Doenças do trato gastrointestinal Flashcards
O que é a enterocolite necrosante?
Enterocolite Necrosante
É uma das principais emergências gastrointestinais do período neonatal e pode levar ao óbito!
CONCEITOS:
- NECROSE DA MUCOSA INTESTINAL OU TRANSMURAL
Pode levar até mesmo a perfuração intestinal!
Quais as causas de enterocolite necrosante?
- MULTIFATORIAL = PREMATUROS, ASFIXIA, ALIMENTAÇÃO ENTERAL
Embora seja multifatorial, 2 condições praticamente sempre vão estar presentes: prematuridade e início da alimentação enteral. Pode até ser que haja enterocolite
em RN a termo, mas geralmente vão aparecer outras condições associadas, como asfixia, cardiopatia congênita…
Quais as manifestações da enterocolite necrosante?
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS INESPECÍFICAS
Pode haver letargia, torpor, distermia…
- MANIFESTAÇÕES TGI: DISTENSÃO, RESÍDUO GÁSTRICO, VÔMITOS BILIOSOS, SANGUE RETAL/NAS FEZES
A informação que vai estar presente e que vai nos remeter a enterocolite vai ser a presença de sangue nas fezes! Guarde o conceito: sempre que estivermos diante de um prematuro com sangue nas fezes, a primeira coisa que devemos pensar é enterocolite necrosante! Essas manifestações surgem no final da primeira semana até a segunda/terceira semana de vida, mas quanto mais prematura é a criança, mais tardio pode ser o quadro clínico.
Como é feito o diagnóstico da enterocolite necrosante?
DIAGNÓSTICO:
- CLÍNICA + IMAGEM
RX inespecífico (DILATAÇÃO DE ALÇA)
PNEUMATOSE INTESTINAL-gás na parede do intestino.
Sinais de perfuração intestinal PNEUMOPERITÔNIO- Sinal de riggler
A pneumatose intestinal é a alteração que fecha o diagnóstico! Não é patognomônico, mas está intimamente relacionado! Outra alteração típica que pode estar presente é a PRESENÇA DE GÁS NA VEIA-PORTA.
Como se identifica o pneumoperitôneo?
Pneumoperitônio nada mais é que ar livre na cavidade abdominal, podendo ser resultado de perfuração, isquemia, erosão, neoplasia e infecção.
Este é o quadro clássico de um abdome agudo perfurativo:
dor súbita, intensa;
abdome em tábua;
peritonite;
sinal de Jobert – perda da macicez hepática durante a percussão.
Quando esse quadro exuberante do abdome agudo perfurativo não aparece, o pneumoperitônio é encontrado por exame de imagem. A seguir, vamos ver alguns exemplos disso.
O clássico achado do pneumoperitônio é o que vemos na imagem abaixo As setas demonstram uma lâmina formada pelo ar livre que se acumula entre o estômago, fígado e as cúpulas diafragmáticas.
O que é o sinal de Rigler?
Além desse achado, também temos o sinal de Rigler, que é a visualização da parede intestinal pela presença de gás dentro da alça e fora na cavidade abdominal. Na imagem apontada pela seta, podemos ver a alça colônica bem desenhada pelo ar circundante.
Como é feito o estadiamento da enterocolite necrosante?
Como é feito o tratamento clínico da enterocolite necrosante?
TRATAMENTO:
- CLÍNICO: DIETA-ZERO + SNG PARA DESCOMPRESSÃO + ATB
As crianças com doença suspeita ou menos graves são tratadas apenas com suporte clínico. A alimentação é por via parenteral; a SG é para descompressão e o tempo de ATB varia com a gravidade do quadro.
Quando é necessário fazer o tratamento cirúrgico da enterocolite necrosante?
- CIRURGIA: SE PERFURAÇÃO/PNEUMOPERITÔNIO
O tratamento cirúrgico nada mais é do que a ressecção daquele segmento necrosado. A recomendação clássica é a presença do pneumoperitônio, que representa a
perfuração de uma alça intestinal. Também podem ser indicação de cirurgia: paracentese de uma ascite com bactérias, ausência de resposta ao tratamento clínico,
RX seriado com uma alça fixa… Mas o que cai em prova é o pneumoperitônio!
Quais as complicações do tratamento cirúrgico da enterocolite necrosante?
COMPLICAÇÕES DA CIRURGIA: SÍNDROME DO INTESTINO CURTO/ESTENOSE
Quais os defeitos congênitos do trato gastrointestinal?
Atresia de esôfago e atresia duodenal
O que é a atresia do esôfago?
Atresia de Esôfago
- Defeito CONGÊNITO- interrupção do esôfago-falta uma parte dele.
- Alteração ISOLADA ou ASSOCIADA COM FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA (mais comum)
- Tipo C é mais comum
QUAL O ACHADO COMUM NO PERÍODO FETAL RELACIONADO Á ATRESIA DE ESÔFAGO?
