Neonatologia COPY Flashcards
Classificação do período neonatal
Neonatal precoce: nascimento até o 7 dia de vida
Neonatal tardio: 7 ao 28 dia de vida
Como avaliar a idade gestacional do RN e como classificá-la ? Pós termo A termo Pré-termo tardio Muito prematuro Pré-termo extremo
- Pode ser avaliada de acordo com DUM/USG ou exame físico (capurro ou ballard)
- Classificação:
Pós termo: >= 42
A termo: 37 - 41+7
Pré-termo tardio: 34 - 36+6
Muito prematuro: 30 - 33+6
Pré-termo extremo: < 30
Classificação do RN quanto o peso:
- baixo peso
- muito baixo peso
- extremo baixo peso
Baixo peso: < 2500g
Muito baixo peso: 1500g - 1000g
Extremo baixo peso: < 1000g
Classificação do RN quanto a relação IG x peso:
Precisa de um gráfico
GIG: acima do p90 para IG
AIG: entre p10 e p90 para IG
PIG: abaixo do p10 para IG
Como classificar de acordo com peso x idade sem o gráfico ?
37ªs = p10 = 2kg
Então, se idade > 37s e peso < 2kg = PIG
Em qual fase da gestação ocorre mais transmissão?
O risco de transmissão é maior no terceiro trimestre, pela presença da placenta maior e mais vascularizada. Nessa fase, normalmente, não há tempo para manifestação da doença.
Se infecção no 1o trimestre = maior risco de malformações
IgM e IgG na infecção congenita
IgM positivo = infecção aguda no rn
IgG positivo = pode ser anticorpo materno
Como são os casos sintomáticos das infecções congênitas? (Em geral)
- quadro antenatal: abortamento, prematuridade, ciur
- Sintomas inespecificas ou específicos: hepatoesplenomegalia, alterações oculares, alterações neurológicas, cutânea (exantema maculopapular, exantema petequias, ictericia), medular (plaquetopenia)
- Sequelas: doença neurológica, surdez, cegueira
Características gerais da sifilis congenita
A principal infecção congenita no Brasil. Resultado de transmissão hematogenica via transplacentaria. A transmissão ocorre independente do estágio da doença na mãe. O bebê vai estar assintomático no momento do nascimento.
Características e manifestações da sifilis precoce no RN
Ocorre até os 2a, por infecção e inflamação direta pelo treponema
- Rinite: Inflamação e destruição da cartilagem nasal, levando a secreção serossanguinolenta. Geralmente nos < 3m.
- Lesão Mucosa: placa mucosa -> principalmente na boca / condiloma plano -> em regiões orificiais
- Lesão Cutânea: o mais característico é o pênfigo palmoplantar (lesões vesicobolhosas que podem aparecer em todo o corpo); o mais comum é o exantema maculopapular
- Lesões Ósseas: osteocondrite -> inflamação na placa metafisaria de ossos longos; bastante doloroso; a criança chora bastante ao ser manipulada; não mexe o braço pela dor (Pseudoparalisia de Parrot)// periostite -> inflamação do periósteo na diáfise de ossos longos e ossos do crânio
Sifilis congenita tardia
Complicação das manifestações precoces. Fronte olímpica Tíbia em sabre Dentes de Hutchinson Nariz em sela Articulações de clutton Ceratite intersticial Lesão do 8º par craniano Hidrocefalia Retardo mental.
Investigação clínica e laboratorial do RN com suspeita de sifilis congenita
- VDRL: tem que ser de sangue periférico. Representa imunidade IgG e IgM. Deve ser feito sempre que se suspeitar de infecção por sifilis ou mãe com diagnóstico de sifilis na gestação.
- Hemograma: anemia, plaquetopenia e leucocitose/leucopenia
- LCR: analisar VDRL, celularidade (>25) ou proteina (>150)
Obs.: todo RN em investigação para sifilis deve colher VDRL. Se não puder colher o LCR, tratar como neurosífilis.
