Otite Média (Complicações Extracranianas) Flashcards

1
Q

Qual tipo de otite (OMA ou OMC) gera mais complicações na criança e no adulto?

A
  • Em criança = OMA.
  • No adulto = OMC.
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2
Q

Qual tipo de otite está relacionada a complicações mais graves?

A

A OMC principalmente COLESTEATOMATOSA se relaciona a complicações mais graves.

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3
Q

Quais são as 3 vias de disseminação e propragação da infecção da orelha média?

A
  • EROSÃO ÓSSEA (tecido de granulação ou colesteatoma)
  • TROMBOFLEBITE (canais venosos de Havers)
  • EXTENSÃO DIRETA (janela redonda, deiscência óssea congênita ou deiscências resultantes de fraturas ou cirurgias prévias).
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4
Q

Cite 7 complicações extracranianas.

A
  • Abscesso Retroauricular (+ comum no geral)
  • Abscesso Temporozigomático
  • Abscesso Parafaríngeo
  • Paralisia Facial
  • Petrosite
  • Labirintite
  • Fístula Labiríntica (complicação mais comum por OMC colesteatomatosa)
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5
Q

Quais as bactérias mais comuns nas complicações extracranianas?

A

Extracranianas:

  • Staphylococcus aureus
  • Pseudomonas
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6
Q

Nas complicações por OMA a prevalência dos agentes etiológicos é diferente?

A

Sim. Complicações por OMA (independentemente de ser intra ou extracraniana):

  • Streptococcus pneumoniae
  • Haemophilus Influenzae.
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7
Q

A Otomastoidite Aguda (ou mastoidite coalescente), achado de tomografia, é considerada uma complicação?

A

Não. É uma evolução natural da otite média. Na verdade, o termo é confundido com abscesso retroauricular (esse sim seria uma complicação).

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8
Q

Quais são as 4 formas de disseminação dos abscessos extratemporais?

A
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9
Q

Quais os 2 abscessos que surgem a partir da disseminação LATERAL, e qual deles é o mais comum?

A

A via LATERAL é a forma mais comum de disseminação. Pode gerar duas formas:

  • Abscesso retroauricular
  • Abscesso temporozigomático

Abscesso retroauricular é o mais comum. Inclusive é a MAIS FREQUENTE das complicações de otite média (75%). Estima-se que 4% das OMA evoluem com essa complicação e 1% das OMC.

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10
Q

Sobre o Abcesso Retroauricular:

  • Quais sintomas precedem o quadro?
  • Qual o achado ao exame físico?
  • Como é feito o diagnóstico?
A
  • Febre, dor, toxemia, otorreia (dependendo se for OMA ou OMC) e periostite (hiperemia, edema, dor) costuma preceder o quadro.
  • Abaulamento RETROAURICULAR, provocando apagamento do sulco retroauricular, deslocamento do pavilhão para FRENTE e para BAIXO. Pode fistulizar nas fases tardias.
  • Tomografia com contraste de ossos temporais (evidencia erosão cortical da mastoide com coleção subperiosteal).
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11
Q

Sobre o Abcesso Temporozigomático:

  • Qual seu local de origem e por onde ele se propaga?
  • Qual faixa etária mais acometida?
  • Qual seu achado ao exame físico e otoscópico?
A
  • Se origina das CÉLULAS DA RAIZ DO ZIGOMA e corre superficial por fora da APONEUROSE DO MÚSCULO TEMPORAL.
  • É mais RARO, sendo mais frequente em CRIANÇAS.
  • Cursa com aumento da região ANTERIOR AO TRÁGUS (DESLOCA O PAVILHÃO PARA BAIXO).
  • Otoscopia cursa com maior inflamação e HIPEREMIA DE PARS FLACCIDA
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12
Q

Qual a conduta terapêutica geral e específica (se causado por OMA ou OMC) para os casos de abscesso retroauricular ou temporozigomático?

A

Medidas gerais:

  • Internação
  • ATB EV de amplo espectro
  • Drenagem cirúrgica (se tiver flutuação).

Medidas específicas:

  • Se OMA = MIRINGOTOMIA
  • Se OMC = MASTOIDECTOMIA
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13
Q

Quais os 2 abscessos que surgem a partir da disseminação cervical?