- ACHADO COMUM NO PERÍODO FETAL: POLIDRAMNIA-excesso de líquido amniótico no útero durante a gravidez
Por que a criança não está conseguindo deglutir
QUAIS AS MANIFESTAÇÕES AO NASCER DA ATRESIA DE ESÔFAGO?
MANIFESTAÇÕES AO NASCER: TOSSE-salivação excessiva-espumosa., ENGASGOS, DIFICULDADE RESPIRATÓRIA- por que o alimento não está passando, está refluindo.
- INCAPACIDADE NA PROGRESSÃO DE SONDA
Como é feito o diagnóstico e o tratamento da atresia de esôfago?
RADIOGRAFIA:GÁS NO ESTÔMAGO pode indicar FÍSTULA TRAQUEOESOFÁGICA- o gás não chega pelo esôfago-por que este está interrompido, chega pela fístula,
Se observa que a sonda ela fica enrolada, não passa, devido a interrupção do esôfago.
- TRATAMENTO: correção CIRÚRGICA
O que é a atresia duodenal?
Atresia duodenal é uma condição congênita que impede o fluxo de alimentos e líquidos do estômago para o intestino delgado. Isso acontece porque o duodeno, a primeira parte do intestino delgado, está fechado ou estreitado.
Quais síndromes a atresia duodenal está reacionada?
- Associação com outras síndromes (principalmente SÍNDROME DE DOWN)
Qual a clínica da atresia duodenal?
VÔMITOS BILIOSOS após alimentação
Como é feito o diagnóstico e tratamento da atresia duodenal?
- RADIOGRAFIA: SINAL DA DUPLA BOLHA
O sinal da dupla bolha indica a dilatação do estômago e do bulbo duodenal, devido à obstrução do intestino delgado proximal - TRATAMENTO: correção CIRÚRGICA
O que é a estenose hipertrófica de piloro?
É uma condição médica em que o músculo do piloro (a porção final do estômago que controla a passagem de alimentos para o duodeno) torna-se anormalmente espesso. Esse espessamento causa um estreitamento do canal pilórico, dificultando ou impedindo a passagem de alimentos do estômago para o intestino delgado.
Sempre que estivermos diante de um RN que está vomitando devemos pensar em hiperplasia adrenal congênita ou estenose hipertrófica de piloro.
Mais comum no primogênito e no sexo masculinoiloro!
Quando a estenose hipertrófica de piloro se manifesta?
Pico entre 3-5 SEMANAS DE VIDA (entre 2-8 semanas)
Quais as causas da estenose hipertrófica de piloro?
- ETIOLOGIA (obscura): tabagismo na gestação, uso de mamadeira, fatores genéticos,
eritromicina
Qual a clínica da estenose hipertrófica de piloro?
VÔMITOS NÃO BILIOSOS PROGRESSIVOS EM JATO:
- O sintoma mais característico.
- Ocorre logo após a alimentação e geralmente não contém bile (porque o estreitamento é antes do duodeno).
*Perda de peso e desidratação**:
- Devido à incapacidade de manter os alimentos no estômago.
3. Fome persistente:
- O bebê frequentemente apresenta fome logo após vomitar.
4. Onda peristáltica visível:
- Observa-se um movimento ondulatório no abdômen após a alimentação, causado pelo esforço do estômago para forçar os alimentos através do piloro.
5. Palpação de uma “oliveira”:
- Uma massa firme, do tamanho de uma azeitona, pode ser palpada no quadrante superior direito do abdômen, representando o músculo pilórico espessado.
- ALCALOSE METABÓLICA HIPOCLORÊMICA + HIPOCALEMIA
Como é feito o diagnóstico da estenose hipertrófica de piloro?
-
História clínica e exame físico:
- Observação dos sintomas e palpação da “oliveira”.
-
Ultrassonografia abdominal:
- Exame de escolha, que mostra o espessamento e alongamento do piloro.
- Critérios diagnósticos incluem um diâmetro do piloro > 4 mm e um comprimento do canal pilórico > 16 mm.
-
Radiografia com contraste (menos usada hoje):
- Pode mostrar o “sinal do filete” ou “string sign”, indicando a passagem mínima de contraste através do piloro estreitado.
Como é feito o tratamento da estenose hipertrófica de piloro?
Tratamento
A única cura é cirúrgica:
1. Pilorotomia (cirurgia de Ramstedt):
- Procedimento em que o cirurgião faz um corte no músculo pilórico espessado para aliviar o estreitamento, preservando a mucosa.
- É realizada com técnicas abertas ou laparoscópicas, e o prognóstico é excelente.
2. Correção pré-operatória:
- Antes da cirurgia, é essencial corrigir desequilíbrios eletrolíticos, como a hipocalemia e a alcalose metabólica hipoclorêmica, causadas pelos vômitos frequentes.