Dengue/Anafilaxia Flashcards

1
Q

Quadro clínico

A
  • Período de incubação de 3 a 7 dias
  • Febre alta ( 39 a 40 graus) de início súbito com duração de 2 a 7 dias ( no máximo) ( outras arboviroses agem dessa forma)
  • Mialgia ( febre quebra ossos), cefaleia, artralgia, dor retro-ocular, astenia e etc
  • Diarreia presente em 30% dos casos
  • Náuseas e vômitos ocorrem em 50% dos casos
  • Sintomas respiratórios, como tosse e coriza ocorrem em 30% dos casos ( dd com COVID) o vírus atinge todas a células do corpo tem até quadros de encefalite causado por dengue
  • também pode causar supressão medular, com leucopenia e plaquetopenia
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2
Q

Confirmação laboratorial

A

Sorologia ( ELISA)- solicitado a partir do 6 dia de doença

Detecção do antígeno ( Ns1 ( mais disponível) isolamento viral, imunohistoquimica e RT-PCR) até o 5 dia

Mais disponível e o NS 1 tem uma sensibilidade de 50%, logo, se positivo é dengue, se negativo pede a sorologia IgM com 6 dias

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3
Q

Fisiopatologia

A

1- Aumento da permeabilidade capilar, muito extravasamento de líquido para os tecidos ( interstício) causando choque hipovolêmico

Por isso a análise da fragilidade capilar é muito importante

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4
Q

Prova do laço

Avaliação da fragilidade capilar

A

Pega a pressão média do paciente ( sistólica + diastólica/2) insufla na média ou seja você quer que a pressão sistólica passe no manguito e a diastólica não retorne, gerando acúmulo de sangue
Insufla 5 minutos no adulto e 3 minutos na criança

Faz um quadrado de um polegar mais ou menos cada lado, mais de 20 petequias no adulto e mais de 10 adulto positivo

Dica: só coloque o quadradinho onde tem maior concentração de petequias, ou seja, depois da insuflação l

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5
Q

Evolução

A

Estágio 1
- paciente com pouco extravasamento

Estágio 2
- paciente ainda com pouco extravasamento, mas com fragilidade capilar vista a prova do laço

Estágio 3
- paciente com extravasamento para órgãos, causando sinais de alarme como dor abdominal, letargia, vômitos, hepatomegalia e etc

Estágio 4
- Paciente em choque grave

Estágios e a mesma coisa do que o grupo ABCD do MS

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6
Q

Classificação

A

Grupo A

  • febre por até 7 dias com pelo menos dois sintomas ( cefaleia, prostração, dor retro-orbitaria, exantema, mialgia e artralgia)
  • ausência de manifestações hemorrágicas e prova do laço negativa
  • ausência de sinais de alarme

Grupo B

  • suspeita de dengue
  • manifestações hemorrágicas, incluindo prova do laço, sem repercussão hemodinâmica
  • ausência dos sinais de alarme

Grupo C

  • suspeita de dengue e presença dos sinais de alarme
  • manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes

Grupo D

  • suspeita de dengue
  • presença de choque hemorrágico
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7
Q

Sinais de alarme

São repercussões acusadas pelo edema nos órgãos do paciente

A
  • Dor Abd intensa referida ou à palpação e contínua.
  • Vômitos persistentes
  • Acúmulo de líquidos ( ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)
  • Hipotensão postural e/ou lipotimia
  • Hepatomegalia dolorosa maior que 2 cm abaixo do rebordo costal
  • Sangramento de mucosa
  • Letargia e/ou irritabilidade
  • Aumento progressivo do hematócrito ( desidratação)
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8
Q

Conduta

A

Grupo A

  • exames complementares somente se idade > 65 anos, <1 ano ou comorbidades ( de acordo com a comorbidade)
  • exames para confirmação a depender do tempo se sintomas
  • dipirona ou paracetamol para dor ou febre ( 500 mg 6 em 6 horas)
  • evitar o uso de anti-inflamatórios ( pp AAS, ibruprofeno, diclofenaco)
  • orientar hidratação oral, especificar a quantidade para o paciente

( Adultos: recomendação 60 ml/kg/dia, 1/3 com solução salina ( soro fisiológico ou SRO) 2/3 com água, suco, chá, água de coco

( Crianças abaixos de 13 anos
até 10 kg: 130 ml/kg/dia,
10-20kg: 100 ml/kg/dia,
> 20 kg: 80 ml/kg/dia )

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9
Q

Conduta

A
Grupo B ( prova do laço +) 
- Solicitar hemograma para todos os pacientes no momento do atendimento 
( pra saber se o extravasamento é importante a ponto do paciente desidratar) o objetivo é ver o hematócrito 
  • Orientar hidratação do grupo A até liberação do hemograma ( fazer aquele 1/3 com solução salina)
  • Exame de confirmação a depender do tempo de início
  • Dipirona ou Paracetamol para dor ou febre
  • Reavaliação após resultado dos exames
    ( 1- Se Hematócrito normal, orientar hidratação oral e reavaliação clínica e laboratorial diária até 48 horas sem febre) e retornar caso surgir sinais de alarme

