T9_Lysteria, Corynebacterium, Nocardia Flashcards

1
Q

Listeria monocytogenes: Patogénese e imunidade

A
  • Microrganismo intracelular facultativo
  • Aderência a enterocitos ou células M das placas de Peyer > macrófagos > disseminação
  • Listeriolisina O (exotoxina -hemolisina) e duas fosfolipases C (enzimas)
  • Importância da imunidade celular
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2
Q

Listeria monocytogenes: Características gerais

A
  • Bacilos de Gram positivo, curtos, isolados ou aos pares
  • Anaeróbios facultativos, não esporulados
  • Móveis a 28ºC (mobilidade “típica”, flagelos perítricos*
  • Catalase + e Oxidase –
  • Fracamente β -hemolíticos

NOTA1: β-hemolíticos, mas com uma β-hemólise fraca, idêntica à do Streptococcus agalactiae). Isto é importante porque ambos podem causar infeções em grupos parecidos. É importante a sua distinção, em especial em amostras de recém nascidos;

NOTA2: Móveis à temperatura ambiente (28ºC), mas não a 37ºC. O movimento é muito característico e faz lembrar “um chapéu de chuva a rodar”;

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3
Q

Listeria monocytogenes: Epidemiologia

A
  • Ubíquo: solo, água, mamíferos, aves e crustáceos
  • Portadores humanos (fezes): pode existir como forma não patogénica
  • Hospedeiro suscetível: RN, idoso, grávida ( % 20 vezes superior), deficiência da imunidade celular
  • Doença associada a: consumo de alimentos contaminados: leite, queijo não curado, carne mal cozinhada, vegetais crus – transmissão vertical
  • Pico de incidência nos meses quentes (Queijo não curado em França. na altura do calor)

Nota: Saber bem os alimentos em que pode aparecer

Exp. Surtos na Europa em Salmão fumado e em vegetais congelados

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4
Q

Listeriose: Clínica

A

Listeriose:

  • RN (transmissão vertical mãe-filho):
    • Infeção precoce - granulomatose disseminada (via transplacentária); RARO
    • Infeção tardia - bacteriémia, meningite (adquirida durante o parto); MAIS COMUM
  • Adultos:
    • Síndrome febril (c/ ou s/ gastroenterite)
    • Grávida ou imunocomprometido: meningite
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5
Q

Quais são as duas causas mais frequentes de Meningite no RN?

A

Infecção por:

  • Listeria Monocytogenes
  • E. Coli
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6
Q

Listeria monocytogenes: Diagnóstico laboratorial

A
  • Meningite: LCR – exame direto (Gram +, móveis) – exame cultural (gelose sangue: colónicas cinzentas e hemolíticas)
  • mobilidade característica a 28ºC em meio liquido
  • Identificação - provas bioquímicas
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7
Q

Listeria monocytogenes: Terapêutica

A
  • Penicilina ou Ampicilina
  • Em associação com Aminoglicosídeo
  • Resistência natural às Cefalosporinas
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8
Q

Género Corynebacterium: Características gerais

A
  • Bacilos de Gram positivo, pleomórficos.
  • Parede celular c/ ácidos micólicos de cadeia curta
  • Granulações metacromáticas
  • Imóveis, não esporulados
  • Anaeróbios facultativos, catalase +
  • Ubíquos, existindo em diferentes animais e plantas.
  • No ser humano, colonizam a pele, aparelho respiratório superior, gastrointestinal e urogenital
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9
Q

Género Corynebacterium: Espécies associadas a doença no ser humano

A
  • C. diphtheriae: Difteria. Muito rara hoje devido à vacinação;
  • C. jeikeium (grupo JK): pode colonizar a pele; septicémia, endocardite
  • C. urealyticum (génese de cálculos urinários): Infeção urinária
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10
Q

Corynebacterium diphtheriae: generalidades e contágio

A
  • Bacilos de Gram positivo, dispostos em “caracteres chineses” (todas as Corynebacterium)
  • Corpúsculos de Babes - Ernst (fosfato de volutina): coloração específica que permite evidenciar as granulações metacromáticas (baquetas de tambor)
  • Reservatório - homem – Orofaringe e pele de portadores sãos
  • Contágio por via aérea ou contacto através da pele
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11
Q

Corynebacterium diphtheriae: Virulência

A
  • Exotoxina – com afinidade para sistema nervoso, miocárdio e rim – inibe a síntese proteica.
  • Codificada pelo gene tox, transmitido por um bacteriófago lisogénico – fago β

(Ver Imagem)

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12
Q

Corynebacterium diphtheriae: Clínica

A
  • DIFTERIA RESPIRATÓRIA:
    • amigdalofaringite pseudomembranosa
    • complicações:
      • obstrução respiratória (pela membrana pseudomebranosa)
      • miocardite
      • arritmia
      • coma
      • morte (+raro)
      • neuro-toxicidade (+raro)
  • DIFTERIA CUTÂNEA (muito menos comum)
    • Pápula
    • úlcera crónica coberta com membrana acinzentada
    • Com ou sem complicações sistémicas
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13
Q

