Hepato Flashcards

1
Q

Fisiopatologia da cirrose hepática

A

Véia porta- mesenterica superior que se junta com a mesentérica inferior mais a véia esplênica.
As varizes de esôfago são os Ramos esofageanos da gástrica esquerda

Devido a fibrose e alteração da configuração o sangue fica represado na veia porta, gerando hipertensão portal
Paciente tem fibrose pq quando o fator causal chega no fígado pela veia porta, o fator cai no sinusóide hepático, depois no espaço de Disse, nesse espaço tem as células de Ito ou células estreladas que produzem vitamina A em condições normais, porém com esse mecanismo, as células de kupfer presente na parede do sinusóide reconhece como estranho e se comunica com as células de Ito que vão produzir colágeno e fibrosar o fígado

Como o sistema dos vasos fica mais lento o sangue no baço fica por mais tempo e gera uma maior destruição de células, gerando anemias que o fenômeno chamado de HIPERESPLENISMO e o mesmo mecanismo desencadeia a destruição de plaquetas favorecendo o sangramento do paciente

As varizes esofágicas e devido a hipertensão na veia porta que gera hipertensão na veia gástrica esquerda e gera as varizes esofágicas

A encefalopatia hepática decorre do acúmulo de amônia no organismo pela incapacidade de metabolização hepática

Tips é um tipo de intervenção realizada no paciente com cirrose grave no qual comunica a veia porta com a jugular no intuito de gerar uma descompressão, porém aumenta o risco dopaciebte desenvolver encefalopatia hepática pq toda amônia não sofre a metabolização é uma outra complicação é descompensar a insuficiência cardíaca no paciente já tem

Uma outra complicação é a ascite, lembrar que o peritônio só absorve 500 ml por dia de líquido se a cirrose avança e ultrapassa 500 ml o paciente desenvolve ascite.

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2
Q

História natural da cirrose

A

-Paciente desenvolve algum mecanismo de lesão hepática ( álcool, hepatites, doença de Wilson, deficiência de alfa 1 antitripsina, NASH ( esteatohepatite não alcoólica)

-Paciente desenvolve hipertensão porta mas sem descompensação ( não teve ascite, não teve HDA, não teve encefalopatia hipertensiva)
( Sobrevida 12 anos )

  • Paciente descompensa com o aparecimento de ascite, HDA ou encefalopatia
    ( sobrevida de 2 anos)

Somente metades dos pacientes fazem diagnóstico no consultório

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3
Q

Escores de Gravidade

CHILD
MELD

A

CHILD- PUGH ( sobrevida do paciente em 2 anos)
( encefalopatia, ascite , bilirrubina albumina e TAP)

B- bilirrubina 
E- Encefalopatia ( aplicar o score de west reaven)
A- ascite 
T- tap 
A- albumina 

Classificado em A, B,C

A - 85% de sobrevida em 2 anos
B- 57% de sobrevida em 2 anos
C - 35% de sobrevida em 2 anos

O objetivo é sempre trazer o paciente para o child A controlando a ascite…

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4
Q

Escores de gravidade

A

MELD - precisa de um aplicativo pra calcular e ele predispõe a mortalidade em 3 meses e utilizado para priorização de transplante hepático.

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5
Q

Outras causas de ascite

A

Insuficiência cardíaca direita grave ( pode causar edema de membros inferiores também)

Trombose de veia porta ( é uma das causas de descompensação do paciente com cirrose)

Alteração peritonial no qual o peritônio não consegue reabsorver ( principais causas tuberculose e carcinomatose)

Obs: paciente com ascite mais edema de MMII provavelmente ele tem hipertensão porta e o sangue fica represada, pensar em cirrose, esquistossomose, icc

Já nos pacientes sem edema de MMII pensar em câncer, tuberculose

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6
Q

Ascite

A

Apresentação dos pacientes

  • paciente sabidamente cirrótico, ou outra condição, e com ascite de longa data
  • paciente com primeira descompensação
  • paciente com exacerbação do quadro
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7
Q

Conduzindo

A

Primeiro passo: hemograma, função renal, função hepática ( albumina, tgo, tgp, fosfatase alcalina, gama GT, bilirrubinas, tap) sódio e potássio
Obs: tem que pedir albumina pra comparar com a albumina do líquido ascitico.