Tratamento inadequado de sifilis na gestante
Tratamento não penicilinico, inadequado para fase clínica, incompleto, <= 30d antes do parto, parceiro não tratado
Manejo do RN de mãe nao tratada ou com tratamento incompleto para sifilis
Realizar todos os exames (incluindo VDRL e LCR) e tratar todos os casos!!
- liquor alterado: tratar com penicilina cristalina IV por 10d (se não tiver como estudar o LCR, trato como infectado)
- Liquor normal + outra alteração: tratar com p. Cristalina IV por 10dias ou p. Procaina IM por 10dias
- Assitomatica + todos os exames normais (VDRL negativo): se tiver acompanhamento: dose única de benzatina; se nao tiver acompanhamento: tto com cristalina ou procaina
Manejo do RN de mãe adequadamente tratada para sifilis
- RN sintomático ou VDRL > materno: colher todos os exames e tratar com p. Cristalina ou p. Procaina
- RN assintomático:
- VDRL <= materno: acompanhamento ou todos os exames tratar de acordo com os achados
- VDRL não reagente: acompanhamento ou p. Benzatina.
Acompanhamento dos RN com sifilis
Acompanhamento clínico
VDRL seriado (se era negativo tem que permanecer negativo; se aumentar = investigar e tratar)
Punção lombar a cada 6 meses se alterado anteriormente
Acompanhamento oftalmológico e auditivo
Toxoplasmose congenita
Causada pelo toxoplasma gondii. Após infecção aguda, há infecção latente, depositado em tecidos, podendo ser reativada.
A gestante que transmite a doença é a agudamente infectada (exceção para reativação de infecção latente em imunodeprimidas)
Manifestações clínicas da toxoplasmose congenita no RN
A maioria é assintomática. Pode haver manifestações inespecificas.
Tríade de Sabin: Coriorretinite (se não tratada desenvolve-se até a vida adulta) + hidrocefalia (do tipo obstrutiva) + calcificações difusas
Diagnóstico de toxoplasmose na gestante
Utiliza IgG e IgM. A viragem sorológica durante a gestação é diagnóstico de infecção aguda. Os níveis de IgM podem ser positivos por até 1 ano, e o de IgG para o resto da vida, tornando mais difícil a caracterização de infecção aguda ou cronica.
- Teste de Avidez de IgG: instrumento utilizado para caracterizar infecção cronica. Deve ser feita no primeiro trimestre. Se nível alto = a infecção ocorreu há mais de 3 meses. O índice de avidez baixo não garante que seja infecção aguda.
Tratamento da gestante com infecção aguda pelo toxoplasma
- No momento do diagnóstico: Espiramicina (diminuir a chance de transmissão vertical; se concentra na placenta)
- Se infecção fetal: sulfadiazina + pirimetamina + ácido folinico (após o 1 trimestre - risco de teratogenicidade pela droga)
Investigação fetal para toxoplasmose
Indicada quando mãe tem diagnóstico ou alta suspeição
- USG seriado (procurar placentomegalia, hepatomegalia) + pcr do LA
Investigação do RN com suspeita de toxoplasmose congenita
Sorologias: IgM ou IgG > 4x o materno
LCR
Fundo de olho
Imagem do SNC
Tratamento do RN com toxoplasmose congenita
Tratar todas as crianças com infecção comprovada, mesmo que assintomática (sem sinais da doença)
- Sulfadiazina + pirimetamina + ácido folinico por 12 meses (não vai curar, somente controlar a viremia)
- corticoide se retinite grave ou proteina >1g no liquor
Características do Citomegalovirus Congênito
A transmissão é mais comum quando há infecção aguda, mas pode ocorrer por uma reativação da infecção latente.
Mulheres soropositivas para CMV podem ser reinfectadas por uma cepa diferente durante a gestação
Manifestações clínicas da Citomegalovirose Congenita
Maioria é Assitomatica. Pode ter calcificação periventricular, microcefalia e exantema petequial.
Como pode ser feito o diagnóstico de CMV no RN
Isolamento viral (urina ou saliva), pesquisa de DNA por pcr ou sorologia (encontro de IgM fecha o diagnóstico)
Tratamento da infecção congenita por CMV no RN
Ganciclovir IV por 6 semanas
Principal sequela do CMV
“CMV mas não me ouve”
Surdez neurossensorial.
