Otite Média (Complicações Extracranianas) Flashcards
Qual tipo de otite (OMA ou OMC) gera mais complicações na criança e no adulto?
- Em criança = OMA.
- No adulto = OMC.
Qual tipo de otite está relacionada a complicações mais graves?
A OMC principalmente COLESTEATOMATOSA se relaciona a complicações mais graves.
Quais são as 3 vias de disseminação e propragação da infecção da orelha média?
- EROSÃO ÓSSEA (tecido de granulação ou colesteatoma)
- TROMBOFLEBITE (canais venosos de Havers)
- EXTENSÃO DIRETA (janela redonda, deiscência óssea congênita ou deiscências resultantes de fraturas ou cirurgias prévias).
Cite 7 complicações extracranianas.
- Abscesso Retroauricular (+ comum no geral)
- Abscesso Temporozigomático
- Abscesso Parafaríngeo
- Paralisia Facial
- Petrosite
- Labirintite
- Fístula Labiríntica (complicação mais comum por OMC colesteatomatosa)
Quais as bactérias mais comuns nas complicações extracranianas?
Extracranianas:
- Staphylococcus aureus
- Pseudomonas
Nas complicações por OMA a prevalência dos agentes etiológicos é diferente?
Sim. Complicações por OMA (independentemente de ser intra ou extracraniana):
- Streptococcus pneumoniae
- Haemophilus Influenzae.
A Otomastoidite Aguda (ou mastoidite coalescente), achado de tomografia, é considerada uma complicação?
Não. É uma evolução natural da otite média. Na verdade, o termo é confundido com abscesso retroauricular (esse sim seria uma complicação).
Quais são as 4 formas de disseminação dos abscessos extratemporais?
Quais os 2 abscessos que surgem a partir da disseminação LATERAL, e qual deles é o mais comum?
A via LATERAL é a forma mais comum de disseminação. Pode gerar duas formas:
- Abscesso retroauricular
- Abscesso temporozigomático
Abscesso retroauricular é o mais comum. Inclusive é a MAIS FREQUENTE das complicações de otite média (75%). Estima-se que 4% das OMA evoluem com essa complicação e 1% das OMC.
Sobre o Abcesso Retroauricular:
- Quais sintomas precedem o quadro?
- Qual o achado ao exame físico?
- Como é feito o diagnóstico?
- Febre, dor, toxemia, otorreia (dependendo se for OMA ou OMC) e periostite (hiperemia, edema, dor) costuma preceder o quadro.
- Abaulamento RETROAURICULAR, provocando apagamento do sulco retroauricular, deslocamento do pavilhão para FRENTE e para BAIXO. Pode fistulizar nas fases tardias.
- Tomografia com contraste de ossos temporais (evidencia erosão cortical da mastoide com coleção subperiosteal).
Sobre o Abcesso Temporozigomático:
- Qual seu local de origem e por onde ele se propaga?
- Qual faixa etária mais acometida?
- Qual seu achado ao exame físico e otoscópico?
- Se origina das CÉLULAS DA RAIZ DO ZIGOMA e corre superficial por fora da APONEUROSE DO MÚSCULO TEMPORAL.
- É mais RARO, sendo mais frequente em CRIANÇAS.
- Cursa com aumento da região ANTERIOR AO TRÁGUS (DESLOCA O PAVILHÃO PARA BAIXO).
- Otoscopia cursa com maior inflamação e HIPEREMIA DE PARS FLACCIDA
Qual a conduta terapêutica geral e específica (se causado por OMA ou OMC) para os casos de abscesso retroauricular ou temporozigomático?
Medidas gerais:
- Internação
- ATB EV de amplo espectro
- Drenagem cirúrgica (se tiver flutuação).
Medidas específicas:
- Se OMA = MIRINGOTOMIA
- Se OMC = MASTOIDECTOMIA
Quais os 2 abscessos que surgem a partir da disseminação cervical?
- Abscesso laterocervical (Bezold)
- Abscesso parafaríngeo.
Sobre o Abscesso de Bezold:
- Qual local se origina?
- Por onde se propaga?
- Qual faixa etária predomina?
- Quais os achados clínicos?
- Como é feito o diagnóstico?
- Qual o tratamento?
- Ocorre por ruptura da cortical da PONTA DA MASTÓIDE (ao nível da ranhura digástrica).
- Vai percorrer ENTRE A BAINHA DO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO E O MÚSCULO DIGÁSTRICO. Pode então se direcionar para trás em direção aos músculos da nuca, anteromedialmente em região parafaríngea ou em direção aos vasos laterocervicais, espaços periviscerais, podendo chegar até mediastino.
- É uma forma RARA e ocorre mais em ADULTOS (é necessária MASTOIDE BEM PNEUMATIZADA pois são células até região da ponta, que vão erodir).
- EVOLUÇÃO INSIDIOSA, durando semanas ou até mesmo meses (dificulta ainda mais o diagnóstico).
- DO ABAIXO DA MASTÓIDE, podendo haver TORCICOLO e um AUMENTO DE VOLUME NA INSERÇÃO SUPERIOR DO ECM.
- APAGAMENTO DA DEPRESSÃO RETROMANDIBULAR ou ao longo do seu trajeto.
- Tomografia com contraste de ossos temporais e região cervical confirma o diagnóstico.
- Internação, ATB EV associado a cirurgia com DRENAGEM DO ABSCESSO, EXPLORAÇÃO CERVICAL e MASTOIDECTOMIA.
Sobre o Abscesso Parafaríngeo:
- Qual local se origina?
- Por onde se propaga?
- Qual o quadro clínico?
- Como é feito o diagnóstico?
- Qual o tratamento?
- Se forma em direção á FACE INTERNA DO MÚSCULO DIGÁSTRICO NO ESPAÇO RETROESTILÓIDE (ou na bainha dos grandes vasos).
- Dissemina pelo TRIÂNGULO JUGULODIGÁSTRICO (por osteíte ou deiscência do assoalho da orelha média).
- Sintomas FARÍNGEOS (disfagia, odinofagia).
- ABAULAMENTO POSTERIOR AO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO (desloca o músculo para frente).
- Apagamento da depressão retromandiibular com ABAULAMENTO DA PAREDE FARÍNGEA LATERAL, principalmente atrás do pilar posterior, RECHAÇANDO A AMIGDALA MEDIALMENTE.
- Tomografia com contraste de ossos temporais e região cervical.
- Internação, ATB EV de amplo espectro, exploração cervical com drenagem do abscesso e mastoidectomia.