(2- Se Hematócrito alterado ou surgimento de sinais de alarme ( paciente está ingerindo líquido e ele está extravasando para o 3 espaço) tratar como grupo C)

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10
Q

Conduta

A
Grupo c ( sinais de alarme) 
Teoricamente faz prova do laço pra todo mundo, a não ser que o paciente chegue chocado 
  • internação ( pelo menos 48 horas)
  • Iniciar hidratação venosa ( lembrar que grupo A a hidratação é VO, grupo B hospital até sair o hematócrito, grupo C é venosa
    Fazer 20 ml/kg venosa de SF em 2 horas ( 10 ml por kg em 1 hora)
  • solicitar hemograma, albumina e transaminases. Eventualmente ureia, creatinina, glicemia e etc
  • exames de imagem se suspeita de derrame cavitário
  • exame de confirmação a depender do tempo de início
  • Após 2 horas da fase de hidratação repete o hematócrito
    (1 - se houver melhora do hematócrito, iniciar a fase de manutenção da hidratação
    25 ml/kg de SF em 6 horas e após 25 ml/ kg em 8 horas sendo 1/3 com SF e 2/3 com SG
  • Se não houver melhora repetir a fase de expansão ( até 3 vezes) após três fases de expansão, tratar como grupo D

Hematócrito ( grupo B C D )
Albumina e transaminases ( C ou D )

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11
Q

Conduta

A

Grupo D
Paciente em choque

  • Taquicardia ( paciente com suspeita de dengue que apresenta taquicardia já é grupo D )
  • extremidades frias e pálidas
  • pulso fraco e filiforme
  • tec lento (>2 seg)
  • PA convergente ( <20 mmhg) pressão de pulso
  • taquipneia
  • oligúria (1,5 ml/kg/h)
  • hipotensão arterial ( fase tardia do choque
  • cianose ( fase tardia do choque)
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12
Q

Conduta

A

Grupo D

  • internação em UTI
  • hidratação venosa imediata com 20 ml/kg em 20 min. Pode-se repetir três vezes, de acordo com a avaliação clínica, como o paciente está chocado não dar pra reavaliar pelo hematócrito
  • solicitar hemograma, albumina, transaminases, ureia, creatinina e glicemia
  • Se melhora do quadro e reversão dos sinais de choque, tratar como grupo C
  • Se não houver melhora após três fases de 20 ml/kg usar solução de albumina

O objetivo de todos os degraus e normalizar o hematócrito do meu paciente

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13
Q

Grupo D

A
  • Albumina humana 20% (50 ml) 10 g de albumina

Como prescrever
Albumina 50 ml + 150 ml de SF 0,9% correr EV 10 a 20 ml/kg (pq a dosagem de albumina e de 0,5 a 1 mg por kg (200 ml contendo 10 gramas de albumina 0,5 grama por ml) se paciente de 100 kg precisa de 1 litro dessa solução

  • se reversão dos sinais de choque, tratar como grupo C
  • se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque- investigar hemorragias e avaliar coagulação
  • na presença de hemorragia, transfundir concentrado de hemácias ( 10 a 15 ml/kg/dia)
  • na presença de coagulopatias avaliar a necessidade de uso de plasma fresco ( 10 ml/kg) vitamina K endovenosa e criopreciptado ( 1 U para cada 5-10 kg)
  • considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: sangramento persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores de coagulação e do choque e com trombocitopenia e INR maior que1,5 x o valor normal
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14
Q

Indicações de internação

A
  • Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou comprimento grave de órgão ( grupo C ou D )
  • Recusa na ingestão de alimentos e líquidos
  • Compromentimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade
  • impossibilidade de seguimento ou retorno a unidade de saúde
  • comorbidades descompensadas com DM, HAS, ICC, uso de dicumarinicos, crise asmática e etc
  • outras situações a critério clínico
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15
Q

Critérios de alta hospitalar

A
  • Estabilização hemodinâmica durante 48 horas
  • Ausência de febre por 48 horas
  • Melhora visível do quadro clínico
  • Hematócrito normal e estável por 24 horas
  • Plaquetas em elevação e acima de 50.000
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16
Q

Anafilaxia

A

Reação alérgica
Antígeno se liga ao ige ligado aos mastócito ( degranulacao ) com liberação de histamina para circulação

Agem no receptor h1 causando vasodilatação periférica ( choque distributivo) e broncoconstriçao

17
Q

Quais os critérios ?