Principal causa de surdez neurossensorial não hereditária
Infecção congenita por CMV
Características da rubéola congenita
Só há transmissão com infecção aguda durante a gestação. Risco de transmissão no 1o trimestre é alto e as repercussões são graves.
Há persistência do vírus no tecido após o nascimento
Clínica da síndrome de rubéola congenita
Manifestações clínicas da infecção ocorrida no primeiro trimestre
- Catarata: pesquisa de reflexo vermelho ausente
- Surdez
- Cardiopatia Comgenita: PCA, estenose de artéria pulmonar
- Microcefalia
Tratamento da rubéola congenita
Não há tratamento específico, apenas correção cirúrgica das lesões
Característica da Varicela Congenita
A infecção ocorre em qualquer momento da gestação em que a mulher apresente varicela. Se infecção mais próxima ao termo = varicela neonatal, quadro completamente diferente da infecção nos primeiros 2 trimestres (síndrome de varicela congenita)
Características a serem avaliadas nas síndromes de desconforto respiratório do RN
- História: quem? Idade gestacional, forma de parto, fatores de risco (ex.: meconio)
- Clínica: Como?
- Sinais inespecificas: desconforto respiratório, taquipneia, tiragem, BAN, gemidos, cianose
- Evolução do quadro: se houve melhora ou piora - Radiografia: Como? Avalia o padrão de infiltração e expansibilidade pulmonar
Características do Surfactante Pulmonar
Produzido na parede dos alvéolos, composto por lipídeos e proteínas (lecitina). Começa a ser liberada com 24 semanas, e tem seu auge com 34 semanas. O surfactante mantém a estabilidade alveolar (diminuindo a tensão superficial - o alvéolo se mantém aberto na inspiração e na expiração).
Etiopatogenia da Síndrome do Desconforto Respiratório (dça da membrana hialina)
Diminuição da concentração do surfactante alveolar; o alvéolo colaba na expiração na falta do surfactante; torna-se mais difícil a insuflação do alvéolo (precisa de mais força -> desconforto respiratório) e há um ponto em que não se consegue mais, levando a micro atelectasias.
- Instabilidade alveolar: 1) diminuição do tempo de trocas gasosas -> hipoxemia; 2) Aumento do trabalho respiratório -> leva a hipoventilacao e hipercapnia -> acidose respiratória; esses dois fatores podem causar constrição da artéria pulmonar e levar a shunt direita esquerda
- Consequências: o processo de reabertura alveolar e hiperinsuflacao dos alvéolos lesam a arquitetura pulmonar com deposição de material proteico (membrana hialina) piorando a ação do surfactante.
Fatores de risco para síndrome do desconforto respiratório do RN
Prematuridade (principal), asfixia (lesao do alvéolo que não produz surfactante), sexo masculino (maturidade biológica atrasada), diabetes (insulina atrasa a maturação pulmonar)
Fatores protetores da síndrome do desconforto respiratório do RN
Ruptura da membrana prolongada (liberação de cortisol), estresse crônico
Aspecto radiografico da síndrome do desconforto respiratório do RN
Reticulonodular difuso com aerobroncograma de permeio; volume pulmonar reduzido
Imagem de vidro moído
Em que se baseia o tratamento da síndrome do desconforto respiratório do RN
Se baseia em suporte Ventilatorio
- oxigenoterapia por capacete (hood)
- CPAP nasal: o objetivo é evitar o colapso dos alvéolos -> fluxo contínuo com parte expiratório na água
- Ventilacao Mecânica: acidose respiratória, hipoxemia refratária ao CPAP e apneia recorrente
Uso do surfactante no tratamento da síndrome do desconforto respiratório do RN
O surfactante utilizado é exógeno:
- Terapêutica: casos graves que necessitem de VM através do tubo
- Precoce: crianças com manifestações clínicas nas primeiras 2h
Quando utilizar antibióticos na síndrome do desconforto respiratório do RN
Sempre!!