A
  • Abscesso laterocervical (Bezold)
  • Abscesso parafaríngeo.
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14
Q

Sobre o Abscesso de Bezold:

  • Qual local se origina?
  • Por onde se propaga?
  • Qual faixa etária predomina?
  • Quais os achados clínicos?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A
  • Ocorre por ruptura da cortical da PONTA DA MASTÓIDE (ao nível da ranhura digástrica).
  • Vai percorrer ENTRE A BAINHA DO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO E O MÚSCULO DIGÁSTRICO. Pode então se direcionar para trás em direção aos músculos da nuca, anteromedialmente em região parafaríngea ou em direção aos vasos laterocervicais, espaços periviscerais, podendo chegar até mediastino.
  • É uma forma RARA e ocorre mais em ADULTOS (é necessária MASTOIDE BEM PNEUMATIZADA pois são células até região da ponta, que vão erodir).
  • EVOLUÇÃO INSIDIOSA, durando semanas ou até mesmo meses (dificulta ainda mais o diagnóstico).
  • DO ABAIXO DA MASTÓIDE, podendo haver TORCICOLO e um AUMENTO DE VOLUME NA INSERÇÃO SUPERIOR DO ECM.
  • APAGAMENTO DA DEPRESSÃO RETROMANDIBULAR ou ao longo do seu trajeto.
  • Tomografia com contraste de ossos temporais e região cervical confirma o diagnóstico.
  • Internação, ATB EV associado a cirurgia com DRENAGEM DO ABSCESSO, EXPLORAÇÃO CERVICAL e MASTOIDECTOMIA.
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15
Q

Sobre o Abscesso Parafaríngeo:

  • Qual local se origina?
  • Por onde se propaga?
  • Qual o quadro clínico?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A
  • Se forma em direção á FACE INTERNA DO MÚSCULO DIGÁSTRICO NO ESPAÇO RETROESTILÓIDE (ou na bainha dos grandes vasos).
  • Dissemina pelo TRIÂNGULO JUGULODIGÁSTRICO (por osteíte ou deiscência do assoalho da orelha média).
  • Sintomas FARÍNGEOS (disfagia, odinofagia).
  • ABAULAMENTO POSTERIOR AO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO (desloca o músculo para frente).
  • Apagamento da depressão retromandiibular com ABAULAMENTO DA PAREDE FARÍNGEA LATERAL, principalmente atrás do pilar posterior, RECHAÇANDO A AMIGDALA MEDIALMENTE.
  • Tomografia com contraste de ossos temporais e região cervical.
  • Internação, ATB EV de amplo espectro, exploração cervical com drenagem do abscesso e mastoidectomia.
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16
Q

Sobre a Paralisia Facial:

  • Cite os 3 mecanismos de lesão do canal do facial pela otite.
A

Mecanismos:

  • OSTEÍTE (pequenas veias que drenam a orelha média e entram pelo canal ósseo do facial, gerando neurite, edema e compressão. A disfunção do nervo costuma ser observada após acometimento de pelo menos 50% das suas fibras)
  • EROSÃO (colesteatoma).
  • DEISCÊNCIA (mais comum por OMA).

Obs: na OMA também foi descrito outro mecanismo, em que a infecção dissemina pelo musculo estapediano ou nervo corda do tímpano, facilitado por disfunção tubária e baixa pressão.

Obs2: apesar da alta prevalência desses mecanismos, a baixa ocorrência de paralisia facial por otite média indica ALTA RESISTÊNCIA DO NERVO FACIAL A INFECÇÃO.

17
Q

Sobre a Paralisia Facial:

  • Como é o quadro de paralisia facial por otite?
  • Tomografia auxilia?
A
  • Instalação rápida ou mesmo súbita (raramente progressiva), sendo periférica, geralmentte incompleta.
  • Pequenos defeitos ósseos do canal do facial são indetectáveis, sendo a imagem útil para avaliar outras complicações ou planejar cirurgias a depender do caso. Por isso é sempre solicitada.
18
Q

Sobre a Paralisia Facial:

  • Qual o tratamento se for causada por OMC?
  • Qual o tratamento se for causada por OMA?
A

PARALISIA POR OMC:

  • MASTOIDECTOMIA o mais breve possível, com exploração do facial e DESCOMPRESSÃO DO NERVO! A paralisia associada a OMC tem PIOR prognóstico.