A

Critérios de ( Sampson)
3 critérios o paciente tem que fechar 1 deles

  • 1 aquele paciente não sabe bem se tem contato com o alergênico ou não, que não tem a alergia documentada
    Início agudo, com envolvimento cutâneo e/ou mucoso e pelo menos um dos seguintes achados
    A-comprometimento respiratório ( dispneia, broncoespasmo, estridor e hipóxia)
    Ex: paciente com placas, urticária, angioedema, se ele tiver comprometimento respiratório fecha
    B-compromentimento cardiocirculatório ( hipotensão e colapso)

2- Dois ou mais dos seguintes achados após exposição ( minutos a horas e alergenos provaveis) ex: comeu camarao e pode não ter acometimento cutâneo
A-aparecimento de sintomas cutâneos mucosos, urticária, eritema e/ou prurido generalizados, angioedema.
B- surgimento de sintomas cardiovasculares
C- sinais de envolvimento do sistema respiratório
D- Aparecimento de sintomas gastrointestinais persistentes como cólicas, vômitos e diarreia

3-Sabifamente alérgico que teve hipotensão após contato com o alergênico

18
Q

Sintomas

A
  • URTICÁRIA, Angioedema, rubor facial, prurido e rash
  • Rinorreia, congestão, espirros, disfonia, dispneia, aperto torácico, broncoespasmo e cianose
  • Dor torácica, taqui ou bradi, hipotensão, disrritmia e parada cardíaca
  • Dor abdominal, náuseas e vômitos e diarreia
  • Sensação de morte iminente, RNC, tontura, confusão e cefaleia

Protótipo: paciente com alterações cutâneas, apresentando queixa respiratória e dor torácica.

19
Q

Caso clínico

A

Entra em contato com o alergênico
Desenvolve os sintomas
Tempo variável a partir do evento ( 5 min medicações EV, inseto 15 a 20 min e medicações VO ( 30-40 min)
Regressão dos sintomas
NOVO PICO PELA APRESENTAÇÃO BIMODAL ( 2 picos de histamina) em torno de 6 a 8 horas, nesse caso o uso de corticoide serve para prevenir esse outro pico ( 75 a80%) não tem pico
Por isso a importância de deixar de observação

20
Q

Abordando

A
  • retirar o alergênico quando possível ( ex de medicações EV, lavar a pele)
  • sala de parada com monitorização
  • oxigênio com CN de alto fluxo (8 a10 l) se saturação <92%
  • puncionar 2 acessos venosos calibrosos

-manter o paciente em DD com membros inferiores elevados ( tredelemburg) trazer fluxo sanguíneo para os pulmões
Gestante colocar em DLE tirar o útero da veia cava

21
Q

Prescrição

A
  • Dieta Zero ( possível necessidade de IOT)
  • SF 0,9 % 1000 ml EV agora ( choque distributivo) ela faz até 2000
    Criança ( 20 ml/kg)
  • Adrenalina 0,5 ml( meia ampola) IM no vasto lateral da coxa ( não utilizar EV ( aumenta a chance de reações adversas e SC n tem a mesma eficácia)
    Pacientes com menos de 50 kg ( crianças ) multiplica o peso por 0,01 já tem a dose por ml que deve ser feita ( dose máxima 0,5)
  • a dose pode ser repetida a cada 5 a 10 min até 2 vezes
Drogas adjuvantes ( bloqueadores histaminicos e corticoide) somente para minoria dos sintomas 
- Difenidramina bloqueador H1( benetryl) ( 50 mg/ml) 1 ampola (1ml) + 9 AD, EV lento 
Crianças a dose é de 1mg/kg 
Uma opção é a prometazina ( bloqueador dos receptores de H1) ( fenergan) (50 mg/ml - 2ml) que pode ser usada em pacientes com mais de dois anos na dose de 0,5 mg/kg com máximo de 50 mg ( fazer bem lento pq pode gerar hipotensão) 

Ranitidina ( bloqueador dos receptores de H2) (50mg/2ml) uma ap + 8 ml de AD, EV lento.
- em crianças a dose é de 1mg/kg

  • Hidrocortisona 100 mg, tem a de 100 e a de 500 2 frascos + AD EV
    O melhor é a metilpridinisolona 1mg/kg
    ( evita o segundo pico)

Pode utilizar b2 agonista naquele paciente com queixa respiratória que não obteve melhora com a adrenalina
(10 de berotec com 5 ml de soro, 20 gostas de atrioven)
Berotec na criança: menor que 15 kgs (5 gts)
> 15 kgs peso/3
Tem a metilpred de 40 de 80

22
Q

Sobre a Adrenalina

A

Não retarde a dose
- o uso IM e bastante seguro
- em caso de não resposta após doses IM ( 3 doses) pode ser necessário a infusão contínua:
1 ap de adrenalina + 249 ml de SF 0,9% correr EV em BIC em 15 a 150 ml/h ( 0,004 mg de adrenalina que corresponde a 4 mcg de adrenalina por ml )
Começa com 15 ml/h e vai ajustando de acordo com a resposta do paciente a cada 5 minutos

23
Q

Critérios de alta

A
  • melhora dos sintomas
    -8 horas de observação
  • caso o paciente tenha sintomas cutâneos persistentes, deve dar alta com corticoide oral por 5 dias
    ( Prednisona 40 mg ( 2 cps ) VO uma vez ao dia)
    Se for criança é predinisolona ( 1mg/kg)
24
Q

Via aérea

A

Indicações de IOT ( sinais cardinais )

  • Voz abafada ( rouquidão)
  • Dificuldade de expelir secreções
  • Estrudor laríngeo
  • Dispneia