É muito difícil distinguir entre pneumonia e doença da membrana hialina
Prevenção da síndrome do desconforto respiratório do RN
Corticoide antenatal
Característica da sepse neonatal precoce e agentes relacionados
Até 48h de vida; mecanismo de contaminação: via ascendente ou pelo canal de parto. Agentes etiologicos relacionados: - Streptococcus grupo B (S. agalacteae) - E. coli - Listeria monocytogenes.
Característica da sepse neonatal tardia e agentes relacionados
A partir do 7o dia de vida. Infecção nosocomial ou comunitaria. Agentes relacionados: Staphylo coagulasse negativo, Staphylo aureus Enterobacterias
Fatores de risco relacionados com Sepse Neonatal
Bolsa rota prolongada (>18h), corioamnionite, colonização materna por germes patogênicos, prematuridade.
Manifestações clínicas da sepse neonatal
São inespecificas.
Pode ser inicialmente assintomático, cursar com desconforto respiratório ou sinais de doença sistêmica (alteração na temperatura, alteração do estado de alerta)
Exames solicitados na investigação da sepse neonatal
- Hemograma: neutropenia (mais valor que a leucocitose); relação I/T >= 0,2;
- PCR: valor evolutivo
- Identificação do agente: Hemocultura, cultura de LCR, urinocultura (em casos de infecção tardia)
Aspecto radiografico da sepse neonatal
Infiltrado reticulonodular difuso = doença da membrana hialina
Tratamento da sepse neonatal
- Precoce: Ampicilina + Gentamicina
- Tardio: anti estafilococica, Gram negativo hospitalar
Prevenção da sepse por GBS
- Avaliar a gestante e recebe ATB intraparto: papel do obstetra -> bacteriuria por GBS, swab na 35-37sem positiva para GBS, status desconhecido + prematuridade, febre, ruptura prolongada das membranas (profilaxia com pen cristalina, ampicilina…)
- Conduta no RN assintomático:
- Corioamnionite: exames (sem liquor) e tratar
- prematuro ou bolsa rota prolongada: faz exame se tinha indicação de ATB profilático e não fez; em todo o resto apenas observa.
Característica da Taquipneia Transitória do RN
Causada pelo retardo na absorção de líquido pulmonar (quando o trabalho de parto começa, há aumento da reabsorção).
Também chamada de síndrome do pulmão úmido
Em quais situações ocorre a Taquipneia Transitória do RN
Ausência de trabalho de parto, cesariana eletiva, termo.
Manifestações clinicas da Taquipneia Transitória do RN
Início nas primeiras horas de vida; desconforto leve/moderado, rápida resolução (<72h)
Achados radiograficos da Taquipneia Transitória do RN
Achados de pulmão encharcado. Congestão Hilar, aumento da trama vascular, líquido cisural, derrame pleural, cardiomegalia discreta, hiperinsuflacao
Tratamento da Taquipneia Transitória do RN
Essencialmente de suporte!
Oxigenoterapia (<40%), não pode fazer diuréticos
Características do meconio
É uma substância que se acumula no interior do intestino do feto, que corresponde a líquido amniótico deglutido, descamação intestinal e enzimas digestivas. Normalmente é eliminado após o parto.
Fisiopatologia da Síndrome de Aspiração Meconial
A asfixia favorece a eliminação de meconio e aumento dos movimentos respiratórios intra-uterinos (levando a inalação do meconio) -> leva o meconio até a traqueia, que é levado até a via aérea inferior com a inspiração após o mascimento. Causa obstrucao expiratoria (hiperinsuflacao com barotrauma), pneumonite química e infecção secundaria.
Em quem pode ocorrer a Síndrome de Aspiração Meconial
Líquido amniótico Meconial, sofrimento fetal, termo e pôs termo
Clínica na Síndrome de Aspiração Meconial
Início nas primeiras horas, desconforto respiratório grave
Radiografia na Síndrome de Aspiração Meconial
Infiltrado grosseiro, pneumotórax (pela distensão pulmonar), volume pulmonar aumentado.