Corynebacterium diphtheriae: Diagnóstico laboratorial

A
  • Colheita de exsudado c/ zaragatoa
  • Coloração à base de azul:
    • Azul de metileno ou
    • Método de Stoltenberg Corpúsculos de Babes-Ernst (grânulos metacromáticos): coloração verde acastanhada das bactérias
  • Cultura em:
    • Meio de chocolate – telurito (para Dx de endocardite/septicemia)
    • Meio de Loeffler (com soro de cavalo)
    • Gelose sangue (mau crescimento) – Incubação 12-18h
  • Identificação bioquímica (API Coryne)
  • Necessário demonstração de virulência in vitro
    • Prova de Elek (imunodifusão- pouco usada hoje em dia)
    • PCR – deteção do gene tox
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14
Q

Corynebacterium diphtheriae: Terapêutica

A
  • Inicia-se em caso de suspeita clínica
  • Penicilina ou Eritromicina
  • Antitoxina diftérica
  • ISOLAMENTO DO DOENTE
  • Doença de Declaração Obrigatória
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15
Q

Corynebacterium diphtheriae: Profilaxia

A
  • Vacina DTP (Difteria,Tetano, Pertussis): Toxóide (toxina atenuada)
  • Contactos de um caso de difteria que possuam esquema de vacinação incompleto ou feito há mais de 5 anos reforço com Toxóide
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16
Q

Género Nocardia: Características gerais

A
  • Bacilos de Gram positivo (coloração irregular)
  • aeróbios estritos
  • forma filamentos ramificados nos tecidos (particularidade)
  • Parede celular com ácido micólico (cadeia média) - ácido resistência
  • Pouco exigentes, crescimento lento (5 a 7 dias) devido à parede celular complexa
  • Patogénio oportunista
17
Q

Género Nocardia: Espécies patogénicas mais frequentes

A
  • N. asteroides - a mais frequente
  • N. farcinica
  • N. brasiliensis
  • N. nova
18
Q

Género Nocardia: Epidemiologia

A
  • Presença ubíqua no solo
  • Infeções exógenas: Adquiridas por inalação (pulmonares) ou por traumatismo (cutâneas
  • Fatores de risco:
    • Imunocomprometimento das células T: SIDA
    • neoplasias
    • terapêutica com corticóides
    • DPOC, enfisema, asma, bronquite
    • bronquiectasias
    • Presença de soluções de continuidade na pele
19
Q

Nocardia: Clínica

A
  • Doença bronco-pulmonar (parecida com tuberculose):
    • evolução lenta, c/ necrose e formação de abcessos;
    • eventual disseminação a outros órgãos (SNC)
  • Micetoma actinomicótico:
    • Granulomas supurativos crónicos, indolores, em especial nas extremidades, com formação de fístulas
  • Doença linfo-cutânea:
    • Granulomas crónicos de localização primária ou secundária na pele (ao longo de linfáticos)
  • Celulite e abcessos subcutâneos
20
Q

Nocardia: Diagnóstico laboratorial

A
  • Exame direto – Gram :
    • bacilos finos, ramificados, Gram +
    • Ziehl – Neelsen modificado (ácido sulfúrico a 5%): fraca ácido resistência (melhor opção)
21
Q

Nocardia: Terapêutica

A
  • Cotrimoxazol ( TMT + SMX ) em infeções localizadas
  • Associação de Amicacina com Cefotriaxona
  • Duração:
    • Imunocompetentes - 6 a 12 meses
    • Imunodeprimidos > 12 meses
22
Q

Características de identificação da Lysteria

A
  • Bacilos gram positivos
  • Catalase positivos
  • Oxidase negativos
23
Q

Factores de patogenicidade da Lysteria

A

Adere aos enterócitos ou às placas de peyer e é um microorganismo intracelular facultativo pelo que pressiste nas células fagocíticas

24
Q

A presença de Lysteria é sempre patogénica

A

Falso. Há portadores humanos

25
Q

Mecanismo de transmissão. Lysteria

A
  • Consumo de alimentos contaminados (Leite, queijo não curado, carne mal passada, vegetais crus)
  • Transmissão vertical
26
Q

Que exame complementar se faz para diagonosticar Meningite por Lysteria

A

Punção Lombar com análise do LCR

27
Q

Qual é a característica intrínseca da Lysteria em relação aos AB?

A

Resistente às cefalosporinas

28
Q

Que gene é responsável pela virulência da Corynobacter e qual é a sua particularidade

A

Gene Tox. É um fago

29
Q

Que órgãos são primariamente afectados pela exotoxina da Difteria

A

SNC, Coração e Rim

30
Q

Criança com dores de garganta revela amigdalas cobertas com uma PLACA BRANCA, adenopatias cervicais e dificuldades respiratórias

A

Difteria

31
Q

Granulomas cutâneos crónicos de distribuição linfática Celulite e abcessos subcutâneos

A

Infeção por Nocardia

32
Q

Como se discrimina as colónias que crescem em BYCE

A

(Só a Nocardia e a Legionella é que crescem em BYCE) As colónias de Nocardia são maiores e demoram mais a crescer (5-7 dias)