TRAUMA - TCE Flashcards
Classificação (leve, moderado ou grave)
Baseado na ESCALA DE COMA DE GLASGOW
Leve: 13-15
Moderado: 12-09
Grave: < 9
Relação anatômica do CRÂNIO e suas lesões associadas
1) Couro cabeludo (hematoma subgaleais)
2) Crânio - formada por uma calota e a base
= Calota possui menor densidade na região temporal, sendo “acolchoada” pelos músculos temporais (importante local de hematoma epidural por conta dessa menor proteção)
= Base do crânio
3) Menínges - Duramáter (lesão acima = hematoma epidural/ lesão abaixo = hematoma subdural)
- Aracnoide (líquor circula abaixo dessa membrana, lesões aqui gera hemorragia subaracoide
- Piamáter - membrana aderida ao parênquima
HEMATOMAS EPIDURAIS
1) Localização
2) Lesão de qual vaso
3) Apresentação clínica
4) Apresentação tomográfica
HEMATOMAS EPIDURAIS
1) Localização: acima da duramáter (entre duramáter e crânio). Comumente associado a lesão em região temporal (menor densidade óssea)
2) Lesão de qual vaso: ARTERIAL! Artéria meníngea média*
3) Apresentação clínica: frequentemente cursam com intervalo lúcido (se +, grande chance de indicação cirurgica). Progressivamente com sinais de HIC (descompressão cirurgica rapida)
4) Apresentação tomográfica: biconvexo (tempoparietal*) - avaliar janela óssea na TC, pois comumente estão relacionados com fratura óssea daquela região;
- Obs: sangue na TC é hiperdenso, porém, sangue HIPERAGUDO ainda é preto, pois ainda não há coagulação.
HEMATOMAS SUBDURAIS
1) Localização
2) Lesão de qual vaso
3) Apresentação clínica
4) Apresentação tomográfica
HEMATOMAS SUBDURAIS
1) Localização: entre a duramáter e aracnóide
2) Lesão de qual vaso: VENOSO. Lesão das pequenas veias pontes
3) Apresentação clínica: maior risco em idosos, alcoolatras (maior espaço subdural pela atrofia cerebral) e pcts em uso de anticoagulantes. Mais comum que o hematoma epidural e costuma ser mais grave, cursando com RNC, anisocoria, déficits motores, exercer efeito de massa importante a depender do volume e velocidade do sangramento (HIC -> arritmia respiratória, hipertensão e bradicardia)
4) Apresentação tomográfica: imagem semilunar (em forma de “C”), que acompanha a curvatura da calota craniana - “vai escorrendo” (frontotempoparietal*)
Trauma em região lateral do crânio?
Pensar em HEMATOMA EPIDURAL
Intervalo lúcido
1) O que é
2) Comumente associado a qual lesão
Apresentação clínica mais relacionada ao HEMATOMA EPIDURAL, onde o pct pode apresentar uma rápida perda de consciência, seguida de uma recuperação (completa ou incompleta - o INTERVALO LÚCIDO), evoluindo com piora neurológica súbita.
Sinais de herniação de uncus
Midríase ipsilateral a lesão e paresia dos membros contralateral.
FRATURA DE BASE DE CRÂNIO
- Sinais clínicos
- Gravidade
Sinal do guaxinim (equimose periorbital)
Sinal de Battle (equimose retroauricular(
Hemotímpano, otorreia (líquor)
Rinorreia (líquor)
Se +, indicam fratura de base de crânio, que é um evento de alta gravidade.
Paciente vítima de TCE grave mantendo hipotensão após volume. O que pensar?
O sangramento intracraniano não causa hipotensão. Pensar nas 5 principais fontes de sangramento (tórax, abdome, pelve, ossos longos e externo). A avaliação neurocirúrgica fica como segunda prioridade.