Em que se baseia o tratamento da Síndrome de Aspiração Meconial
Suporte Ventilatorio, antibiótico e Reposicao de surfactante
Principal complicação da Síndrome de Aspiração Meconial
Hipertensão Pulmonar Persistente Neonatal (HPPN)
Manifesta-se com cianose por aumento da pressão pulmonar e persistência do canal arterial e forame oval, levando a shunt direita esquerda. Não melhora com o2. Tratamento: óxido nitrico
SatO2 no msd (vaso que emerge antes do canal arterial)»_space;» Sat o2 pôs ductal.
Quais são as 3 perguntas que devem ser feitas após o nascimento de uma criança?
1) Rn a termo?
2) Respirando ou chorando?
3) Tônus adequado?
- Sim para as 3 perguntas = não há necessidade de reanimação.
- Não para pelo menos 1 pergunta = reanimação neonatal.
- Não para a primeira e sim para o resto: pode fazer clampeamento tardio do cordão
- Se não respira/chora ou sem tonus adequado: clampeamento imediato do cordão.
Primeiros passos na reanimação neonatal e em quanto tempo:
Até 30 segundos - APAS
- Aquecer: panos aquecidos, manter em 37º
- Posicionar: leve extensão, pode colocar coxins nos ombros
- Aspirar: se presença de muita secreção, se usar VPP
- Secar: secar e desprezar os panos úmidos
O que fazer após APAS na reanimação neonatal ?
Avaliar FC e FR
- FC < 100, Apneia ou respiração irregular = VPP (colocar oxímetro no MSD, fazer O2 em <34s a 30%; nos >34s AA -> aumentar oferta de o2 conforme demanda)
O fazer se o RN permanecer com FC<100 após 30 segundos de VPP?
- Checar a técnica (adesão da máscara com a face…) -> se técnica correta -> realizar IOT (ventilado com O2)
- Cada tentativa de IOT deve durar no máximo 30 segundos.
O fazer se o RN com FC<60 após 30 segundos de IOT com VPP e suporte de O2
Massagem cardíaca externa (3:1) durante 60 segundos
O fazer se o RN com FC<60 após 30 segundos de IOT com VPP , suporte de O2 e massagem cardíaca?
Está indicada Epinefrina via Veia Umbilical
Como conduzir reanimação de RN com líquido amniótico Meconial?
- Rn termo, respiração normal, com bom tonus: igual aos outros Rn = clampeamento tardio do cordão, colo materno…
- Rn banhado em meconio com respiração irregular/apneia ou sem tonus = mesa de reanimação; medidas iniciais (APAS) com aspiração oral e nasal; se necessário fazer ventilacao com VPP por 30 segundos. Caso não haja melhora e suspeita de obstrução das vias aéreas por meconio = retirada do meconio residual da hipofaringe/traqueia sob visualização direta e depois continuar reanimação normalmente.
Característica da Ictericia Fisiológica
Todos os RN apresentam aumento da bilirrubina nos primeiros dias de vida, e nem todos cursam com ictericia. Relacionado com bilirrubina indireta. É preciso 3-7mg/dL para causar ictericia. Aumenta cerca de 3mg/dL por dia. Chega a um nível máximo de 12, normalmente.
Mecanismos relacionados com Ictericia Fisiológica
- Produção exagerada: RN tem muita hemácia; a meia vida é mais curta; produção de BI
- Captação e Conjugação Deficientes: durante a vida fetal a bilirrubina é trasportada pela placenta para ser conjugada e excretada pela mãe. Assim o figado do Rn é acostumado a captar e conjugar pouco. Nos primeiros dias a Glicuronil transferase está baixa.
- Aumento da Circulação Enterohepatica: aumento da glicuronidase, que forma BI. Poucas bactérias para formar estercobilina.
Progressao da ictericia neonatal e zonas de Kramer
A progressao é craniocaudal. Quando atinge a cicatriz umbilical (Zona III) tem relação com ictericia não fisiológica (>12mg/dL)
Quando pensar que a ictericia neonatal não é fisiológica?