PARALISIA POR OMA:

  • ANTIBIOTICOTERAPIA com espectro para germes da OMA (S.pneumoniae, H.Influenzae e M.Catarrhalis),
  • CORTICOTERAPIA (dose de 0,5mg/Kg, geralmente é usado logo de início ou a partir do terceiro dia de ATB para reduzir o edema).
  • MIRINGOTOMA (para aspirar e coletar material de cultura e antibiograma, e aliviar pressão na caixa timpânica, sendo interessante iniciar o ATB após essa coleta, mas sem retardar o tratamento).

A mastoidectomia e descompressão do facial na OMA é uma exceção. Indicada se ausência de melhora da paralisia em 2-3 semanas ou eletroneurografia com degeneração motora de ao menos 90%.

19
Q

Sobre a Paralisia Facial:

  • Quando causada por COLESTEATOMA, quais segmentos do nervo são mais acometidos?
  • Qual CUIDADO é essencial durante a descompressão?
A
  • Embora o colesteatoma possa acometer qualquer região do seu trajeto intratemporal, o segmento TIMPÂNICO e SEGUNDO JOELHO são os locais mais acometidos.
  • A técnica cirúrgica (aberta ou fechada) dependerá dos achados, porém devemos EVITAR INCISAR O PERINEURO (não abrir a bainha) pois pode facilitar a extensão da infecção pelo nervo.
20
Q

Sobre a Petrosite:

  • É uma complicação comum ou rara?
  • Em qual porcentagem dos indivíduos o ápice petroso se encontra pneumatizado (imagem)?
  • Quais pares cranianos passam perto do ápice?
A
  • É uma forma rara e tardia de abscesso por otite.
  • O ápice petroso está pneumatizado em 30% das pessoas (favorece essa complicação).
  • Gânglio trigeminal (V) e Abducente (VI).
21
Q

Sobre a Petrosite:

  • Cite a síndrome que pode vir associada a esse quadro e sua tríade clínica.
A

Pode gerar a Síndrome de Gradenigo, composta pela seguinte tríade:

  • OTITE MÉDIA
  • DOR RETRORBITÁRIA (a dor é do tipo nevralgia, na topografia auricular ou mastoidea com irradiaçao trigeminal na região retrorbitária profunda).
  • PARALISIA DO ABDUCENTE (presente em apenas metade dos casos, levando a diplopia).

Os sintomas acima são justificados pela proximidade anatômica do gânglio do trigêmeo e VI par craniano com o ápice petroso. Quando existir TODOS OS 3 ACHADOS ACIMA, chamamos de Síndrome de Gradenigo. Se faltar algum, chamamos apenas de PETROSITE.

22
Q

Sobre a Petrosite:

  • Como é feito o diagnóstico da Petrosite?
  • Qual o tratamento indicado?
A
  • Tomografia e RM de ossos temporais com contraste (abscesso no ápice petroso, com captação e realce periférico).
  • ATB EV amplo espectro, depois VO por tempo prolongado (manter por pelo menos 1 mês após melhora clínica) e associar DRENAGEM CIRÚRGICA (abordando células perilabirínticas).

Alguns autores, no entanto, advogam o tratamento clínico inicialmente (antibioticoterapia venosa), indicando a cirurgia nos casos em que haja evidência de abscesso do ápice petroso ou não haja resposta ao tratamento clínico.

23
Q

Sobre a Labirintite:

  • Qual é a principal via de disseminação da orelha média para a orelha interna?
  • Quais as duas formas clínicas de Labirintite?
A

Principal via:

  • Janela redonda

Formas clínicas:

  • SEROSA: toxinas inflamatórias (não temos secreção purulenta ou bactéria, é uma inflamação estéril). Paciente vai queixar vertigem, perda auditiva e zumbido, podendo recuperar com nenhuma ou pouca sequela (às vezes uma PANS).
  • SUPURATIVA: presença de bactérias e secreção purulenta, com lesões importantes e muitas vezes irreversíveis. Quado de vertigem é mais incapacitante, perda auditiva costuma ser mais grave (profunda), geralmente profunda e zumbido.

Muitas vezes durante a crise a diferenciação do quadro seroso e supurativo não é possível, sendo feita a distinção após resolução do quadro, sendo prudente CONSIDERAR GRAVE QUALQUER QUADRO DE OTITE MÉDIA ASSOCIADA A VERTIGEM.

