Diabetes Flashcards
Conceito de DM
Distúrbio metabólico com presença de hiperglicemia
Conceito de DM 1
Deficiência completa ou total de insulina
Conceito de DM 2
Deficiência de insulina relativa (menor produção), com resistência à insulina, maior produção de glicose
Fatores de risco para DM 2
Genética: 39% chance se história familiar
Idade>=35 anos
Síndrome metabólica
Pré-DM2: 25-50% de progressão (maior quanto mais jovem → mais tempo de exposição)
Fatores comportamentais: obesidade, sedentarismo, estresse, medicamentos
Homeostase da glicose
Equilíbrio entre a produção hepática de glicose e a utilização periférica da glicose, regulado pela insulina e outros hormônios (glucagon)
Ciclo da Glicose no Jejum
Baixa insulina → produção de glicose por gliconeogênese e glicogenólise hepática; menor captação de glicose em tecidos sensíveis a insulina
células alfa do pâncreas → secretam glucagon quando insulina ou glicemia estão baixas → estímulo da gliconeogênese e glicogenólise
Ciclo da Glicose no Pós-prandial
Aumento da glicose → estimula aumento da insulina e queda o glucagon → glicose captada para músculo esquelético
Insulina é anabólica → armazenamento de carboidratos e síntese de gorduras e proteínas
glicose vai para o cérebro sem depender da insulina
Fatores que ajudam na homeostase da glicose
Miócitos esqueléticos→ irisina
Adipócitos → leptina, resistina, adiponectina…
Biossíntese da insulina
Células beta das ilhotas pancreáticas → produzem insulina
Peptídeo C → cossecretado com a insulina e constitui marcador da secreção de insulina endógena
Secreção de insulina
Glicose → principal regulador da secreção de insulina (a parti de 70mg/dL)
Incretinas → liberadas pelas células neuroendócrinas do TGI após alimentação → amplificam a secreção de insulina e suprimem a secreção de glucagon
Ação da insulina
Ligação ao receptor correspondente → recrutamento dos substratos de receptor de insulina (IRSs)
IRSs → ativa vias que estimulam transportadores da glicose → captação de glicose pelos músculos, coração e adipócitos (GLUT4→ síntese de glicogênio/proteínas/lipogênese); captação cerebral de glicose (GLUT 1 e 2); inibir reabsorção de glicose no túbulo contorcido proximal (SGLT)
Vias ativadas pelos IRSs
Via PI3K/Akt → captação de glicose via GLUT4 (síntese de proteínas, lipogênese, glicogênese)
Via da MAPK → proliferação, sobrevida celular, supressão de atrofia e autofagia)
Patogênese da DM2
Lipólise acentuada por falta de insulina → acúmulo de lipídeos em miócitos, hepatócitos, endotélio vascular e células beta-pancreáticas
Estado inflamatório local e sistêmico → lesão da membrana celular → aumento de IL-6, IL-8 e MCP-1
GLUT4 → presente mas com menor captação de glicose
Glifage
Sensibilizador → auxilia na entrada de glicose em músculos e adipócitos
Utilizado após falha na mudança de hábitos do paciente e repetição de valores altos de glicemia (pré-DM: após 1 ano; DM: após 4 meses)
Resistência Insulínica
Aumento da síntese de glicose hepática (mesmo se insulinasérica alta) → hiperglicemia de jejum
Metformina
Suprime a produção de glicose hepática → sensibilizador da glicose pela via AMPK
Consequência da lipólise exacerbada
Acúmulo de Acetil-CoA e lipídeos tóxicos → doença hepática gordurosa associada a disfunção metabólica (MASLD)
Pico insulínico
Pico inicial e diminuição após→ explica o aumento da glicemia pós-prandial → marcador sensível de disfunção das células beta e preditor de DM2
Célula beta produz mais insulina na resistência → seguida de deficiência relativa e excesso de glucagon pela célula alfa (falência do pâncreas)
Fatores de risco para DM1
Genética + Ambiente
Genética: 10% de risco se ambos os pais tem DM1 (4,6% só pai e 2% só mãe)
Ambiente: infecções (rubéola congênita enterovírus, COVID-19)
Fisiopatologia da DM1
Processo autoimune desencadeado por um estímulo infeccioso ou ambiental
Destruição seletiva das células beta pelas vias TCD8+, BCD20+ e CD45+
