Avaliação Auditiva (Eletrococleografia, BERA) Flashcards
Sobre os potenciais evocados auditivos, quais os 3 tipos de latência observados e os exames correspondentes?
Quanto mais longa a latência, mais proximal (central) nas vias auditivas. Podem ser vistos os seguintes tipos:
- < 10ms (curta latência): entre cóclea/VIII e tronco.
(ECOGh e BERA) - 10-80ms (média latência): entre tronco e córtex.
(Na, Pa, Pb, Pc) - > 80ms (longa latência): córtex cerebral.
(P300, N1, N2).
Sobre a Eletrococleografia:
- Como é realizada?
- Qual estímulo é utilizado?
- Qual a finalidade?
- Eletrodo na membrana timpânica.
Antigamente a ECOGh era realizada com a agulha encostada na janela oval. Hoje em dia se utiliza um eletrodo na membrana timpânica mas é importante ter cuidado com descamação da pele, cerume e outros fatores que podem atrapalhar. O eletrodo ativo conectado na entrada positiva do pré-amplificador fica no promontório, membrana timpânica ou conduto auditivo dependendo do eletrodo. O eletrodo referência conectado na entrada negativa do pré-amplificador fica no lóbulo ou mastoide da orelha ipsi ou contralateral, e o eletrodo terra conectado na entrada terra na mastoide contralateral ao eletrodo referência.
- CLIQUE (80dB ou mais de intensidade)
Em alguns casos pode ser necessário obter respostas mais especificas em relação a frequência, podendo ser associado o TONE BURST de curta duração (o tone burst pode aumentar a sensibilidade ao exame em crianças e no diagnóstico de Mèniére também).
- Tem como finalidade registrar eventos elétricos da CÓCLEA e SINAPSE COM NERVO AUDITIVO (não estuda o labirinto, sendo errado solicitar para essa finalidade). Ela NÃO DETECTA LIMIAR AUDITIVO.
Sobre a Eletrococleografia:
- Quais os três potenciais observados e a origem deles?
- Quais representam potenciais pré sinápticos (das CCE e CCI) e qual representa a sinapse do nervo coclear propriamente dita?
- Quais deles não sofrem fadiga e adaptação com aumento da intensidade ou taxa de estímulos?
Os potenciais observados e suas origens são:
- Microfonismo Coclear (MC): CCE
- Potencial de Somação (SP): CCI
- Potencial de Ação (AP): sinapse do nervo coclear.
MC e SP são pré-sinápticos (intracelulares) e não sofrem com fagida e adaptação.
O AP é a sinapse propriamente dita e sofre mudança tanto de latência quanto de amplitude com a alteração da intensidade ou taxa de apresentação dos estímulos.
Sobre a Eletrococleografia:
- Microfonismo coclear é a mesma coisa que EOA, visto que são ambos originados das células ciliadas externas?
Não. As emissões são potenciais não elétricos, mas micromecânicos. O microfonismo é potencial elétrico, praticamente não tem latência, ocorrendo no exato instante que o som chega à cóclea.
Sobre a Eletrococleografia:
- Porque não costumamos ver o Microfonismo Coclear no traçado habitual da eletrococleografia?
Porque é um potencial de corrente alternada, ou seja, feita sob estimulo alternado, positivo e negativo, com rarefação e condensação, e essas linhas se anulam. Mas é possível pelo software separar e ver as duas ondas.
Sobre a Eletrococleografia:
- Qual a importância na avaliação da hidropsia endolinfática?
- Como diferenciar hidropsia x cocleopatia na ECOGh?
- HIDROPSIA = aumento da relação SP/AP (> 30%) às custas de AUMENTO DE SP. Isso não confirma o diagnóstico, mas sugere essa condição.
CCI está presente na membrana basilar, que fica mais maleável devido enchimento e esvaziamento de endolinfa nessa condição.
- COCLEOPATIA = aumento da relação SP/AP ás custas de REDUÇÃO DE AP.
Portanto cuidado para considerar aumento dessa relação como Ménière, pois pode ser cocleopatia também. Devo observar se é às custas de SP ou AP.
Sobre a Eletrococleografia:
- Comente o achado.
