ENDOCRINO ADULTO - OBESIDADE Flashcards

1
Q

O que caracteriza a obesidade e qual é seu cálculo?

A

A obesidade é uma doença metabólica crônica caracterizada pelo índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m², sendo calculado pela fórmula IMC = peso/altura²

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2
Q

Quais são os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da obesidade?

A

-É uma doença multifatorial
-Os principais fatores incluem aumento da ingestão calórica (dieta hipercalórica), redução do gasto calórico (estilo de vida sedentário ou metabolismo ineficiente), predisposição genética para maior lipogênese e menor lipólise, além de influências embrionárias como CIUR e DMG.

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3
Q

O que são as vias orexígenas e qual é sua função?

A

As vias orexígenas são responsáveis por estimular o apetite e a fome. Elas estão localizadas no hipotálamo, especialmente no núcleo lateral, e são ativadas por sinais de necessidade de energia.

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4
Q

Quais são os principais neurônios orexígenos e suas funções?

A

-NPY (Neuropeptídeo Y): Estimula o apetite e aumenta a ingestão alimentar; sua secreção aumenta em condições de déficit energético.
-AgRP (Proteína Agouti Relacionada): Age como antagonista dos receptores de melanocortina, promovendo a vontade de comer.

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5
Q

O que são as vias anorexígenas e qual é sua função?

A

As vias anorexígenas promovem a saciedade, inibindo a ingestão de alimentos. Estão localizadas no núcleo arqueado do hipotálamo e são ativadas por sinais de energia suficiente

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6
Q

Quais são os principais neurônios anorexígenos e suas funções?

A

-POMC (Proopiomelanocortina): Libera alfa-MSH, que promove a saciedade e inibe o apetite.
CART (Cocaína e Peptídeo Relacionado à Anorexia): Inibe o apetite e está relacionado à sensação de prazer alimentar.

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7
Q

O que é a leptina e qual é sua função?

A
  • Hormônio produzido pelo Tecido Adiposo Subcutâneo
  • Sinalização Direta
  • Inibe Apetite e Aumenta o Gasto Energético (através do aumento da lipólise - aumento da circulação de triglicérides e de ac graxos livres)
  • Aumenta a Lipólise, Inibição do acúmulo de TG, Oxidação de AGL, Inibição da Secreção de Insulina e Aumento da Sensibilidade à Insulina
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8
Q

Qual é a função da insulina no controle do apetite?

A

A insulina, produzida pelo pâncreas após a ingestão de alimentos, inibe o apetite estimulando neurônios anorexígenos (POMC) e inibindo orexígenos (NPY), além de refletir o status energético do corpo.
- é capaz de estimular a via da saciedade e de inibir a via do apetite, ou seja, ela tem uma ação dupla. Por isso que alguns pacientes que têm resistência à insulina eles podem vir a sentir mais fome, porque eles não vão ter esse estímulo a saciedade ou inibição da fome

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9
Q

O que é a grelina e como ela influencia o apetite?

A

-A grelina é um hormônio produzido pelas células do fundo gástrico que estimula o apetite. Seus níveis aumentam quando o estômago está vazio e diminuem após a ingestão de alimentos, ativando neurônios orexígenos.
-Ou quando a gente tem aquela sensação pré alimentação a grelina também vai ser secretada
-Baixo na Obesidade (porque normalmente o paciente vai estar sempre alimentado)
-Alto nas Dietas (mas quando o paciente começa a fazer uma dieta, tem um pico de grelina, dificultando muito, principalmente as primeiras duas semanas, o começo da dieta)

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10
Q

Qual é a função do GLP-1 na regulação do apetite?

A
  • Produzido pelas Células L do Íleo
  • Sinaliza a Chegada de Alimentos -> Carboidratos
  • Age Principalmente de via Indireta (Estimula o nervo vago e e ele é um co fator de secreção de insulina)
  • Estimula POMC e Inibe NPY
  • Reduz esvaziamento gástrico (fazendo com que o alimento demore mais para ser digerido), Supressão de Glucagon (que também é um hormônio que tem um pouco de ação na sensação de fome)
  • Íntima relação com Insulina
  • Na obesidade ocorre disfunção das Células L
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11
Q

O que é o neuropeptídeo YY e qual é seu papel no apetite?