Redução da massa pancreática
Insulite (fase assintomática, com infiltração de linfócitos nas ilhotas pancreáticas) → progressão para atrofia de ilhotas
Autoanticorpos da DM1
Anti-insulina (IAA) → Ac mais precoce, encontrado em crianças
anti-GAD (anti-descarboxilase do ácido glutâmico) → comum em adultos
anti-ilhotas (ICA)
anti tirosina fosfatase (IA2)
anti-ZnT8
Estágios da DM1
Estágio 1 (risco: 44%) → normoglicemia + 2 ou mais Ac
Estágio 2 (risco: 60% em 2 anos e 75% em 5 anos) → pré-DM + 2 ou mais Ac
Estágio 3 → Diabetes
Maior fator de risco de DM1 entre 4 e 5 anos
Soroconversão de 2 ou mais anticorpos antes de 3 ano de idade → risco de 75%
Conduta na suspeita de DM1/LADA
Pedir autoanticorpos e peptídeo C
Fatores predisponentes:
A: idade<35 anos
A: autoimunidade pessoal (vitiligo, hipertireoidismo, deficiência de B12, lúpus)
B: IMC<25kg/m²
B: autoimunidade familiar
C: comorbidades (infecção)
C: controle precoce com insulina ou falha às terapias orais
LADA
Diabetes autoimune latente do adulto
Diferenças entre DM1A, DM LADA e DM1B
DM1A → destruição rápida e progressiva por células T/B, genética HLA, entre 10 e 14 anos, associação com doenças autoimunes, autoanticorpos IAA e anti-GAD
DM LADA → destruição lenta e progressiva por células T/B, genética HLA, entre 30 e 50 anos, associação com doenças autoimunes, autoanticorpos anti-ICA e/ou anti-GAD
DM1B → destruição por células T, hereditariedade não HLA, descendência asiática e africana, autoanticorpos negativos
Sintomas clássicos do DM
Glicosúria
Poliúria
Hipovolemia + aumento da osmolalidade plasmática
Polidipsia
Visão turva
Perda ponderal
Diagnóstico de DM
Glicemia de jejum >=126mg/dL
HbA1c → >=6,5%
TOTG → >= 209mg/dL após 1h e >= 200mg/dL após 2h
Na ausência de intomas clássicos → ter 2 exames alterados
Pré-DM → TOTG com 1h
Rastreamento de DM2
A partir de 10 anos → obeso/sobrepeso ou doença hepática esteatótica como disfunção metabólica + fatores de risco
A partir de 35 anos → população geral
Pré-DM 2 ou >3 fatores risco→ GJ e HbA1c anual
<3 fatores risco → GJ e HbA1c a cada 3 anos
Antes e após uso de medicamentos hperglicemiantes
Rastreamento de DM1
Dosagem de anticorpos de familiares do paciente com DM1
Ac positivo → repetir exame
Glicemia normal e 1 anticorpo → repetir (Chance de soroconversão)
Glicemia normal e >2 anticorpos →repetir GJ e HbA1c semestral
Rastrear outras doenças autoimunes
Rastreamento de DM na gestante
GJ na 1º consulta pré-natal
Se <92mg/dL + HbA1c<5,7% → TOTG entre 24 e 28 semanas
Se <=92mg/dl ou 5,7%<HbA1c<6,4% → DM gestacional precoce
TOTG entre 24 a 28 semanas → jejum >=92mg/dL OU 1h>=180mg/dL OU 2h>=153mg/dL → DM gestacional
Tratamento não farmacológico
Perda ponderal de 7%
Aeróbico 150min/semana e anaeróbico 75min/semana
Redução calórica 500 a 1000kcal/dia
Cessar tabagismo e etilismo (consumo moderado)
Monitoramento da DM
Descartar hipo e hiperglicemia
Glicemia capilar → ao sentir-se mal, antese após refeições (principalmente em insulinoterapia)
Sistema de monitoramento contínuo → troca a cada 15 dias, uso sobretudo em DM1
Metas terapêuticas
Geral → HbA1c<=7%; pré-prandial 80 a 130mg/dL e pós-prandial 2h<180mg/dL
Gestantes → HbA1c <6%; pré-prandial <95mg/dL e pós prandial 1h< 140mg/dL 2h<120mg/dL
Hospitalizados → HbA1c<8% (cirurgia eletiva); 100 a 180mg/dL (<100mg/dL aumenta mortalidade)
Frequência de monitorização no seguimento
Controlados → a cada 6 meses com GJ e HbA1c
Não-controlados → a cada 3 meses com GJ e HbA1c
Terapia farmacológica do pré-DM
Metformina 850mg 2x/dia → 25-59 anos, IMC>=35kg/m², glicemia>=110mg/dL e HbA1c >=6%
Pioglitazona 45mg/dia → antecedente de AVCi ou AIT
Semaglutida 2,4mg/semana
Teplizumab 1x/dia EV 14 dias → pré-DM1
Tratamento DM1
Dose diária: 0,4 a 1 UI/kg/dia
40-50% → insulina basal
50-60% → insulina prandial
Diminuir 0,2UI por vez caso hipoglicemia (<=70mg/dL)
Insulina regular age mais rápido que a NPH
NPH → reduza frequência de hipoglicemia (duração de 12 a 16h)