Fibrose Cística Flashcards

1
Q

Dx

A

Doença genética, multissistêmica, autossômica recessiva, mais comum em caucasianos;
Ocorre por uma mutação no gene CFTR, localizado no cromossomo 7, braço longo; esse gene codifica uma proteína transmembrana chamada de “regulador de condutância transmembrana da fibrose cística”, que é um canal de cloro;
Existem >2000 mutações, mas a mais comum (66% dos casos mundiais) é a F508del; Deleção de 3 nucleotídeos, q leva a deleção de um resíduo da Fenilalanina na posição 508 da pnt;

CFTR é um canal de cloro presente em todas as céls epiteliais, regulado pelo AMPc; normaliza, em uma pessoa sem a dça, há secreção do cloro para a luz do ducto por meio do canal, e com isso há secreção de sódio por outros canais e tbm secreção de água; na dça, como o canal não funciona, não há secreção do cloro, há uma maior reabsorção do sódio por outros canais; secreções espessas em todos os órgãos (pulmões, pâncreas exócrino, órgão reprodutor, sistema hepato-biliar, etc);

Teste do pezinho= dosagem do IRT (Tripsinogênio imuno-reativo), um marcador indireto de dano pancreático; realizado entre 3-5 dias de vida; alta sensibilidade e baixa especificidade; 1° IRT elevado= repetir IRT em até 4sem; 2° IRT alterado= realizar Teste do cloro no suor;

CFTR na célula ductal sudorípara tem efeito contrário, reabsorvendo o cloro, consequentemente reabsorção de sódio e água por outros canais; dessas forma é evitada a desidratação; na FC o canal não funciona, portanto há uma maior secreção de cloro, sódio e água> suor salgado e desidratação;

Teste do cloro no suor: Positivo quando Cl>60mmol/L; Duvidoso qndo Cl 30-60mmol/L; Normal qndo Cl<30mmol/L; (em crianças não lactentes o valor normal <40); Padrão-ouro; dosagem quantitativa do cloreto no suor pelo método da Eletroforese depois do estímulo da Pilocarpina;

Dx: 2 testes no suor positivos ou mutação CFTR em ambos alelos;

*Íleo meconial: distensão abdominal, vômitos biliosos, RN não tem eliminação do mecônio; causa importante de falso negativo no teste do IRT; nesses casos SEMPRE fazer teste do cloro no suor; é uma das principais manifestações e mais precoce da FC;

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Q

QC e Tto

A

Tríade da FC: baixo ganho pondero-estatural+ esteatorreia+ PNM repetição;

-Pulmonar: redução do clearance mucociliar, colonização bacteriana (H. influenzae, S. aureus, P. aeruginosa, B. cepacia)> inflamação crônica com bronquiectasias e diminuição da função pulmonar (DVO grave);
Rx tx= espessamento brônquico, bronquiectasias qndo graves; Tc tx= bronquiectasias, aprisionamento aéreo, bronquiolectasias, atelectasias;
Exacerbações pulmonares= piora da tosse e do escarro, queda VEF1, cultura escarro; pode ser pedido tbm HMG, HMC, Rx tx;
Tto= ATB voltado para a colonização prévia; S. aureus e P. aeruginosa= oxacilina+ ceftazidima+ amicacina;

  • Pâncreas exócrino: síndrome disabsortiva (esteatorreia, baixo ganho ponderal, diminuição Vit A, D, E, K; pode evoluir com desnutrição [hipotrofia muscular, subcutânea, prolapso retal]);
  • Sist Hepatobiliar: aumento de TGO, TGP, GGT e FA, hepatopatia com cirrose;

Lactentes: risco aumentado de desidratação com HipoNa e alcalose metabólica hipoCl; principalmente em dias quentes e infecções como na gastroenterocolite aguda; fazer reposição de sódio VO;

Tto:

  • Pulmonar: fisioterapia respiratória e atv física regular (para soltar a secreção pulmonar); Dornase alfa inalatória (humidifica a secreção) ou inalação com NaCl7%; Azitromicina 3x/sem (principalmente se colonização crônica por P. aeruginosa; atua como modulador); ATB inalatório (principalmente se identificado P. aeruginosa); Oxigenioterapia; Transplante pulmonar;
  • Gastrointestinal: dieta hiper-hiper; enzimas pancreáticas e reposição das Vit lipossolúveis (A, D, E, K); Ursacol (se quadro Hepatobiliar); Gastrostomia S/N;
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