A
  • Produzido pelas Células L do Cólon
  • Sinaliza a Chegada de Alimentos -> Gorduras
  • Age pela via Indireta (através da sinalização do nervo vago)
  • Inibe NPY
  • Reduz esvaziamento gástrico, Supressão de Grelina, Induz Perda de Peso e aumento do gasto metabólico
  • Leve melhora do Controle Glicêmico, ou seja, não tem tanta ação de agonista de insulina como o GLP 1 por exemplo
  • Na obesidade ocorre disfunção das Células L
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12
Q

Como a amilina influencia no apetite?

A
  • Co Secretado com a Insulina
  • Age via Direta e Indireta (Simpático e Parassimpático)
  • Inibição Imediata do Apetite
  • Reduz Esvaziamento Gástrico (o que aumenta a saciedade)
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13
Q

Caracterize as beta endorfinas

A

-Substâncias que não são diretamente estimulantes ou inibidores do apetite, mas dão sensação de prazer ao comer alguns tipos de alimentos.
-Alguns alimentos estimulam a liberação desses neurotransmissores;
-Vão agir na POMC - Estímulo em receptores opióides
-Sensação de Prazer e Bem Estar
-Alimentos Ricos em Beta Endorfinas: Pimenta, Chocolate, Aveia, Sementes de Girassol e Abóbora

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14
Q

Verdadeiro ou Falso
Existem duas formas de inibir o apetite, de forma direta (agindo diretamente no hipotálamo) ou então faz com que o alimento demore mais para ser digerido, aumentando o período da saciedade

A

Verdadeiro

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15
Q

Caracterize o padrão alimentar hiperfágico prandial

A

-Paciente tem refeições exageradas e hipercalóricas
-Não costuma apresentar refeições fora dos horários (ou seja, respeita café da manhã, almoço e jantar, só que cada refeição dessa vai ser enorme)
-Não apresenta sentimento de culpa / remorsos após se alimentar
-O padrão alimentar não é causado por transtorno de humor / psiquiátrico
-É o mais fácil de tratar, se controla com facilidade

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16
Q

Caracterize o o padrão alimentar beliscador

A

-Paciente consome pequenas quantidades de alimentos múltiplas vezes ao longo do dia -Costumam apresentar refeições principais pequenas
-Preferência por alimentos pequenos – biscoitos, doces, balas, salgadinhos, castanhas, etc -Costumam não ter noção da ingesta calórica diária, subestimando o que comem. Ele nem lembra o que comeu
-Paciente vai chegar e falar “estou engordando só que eu não como nada”
-É o pior de tratar; Não da pra ter uma noção de ingestão calórica diária

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17
Q

Caracterize sindrome do comedor noturno

A

-Paciente ingere >50% das calorias diárias após às 19h, por 03 meses
-Costumam comer pouco ao longo do dia e quando chega de noite vão comer muito, podem até passar a noite inteira comendo, porque como eles passam boa parte do dia em jejum ou comendo pouco, é de noite que eles sentem a fome acumulada do dia (muitas vezes isso acontece por eles não terem tempo pra comer durante o dia, aí chega a noite e é quando eles têm tempo)
-Pode ocorrer insônia e despertar noturno (se não comeu o suficiente pra saciar a fome dele, ele pode até acordar de madrugada pra comer)
-Não apresenta sentimento de culpa / remorsos
–O padrão alimentar não é causado por transtorno de humor / psiquiátrico

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18
Q

Caracterize o apetite hedônico

A

-Paciente com apetite influenciado por suas emoções
-”Eu posso, eu devo, eu mereço”
-Costuma compensar / comemorar acontecimentos da vida com excesso de comida – ativação do sistema de punição / recompensa
-Não vão ter refeições grandes, mas sim hipercalóricas
-Os alimentos costumam ser hipercalóricos e relacionados à sensação de prazer
-Paciente vai ter esse padrão por ter um aumento do sistema de punição e recompensa, muitas vezes uma exacerbação do sistema de recompensa