- início < 24-36h de vida
- Velocidade de aumento > 5mg/dL
- Nível elevado de bilirrubina (AT >12/13; PMT >14/15)
- Alterações clínicas
- Ictericia persistente (AT >7/10d; PMT >10/14d)
- Colestase
Formas de ictericia neonatal precoce
A forma mais comum é de doença hemolítica… Mas pode haver por aumento da circulação Enterohepatica, coleção sanguínea extravascular, diminuição do clearence de bilirrubina.
Formas de ictericia neonatal precoce por hemolise
- Imunomediadas: Anticorpos produzidos pela mãe contra antígenos eritrocitarios, que o corpo da criança entende como marcador para hemolisar.
- ABO: mãe O e Rn A ou B (forma mais comum, manifestações mais brandas)
- Rh: mãe Rh negativo, Rn Rh positivo (quadro mais grave) - Defeito enzimático: deficiência de G6PD
- Defeito de membrana: Esferocitose
Valor da hematoscopia na avaliação da hemolise
- Policromasia: reticulocitose
- Esferocitos: pode ser Esferocitose ou incompatibilidade ABO
- Corpúsculo de Heinz: deficiência de G6PD
Formas de ictericia neonatal associada ao aleitamento materno
- Ictericia do Leite Materno: ocorre tardiamente, em crianças em leite materno exclusivo, em que alguma substância no próprio leite causa a ictericia. Pode chegar a níveis elevados, sendo necessária a suspensão da amamentação por dois dias.
- Ictericia do aleitamento materno: ocorre nos primeiros dias de vida, marcada pela dificuldade em amamentar. Grande perda ponderal -> aumento de circulação entero hepática. Tratamento = corrigir técnica de amamentação.
Atresia das vias biliares
Causa de ictérica às custas de bilirrubina direta. A criança nasce sem problemas, evolui com fibrose da árvore biliar extra hepática, acúmulo de bile que leva a ictericia (2-3 semanas) + coluria + acolia -> principal causa de transplante hepático na pediatria
Tem até 8 semanas para fazer a cirurgia de Kasai (portoenteroanastomose)
Princípio da fototerapia e indicações
Faz fotoisomerizacao da bilirrubina indireta, transformando-a em composto solúvel, para ser excretado na urina.
- Indicações: ictericia nas primeiras 24h = foto
Bilirrubina > 17 = foto
Eritema tóxico no RN
Muito frequente, principalmente em Rn a termo; benigno; surge geralmente no segundo dia de vida; lesões maculopapulares pustulosas, poupa região palmo plantar; são circunscritas por halo hiperemiado, assemelhando-se a picada de insetos.
Diagnóstico é clínico, apresenta-se rica em eosinofilos.
Melanose Pustulosa no RN
Presente desde o nascimento; as lesões passam por 3 fases: pústula -> descamação -> hiperpigmentação. Quadro benigno.
Miliaria no Rn
Obstrucao dos ductos de suor. 2 formas:
- Cristalina: obstrucao proximal, assemelha-se a gota de orvalho, principalmente na fronte
- Rubra: obstrucao profunda, principalmente em dobras. “Brotoeja”
Mancha salmão no Rn
Ectasia vascular. Lesão eritematosa alaranjada, encontrada na glabela, fronte e nuca. Tende a desaparecer com a evolução. Não tem conotação patológica.
Mancha Mongólia no Rn
Mancha escura, azulada. Encontrada na região lombar e nádegas.
Diferença entra bossa serossanguinea e cefaloematoma
- Bossa Serossanguinea: edema subcutâneo, geralmente o edema é no ponto da apresentação. Forma edema mole, com cacifo. Reabsorve espontaneamente.
- Cefaloematoma: hemorragia subperioesteal, presente em partos traumáticos. O acúmulo de sangue é limitado a sutura; consistência mais endurecida. Fator de risco para huperbilirrubinemia grave. Regride espontaneamente
Diferenças entre Onfalocele e Gastroquise
- Gastroquise: defeito no fechamento da parede abdominal paraumbilical. Extravasamento de vísceras. Ausência de membrana peritoneal recobrindo as vísceras.