Segundo passo: paracentese, nos casos em que o volume é muito grande, fazer a paracentese diagnóstica e de alívio ao mesmo tempo para o paciente ficar mais confortável

( solicitar albumina, celularidade e proteínas totais)

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8
Q

Paracentese

A

Ponto de Mc burner do lado esquerdo

Pode ser feita na linha mediana com a bexiga vazia

Do lado direito não pode pq o ceco não está fixo e pode lesionar o cólon

Pedir para o paciente ficar de barriga vazia

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9
Q

GASA

Gradiente de Albumina do Soro- líquido ascitico

A

O valor do gradiente vai dizer o possível diagnóstico do paciente

  • cirrose, icc, bud chiari o gasa vem alta pq a congestão no sistema venoso forma o transudato com pouca albumina logo quando se divide pelo líquido ascitico vai está alta, nesses pacientes é comum ter edema de membros inferiores
  • já quando o problema é peritoneal o próprio peritônio produz líquido com muita proteína, e o gasa fica baixo que é tipo um exudato

Ou seja:

GASA < 1,1 mg/dl ( doenças peritoniais ( carcinomatose e tuberculose)

GASA > 1,1 mg/dl ( hipertensão portal :
Proteínas totais do líquido ascitico < 2,5 mg/dl = CIRROSE

Proteínas totais do líquido ascitico > 2,5 mg/dl = insuficiência cardíaca e budd chiari

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10
Q

Abordando

A

—Ascite leve: ( que não compromete as atividades diárias do paciente)

  • Restrição salina ( ingestão de até 6,9 g de sal por dia)

—Ascite moderada: ( dificuldade nas atividades diárias, dificuldade para tolerar o decúbito

  • Restrição Salina
  • Diuréticos:
    Furosemida ( 40-160 mg por dia)
    Espironolactona ( 100-400 mg por dia)
    Geralmente a relação é 40 mg de furosemida VO de 8/8 horas para 100 de espironolactona 1 vez ao di para evitar a depresssao
    Se não resolver aumentar para furosemida 80 mg de 8/8 horas e espironolactona 200 1 vez ao dia
    Se não resolver furosemida 120, espironolactona 300
    Se não resolver furosemida 160, espironolactona 400
    Na cardiologia a dosagem de espironolactona é de 25 mg

Pesar o paciente diariamente para que ele perca 500g por dia
Se tiver com anasarca eu espera uma perca de 1000 gramas por dia

Pq o peritônio consegue reabsorve 500 ml de líquido por dia

—Ascite Grave ( cansado, dispnéico)

Paracentese de alívio ( retirada maior que 5 litros, repor albumina)

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11
Q

Prescrição

A
  • Dieta hipossódica
  • Furosemida 40 mg de 8/8 horas
  • Espironolactona 100 mg 1 x ao dia
    -Peso diário do paciente em jejum o ideal é que ele perca de 500 a 1000 g por dia
    -Uso da albumina a 20% ( cada frasco da albumina tem 10 gramas, a dose é de 6 a 8 g por cada litro tirado do paciente, nosso paciente retirou 7 litros. Então deve se repor de 42 a 56 gramas de albumina

Lembrando que a albumina vem em uns frasquinhos de 50 ml a 20%, ou seja cada frasco tem 10g

  • Albumina a 20%, 5 frascos, EV, lento
    Não tem necessidade de diluir, correr de 60 a 120 ml por hora

Caso a perca de peso não ocorra, precisamos ajustar a dose do diurético

Ascite refratário: o paciente não está tolerando o diurético( ficando hipotenso) ou chegou na dose máxima de diurético

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12
Q

Paciente com edema refratário

Paciente que já chegou na dose máxima e não está respondendo ou paciente que não está tolerando diureticoterapia e fica hipotenso

A

Primeiramente dosar o sódio urinário: os diuréticos fazem o paciente perder sódio na urina, logo puxa água e o paciente urina bastante

  • se o sódio urinário for maior que 78 meq/ l significa paciente com má adesão à dieta hipossódica
  • se o sódio urinário for menor que 78 meq/ l significa que o paciente não responde a diuréticos ou não está tomando adequadamente
    ( 2 motivos, ou o paciente não responde a diuréticos ou não está tomando adequadamente) o paciente é candidato a outras terapias, entre ela a tips
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13
Q

TIPS

A

Cateter que comunica veia porta intra-hepática até a veia cava

Aumenta a chance de desencadear encefalopatia hepática e insuficiência cardíaca

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14
Q

PBE

A

Definida como a presença de mais de 250 mm3 de polimorfonucleares não precisa de cultura pra dizer que é PBE
Até por que somente 50% dos pacientes vão positivar na cultura do líquido ascitico