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19
Q

Caracterize o apetite ansioso

A

-Paciente desenvolve padrão compulsivo durante períodos de ansiedade
-Não precisa estar relacionado ao transtorno de ansiedade generalizada ; Ansiedade é uma emoção do ser humano, não necessariamente o paciente está doente, mas sim sentindo essa emoção de ansiedade
-Preferência por alimentos hipercalóricos e pode ter associação com padrão beliscador
-Após normalização do fator de ansiedade costumam reverter o padrão alimentar basal dele, ou seja, ele não permanece com aquela compulsão, é só durante o período que ele está exposto aquela ansiedade

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20
Q

Caracterize o transtorno de compulsão alimentar (binge)

A

-Paciente apresenta perda de controle sobre a quantidade de alimento que deveria ingerir
-A ingestão alimentar continua até a comida acabar ou até passar mal. Ele não tem controle sobre isso
-Acontece de maneira recorrente, ou seja, vez ou outra
-Ocorre mistura de alimentos, associação de alimentos que não combinam ou até mesmo alimentos crus
-Não está relacionado à contexto ambiental (festas, feriados, comemorações), ou seja, quando a pessoa come incansavelmente em um período festivo, isso não se enquadra num quadro de binge
-Paciente tem consciência do excesso, mas não consegue parar
-Vem associado com sensação de vergonha e arrependimento depois do período compulsivo
-Pode se associar a comportamento purgativo / punitivo, ou seja, ele tente compensar isso, mas isso não é característico de binge
-Pode se associar a outros comportamentos compulsivos, exemplo: compulsão com bebida, com jogos, compras…

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21
Q

Caracterize a bulimia

A

-Paciente desenvolve episódios de compulsão alimentar, mas obrigatoriamente vem seguido de comportamento purgativo ou compensatório
-Comportamento purgativo – paciente induz diarréia, vômitos e diurese para tentar diminuir o impacto calórico / peso
-Comportamento compensador – paciente faz atividade física excessiva ou jejum de período prolongado
-Por mais que tenha esse comportamento, bulimia pode ocorrer em pacientes obesos, isso porque por mais que ele faça essas coisas punitivas, elas ainda assim não compensam a quantidade de ingestão calórica
-Deve ocorrer 1x/semana nos últimos 3 meses

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21
Q

Caracterize o transtorno alimentar compulsivo periódico (TCAP)

A

-Paciente com padrão compulsivo pelo menos 1x/semana há pelo menos 3 meses
-Não se associa a comportamento punitivo, porém apresenta sensação de angústia acentuada -Ocorre em cerca de 30% dos pacientes que procuram perda de peso e 50% dos obesos grau III

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22
Q

Caracterize o padrão alimentar caótico

A

-Paciente que não identifica nenhum padrão alimentar específico
-Pode flutuar por vários dos outros padrões alimentares
-Normalmente costumam ter períodos prolongados de jejum e não respeitam horários alimentares
-Não costumam ter organização para se alimentar e não conseguem lembrar das refeições
-Muitas vezes substituem refeições por lanches, fazem refeições fora de horário

23
Q

Caracterize o apetite sofisticado

A

-Paciente realiza as refeições nos horários, com pratos compostos por alimentos saudáveis, porém com exagero calórico às custas de elaborarem excessivamente a comida
-Tem dificuldade de reconhecer que está comendo errado
-São pacientes que ou gostam de comer em restaurantes ou sabem cozinhar, então eles incrementam muito a alimentação básica, deixando a refeição hipercalórica
-Costumam usar azeite, sementes, vinhos, creme de leite, óleos, queijos no preparo da comida

24
Q

Verdadeiro ou falso
Paciente pode ter um desses padrões alimentares ou associação com mais de um

A

Verdadeiro

25
Q

Verdadeiro ou Falso
Para idosos (a partir de 65 anos), o IMC normal vai até 27 devido ao ganho natural de peso com a idade.

A

Verdadeiro

25
Q

O que é a relação cintura-quadril e quais são os valores de corte?