Presença de relação PS/PA dentro do padrão de normalidade no lado direito mas acima do normal do lado esquerdo, podendo sugerir doença de Ménière à esquerda (avaliar se é às custas de aumento de SP).
Sobre a Eletrococleografia:
- Como é esperada na neuropatia auditiva?
- Como encontraria EOA e BERA?
Na neuropatia auditiva temos função de células CCE preservada (com comprometimento das CCI) encontrando uma divergência nos exames.
Teremos:
- ECOGh com MC presente (e aumentado), SP presente mas AP variável (podendo ter ausência de AP se for pré-sináptica ou presença se pós-sináptica). Tratado informa que a relação AP/SP < 1 é altamente indicativa (cuidado pra não confudir, essa relação analisada é o contrário da que é calculada para Ménière).
- EOA PRESENTE e BERA AUSENTE.
Sobre o BERA:
- Qual seu sinônimo?
- O que o exame avalia e quando é indicado?
- Como é a frequência e intensidade de estímulo?
- Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE).
- Avalia a despolarização progressiva da porção distal do nervo coclear até o tronco encefálico e distúrbios nessa via (com possibilidade de topografar). Também avaliar limiar auditivo e pode ser utilizado na triagem auditiva.
- Pode ser feito CLIQUE ou TONE BURST, com intensidade de 80dBs ou mais.
Sobre o BERA:
- Cite o nome das vias auditivas e a onda correspondente no BERA (I - VII).
- Nervo auditivo distal e proximal (I e II) ao tronco.
- Núcleo coclear (III)
- Complexo olivar superior (IV)
- Leminisco lateral (V)
- Colículo inferior (VI)
- Corpo geniculado medial (VII)
Sobre o BERA:
- Qual o estímulo e a finalidade do BERA topodiagnóstico?
É feito um estímulo em CLIQUE (2-4 kHz) e serve para conferir a INTEGRIDADE DAS VIAS por meio da avaliação do padrão das ondas.
Sobre o BERA:
- Qual o estímulo e a finalidade do BERA limiar?
Também chamado de BERA FREQUÊNCIA ESPECÍFICA, é feito com TONE BURST. É bom exame para avaliar neonato surdo com triagem ruim no protocolo da TANU ou em simuladores (porque independe da contribuição do paciente). É preciso fazer o estímulo em cada frequência e intensidade específica até sumir o estimulo.
Sobre o BERA:
- Qual a onda considerada limiar dependente no BERA frequência específica?
- O que ocorre ao reduzir a intensidade do estímulo?
- O que significa Slow Negative 10?
- A ONDA V é a mais fiel e persistente, sendo considerada a ONDA LIMIAR DEPENDENTE ou seja, vou reduzindo a intensidade até ela sumir.
- Á medida que reduzo a intensidade, as ondas reduzem de amplitude e aumentam de latência (por isso não serve para topodiagnóstico. Existe um a tabela com idade do paciente e latência da onda V que é normal para cada intensidade). Ver um exemplo de BERA limiar na imagem abaixo.
- A onda V tem uma deflexão negativa ao final e isso é uma dica para vê-la em baixas intensidades de estimulo (deflexão negativa se chama Snow Negative 10 – SN10).
Sobre o BERA:
- Quais as ondas mais importantes no BERA?
- Qual a mais constante e fácil de identificar?
- Quais as ondas que interagem com grande variedade de padrões, formando um complexo?
- As ondas I, III, V são as mais proeminentes e, por essa razão, são as ondas consideradas na análise do traçado.
- A onda V é a mais constante e a mais fácil de identificar, sendo como dito antes, limiar dependente.
- As ondas IV e V interagem em uma grande variedade de padrões, denominando-se complexo IV e V.
Sobre o BERA:
- Quais parâmetros devem ser avaliados na análise de um BERA?
- Presença das ondas I, III e V.
- Replicabilidade da latência de cada componente.
- Latência absoluta de ondas I, III e V.
- Latência interpicos I-V; I-III e III-V.
- Amplitude da onda V em relação a amplitude da onda I.
- Diferença interaural da latência interpico I-V ou da latência da onda V