- Onfalocele: defeito na base do cordão umbilical; membrana recobrindo todo o conteúdo das alças. Associado a malformações e síndromes. Prognóstico mais comprometido pelas outras comorbidades.
Beckwith-wiedemann: onfalocele + gigantismo + macroglossia. Pode também hipoglicemia.
Principal tipo de paralisia braquial no Rn é ?
Cite outra:
O principal tipo é a paralisia de Erb-Duchenne, nas raízes de C5-C6. O braço fica em adução e rotação interna do braço, com pronacao do antebraço. Reflexo de moro assimétrico, preensao palmar preservada.
Outra: Paralisia de klumpke.: C7 e C8: paralisia da mão ipsilateral e síndrome de horner (ptose + miose) contralateral pela lesão de fibras simpáticas do T1.
Displasia de desenvolvimento do quadril e manobras semiológicas para o diagnóstico
Articulação coxofemoral, pode causar alterações na marcha.
- Manobra de Barlow: procurar articulação instável (provocativa)
- Manobra de Ortolani: reduz articulação luxada (faz um click quando é reduzida)
Teste do Pezinho
Deve ser feito entre o 3 e 5 dia de vida. Pesquisa de femilcetonuria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congenita
Teste do olhinho
Pesquisa do reflexo vermelho. Procura principalmente por leucoria
Teste da orelhinha
Deve ser feito até 3 meses de idade. Pesquisa déficit auditivo. Primeiro pesquisa emissões otoacusticas evocadas e depois com o bera (parte neurológica)
Teste do Coraçãozinho - Teste da oximetria
Pesquisa de Cardiopatia congenita critica. Fazer 24-48h antes da alta hospitalar. Medir a saturação no membro superior direito e no membro inferior. Alguma saturação < 95% ou diferença > 3% = realizar ecocardiograma
Enterocolite Necrosante
- Necrose da parede intestinal, pode ser transmural e levar a perfuração.
- Etiologia: multifatorial -> prematuridade e dieta enteral.
- Climica: manifestações sistêmicas inespecificas + manifestações gastrintestinais (distensão, resíduo gástrico, sangramento nas fezes)
- Estadiamento: Suspeita (só alterações inespecificas), evidente (pneumatose intestinal), avançada (perfuração intestinal)
- tratamento: clínico (dieta zero, SNG, ATB) ou cirúrgico se perfuração.
Mecanismos relacionados com hipoglicemia neonatal
- Aumento da utilização: hiperinsulinismo (ex.: Rn de Diabetica)
- Diminuição da reserva: prematuridade, ciur
- Aumento da utilização/diminuição da reserva: erro inato do metabolismo, sepse
Como definir hipoglicemia neonatal?
Limiar operacional: nível de glicemia limítrofe que é necessária a intervenção pelo risco de sequela neurológica -> em geral é <40mg/dL
Clínica da hipoglicemia neonatal
- Assintomático: diagnosticado pelo rastreamento dos grupos de risco
(Dependendo do fator de risco, há um esquema de rastreio com glicemias capilares de horário) - Inespecífico: tremores, irritabilidade, cianose, convulsões,mapeia, sucção débil.
Tratamento da hipoglicemia neonatal
- Sintomático: bolus IV + infusão continua (a duração da infusão será determinada pelos níveis glicêmicos)
- Assintomarico:
<25: IV
25-45: VO
Quais tipos de cardiopatias o teste do coraçãozinho ajuda a diagnosticar ?
Cite duas de:
- Obstrução de saída de VD
- Obstrução de saída de VE
Cardiopatias críticas dependentes do canal arterial.
- Atresia pulmonar.
Tto: CIV + prostaglandina
Tetralogia de F. Aorta cavalga septo IV Septo malformado Estenose de válvula pulmonar Hipertrofia de VD
Indicações de IOT na reanimação neonatal ?
- Hérnia diagramática
- Ventilação prolongada
- FC < 60 - IOT para massagem
- Atresia de Coanas
- Mecônio: obstruído, ventila antes.
Qual o conceito de APNEIA no período neonatal ?
Pausa na respiração por um tempo > 20s OU com qualquer duração quando acompanhada de cianose ou bradicardia.