A

-A relação cintura-quadril é calculada dividindo a circunferência abdominal pela circunferência do quadril. Este índice ajuda a estimar a proporção de gordura visceral em relação à subcutânea.
-Os valores de corte são: homens > 0,9 e mulheres > 0,8.

26
Q

Como é feita a medida da circunferência abdominal e quais são seus valores de referência?

A

-A circunferência abdominal é medida entre a 10ª costela e a crista ilíaca, no ponto médio entre elas.
-É um indicador de risco cardiovascular e complicações metabólicas.
-Os valores de referência segundo o ATP III são: homens > 102 cm e mulheres > 88 cm. -Este método pode ser subestimado em casos de abdômen de avental, onde o tecido adiposo se desloca.

26
Q

Qual é o padrão para avaliação do peso segundo a OMS e como é a classificação de superobesidade?

A

-O padrão para avaliação do peso é o Índice de Massa Corporal (IMC), que classifica indivíduos como abaixo do peso, peso normal, sobrepeso e obesidade.
- A superobesidade é definida como IMC > 50, mas não é uma classificação reconhecida pela OMS.

27
Q

Quais são os principais aspectos a serem abordados na anamnese de um paciente obeso?

A

Na anamnese, é importante investigar: o início do ganho de peso (eventos da vida como gravidez ou menopausa), padrão alimentar, presença de comorbidades, histórico familiar e prática de atividade física.

27
Q

Quais parâmetros são avaliados no exame físico de um paciente obeso?

A

O exame físico deve incluir a medição de peso, altura, cálculo do IMC, verificação da pressão arterial e circunferência abdominal, além de um exame segmentar completo.

27
Q

Quais exames laboratoriais são recomendados para pacientes obesos e por quê?

A

-Hemograma (pra ver se tem anemia ou policitemia que é o aumento da concentração de glóbulos vermelhos)
-Glicemia e hemoglobina glicada
-Colesterol total e frações
-Função renal, eletrólitos e ácido úrico (elevação de ácido úrico é uma das complicações da obesidade)
-Perfil hepático (porque obesidade pode causar esteatose hepática)
-Proteínas totais e frações (principalmente albumina, quando tem baixa de albumina significa que o paciente está desnutrido)
*paciente obeso pode estar desnutrido, porque não necessariamente a ingesta alimentar dele é uma ingesta balanceada, deixando ele desnutrido mesmo sendo obeso
-Vitamina D e Vitamina B12
-TSH e T4 livre
-Hormônios sexuais (nas mulheres: relação com SOP; nos homens: hipogonadismo)
-Metabolismo do ferro (relacionado com a esteatose hepática)

28
Q

Qual é a relação entre obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2)?

A

-A obesidade constitui um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do DM2
-A obesidade induz o processo de resistência à insulina o que favorece o desenvolvimento do DM2
-A reversão da obesidade e perda de peso pode levar à remissão do DM2
*então uma das indicações de cirurgia bariátrica são baseadas na DM2

28
Q

Quais exames de imagem são indicados na avaliação de pacientes obesos?

A

Os exames de imagem recomendados incluem ECG, radiografia de tórax (PA e perfil) e ultrassonografia de abdome total para avaliar a presença de gordura no fígado e outras complicações.

29
Q

Qual a relação entre obesidade e HAS?

A

-A obesidade favorece o desenvolvimento da HAS por 04 vias:
*Ativação do Sistema Renina Angiotensina Aldosterona – O tecido adiposo é a maior glândula endócrina do corpo e ele é capaz de produzir a Angiotensina II, ai vai ter a ativação do sistema independente da sinalização renal
*Resistência à Insulina – Aumento da reabsorção de sódio e água pelos rins (porque ele vai ter disfunção na enzima SGLT2)
*Estresse oxidativo – Aumento de prostaglandinas e citocinas que levam à lesão endotelial tornando o vaso mais rígido
*Adipocinas – Redução da leptina leva à uma redução de NO no endotélio e o aumento de IL-6, TNF-α e IL-1 levam à vasoconstricção

29
Q

Qual a relação entre obesidade e dislipidemia?

