Desconforto Respiratório Do RN Flashcards
Síndrome do Desconforto Respiratório
“Doença da Membrana Hialina”
Deficiência de surfactante (produção: início 20-24sem; pico: 35sem)> aumento da tensão superficial> instabilidade alveolar> formação de atelectasias> redução da complacência e da capacidade residual funcional> redução relação ventilação/perfusão> HIPOXEMIA (leva a vasoconstrição das aa. pulmonares e persistência da circulação fetal)/HIPERCAPNIA/ACIDOSE >
Aceleradores: pré-eclâmpsia; RPMO (rotura prematura de membranas ovulares); RCIU (restrição do crescimento intrauterino); uso materno antenatal de corticoides;
Fatores de risco: prematuridade (IG<35sem); ausência corticoide antenatal; sexo masculino; filhos mães diabéticas; asfixia perinatal;
Desconforto Respiratório iniciado em 24h; piora progressiva (pico 48h); resolução em até 72h; apneia e complicações (volutrauma e barotrauma);
Ao RX: infiltrado reticulo-granular difuso em ambos os campos pulmonares (em “vidro moído”); broncogramas aéreos; aumento do líquido pulmonar;
Tratamento: surfactante porcino ou bovino; pode ser profilático (<28sem/<1000g) ou terapêutico (sinais clínicos); PROTOCOLO INSURE (intubar; repor surfactante; extuba por CPAP); deve ser iniciado nas 2 primeiras horas de vida, a cada 6/12h, com máximo de 2 a 4 doses;
Outras doenças: síndrome de aspiração meconial; pneumonia neonatal; hemorragia pulmonar> benefícios limitados, uso controverso
Profilaxia: corticoide antenatal materno (betametasona 12mg ou dexametasona 6mg, IM); IG 24-34sem, risco TPP (trabalho de parto prematuro); efeito após 24h; duração 7 dias; pode ser feito em mulheres com RPMO desde que não apresente corioamnionite clínica.
Taquipnéia Transitória do Recém-Nascido (TTRN)
“Síndrome do Pulmão Úmido”
Retardo de reabsorção do líquido pulmonar (líq secretado a partir da 17sem IG, auxilia no desenvolvimento pulmonar, reabsorção pré-parto -canais de Na e Cl, trabalho de parto -ação das prostaglandinas e canal de parto, pós-parto -expansão pulmonar)
Fatores de risco: cesárea eletiva fora do trabalho de parto; asfixia perinatal; policitemia; diabetes ou asma materno;
Apresenta desconforto respiratório leve (taquipnéia); primeiras horas de vida; melhora em 24-48h;
Classificação do grau de desconforto respiratório do RN (Boletim de Silverman-Andersen BSA): parâmetros: batimento de asa nasal; gemido expiratório; retração xifóide; tiragem intercostal; movimentos respiratórios; notas de 0 a 2 para cada parâmetro; *balancim; leve= BSA<5;
Ao RX: congestão peri-hilar radiada; aumento do líquido pulmonar nas cisuras (cisurite); discreta cardiomegalia ou DP;
Tto: suporte ventilatório= CPAP, resolução em 2-5 dias;
Síndrome de Aspiração Meconial (SAM)
Aspiração Meconial (bile, enzimas pancreáticas, lanugo, vernix caseoso, muco); começa a ser produzido no TGI do feto em torno da 16sem IG; cólon descendente 34sem IG; eliminação intrauterina: sofrimento fetal, compressão do abdome do RN; para correr SAM= maturidade fetal e sofrimento fetal;
Sofrimento>relaxamento do esfíncter>eliminação Meconial
Sofrimento>gasping (mov resp involuntários)
Aspiração meconial> inativação do surfactante> risco de atelectasias, pneumonite química e obstrução (atelectasiabe ou hiperinsuflação)> hipoxemia> vasoconstrição arterial> HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE NEONATAL
Fatores de Risco: maturidade fetal (termo ou pós-termo), líquido amniótico meconial e asfixia perinatal;
Desconforto respiratório; piora progressiva; estertores grossos; baro/volutrauma (pneumotórax/pneumomediastino/enfisema intersticial);
