — quadro clínico diferente
* Nefropatia isquêmica
* Ao fazer um Pril, temos vasodilatação da eferente e vasoconstricção da eferente
* Dessa forma, quando bilateral, podemos piorar a função renal muito importante.

Diagnóstico
* USG com doppler
* Assimetria
* Alteração do fluxo
* Janela ruim —> obesos
* Angio-TC ou angio-RM
* Arteriografia:
* Padrão ouro
* Dúvida ou pré-procedimento.

Tratamento
* Displasia fibromuscular:
* Revascularização — angioplastia
* Aterosclerose
* Medicamentos: IECA /BRA
* Devemos monitorar a função renal
* Evitar na estenose bilateral ou unilateral em rim único
* Se bilateral: revascularização

19
Q

Arteriografia na displasia fibromuscular — aspecto:

A
  • Arteriografia: Aspecto de colar de contas
20
Q

Pergunta: Quais são as principais etiologias da estenose de artéria renal?

A

Resposta: Aterosclerose (idosos) e displasia fibromuscular (mulheres entre 15-50 anos).

21
Q

Pergunta: Qual é o quadro clínico típico da estenose de artéria renal?

A

Resposta: Hipertensão de difícil controle, sopro abdominal, hipocalemia, alcalose, atrofia renal ou assimetria.

22
Q

Pergunta: Qual é o padrão-ouro para diagnóstico da estenose de artéria renal?

A

Resposta: Arteriografia.

23
Q

Pergunta: Qual é o tratamento recomendado para a displasia fibromuscular associada à estenose de artéria renal?

A

Resposta: Revascularização via angioplastia.

24
Q

Pergunta: Qual é a causa mais comum da síndrome hemolítico-urêmica em crianças?

A

Resposta: Infecção por Escherichia coli produtora de toxina Shiga.

25
Q

Pergunta: Quais são as principais manifestações clínicas da síndrome hemolítico-urêmica?

A

Resposta: Dor abdominal, vômitos, diarreia mucossanguinolenta, seguido de insuficiência renal aguda, anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia.

26
Q

Pergunta: Quais são os principais fatores de risco para nefropatia isquêmica?

A

Resposta: Uso de IECA/BRA em estenose de artérias renais bilaterais ou em rim único.