A

-Hipertrigliceridemia -> Resistência à insulina leva a aumento da atividade de lipase hormônio sensível do tecido adiposo e diminuição da lipoproteína lipase do endotélio (LPL) vascular, ou seja, ele tem uma diminuição da lipólise -> aumento da concentração plasmática de triglicérides
-Redução do HDL -> Diminuição da síntese por redução da enzima LPL e rápido consumo das moléculas de HDL pela rápida metabolização das que são produzidas
-LDL pequeno e denso -> A obesidade torna o LDL menor, porém mais denso aumentando seu potencial aterosclerótico, quanto menor e mais denso, mais aterosclerótico ele fica
*Os níveis de LDL não baixa apenas com perda de peso, triglicérides até baixa, mas LDL não

30
Q

Qual a relação entre obesidade e hipogonadismo masculino?

A

-A obesidade pode levar à um Hipogonadismo Hipogonadotrófico (Testosterona, LH, FSH baixos)
-Devido ao aumento do tecido adiposo há aumento da aromatização da Testosterona levando a aumento de Síntese de Estrogênio
-O Estrogênio é um forte inibidor hipofisário levando à supressão dos níveis de LH
-Podendo levar à ginecomastia
-Para tratar isso usa o clomifeno que é um bloqueador seletivo de receptor de estrógeno, ai na hipófise ele bloqueia o receptor de estrógeno, o que estimula o homem a produzir LH e FSH e consequentemente aumenta a produção de testosterona

31
Q

Qual a relação entre obesidade e SOP?

A

-A obesidade leva a um aumento da resistência à insulina que estimula a produção de andrógenos pelo ovário por 2 vias:
*Redução da atividade da aromatase ovariana (liberando mais testosterona, que é inflamatória) e estímulo à secreção hipofisária de LH
*Quanto maior a resistência à insulina maior a produção de andrógenos e quanto maior a produção de andrógenos maior o acúmulo de gordura visceral feminina e pior à resistência à insulina, ou seja, vira uma bola de neve

32
Q

Qual a relação entre obesidade e esteatose hepática metabólica

A

-A obesidade leva à acúmulo de triglicérides no fígado (EHM - MASLD)
-Isso acontece seja pelo: aumento da ingesta de alimentos, aumento da lipólise ou aumento da oferta de glicose (o fígado vai saturar e começa a converter o excesso de glicose em gordura)
-O acúmulo de gordura leva à estresse oxidativo do fígado e produção de citocinas inflamatórias -> Esteato-hepatite metabólica - MASH, isso já é acúmulo de gordura junto com inflamação do fígado
-Pode haver evolução para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular se ele persistir com essa hepatite
-Ou seja, pode ter uma gordura no fígado sem inflamação ou a gordura acompanhada de hepatite, são estágios diferentes

33
Q

Qual a relação entre obesidade e SAOS

A

-Aumento da camada adiposa cervical levando à compressão da via aérea no decúbito dorsal -> Obstrução do fluxo de ar
-Durante o sono ele começa a apresentar sinais de sofrimento respiratório, que de início se manifesta com ronco e podendo evoluir para aqueles períodos de pausa respiratória , o que vai levando ao estresse metabólico
-Quanto maior o IMC maior a concentração visceral de gordura e maior compressão diafragmática -> Piora da apnéia
-Quando o paciente perde peso ele consegue melhorar o grau dessa apneia

34
Q

Caracterize a dieta no tratamento da obesidade

A

-A dieta vai ser a base do tratamento da Obesidade, é ela que de fato faz o paciente perder peso
-Objetiva-se uma dieta hipocalórica
-Não há evidência de superioridade entre as modalidade de dieta -> A que o paciente melhor se adaptar
-A dieta deve ser compatível com a rotina e gostos do paciente, visando sua manutenção à longo prazo
-Deve ser prescrita por profissional habilitado – Nutricionista
-Realizar reavaliação contínua da dieta, mudando quando necessário o plano alimentar

