Otite Média (Complicações Intracranianas) Flashcards

1
Q

Cite qual a importância das complicações intracranianas, 6 exemplos e qual faixa etária mais acomete.

A

Importância:

  • Mais raras que as extracranianas, porém com alta mortalidade (36%).

Exemplos:

  • Meningite
  • Abscesso Epidural
  • Empiema Subdural
  • Abscesso Cerebral
  • Tromboflebite do S. Sigmóide
  • Hidrocefalia otogênica

Faixa etária:

  • Jovens (1ª-2ª décadas de vida).
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2
Q
  • Quais os germes mais associados?
  • Ocorrem mais por OMA ou OMC?
  • Quais as 3 mais comuns (em ordem)?
A

Germes mais comuns nas Intracranianas:

  • Proteus
  • Streptococcus
  • Anaeróbios
  • Gram-negativos

Causa:

  • Com exceção da meningite que é uma complicação de OMA, todas as outras complicações intracranianas normalmente são decorrentes de OMC.

Ordem de frequência:

  • 1) MENINGITE
  • 2) ABSCESSO CEREBRAL
  • 3) TROMBOSE SEIO SIGMOIDE

Outras complicações incluem abscesso epidural, empiema subdural e hidrocefalia otogênica.

Obs: não confundir com Rinossinusite (em que a complicação intracraniana mais comum é Empiema Subdural).

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3
Q

Quais as duas vias de disseminação para uma otite média causar complicação intracraniana?

A
  • CONTIGUIDADE: disseminação hematogênica ou via tromboflebite do plexo venoso que drena a orelha média aos seios intracranianos.
  • CONTINUIDADE: pela parede óssea por osteíte ou uma via pré-formada (congênita, pós-traumática ou pós-cirurgica).

Obs: o tratado coloca dessa forma nesse capítulo.

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4
Q

Sobre a Meningite:

  • Qual a principal forma de disseminação?
  • Qual faixa etária predomina esse tipo de complicação?
  • Qual o agente etiológico se causada por OMA ou OMC (e por qual é mais frequente ocorrer)?
A
  • HEMATOGÊNICA (plexo coroide, por sua falta de barreira hematoencefálica).
  • CRIANÇAS (90% dos casos).
  • Mais frequente na OMA (Pneumococo e H.Influenzae).
  • Quando causada por OMC (raro), pode ser asséptica ou por S.aureus e Proteus.
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5
Q

Sobre a Meningite:

  • Qual o quadro clínico?
A

Cefaleia intensa holocraniana que piora ao esforço, acompanhada de fotofobia, vômitos, febre elevada persistente ou intermitente, letargia e sinais de irritação meníngea (rigidez de nuca, sinais de Kernig e Brudzinski). No RN pode haver hipotonia cervical e abaulamento de fontanelas.

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6
Q

Sobre a Meningite:

  • Como é confirmada?
A
  • TC ou RM com contraste ANTES de solicitar PUNÇÃO LOMBAR. Para excluir lesões expansivas (risco de herniação pela punção) e também avaliar outras complicações intracranianas associadas (50% dos casos haverá alguma outra!). Pode ser observado captação de contraste com espessamento das meningites.
  • PUNÇÃO LOMBAR: análise do LCR (turvo, aumento de proteínas, glicose baixa, presença de bactérias e células inflamatórias polimorfonucleares), cultura exame direto e PCR (definem o tipo de microorganismo envolvido).
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7
Q

Sobre a Meningite:

  • Qual o tratamento inicial indicado?
  • Qual o nome do germe abaixo e qual droga deve ser associada caso ele seja encontrado?
  • Como é tratada a otite associada?
A

Tratamento da meningite:

  • Internação e ATB EV. Em caso de pacientes pediátricos, por OMA, ATB deve cobrir gram positivo (haemophilus tipo B). Se for causada por OMC cobrir gram negativo e anaeróbios.
  • O uso de CORTICOIDE (dexametasona) é fundamental para reduzir sequelas pós-meningite, sobretudo contra PNEUMOCOCO (germe com mais risco de sequelas labirínticas e perda auditiva).