A dosagem de polimorfonucleares é mais sensível
Na maioria das vezes tem que somar os basofilos, neutrófilo e segmentados

PBE acontece por translocação bacteriana, até pq a veia porta é formada pela mesenterica superior liga tem edema de alças intestinais o que favorece a translocacao bacteriana

Geralmente estes pacientes dão entrada com descompensação do quadro
- confusão mental, febre, astenia e etc
- porém 30% dos pacientes são assintomáticos, por isso deve se fazer a paracentese diagnóstica para elucidação de alguns casos, principalmente na primeira descompensação ou nos pacientes descompensado, na dosagem de polimorfonucleares ( no início pedimos albumina, polimorfonucleares e proteínas totais e frações) só pedir glicose, dhl e cultura no início se eu desconfiar de cara de PBE
Se vier polimorfonucleares positivo:
Pedir uma nova paracentese para ( glicose, DHL e cultura)

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15
Q

Obs

A

Quando se tem o TGO ( AST) 2x maior que o TGP sugere cirrose por descompensação alcoólica

Se for 3 x é patognomônico

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16
Q

Abordagem

A

Antibiótico:

  • Ceftriaxona, 1 g, dois frascos + 100 ml de SF 0,9% correr EV uma vez ao dia ( internado)
  • Ciprofloxacino 500 mg, um comprimido VO de 12/12 horas ( tto domiciliar )

Albumina:
- Deve ser usada na profilaxia de IR em pacientes com PBE e creatinina maior que 1 mg/dl ou bilirrubinas totais maior que 4mg/dl
- A dose é de 1,5 g/kg no primeiro dia e 1g/kg no terceiro dia
( São 2 doses )

Diurético:
O diurético pode piorar o casos em alguns pacientes então tratar a PBE primeiramente

17
Q

Prescrição

A
  • Dieta hipossódica
  • SF 0,9% 500 ml em 24 horas
  • Ceftriaxone 1g, dois frascos ( 2g) + 100 ml de SF 0,9% correr EV uma vez ao dia
    —Cefotaxima 1g, dois frascos + 100 ml de SF 0,9% correr EV de 6/6 horas
    — Ciprofloxacino 500 mg, um cp VO de 12/12 horas
    — Amoxicilina com clavulonato, 875 mg de 12/12 horas
  • Albumina 20% , 10 frascos EV em 6 horas no primeiro dia
  • Albumina 20%, 7 frascos EV em 6 horas no terceiro dia

E perfumarias

18
Q

Acompanhamento

A

Antibiótico deve ser mantido entre 5 e 10 dias ( caso haja no resposta pode-se rodar o esquema para oral e terminar o esquema ambulatorialmente

Não precisa fazer acompanhamento com paracentese
As floras mais comuns nesses casos são E. coli e klebsiella pneumoniae

19
Q

Profilaxia pra PBE

A

Pacientes com PBE deverão fazer profilaxia para novos eventos indefinidamente na alta

  • Norfloxacino 400 mg VO Uma vez ao dia ( pior)
  • Ciprofloxacino 750 mg VO uma vez por semana

Pacientes que tiveram hemorragia digestiva deverão fazer a profilaxia por 7 dias

  • Norfloxacino 400 mg VO de 12/12 horas por 7 dias
  • Ciprofloxacino 200mg EV de 12/12 horas por sete dias
  • Ceftriaxone, 2 gramas, EV uma vez ao dia por 7 dais
20
Q

Peritonite Bacteriana Secundária

A

Diferente da PBE que no caso é devido a infecção do líquido ascitico devido a translocação bacteriana

Já a peritonite bacteriana secundária é devido a algum processo inflamatório intra-abdominal como uma apendicite por exemplo 
Devemos suspeitar quando 
- PMN muito elevado ( 5000 ou 10000) 
-Glicose menor que 50 
- PTN totais > 1,5 g/ dl
- DHL > 480 
- cultura com crescimento de mais um m-o
- Resistência ao tto
21
Q

Bacterascite

Paciente tem bactéria no líquido ascitico sem causar infecção

A

Cultura positiva mas com PNM < 250

Conduta:
Repete a cultura. Caso continue positiva, trata
Caso o paciente apresente sinais de infecção, trata