34
Q

Caracterize a atividade física no tratamento da obesidade

A

-A atividade física vai representar papel complementar à dieta no processo de perda de peso de algumas formas:
*Aumento do gasto energético diário
*Redução da perda de massa magra durante a dieta
*Prevenção do reganho de peso
*Reabilitação osteomuscular
-Para manutenção do peso e prevenção cardiovascular 150 a 200 min semanais de atividade mista de moderada intensidade
-Para perda de peso: 225 a 420 min semanais de atividade mista de moderada intensidade
-No paciente obeso, é necessário começar aos poucos

35
Q

Verdadeiro ou falso
Obesidade não tem cura, o metabolismo do paciente vai sempre querer voltar para aquele peso máximo que ele teve, então é necessário que seja mantida a mudança do estilo de vida

A

Verdadeiro

36
Q

Caracterize o tratamento farmacologico de maneira geral

A

-O tratamento farmacológico vai constituir linha complementar à dieta e atividade física, não sendo obrigatório seu uso
-Se o paciente está tendo alguma dificuldade de aderir a dieta, entra com medicamento para ajudar e fazer com que ele siga o plano alimentar
-Atualmente existem vários fármacos disponíveis, seja de maneira On-label (está escrito na bula que o remédio é para perda de peso) ou Off Label (a perda de peso é um efeito colateral do medicamento)

37
Q

Caracterize a sibutramina como tratamento

A

Sibutramina (Inibidor da recaptação de norepinefrina e serotonina)
-É uma anfetamina
-Estímulo ao CART (que é um receptor de anfetamina) estimulando a via anorexígena
-Aumenta um pouco do gasto metabólico basal (por ser uma anfetamina e ter atividade adrenérgica)
-Ou seja, principal função é a inibição do apetite
-Indicação : Paciente com Obesidade ( IMC≥30 ); Paciente com padrão Hiperfágico, Beliscador, Caóticos
-Contraindicações: Pacientes Idosos, Hipertensos mal-controlados ou com um fator de risco cardiovascular, DM2, gestantes, portadores de Doença arterial coronariana, passado de Doença cardiovascular e Bulimia
-Efeitos Colaterais: Boca seca, taquicardia, tremores, irritabilidade, ansiedade, elevação da Pressão arterial, insônia, dor abdominal, aumento do risco cardiovascular em paciente que já tem o risco cardiovascular
*Tem um estudo que diz que um paciente que tem baixo risco cardiovascular, a sibutramina diminui ainda mais esse risco, tendo bom desfecho para pacientes com baixo risco cardiovascular
-É um medicamento altamente controlado
!) Paciente cardiovascular não usa sibutramina

38
Q

Caracterize Bupropiona + Naltrexona no tratamento

A

Inibidores da recaptação de norepinefrina e dopamina + Agonista Opióide: Bupropiona + Naltrexona (Contrave - nome comercial da associação)
-É uma associação de duas classes
-Bupropiona estimula o CART e a naltrexona estimula o POMC
-Ou seja, é uma associação que inibe o apetite
-Aumento do período de saciedade - Inibição da retroalimentação negativa da via Anorexígena
-Indicações: Paciente com obesidade ( IMC≥30 ); Paciente com sobrepeso ( IMC≥27 ) e comorbidade associada à obesidade; Pacientes com apetite hedônico, ansioso e beliscador
-Contraindicações:
*Da bupropiona: Hipertensos mal-controlados, transtorno bipolar, cirrose, alcoolismo, epilepsia ou passado de crise convulsiva
*Da naltrexona: Paciente em tratamento de dor com opioides, insuficiência renal, Anorexia ou Bulimia, passado de tentativa de suicídio
!) Por sem uma associação das duas classes, se o paciente tem qualquer um desses fatores já não pode usar
-Efeitos Colaterais: Boca seca, taquicardia, tremores, irritabilidade, elevação da Pressão arterial, insônia, constipação, cefaléia, dor abdominal, náuseas, vômitos

39
Q

Caracterize o Anticonvulsivante + Catecolaminérgicos – Topiramato com Fentermina no tratamento