Tratamento da otite:

  • OMA: fazer MIRINGOTOMIA e cultura.
  • OMC: fazer MASTOIDECTOMIA.
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8
Q

Sobre o Abscesso Encefálico:

  • Qual tipo de otite e faixa etária predomina?
  • Qual sua forma de disseminação e suas 2 principais localizações?
  • Quais os germes envolvidos?
A
  • Mais ADULTOS (OMC). Comum em 10-25% ter meningite associada.
  • Disseminação HEMATOGÊNICA. Acomete mais LOBO TEMPORAL e CEREBELO (lobo temporal é 2x mais comum, mas cerebelar é mais grave).
  • Flora mista (com predomínio de PROTEUS).
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9
Q

Sobre o Abscesso Encefálico:

  • Quais os 3 estágios evolutivos e achados tomográficos?
A

Pode evoluir de semanas a meses:

  • ENCEFALITE (edema e inflamação, com febre, letargia e confusão mental. A TC vai mostrar zona hipodensa e não organizada).
  • LATÊNCIA (assintomático ou oligoassintomático)
  • EXPANSÃO DO ABSCESSO (retomada dos sintomas, agora graves, com cefaleia intensa, vômitos, febre alta, alteração de consciência, hipertensão intracraniana, convulsão).
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10
Q

Sobre o Abscesso Encefálico:

  • Qual exame é o MAIS SENSÍVEL para deteção do abscesso?
  • Qual ocorre primeiro, melhora clínica ou radiológica?
A
  • RM COM CONTRASTE (gadolíneo).

Embora a RM ofereça mais detalhes do abscesso propriamente, a TC TAMBÉM É SOLICITADA pois pode nos dar informações importantes a respeito da mastoide e erosões ósseas que ajudam a determinar a causa dele). TC pode mostrar zona hipodensa homogênea circular comprimndo estruturas vizinhas e circundada por contorno hiperintenso que se realça após contraste, associada a um halo e edema cerebral - imagem).

  • Na evolução do tratamento, a melhora clínica é rápida porém a melhora radiológica é mais tardia (em torno de 6 semanas).
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11
Q

Sobre o Abscesso Encefálico:

  • Qual o tratamento indicado?
  • Quais os 3 critérios para cirurgia (drenagem do abscesso cerebral)?
  • Devo operar a otite?
A

Tratamento clínico:

  • Internação e ATB EV de amplo espectro (que atravesse BHE) como metronidazol associado a penicilinas ou cefalosporinas de terceira geração. Vancomicina é utilizada para melhor cobertura de S.aureus. Já o uso de corticoide é controverso, e se for indicado, se faz por poucos dias.

Cirurgia deve ser indicada se:

  • Maior que 2,5cm
  • Abscesso isolado
  • Superficial

Se for causada por OMC é OBRIGATÓRIO a realização de MASTOIDECTOMIA. No caso de OMA (pouco frequente), paracentese e tratamento clínico são suficientes (mastoidectomia não costuma ser indicada).

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12
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • Como se forma?
  • Representa qual porcentagem das complicações intracranianas?
  • Acomete mais adulto ou criança, por qual tipo de otite?
  • Qual germe está
    a mais envolvido?
A
  • Erosão óssea (com extensão direta da infecção) ou por meio de tromboflebite de veias emissárias da mastoide).
  • Cerca de 20-30% (é a terceira causa, após meningite e abscesso encefálico).
  • Mais ADULTOS (por OMC).
  • PNEUMOCOCO (50% dos casos).
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13
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • Qual o quadro clínico?
  • O que significa o Sinal de Griesinger (foto)?
  • Quais sinais podem haver se extensão para jugular interna?
A
  • Febre e dor na região mastoidea e cervical.
  • Se dor ao nível da emergência da veia emissária da mastoide podemos ter SINAL DE GRIESINGER (foto abaixo, edema e rubor retroauricular decorrente de trombose da veia emissária da mastoide).
  • Se extensão para veia jugular interna pode ter TORCICOLO e ABAULAMENTO AO LONGO DA BORDA ANTERIOR DO ECM.
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14
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • O que é Síndrome do Forame Lácero-Posterior e quais nervos são afetados nessa condição?
A

É outra complicação da Tromboflebite do Seio Sigmoide. A extensão do processo ao golfo jugular pode causar a síndrome do forame lácero-posterior (pelo forame lácero passam os NERVOS IX, X, XI).

Obs: na síndrome do forame lácero NÃO há acometimento do hipoglosso (ele tem um canal só para ele).

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15
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • O que é Síndrome de Lemierre?
A

Quando a tromboflebite supura e leva a metástases sépticas para jugular, e daí para outros lugares, principalmente o pulmão. Outras infecções podem causar essa síndrome, como infecções orofaríngeas.