O que buscar no atendimento de um TCE
1) Mecanismo do trauma
2) Amnésia
3) Perda da consciência
4) Uso de anticoagulante
5) Déficit motor/anisocoria
6) Sinais de fratura de base de crânio
7) Sinais de HIC (cefaleia intensa, vômitos, tríade de Cushing)
8) Idade
Indicações de TC no TCE
-> TCE moderado ou grave ou TCE leve e: 1) Glasgow < 15 por mais de 2h após o trauma 2) Dois ou mais episódios de vômitos 3) Perda da consciência > 5 min 4) Amnésia retrógrada > 30 min 5) Sinais de fratura de base de crânio 6) Idade > 65 anos 7) Uso de anticoagulante 8) Cefaleia intensa ou Sinais de HIC 9) Mecanismo perigoso do trauma 10) Déficit focal 11) Fratura ou afundamento maior que a calota adjacente
Critérios NEXUS para retirada do colar cervical sem precisar de Rx
1) Paciente sem dor distrativa
2) Sem intoxicação
3) Sem déficit focal
4) Sem RNC
5) Sem dor a movimentação ativa/passiva ou creptação ao exame da cervical
6) Mecanismo do trauma não grave
POSICIONAMENTO DO PCT COM TCE
IMPORTANTÍSSIMO -> manter o pct em 30-45° para permitir um bom retorno venoso, não flexionando a cabeça para não comprimir as jugulares. –> ELEVAR O TRONCO.
Se sentado -> ja compromete o fluxo arterial
Mecanismo do trauma - ALTO RISCO
Queda > 1m
Carga axial no crânio (e: mergulho)
Alta velocidade (> 100 km/h), capotamento, ajeção
Colisão ciclística
Sinais de Trauma Cervical
- Dor no local
- Sensação de instabilidade da cabeça (“cbç ta caindo”)
- Postura antálgica
- Limitação do movimento
- Creptação, deformidade cervical (anterior e posterior)
- Déficit neurológico
CONCUSSÃO CEREBRAL
- Diagnóstico
- Sinais de sintomas
- Classificação
- Cuidados
Diagnóstico: persistência de sintomas (amnésia, tontura, desorientação, …) após um TCE leve (não necessariamente precisa ter perda de consciência) - ex: batida entre cabeças numa disputa de bola, soco durante uma luta e pct fica tonto.
SINAIS E SINTOMAS:
- Olhar vazio, resposta lentificada, déficit de atenção, desorientação, fala incoerente, déficit de coordenação, amnésia, cefaleia, tontura, náusea/vômito.
- LEVE: sem perda de consciência, com sintomas durando < 30 min
- MODERADA: há perda da consciência < 1 min, com amnésia ou sintomas > 30 min, mas < 24h.
- SEVERA: perda da consciência, amnésia > 24h ou sinais/sintomas > 7 dias
Após a primeira concussão, pode ter a SÍNDROME DO SEGUNDO IMPACTO ( uma segunda concussão antes da recuperação completa de uma concussão prévia), onde não terá mais a autorregulação do primeiro cenário, tendo um desfecho mais desfavorável.
Orientações após a alta para pacientes com TCE leve
- Se glasgow diferente de 15: manter em observação na emergência por 24h
- Naqueles sem alterações: alta após observação com algumas orientações, principalmente nas primeiras 24h -> retornar em caso de
- Cefaleia intensa e refratária
- Vomitos e nauseas
- Rinorreia ou otorreia ou sinal de battle ou guaxinim
- Déficits focais
- Convulsão
- Alterações do nível de consciência
- Alterações da visão (campo visual e motricidade ocular) e da pupila
CONDUÇÃO TCE GRAVE
ESTABILIZAÇÃO INICIAL:
- Garantir VA e manter sedação
- Elevação do tronco 30-45°
- GHOST CAP (para todo pct neurocrítico):
Glicemia (evitar hipoglicemia, principalmete)
Hemoglobina (manter > 7)
Oxigênio (O2 se SpO2 < 94%)
Sódio (evitar hiponatremia -> edema cerebral/ alvo 140-150) / avaliar Solução Salina Hipertônica (manitol)
Temperatura (evitar febre)
Conforto (evitar dor) / Convulsão (considerar profilaxia na 1a semana para pacientes intubados, onde perdemos o parâmetro clínico de NC, mais indicado naquelas lesões frontais, temporais, subdural - regiões mais epileptogênicas)
Arterial Pressure (garantir PAM 90 mmHg e PAS 100-110 p/ uma PPC 60-70)
PaCO2 35-40 mmHg / Cuidados para TVP/TEP