A

-Estimula o CART estimulando a via Anorexígena
-Não disponível no Brasil – Fentermina é proibida
-Então utiliza monoterapia com topiramato
-Indicação: Paciente com Obesidade ( IMC≥30 ;) Paciente com apetite Hedônico e comedor noturno (Topiramato)
-Contraindicações: Pacientes Idosos, Hipertensos mal-controlados ou com um fator de risco cardiovascular, DM2, gestantes, portadores de DAC, passado de DCV e Bulimia, insuficiência hepática (topiramato)
-Efeitos Colaterais: Boca seca, taquicardia, tremores, irritabilidade, ansiedade, elevação da Pressão arterial, insônia, dor abdominal, aumento do risco cardiovascular*, câimbras, parestesia, perda de memória, elevação de transaminases

39
Q

Caracterize o orlistate no tratamento

A

Inibidor da Lipase Gastrointestinal - Orlistat
-Inibição da absorção de 30% da gordura alimentar
-Problema do orlistate é que hoje quando o paciente faz dieta, a primeira coisa que se retira da alimentação é a gordura, então para a obesidade ele acaba não tendo tanta eficiência assim
-Indicação: Paciente com Obesidade ( IMC≥30 ); Paciente com Sobrepeso ( IMC≥27 ) e comorbidade associada à Obesidade
-Contraindicações: Doença inflamatória intestinal, Colestase e síndromes de má-absorção, pacientes usando Marevan
-Efeitos Colaterais: Diarréia, Incontinência fecal, dor abdominal, flatulência, borborigmos (aumento do dos ruídos hidroaéreos), disabsorção de vitaminas lipossolúveis

40
Q

Caracterize os análogos de gLP1 no tratamento

A

Análogos GLP-1 – Liraglutida (Saxenda®) e Semaglutida (Ozempic e Wegovy®)
-Medicamentos que em teoria são para diabetes, mas no tratamento para a obesidade pode ser usado com uma dose maior
-Inibição da via orexígena e estímulo à anorexígena
-Retardamento do esvaziamento gástrico - saciedade
-Indicação: Paciente com Obesidade ( IMC≥30 ); Paciente com Sobrepeso ( IMC≥27 ) e comorbidade associada à Obesidade; Pacientes hiperfágicos, beliscadores, comedores noturnos, caóticos
-Contraindicações: Doença do refluxo gastrointestinal acentuada, Suspeita ou diagnóstico de Carcinoma medular de tireóide (porque esses medicamentos estão relacionados com aumentar a incidência desse câncer), Pancreatite
-Efeitos Colaterais: Diarréia, náuseas, vômitos, constipação, colelitíase (por reduzir a motilidade do TGI), elevação das enzimas pancreáticas, Carcinoma medular de tireóide
!) A semaglutida é a que tem maior eficácia na perda de peso hoje em dia, mas ainda assim tem pacientes que não perdem peso mesmo usando o ozempic

41
Q

Caracterize os análogos de GLP1 + GIP no tratamento

A

Análogos GLP-1 + GIP (que é outro hormônio gastrointestinal) – Tizerpatida
-Tem os mesmos efeitos dos análogos de GLP 1 só que ela tem um efeito a mais, que é a diminuição da secreção de ácido gástrico
-Inibição da via orexígena e estímulo à anorexígena
-Retardamento do esvaziamento gástrico – saciedade
-Diminuição da secreção de ácido gástrico
-Indicação: Paciente com Obesidade ( IMC≥30 ); Paciente com Sobrepeso ( IMC≥27 ) e comorbidade associada à Obesidade; Pacientes hiperfágicos, beliscadores, comedores noturnos, caóticos
-Contraindicações: Doença do refluxo gastrointestinal acentuada, Suspeita ou diagnóstico de Carcinoma medular de tireóide, Pancreatite
-Efeitos Colaterais: Diarréia, náuseas, vômitos, constipação, colelitíase, elevação das enzimas pancreáticas, Carcinoma medular de tireóide
-A diferença desse para somente o análogo de GLP1 é de fato é a eficácia, o estudo mostra que 100% dos pacientes que usaram esse medicamento tiveram perda de peso. É um medicamento que apresentou efeitos semelhantes aos da bariátrica

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