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16
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • Qual sinal pode haver na TC?
  • Quais os achados em T1 e T2 na RM?
A
  • Na TC com contraste temos imagem HIPERINTENSA SEM REALCE, com espessamento da parede sinusal, conhecido como SINAL DO DELTA. Essa imagem pode se tornar hipointensa com a degradação desse trombo (sinal do triângulo vazio). Por isso, após confirmar o trombo, é melhor acompanhar a evolução com a RM.
  • Na RNM, o trombo aparece como uma imagem isointensa em T1 e hipointensa em T2, com aumento da intensidade em ambos com o passar do tempo (trombo maduro).
17
Q

Sobre a Tromboflebite do Seio Sigmoide:

  • Qual o tratamento indicado?
  • É obrigatória punção para drenagem do seio?
  • É obrigatório uso de anticoagulante?
A
  • ATB EV por 2 SEMANAS e MASTOIDECTOMIA para tratamento do foco infeccioso com ampla exposição do seio sigmoide e da parede da fossa posterior.
  • PUNÇÃO É CONTROVERSA. Há pouco tempo atrás era habitual que uma vez exposto o seio na cirurgia, pode ser feita uma punção e, caso haja retorno venoso, o seio é deixado intacto. Caso a punção seja tenha pus, procede-se à abertura com remoção/drenagem do trombo do trombo infectado.
  • ANTICOAGULANTE É CONTROVERSO. Maioria tem contraindicado.
18
Q

Sobre a Hidrocefaleia Otogênica:

  • Qual sua definição?
  • Qual sua causa?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento indicado?
A
  • Aumento de pressão intracraniana com LCR NORMAL (exceto por aumento de pressão, que apresenta valores > 300 mmH20. NÃO HÁ DILATAÇÃO DOS VENTRÍCULOS, o que caracterizaria a hidrocefalia verdadeira).
  • Causada por TROMBOFLEBITE DO SEIO SIGMOIDE com EXTENSÃO PARA O SEIO SAGITAL (leva a alteração da absorção do LCR pelas granulações aracnoideas). Geralmente associada a quadro de OMA, OMC ou cirurgia otológica, mas pode vir também de forma isolada.
  • Diagnóstico de exclusão, feito com RM. Gera sinais de HIC (papiledema, paralisia do abducente, letargia, vômitos). A presença de HIC com sintomas na ausência de dilatação ventricular ou meningite é suficiente para seu diagnóstico.
  • ATB EV, controle da doença de base (mastoidectomia para OMC, por exemplo), controle de HIC e se necessário punção ou derivação.
19
Q

Sobre o Abscesso Epidural (Extradural):

  • Qual a forma de disseminação?
  • Em qual local se forma?
  • Qual a clínica?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A
  • CONTIGUIDADE (destruição óssea da OMC colesteatomatosa ou por difusão retrógrada da infecção por tromboflebite séptica nas veias emissárias).
  • Coleção de pus se forma ENTRE CRÂNIO E DURA-MÁTER.
  • Maioria é ASSINTOMÁTICO (descoberto em exames de imagem ou inteaoperatórios).
  • Diagnóstico com TC que mostra HIPODENSIDADE extra-axial limitada com REALCE PERIFÉRICO já confirma. Mas a RM é melhor, principalmente em estágios iniciais para definir o abscesso.
  • ATB EV e MASTOIDECTOMIA (sempre realizada na OMC. A própria cirurgia por si so costuma permitir acesso e drenagem do abscesso em muitos casos).
20
Q

Sobre o Empiema Subdural:

  • Em qual local se forma?
  • A clínica é melhor ou pior em relação ao epidural?
  • Como é feito o diagnóstico?
  • Qual o tratamento?
A
  • Entre a DURA-MÁTER e ARACNÓIDE.
  • O quadro clínico é PIOR (febre mais elevada, toxemia, cefaleia localizada, déficit neurológico, hipertensão intracraniana).
  • Imagem com zona de HIPODENSIDADE extracerebral em contato com a calota craniana, envolvida por REALCE PEFIÉRICO e aracnoidite reacional, com efeito de massa homolateral. RM também é mais sensível.
  • ATB EV, com MASTOIDECTOMIA e INTERVENÇÃO NEUROCIRÚRGICA.