24
Q

Sobre a Labirintite Supurativa:

  • Qual o nistagmo esperado na fase AGUDA e na fase AVANÇADA?
  • Quais os 3 estágios evolutivos?
A

Nistagmo:

  • Aguda: NISTAGMO PARA O LADO ACOMETIDO (clássica pegadinha de prova).
  • Avançada: Inversão, com NISTAGMO PARA O LADO HIPERFUNCIONANTE (saudável).

Estágios:

  • SUPURAÇÃO (secreção purulenta em espaço perilinfático e posteriormente endolinfático).
  • FIBROSE (proliferação fibroblástica)
  • OSSIFICAÇÃO (formação osteoblástica osteoide com mineralização. Esse processo pode ser rapido ou ocorrer em até dentro de 6 meses, segundo alguns estudos).
25
Q

Sobre a Labirintite:

  • Como é feito o diagnóstico?
  • A TC com contraste é essencial para o diagnóstico?
  • Como será os achados da RM em cada estágio da labirintite supurativa?
A

Diagnóstico é CLÍNICO. A tomografia com contraste pode ser solicitada para avaliação. Porém só é útil quando já existe mineralização completa. Ressonância com contraste pode mostrar achados de acordo com a fase:

  • Supuração = HIPER em T1 (capta o contraste gadolíneo).
  • Fibrose = HIPO em T2.
  • Ossificação = ausência de sinal.
26
Q

Sobre a Labirintite:

  • Qual preocupação temos que ter em relação á evolução da doença (especialmente nos casos supurados) no que diz respeito a implante coclear?
A

Como muitos podem ficar com uma perda auditiva importante, se formos pensar em implante coclear, temos uma janela curta de tempo para realizar pois sabemos que pode gerar mineralização (esse intervalo é variável) e ficar impossivel colocar um implante.

27
Q

Sobre a Labirintite:

  • Qual o tratamento indicado?
A
  • ATB EV (drogas que ultrapassem barreira hematoencefálica)
  • ANTIVERTIGINOSOS E ANTIEMÉTICOS
  • CORTICOTERAPIA (reduz dano a orelha interna).
  • CIRURGIA (miringotomia e coleta de material para cultura na OMA ou Timpanomastodectomia na OMC).
  • REABILITAÇÃO VESTIBULAR PRECOCE (iniciada durante a internação hospitalar mesmo).
28
Q

Sobre a Fístula Labiríntica:

  • Qual sua relação com colesteatoma?
  • Qual a região do labirinto mais envolvido?
A
  • É a complicação mais associada à OMC COLESTEATOMATOSA (presente em 7% dos casos).
  • CANAL SEMICIRCULAR LATERAL (por ser próximo ao antro mastoideo).
29
Q

Sobre a Fístula Labiríntica:

  • Qual o quadro clínico?
  • Quais os dois sinais clínicos típicos?
  • Como é feito o diagnóstico?
A
  • Deve ser suspeitada em qualquer paciente com OMC e VERTIGEM + PANS.
  • Os dois sinais clínicos clássicos que podem ser pesquisados são: HENNEBERT (vertigem à pressão positiva no CAE) e FENÔMENO DE TÚLIO (vertigem a exposição de alta intensidade).
  • TC com contraste (Apesar da TC ajudar na avaliação pré-op. do colesteatoma, a acurácia para deteção da fístula tem sido baixa.Muitas vezes a confirmação diagnóstica só é possível no intraoperatório pela observação direta da fístula)
30
Q

Sobre a Fístula Labiríntica:

  • Qual o tratamento indicado?
  • O local e extensão pode influenciar no resultado do tratamento?
A
  • CONTROVERSO. Na identificação de uma fístula durante uma cirurgia para tratar colesteatoma, existe a opção de manter a matriz do colesteatoma e exteriorizar o local da exposição, fazendo uma timpanomastoidectomia aberta com meatoplastia, ou retirar a matriz que tamponava a fístula e ocluir (reparo imediato) com fáscia, pericôndrio, veia ou musculo caso o cirurgião opte por técnica fechada. A técnica adotada é controversa.
  • O local e extensão da fístula pode influenciar. Fístulas de promontório tem risco mais elevado de PANS do que as de canal semicircular, por exemplo.