Otite Média (Crônica Colesteatomatosa) Flashcards

1
Q

Qual as duas classificações do colesteatoma?

A

Classificação do colesteatoma:

  • Congênito (1-2%)
  • Adquirido

Obs: antigamente era classificado em Primário (retração e perfuração da membrana timpânica de Schrapnell, em paciente que não teve otite. A lesão cresce ocupando o espaço de Prussak) e Secundário (migração epitelial para o ouvido médio, em local de perfuração da membrana timpânica, inclusive iatrogenicamente durante procedimentos otológicos).

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2
Q

Cite fatores etiopatogênicos para surgimento do colesteatoma.

A

Alterações genômicas (citoqueratinas, aumento de Ki67), epigenética (microRNAs), overreaction da resposta imune (IL1, IL6, IL8, TNF-alfa, metaloproteinases), infecção local (biofilme de bactéricas na mucosa, matriz do colesteatoma)

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3
Q

Quais as 4 teorias sobre mecanismos da formação do colesteatoma?

A
  • INVAGINAÇÃO (pressão negativa e retração progressiva da MT).
  • METAPLASIA (epitélio respiratório se torna queratinizado, por metaplasia escamosa).
  • MIGRAÇÃO (perfuração permite migração de pele para dentro da orelha média).
  • PROLIFERAÇÃO PAPILAR (formação de cones epiteliais devido infecção crônica).

DICA: “MiProMeta Invaginar”

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4
Q

Após a formação do colesteatoma, ele pode apresentar 4 padrões de crescimento, vistos pela Classificação de Jackler. Cite quais são eles e qual é mais comum em adultos e crianças.

A

Classificação de Jackler:

  • (1) EPITIMPÂNICO POSTERIOR (ATICAL): confinado á pars flácida.
  • (2) MESOTIMPÂNICO POSTERIOR (TENSO): surge no quadrante posterosuperior da pars tensa.
  • (3) EPITIMPÂNICO ANTERIOR: surge anterior à cabeça do martelo. Difícil de visualizar e diagnosticar. Quando o paciente chega já está com o colesteatoma maior.
  • (4) Por DUAS VIAS ou INDETERMINADO (de duas vias pode vir tanto pela pars flácida e tensa e indeterminado é o nome dado para aqueles de longa data, sem um padrão de crescimento identificado em que não sei por onde começou).

Formas mais comuns:

  • O colesteatoma epitimpânico posterior foi mais prevalente em ADULTOS (41,9%), enquanto o colesteatoma mesotimpânico posterior foi mais frequente em CRIANÇAS (43,7%).
  • O epitimpânico anterior, que é raro, quando surge, só foi observado em crianças.
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5
Q

Como o colesteatoma abaixo pode ser classificado, segundo Jackler?

A

Epitimpânico Posterior

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6
Q

Como o colesteatoma abaixo pode ser classificado, segundo Jackler?

A

Mesotimpânico Posterior

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7
Q

Como o colesteatoma abaixo pode ser classificado, segundo Jackler?

A

Epitimpânico Anterior

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8
Q

Qual a procentagem de acometimento da orelha saudável em um paciente com colesteatoma do outro lado?

A

Todo paciente que tem um colesteatoma de um lado, temos que olhar o lado contralateral. Independentemente do padrão de crescimento, tem altas chances (em torno de 75%) de evoluir com doença na orelha saudável.

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9
Q

Quais os achados esperados em tomografia de uma OMC colesteatomatosa adquirida?

A

Verifica-se o clássico apagamento do esporão de Chausse além de erosão ossicular, pneumatização da mastóide, aumento do espaço de Prussak e cavidades alargadas, preenchidas por material de densidade de partes moles.

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10
Q

Cite a a importância da RM por Difusão, seus achados e como diferenciamos o colesteatoma de abscessos e outros tumores por esse exame.

A
  • RESSONÂNCIA MAGNÉTICA POR DIFUSÃO é o exame que CONFIRMA a suspeita diagnóstica.
  • HIPO em T1
  • HIPER em T2
  • RESTRIÇÃO Á DIFUSÃO (região central avascular) mas com REALCE PERIFÉRICO. Esse achado ajuda a diferencia-lo de abscesso e de tumores.
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11
Q

Cite a definição de colesteatoma congênito, sua origem embriológica, principais locais de formação e achados clínicos e otoscópicos.

A
  • Forma originada ao nascimento como resquício embrionário da notocorda primitiva (portanto ectoderma). Tem incidência em torno de 3,7% no geral.

Na infância o colesteatoma congênito representa 30% dos casos de colesteatoma no geral.

  • Afeta principalmente ORELHA MÉDIA, ápice petroso adjacente ao canal do nervo facial ou até canal auditivo externo.

Pode acometer mastoide, mas é raro. Pode inclusive ser intradural também, apresentando-se como uma massa no ângulo pontocerebelar.

  • Pérola atrás de uma MT intacta no QUADRANTE ANTEROSUPERIOR. Sem história de otorreia, perfuração ou qualquer procedimento, mas com grande chance de complicação (muito agressivos, podendo inclusive abrir o quadro já com uma complicação).
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12
Q

Cite sinais de alarme clínicos que indicam o colesteatoma congênito (o tratado cita 13 achados).

A

Sinais:

  • Massa esbranquiçada atrás de MT íntegra
  • Otorréia fétida com MT íntegra
  • Otorreia persistente após TV
  • Efusão persistente na orelha média
  • PAC ou PAM unilateral
  • Surdez Súbita
  • Vertigem ou instabilidade
  • Paralisia facial
  • Mastoidite
  • Meningite
  • Abscesso intracraniano
  • Cefaleia ou febre de origem indeterminada
  • Otalgia ou cervicalgia indeterminada
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13
Q

Qual o tratamento indicado para OMC colesteatomatosa?

A

A OMC colesteatomatosa é uma patologia cirúrgica. O objetivo principal é a retirada do tumor e restauração de um ouvido sem otorréia. Como objetivo secundário temos a preservação ou recuperação funcional da função auditiva. Previamente à cirurgia deve-se conter, ou mesmo diminuir, a quantidade de otorréia. Usam-se gotas otológicas com antibióticos, associada a ATB sistêmica, se necessário. O objetivo é remover o máximo de tecido doente possível. Quando não for possível garantir que toda a doença foi removida ou ante a dificuldade de programar um “second look” (o que é comum em nosso meio) deve se realizar mastoidectomia com cavidade aberta.

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14
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma congênito causando destruição da mastóide direita (cortes axial e coronal respectivamente).

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15
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma congênito causando destruição parcial da ponta do rochedo esquerdo (corte axial).

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16
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma congênito com erosão parcial da cóclea esquerda, causando paralisia facial e surdez (corte coronal).

17
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma adquirido secundário a otomastoidite, com destruição da cadeia ossicular e do esporão de Chaussé, erosão do teto do conduto auditivo externo e fístula labirintica de canal semicircular lateral (corte coronal).

18
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma adquirido secundário a otomastoidite, com destruição da cadeia ossicular e do esporão de Chaussé, erosão do teto do conduto auditivo externo e fístula labirintica de canal semicircular lateral (corte coronal).

19
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Colesteatoma adquirido primário ocupando o espaço de Prussak (corte coronal).

20
Q

Cite os achados da TC abaixo.

A

Orelha direita normal (A). Colesteatoma adquirido secundário associado a labirintite ossificante (setas) na orelha esquerda (B). Cortes axiais.