Ao RX: áreas de opacidade grosseira (obstrução/atelectasias) e áreas de hiperinsuflação; pneumotórax; enfisema intersticial; pneumomediastino
Tto: suporte ventilatório; ATB; surfactante controverso devido à fisiopatologia;
- Hiperfonese de B2> hipertensão pulmonar
- Complicações de gestação prolongada> aumento da mortalidade perinatal; insuficiência placentária e oligodramnia; risco aumentado de óbito no primeiro ano de vida; SAM; aumento das distócias; macrossomia; maior taxa de cesariana;
Pneumonia Neonatal
Um dos primeiros sinais de infecção sistêmica; associado a sepse e meningite neonatal;
- Precoce (Gram- e SGB) 48-72h de vida ou primeira semana;
- Tardia (Gram+ e atípicos) após esse tempo;
Principal agente da precoce: Streptococcus agalactiae (grupo B);
QC: desconforto respiratório;
sinais inespecíficos (intolerante alimentar, distensão gástrica, vômitos, resíduos gástricos, hipo/hipertermia, hipotonia, letargia);
Fatores de risco p/ sepse (corioamnionite, RPMO >18h, TPP sem causa)
Exames complentares: HMG, PCR, hemocultura, líquor (cultura, quimiocitológico e bacterioscopia), RX de tórax;
Ao RX: consolidação bilateral (infiltrado reticulogranular), broncogramas aéreos;
Tto: ATB guiada pelos germes (SGB e E. Coli); Penicilina cristalina+Amicacina OU Ampicilina+Gentacimina; suporte ventilatório; oxigenoterapia; suporte nutricional e hemodinâmico;
Hipertensão Pulmonar Persistente Neonatal
Incidência variável;
Persistência da circulação fetal (alta resistência arterial Pulmonar; baixa resistente sistêmica; shunt D-E pelo forame oval/canal arterial); teste do coraçãozinho anormal;
Alta resistência pulmonar devido: desequilíbrio mediadores vasoconstritores e vasodilatadores; alteração no desenvolvimento vascular; disfunção endotelial; disfunção do músculo liso das aa. Pulmonares;
Idiopática X Secundária
Secundária: SDR/SAM; hipoplasia pulmonar (hérnia diafragmática congênita); Cardiopatia congênita; asfixia perinatal
QC: desproporção entre hipoxemia/desconforto; labilidade Sat O2; necessidade FiO2 elevada;
Ao RX: vasculatura pouco proeminente (vasoconstrição); pulmão mais preto do q o normal; proeminência do tronco da a. pulmonar;
DX: ecodoppler-cardiograma (identificar o shunt, quantificar a hipertensão; descartar a presença de outras cardiopatias congênitas
Tto: suporte ventilatório; oxigenoterapia; vasodilatadores pulmonares (óxido nítrico inalatório, sildenafil, milrinona); tto da causa base se for secundária;
*Hiperfonese de B2 e/ou sopro de regurgitação tricúspide;
Displasia Broncopulmonar (DBP)
Umas das complicações mais comuns dos RN<30sem IG;
Comprometimento do desenvolvimento pulmonar;
Fatores associados: prematuridade e RCIU, trauma mecânico, toxicidade do oxigênio, sepse neonatal;
Pensar quando: RN prematuro com uso prolongado de oxigênio!!
DX Clínico: uso de O2 >28 dias; Gravidade: FiO2 no momento da avaliação (se RN<32sem= IG corrigida de 36sem ou ao nascer; RN>32sem= entre 28-56d pós-natal ou alta; Leve: em ar ambiente Moderada: FiO2<30% Grave: FiO2>30% e/ou Peep
Ao RX: inespecífico; pode ser normal
Tto: suporte nutricional e ventilatório; oxigenoterapia; diuréticos (hidroclorotiazida e espironolactona) reduzem o edema intersticial- benefício a curto prazo;
Profilaxia: ventilação gentil (hipercapnia permissiva, volume controlado, extubaçao precoce, preferência à VNI); Sat O2 alvo: 92-95% exceto se HP: 93-97%; cafeína (reduz apneia e necessidade de suporte ventilatório); controversos: CI e Vit A;
Na Alta: Palivizumabe (anticorpo monoclonal para Vírus sinsicial respiratório) para <2a com DBP em tto, durante os primeiros 2 anos de vida,
5 doses mensais na sazonalidade; Reduzir risco de bronquiolite!!